sexta-feira, 26 de agosto de 2011

Morte de estudante em protesto provoca comoção no Chile



A morte de um estudante de 16 anos durante os protestos da noite de quinta-feira despertou comoção no Chile.

Manuel Gutiérrez Reinoso morreu no final de duas jornadas de manifestações organizadas pela CUT (Central Única dos Trabalhadores) e com o apoio do movimento estudantil do Chile.

Segundo seus familiares, ele foi atingido por um tiro no peito quando caminhava entre as localidades de Macul e Peñalolén, na região metropolitana de Santiago, ao lado de seu irmão, Gerson, de 22 anos. Manuel morreu no hospital.

"Escutamos três disparos que partiam dos furgões dos militares. Mas nós sequer participávamos das manifestações", disse à imprensa chilena Giusseppe Ramírez Atan, de 19 anos, amigo do jovem.

O subsecretário chileno de Interior, Rodrigo Ubilla, disse que só após uma investigação sobre o caso será possível determinar quem foram os responsáveis pela morte do estudante.

Ubilla disse ainda que 1.394 pessoas foram presas durante os protestos no Chile, que deixaram também 53 civis e 153 militares feridos em vários pontos do país.

"Estamos profundamente tristes porque esses episódios mostram que aqui no Chile não podemos avançar de forma pacífica e organizada para resolver nossos problemas", afirmou o político.

O porta-voz da Presidência, Andrés Chadwick, disse que o governo do presidente Sebastián Piñera "espera que o caso (Manuel) seja esclarecido o quanto antes" e que os militares já estão contribuindo com a investigação.

Já o general da força militar chilena, Sergio Gajardo, disse que os militares não participaram das ações nas quais o estudante foi morto.

"Descarto a participação dos militares. Por isso, no momento, descartamos a possibilidade de uma investigação interna para apurar essa especulação", afirmou Gajardo, agregando que falou com os comandantes da região e que todos "descartaram (terem usado) armas de fogo".

"DESTRUÍDOS"

A irmã da vítima, Jacqueline, disse ao canal 13, do Chile, que a família está "destruída". "Meu irmão era religioso e um bom rapaz. Ele queria ser o primeiro formado (na universidade) da nossa família. Não temos ódio, mas queremos justiça."

Os protestos dos estudantes chilenos começaram há mais de três meses e deverão continuar nos próximos dias, segundo os organizadores do movimento estudantil, que conta com apoio de professores e pais de alunos.

Na quinta-feira, o ministro da Saúde, Jaime Mañalich, provocou polêmica ao dizer que somente uma estudante, Gloria Negrete, tinha feito greve de fome nos últimos 37 dias.

"Os outros estudantes (mais de 30) engordaram nos últimos dias. Então, não fizeram greve de fome", disse.

Negrete perdeu 11 quilos nesse período. Os pais dos estudantes reagiram dizendo diante das câmeras de televisão que seus filhos também "emagreceram" no último mês.

A greve de fome também fez parte dos protestos por melhorias na qualidade da educação e o acesso gratuito às universidades públicas do país.

INSATISFAÇÃO

"Os protestos pela educação são apenas um sintoma da insatisfação popular", disse à rádio Cooperativa o cientista político Jorge Navarro, ligado ao partido opositor Democracia Cristiana (DC).

Nesta madrugada, estudantes ocuparam mais um colégio na cidade de Concepción, impedindo assim a realização das aulas.

Ao mesmo tempo, a Justiça determinou que a líder estudantil Camila Vallejo, de 23 anos, continue com escolta policial, depois de ela ter sido ameaçada, no inicio do mês, pelo Twitter.

Segundo ela, os protestos vão continuar até que o governo atenda às exigências dos estudantes.
"Alguém disse que os trabalhadores (da CUT) pegaram carona no nosso movimento. Não é verdade. Nós sempre estivemos e estaremos juntos", afirmou.

Dirceu diz que repórter da Veja tentou invadir seu apartamento


Repórter da revista Veja é flagrado em atividade criminosa contra mim

Publicado em 26-Ago-2011

Depois de abandonar todos os critérios jornalísticos, a revista Veja, por meio de um de seus repórteres, também abriu mão da legalidade e, numa prática criminosa, tentou invadir o apartamento no qual costumeiramente me hospedo em um hotel de Brasília. O ardil começou na tarde dessa 4a. feira, quando o jornalista Gustavo Nogueira Ribeiro, repórter da revista, se registrou na suíte 1607 do Hotel Nahoum, ao lado do quarto que tenho reservado. Aproximou-se de uma camareira e, alegando estar hospedado no meu apartamento, simulou que havia perdido as chaves e pediu que a funcionária abrisse a porta. O repórter não contava com a presteza da camareira, que não só resistiu às pressões como, imediatamente, informou à direção do hotel sobre a tentativa de invasão. Desmascarado, o infrator saiu às pressas do estabelecimento, sem fazer check out e dando calote na diária devida.Depois de abandonar todos os critérios jornalísticos, a revista Veja, por meio de um de seus repórteres, também abriu mão da legalidade e, numa prática criminosa, tentou invadir o apartamento no qual costumeiramente me hospedo em um hotel de Brasília.


O ardil começou na tarde dessa quarta-feira (24/08), quando o jornalista Gustavo Nogueira Ribeiro, repórter da revista, se registrou na suíte 1607 do Hotel Nahoum, ao lado do quarto que tenho reservado. Alojado, sentiu-se à vontade para planejar seu próximo passo. Aproximou-se de uma camareira e, alegando estar hospedado no meu apartamento, simulou que havia perdido as chaves e pediu que a funcionária abrisse a porta.

O repórter não contava com a presteza da camareira, que não só resistiu às pressões como, imediatamente, informou à direção do hotel sobre a tentativa de invasão. Desmascarado, o infrator saiu às pressas do estabelecimento, sem fazer check out e dando calote na diária devida, ainda por cima. O hotel registrou a tentativa de violação de domicílio em boletim de ocorrência no 5º Distrito Policial.

A revista não parou por aí.

O jornalista voltou à carga. Fez-se passar por assessor da Prefeitura de Varginha, insistindo em deixar no meu quarto "documentos relevantes". Disse que se chamava Roberto, mas utilizou o mesmo número de celular que constava da ficha de entrada que preencheu com seu verdadeiro nome. O golpe não funcionou porque minha assessoria estranhou o contato e não recebeu os tais “documentos”.

Os procedimentos da Veja se assemelham a escândalo recentemente denunciado na Inglaterra. O tablóide News of the Word tinha como prática para apuração de notícias fazer escutas telefônicas ilegais. O jornal acabou fechado, seus proprietários respondem a processo, jornalistas foram demitidos e presos.

No meio da tarde da quinta-feira, depois de toda a movimentação criminosa do repórter Ribeiro para invadir meu apartamento, outro repórter da revista Veja entrou em contato com o argumento de estar apurando informações para uma reportagem sobre minhas atividades em Brasília.

Invasão de privacidade

O jornalista Daniel Pereira se achou no direito de invadir minha privacidade e meu direito de encontrar com quem quiser e, com a pauta pronta e manipulada, encaminhou perguntas por e-mail já em forma de respostas para praticar, mais uma vez, o antijornalismo e criar um factóide. Pereira fez três perguntas:

1 – Quando está em Brasília, o ex-ministro José Dirceu recebe agentes públicos – ministros, parlamentares, dirigentes de estatais – num hotel. Sobre o que conversam? Demandas empresariais? Votações no Congresso? Articulações políticas?

2 – Geralmente, de quem parte o convite para o encontro – do ex-ministro ou dos interlocutores?

3 – Com quais ministros do governo Dilma o ex-ministro José Dirceu conversou de forma reservada no hotel? Qual o assunto da conversa?

Preparação de uma farsa

Soube, por diversas fontes, que outras pessoas ligadas ao PT e ao governo foram procuradas e questionadas sobre suas relações comigo. Está evidente a preparação de uma farsa, incluindo recurso à ilegalidade, para novo ataque da revista contra minha honra e meus direitos.

Deixei o governo, não sou mais parlamentar. Sou cidadão brasileiro, militante político e dirigente partidário. Essas atribuições me concedem o dever e a legitimidade de receber companheiros e amigos, ocupem ou não cargos públicos, onde quer que seja, sem precisar dar satisfações à Veja acerca de minhas atividades. Essa revista notoriamente se transformou em um antro de práticas antidemocráticas, a serviço das forças conservadoras mais venais.

Confira abaixo as imagens do B.O. em detalhes; para ler os documentos em pdf clique nas imagens:



Image
Clique aqui para ler o pdf do documento



Image
clique aqui para ler o pdf do documento



Image
clique aqui para ler o documento

Aloysio pede prévias e põe Alckmin em xeque


Aloysio pede prévias e põe Alckmin em xequeFoto: MARCIO FERNANDES/AGÊNCIA ESTADO

Senador sempre foi o melhor interlocutor de José Serra, mas também dialoga com o governador Geraldo Alckmin; hoje, no interior, pediu prévias, o que significa que aceita ser candidato no processo; união só depende Alckmin


26 de Agosto de 2011 às 15:35
Marco Damiani_247 – O senador Aloysio Nunes Ferreira está pronto para resolver um ‘problemão’ para o PSDB. Ao propor a realização de prévias no partido para a escolha do candidato a prefeito de São Paulo em 2012, como declarou hoje pela manhã à Agência Estado, ele dá uma chance ao governador Geraldo Alckmin para lhe fazer eco. Se Alckmin topar, todos os pré-candidatos do partido seguirão atrás e, com isso, as chances dos tucanos saírem unidos para uma disputa decisiva aumentam sobremaneira. Melhor ainda, por um caminho diferente do PT, que parece aceitar uma pajelança do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e uma rápida exposição de pré-candidaturas à sua base para escolher, pela cúpula, quem será o seu concorrente. Isso se a senadora Marta Suplicy não desistir antes – ao 247 ela adiantou, semanas atrás, que vai “até o fim” -, o que tornaria o ministro Fernando Haddad, apadrinhado por Lula, uma pule de dez: de tão favorito, apenas devolveria a aposta.

Aloysio é, sem dúvida, o maior interlocutor de José Serra em São Paulo. E só está fazendo esse calculado movimento de, implicitamente, aceitar ser candidato, sem precisar declarar isso agora, porque está em sintonia com Serra. Ao mesmo tempo, porém, ele é capaz de ter um diálogo de bom nível com Alckmin, o que dependeria até menos dele, Aloysio, e mais de Alckmin. O governador já deu mostras, este ano, de que tem a sua própria tropa de choque partidária e, ao provocar uma diáspora entre os vereadores tucanos, enfeixou o controle do partido. Agora, ainda que procure outros assuntos e adie seu posicionamento, Alckmin pode até aceitar as prévias, e ainda assim trabalhar para outro candidato. Se, por outro lado, resolver aceitar o desafio feito por Aloysio, é até capaz de unificar os tucanos. Em resumo, com o movimento de Aloysio, o PSDB se aproximou mais da sua hora da verdade.

A seguir, notícia da Agência Estado veiculada às 11h17 de hoje:

O senador Aloysio Nunes Ferreira (PSDB-SP) defendeu hoje, em entrevista à Agência Estado, a realização de prévias no PSDB para definir a candidatura a prefeito de São Paulo nas eleições de 2012. "As prévias são uma boa forma de disputa e temos tempo para isso", disse o parlamentar. Ele se negou a comentar uma eventual pré-candidatura dele à sucessão do prefeito Gilberto Kassab (sem partido) e ratificou não ter interesse na disputa.


Ontem cedo, o próprio Kassab defendeu os nomes de Aloysio e do ex-governador José Serra (PSDB) como bons candidatos a prefeito de São Paulo. "Eu não quero mais falar sobre isso, o assunto está encerrado", disse hoje o senador, que está em Colina (SP) na inauguração de uma unidade produtora de etanol da Guarani S.A.

Persio Arida sugere acabar com o FGTS

                       
Persio Arida sugere acabar com o FGTS
 
Foto: VALÉRIA GONÇALVEZ/Agência Estado

 

Liderados por Pedro Malan e com FHC no timão, economistas tucanos se reúnem para começar a esboçar novo programa econômico do partido


26 de Agosto de 2011 às 16:09
247 - A turma do PSDB que entende de economia, e que também é muito boa no mundo dos negócios, reuniu-se ontem para discutir o futuro do Brasil, seus problemas e, principalmente, disparar alertas sobre os perigos presentes. Depois de muita conversa (fartamente exposta pelo jornal O Estado de S. Paulo), os ex-autoridades econômicas Pedro Malan, Gustavo Franco, Edmar Bacha, André Lara Resende e Pérsio Arida, liderados pelo ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, lançaram três propostas concretas.

Essas propostas poderiam ser aplicadas à economia real, caso o resultado das eleições de 2010 tivesse sido pró-Serra, o candidato tucano derrotado pela presidente Dilma Rousseff. Elas indicam o que seria dos brasileiros numa eventual vitória tucana nas eleições. Uma ampla defesa foi feita pelo economista Pérsio Arida, hoje poderoso sócio do banco de investimentos BTG Pactual. São elas, todas, de cunho neoliberal: mudar o sistema de administração do FGTS (Fundo de Garantia por Tempo de Serviço) e do FAT (Fundo de Amparo ao Trabalhador) e, também, alterar o sistema de remuneração da poupança.

Segundo Arida, o FGTS e o FAT deveriam ser administrados livremente pelo trabalhador. Nessa linha, obviamente, o patrão também teria liberdade para recolher o recurso de acordo com a escolha do trabalhador. É difícil imaginar, nesse cenário, algum trabalhador poupando recursos, em lugar de usar o dinheiro extra para consumo ou pagar contas. Hoje, o fundo é de “garantia” e não de investimento.

Em relação ao FAT, mesma linha neoliberal. Sobre isso, a discussão é antiga. É a seguinte: pelo sistema de cálculo da remuneração da poupança, o juro da Selic não pode cair muito, caso contrário, a caderneta vai pagar uma remuneração maior que outros tipos de aplicação. Essa é uma boa discussão, mas ainda está longe de ser necessária com a Selic acima de 12%.

O encontro dos tucanos que entendem de economia, muitos deles pais do Plano Real, não registrou nenhuma linha sobre distribuição de renda, nem investimentos sociais, muito menos programas de renda social.

Secretário de Justiça do DF na mira da Polícia Civil





Secretário de Justiça do DF na mira da Polícia Civil

 

Alírio Neto (PPS) foi acusado por Durval Barbosa de receber 40% da propina paga por empresas de informática; Secretaria de Justiça nega existência da investigação, mas procedimento foi aberto na Corregedoria

Brasília247 - O secretário de Justiça e Cidadania do governo do Distrito Federal, deputado distrital Alírio Neto (PPS), está sendo investigado pela Corregedoria da Polícia Civil, mas, segundo informações não oficiais, o inquérito 070 está parado por ordens superiores. Está na "geladeira", no jargão policial. Alírio Neto, que é delegado da Polícia Civil, foi acusado pelo também delegado Durval Barbosa de ter recebido propinas no governo de José Roberto Arruda.

Durval, que mediante delação premiada desencadeou a Operação Caixa de Pandora e o Inquérito 650, que tramita sigilosamente no Superior Tribunal de Justiça, prestou dois depoimentos a uma comissão de processo administrativo constituída pela Secretaria de Transparência e Controle do Distrito Federal.

Nos depoimentos, Durval Barbosa diz que existiam na Secretaria de Justiça, Direitos Humanos e Cidadania, chefiada por Alírio Neto no governo de Arruda e ainda sob seu comando, no governo atual, dois contratos na área de informática que rendiam 10% "a título de propina". O próprio Durval controlava a arrecadação do dinheiro e sua distribuição. Segundo ele, o policial aposentado Marcelo Toledo recolhia o dinheiro e 40% ficavam "para a Secretaria contratante", de Alírio. Os restantes 60% eram assim divididos: 40% para o então governador Arruda, 30% para o vice-governador Paulo Octávio, 10% para Maciel (presume-se que seja o secretário José Geraldo Maciel), 10% para o assessor de imprensa de Arruda, Omézio Pontes, e 10% "retido para despesas imediatas".

Alírio Neto, de acordo com o depoimento, recebia 40% "entregues em mão e em espécie por Marcelo Toledo ao próprio Alírio ou às pessoas por ele indicadas, como o policial Aguinaldo (talvez delegado) e na maioria das vezes ao policial, cujo nome não se recorda, conhecido pela alcunha de "Leãozinho".
O secretário de Transparência, Carlos Higino, disse que não encaminhou investigação contra Alírio à Secretaria de Segurança Pública, mas confirma que enviou, na íntegra, os depoimentos de Durval Barbosa à Polícia Civil. De acordo com Higino, os policiais civis são regulados por legislação específica. Por isso, só podem ser investigados dentro da própria instituição.

Secretaria nega investigação

A assessoria de imprensa da Secretaria de Justiça e Cidadania nega que o secretário Alírio Neto esteja sendo investigado pela Polícia Civil, ou que responda a algum processo. Segundo a assessoria, todas as acusações feitas por Durval Barbosa a Alírio são imprecisas e ele nunca foi notificado pela Justiça, nem pela Polícia Civil.
Alírio pode não ter sido not
ificado, porque a investigação estaria parada "por ordens superiores", mas seguramente sabe que há um procedimento aberto na Corregedoria da Polícia Civil, com o número 070. São investigados ele, o ex-diretor-geral Cléber Monteiro e dois agentes policiais, citados por Durval Barbosa em depoimentos.

Os depoimentos prestados por Durval Barbosa à comissão de processo administrativo da Secretaria de Transparência são bastante enfáticos e detalhados quanto à participação do secretário Alírio Neto, que é deputado distrital, no esquema de propinas que funcionou durante o governo de José Roberto Arruda.

Trecho literal: "Que com relação aos recursos advindos dos contratos da Polícia Civil Alírio administrava junto com Kleber (sic) Monteiro e "Leãozinho", fatos esses ditos pelo próprio Alírio ao Declarante". Cléber Monteiro era o diretor-geral da Polícia Civil, Leãozinho é um agente policial e o declarante é Durval.

Durval contou à comissão que certa vez, na residência oficial de Águas Claras, Alírio lhe pediu ajuda para "receber propina do contrato da empresa Dinâmica, de propriedade de Eliana Pedrosa, deputada distrital". Segundo o depoimento, tempos depois Durval recebeu Alírio em seu gabinete, "quando este mais uma vez cobrou providências em relação às faturas recebidas pela Dinâmica, dizendo ele (Alírio) que a empresa recebia 500 mil por mês e a mulher (Eliana Pedrosa) não se explicava, proferindo frases de forma jocosa".

Em outro trecho, Durval relata que, também em Águas Claras, Alírio lhe pediu que "cuidasse bem do projeto Afis" e perguntou como ficaria a situação de Cléber Monteiro, que estava ao seu lado. Diz Durval: "Que Alírio abraçou Cléber e falou tratar-se de um irmão e que todo dinheiro que pegava relacionado à Polícia Civil dividia irmamente com ele".

A comissão da Secretaria de Transparência que ouviu Durval é integrada pelos servidores Naice Landim Teixeirense Dematte, Gustavo Jorge Nogueira Veloso e Vadjô Salvino Sousa. Os depoimentos foram prestados nos dias 19 e 26 de abril, na Promotoria Pública do Paranoá.

O secretário da Transparência, Carlos Higino, disse que a comissão só deverá encerrar seus trabalhos no início de 2012. Cerca de 15 funcionários do GDF estão sendo processados por envolvimento no esquema que ficou conhecido como Caixa de Pandora. Todos têm direito de defesa e podem receber penas de advertência, suspensão e demissão do serviço público.

Gianecchini deixa hospital e agradece fãs

                           

Gianecchini deixa hospital e agradece fãs
 
Foto: EVELSON DE FREITAS/AGÊNCIA ESTADO

 

Após internação para tratamento contra um câncer linfático, ator recebeu alta nesta tarde

247 – O ator Reynaldo Gianecchini deixou o hospital Sírio Libanês, em São Paulo, na tarde desta sexta-feira, 26, pouco depois das 15 horas. Internado no início do mês para tratamento contra um câncer linfático, com quimioterapia, Gianecchini saiu da unidade pela porta da frente e foi aplaudido pelos fãs, que o aguardavam no local.

Visivelmente muito emocionado, o ator agradeceu pelo carinho de todos: “Estou muito forte e muito feliz com o carinho e amor que estou recebendo, as pessoas estão mandando muitos emails, estou com o coração cheio de felicidade e absolutamente encantado com os gestos de carinho que estou recebendo”, declarou o artista, à porta do hospital.

O ator foi diagnosticado no dia 10 de agosto com linfoma do tipo não-Hodgkin, um câncer que atinge os gânglios linfáticos. Aproximadamente dez dias depois, Gianecchini foi transferido para a UTI do hospital, após ter tido uma veia perfurada na instalação de um cateter. O ator chegou a apresentar coágulos de sangue retirados das pleuras e dos pulmões, mas a recuperação foi rápida e o quadro não evoluiu para infecções. Segundo um dos médicos responsáveis pelo tratamento, Raul Cutait, ele também reagiu bem aos medicamentos e à quimioterapia.

Aldo: "crises do governo são fruto de inexperiência"

 


 

Ao 247, deputado do PCdoB critica "voluntarismo do governo em comprar briga com o Congresso" e aponta como erros negociações do Código Florestal, definição do valor do salário mínimo e corte de emendas parlamentares


Evam Sena_247, Brasília – No sexto mandato de deputado federal, Aldo Rebelo (PCdoB-SP), que já foi presidente da Câmara (2005-2007) e ministro da articulação política do governo Lula, tem biografia para analisar o real estado da relação entre os partidos da base do governo, agravado com a sucessão de crises nos ministérios e a queda de quatro chefes do primeiro escalão.

Em entrevista ao 247, Aldo afirmou que tensão na base do governo existiu em todos os governos desde a redemocratização. “Eu não vejo nada que não seja superado pela política, pela capacidade do governo de administrar esses conflitos, fazendo as concessões que sejam razoáveis, mas, ao mesmo tempo, preservando a independência entre os poderes”, disse.

Sua declaração ganha forma, no entanto, quando enumera que concessões seriam essas e acaba apontando erros do governo federal, como nas negociações para votação do Código Florestal na Câmara, do qual era relator; na definição do valor do salário mínimo para 2011, R$ 545, e no corte de emendas parlamentares.

“Essas questões [indisposição com a base] são frutos da inexperiência e voluntarismo do governo de comprar briga desnecessária com o congresso e deixar de fazer conflitos quando são necessários”, opinou.

Para Aldo, a presidente Dilma Rousseff não “teve tantas condições de formar com os quadros que poderia escolher”, o que sinaliza uma grande influência do ex-presidente Lula e dos partidos da coalizão que a elegeu. O deputado aponta que o troca-troca nos ministérios não acabou. “A tendência é a presidenta ajustar o governo, trocar o ministro que não se adapte ao seu estilo, e recuperar um grau de governabilidade razoável para o resto do mandato”, disse.

O comunista acredita que a relação entre o Planalto e o Congresso melhorou depois da substituição da equipe de articulação política, com a entrada de Ideli Salvatti na Secretaria de Relações Institucionais e Gleisi Hoffmann na Casa-Civil. Embora acredite que os partidos governistas estão mais unidos quanto melhor for o desempenho da economia brasileira, Aldo não vê um cenário econômico de muitas dificuldades para o país.

TCU

Em disputa pela vaga da Câmara no TCU, aberta com a aposentadoria de Ubiratan Aguiar, Aldo se articula individualmente com deputados, já que quase todos os partidos têm candidato. Ele não confirma, mas além do PCdoB, ele conta com o apoio da bancada ruralista no DEM e PMDB, e de parte do PSDB.

Sua principal concorrente é a deputada Ana Arraes (PSB-PE), que tem dois grande cabos eleitorais: o seu filho, governador de Pernambuco, Eduardo Campos, próximo de Aldo; e o próprio ex-presidente Lula. “Não é uma eleição que pode ser definida a partir de um apoio ou manifestação”, cortou Aldo.

Ele negou que haja a tentativa de um acordo para que um dos dois deixe a disputa ou que a liderança do governo no Congresso esteja colocada como prêmio de consolação. “Essa notícia pode surgir por conta da grande proximidade que eu tenho com o governador de Pernambuco. Sobre a liderança do governo, eu não cogitei e nem cogito essa possibilidade, porque já era uma indicação do PMDB, e a tendência é que continue sendo”, disse.

Sob as vistas de Kassab, fraude de R$ 100 milhões


Sob as vistas de Kassab, fraude de R$ 100 milhões
 
Foto: NIELS ANDREAS/Agência Estado

 

 

Polícia prende quatro pessoas de quadrilha que forjava documentos para liberar construção de prédios; esquema já prejudicou cofres públicos em R$ 50 milhões e pode dobrar; edifícios são erguidos sem placas de identifação e até sem tapumes


Por Agência Estado   


Agência Estado
Quatro pessoas foram presas hoje acusadas de fraudar a Prefeitura de São Paulo em mais de R$ 3 milhões. As prisões ocorreram durante uma operação da Delegacia de Combate a Crimes Contra Administração Pública e o Ministério Público do Estado, por meio do Grupo de Atuação Especial de Combate às Organizações Criminosas e de Investigações Criminais (Gaeco).

Segundo a Secretaria de Segurança Pública (SSP), a operação visava desarticular uma organização formada por empreiteiras, engenheiros, arquitetos, advogados e despachantes que falsificavam guias de recolhimento, normalmente preenchidas por empreiteiras quando constroem prédios de altura superior à autorizada pelo Plano Diretor Municipal.

Durante o cumprimento de mandados de busca em onze locais, incluindo o interior do Estado de São Paulo, foram apreendidas guias falsificadas que simulavam o recolhimento de até R$ 3,2 milhões aos cofres municipais.

Acredita-se que o esquema de fraudes possa atingir um valor em impostos não recolhidos entre R$ 50 milhões e R$ 100 milhões. Nos últimos tempos, ao mesmo tempo em que as construções de edifícios se multiplicaram em São Paulo, os canteiros de obras também ficaram mais precários. Dezenas deles não têm sequer uma placa de identificação com as informações mínimas a respeito da obra.

Igualmente muitas construções nem tem tapumes para proteger os cidadãos que passam pelas calçadas. Dezenas de construtoras podem estar envolvidas, além de profissionais como engenheiros, arquitetos e, claro, autoridades municipais, como fiscais e subprefeitos. Até agora (16h40), não se conhece manifestação a respeito de Gilberto Kassab.

De acordo com a corregedoria, as fraudes começaram em 1994, durante as obras de um prédio luxuoso na Avenida Brigadeiro Faria Lima. No esquema, os despachantes atuavam como intermediários. O grupo retirava as guias da prefeitura e as apresentava a responsáveis por construtoras.

Durante as negociações, era combinado um valor menor do que o que deveria ser pago aos cofres públicos. Com a guia preenchida, os criminosos alegavam possuir títulos da dívida pública da prefeitura, que, na realidade não existia. Desta forma, o valor pago pela guia era reduzido consideravelmente. Depois, o despachante contratado preenchia um carimbo falso para autenticar os títulos.

A Corregedoria iniciou a investigação em junho deste ano, após a vice-prefeita, Alda Marco Antônio, estudar uma denúncia de que uma guia no valor de R$ 586.266,15, usada inicialmente na construção de um prédio luxuoso no Tatuapé, era falsa. O documento da guia havia sido emitido pela Secretaria Municipal de Habitação em novembro de 2010, com comprovante do suposto pagamento feito pela empresa Marcanni Construtora e Incorporadora Ltda.

Golpe de Estado nos Estados Unidos



Já se escreveu muito sobre a crise dos Estados Unidos.

Aludiu-se à complacência e ao fracasso de nossas elites, à ignorante fúria de um segmento de cidadãos espiritualmente plebeus, à importância intelectual e política de boa parte do resto, à ausência de uma conexão entre uma intelligentsia crítica e os movimentos sociais que no passado deram suas ideias à esfera pública, à fragilização da própria esfera pública e à consequente atomização do país. Esses diagnósticos são corretos. O que às vezes se passa por alto em nossa situação é o fator propósito: a democracia norte-americana sofreu um golpe de Estado encoberto. Seus autores ocupam os postos mais altos dos negócios e das finanças, seus leais servidores dirigem as universidades, os meios de comunicação e grande parte da cultura, e igualmente monopolizam o conhecimento profissional científico e técnico.


Seus dispostos seguidores se encontram em toda parte, especialmente entre aqueles que sentem que são ignorados, inclusive desprezados, e experimentam uma desesperada necessidade de compensação íntima. Incapazes de atuar de forma autônoma, negam em voz alta que sejam dominados e explorados. Identificam como inimigos os grupos sociais a serviço do bem público, cuja existência rechaçam como princípio. Sua hostilidade ao governo é tão grande quanto sua falta de conhecimento de como este realmente funciona, ou a história de seu próprio país.

Evidentemente, há uma substancial coincidência entre aqueles que deram sua aquiescência ao golpe de Estado e os muitos que pretendem a recristianização do país, que acreditam que o aborto e a homossexualidade são ao mesmo tempo crimes civis e pecados religiosos, que respondem à imigração com xenofobia. Esses são os brancos, principalmente no sul e no oeste, e nas cidades menores, que ficaram escandalizados pela eleição de um presidente afro-americano e que se criaram (e ainda se criam) muitas das falsidades sobre sua pessoa, desde o seu nascimento no Quênia até sua adesão ao islamismo.

Os iniciadores do golpe de Estado são, geralmente, muito sofisticados para essas vulgaridades, embora indubitavelmente não sejam muito escrupulosos na hora de utilizá-las para conseguir o apoio para os seus objetivos primários. Que não são outros senão reduzir as funções e poderes redistributivos e reguladores do Estado norte-americano, revogando, privatizando ou, ao menos, limitando importantes componentes do nosso Estado de bem-estar: Seguridade Social (pensões universais), Medicare (seguro público de saúde para os maiores de 65) e todo um espectro de benefícios e serviços nos campos da educação, emprego, saúde e na manutenção de ingressos. A possibilidade de uma regulação ambiental em grande escala, ou de um projeto para reconstruir toda a infra-estrutura de modo que seja mais compatível com um futuro benévolo com o meio ambiente, provoca igualmente sua sistemática oposição. Os obstáculos administrativos e legais à atividade sindical são outra parte do programa.



Os esforços do capital politicamente organizado para manter o controle do sistema político são tão velhos quanto a república norte-americana. De modo algum excluíram a utilização do governo em muitas ocasiões em todas as épocas da nossa história. O que distingue a recente situação é a propagação explícita e resoluta de uma ideologia que declara o mercado como superior ao Estado, que busca transferir para o setor privado funções governamentais até agora reservadas ao Estado, e que não permite que a consideração de um maior interesse nacional (como no comércio com outros países) interfira nos interesses imediatos do capital.

A obra de inumeráveis economistas, as simplificações de um grande número de comentaristas e jornalistas, a intromissão nos sistemas escolares e sua manipulação, e, sobretudo, o fato de que os meios de comunicação e o que temos de discurso público fiquem excluídos da discussão séria de alternativas, culminaram na fervorosa obsessão com que os congressistas republicanos fizeram sua a crença de que os déficits orçamentários são uma ameaça para o país.

Em 1952, John Kenneth Galbraith publicou sua primeira obra-prima Capitalismo americano: o conceito do poder compensatório (Novo Século Editora). Nela sustentava que a busca do benefício sem limite, a cegueira de curto prazo do capitalismo, havia sido corrigida pelo governo, apoiado por uma cidadania consciente de seus diferentes interesses, por grupos de interesse público, por sindicatos e por um Congresso (e governos estatais) com um grau notável de independência política.

Em 1961, Galbraith pediu ao presidente Kennedy que não o nomeasse chefe do Conselho de Assessores Econômicos: era um alvo muito visível. Durante alguns anos o ponto de vista de Galbraith seguiu sendo convincente. No entanto, também foi se produzindo um gradual enfraquecimento das forças compensatórias com as quais Galbraith contava para tornar permanente o New Deal; e um enfraquecimento, assim mesmo, das elites capitalistas com maior formação e visão de longo prazo, dispostas a aceitar um contrato social.

As razões deste duplo declive seguem sendo objeto de discussão para os historiadores. A absorção dos recursos materiais e morais do país pela Guerra Fria, que se converteu em um fim em si mesma, desempenhou certamente um papel. Tornou-se muito mais difícil desenvolver programas de reconstrução social em grande escala pela composição racial dos pobres nos Estados Unidos, embora os brancos – de modo geral, brancos do sul – fossem uma maioria entre eles. A própria prosperidade proporcionada pelo contrato social do pós-guerra socavou a combatividade e a militância da força de trabalho sindicalizada, que ficou relativamente indefesa diante da competição da indústria estrangeira e da fuga do capital norte-americano para outros países.

Os efeitos que essas mudanças estruturais tiveram foram magnificados a medida que o capital financeiro (o reino da pilhagem e a liquidação de empresas produtivas, dos derivados, dos hedge funds e da especulação arcana) se fez quantitativa e qualitativamente dominante.

Este tipo de capitalismo, especialmente, requeria a abstinência política do Estado, que somente se poderia obter se pouco a pouco se comprasse o Estado. O novo capitalismo fez sérios avanços no Partido Democrata, reduzindo a uma insistente atitude defensiva os herdeiros do New Deal que havia em seu interior. Quando, em 2008, o presidente Obama mobilizou milhões de afro-americanos, latinos, jovens e velhos, mulheres e os restos do movimento sindical, não foi menos solícito com o novo capitalismo, que tinha muito menos votos, mas muito mais dinheiro. A singular insignificância das iniciativas da Casa Branca em 2009, 2010 e este ano em matéria de estímulo econômico, emprego e reconstrução nacional poderiam ser explicadas como um reflexo do real equilíbrio de forças políticas do país.

Deixando de lado o furor provocado pelo Tea Party e pelo limite da dívida, a explicação também poderia estar nessa quinta coluna constituída pelos agentes ideológicos e políticos do novo capitalismo, que está ocupando a própria Casa Branca. Deste ponto de vista, a extraordinária boa disposição do presidente ao acordo mútuo não é o resultado de um novo alinhamento da política norte-americana, mas uma parte previsível do mesmo.

(*) Norman Birnbaum é professor emérito na Faculdade de Direito da Universidade de Georgetown. Publicado em português na página do IHU Online/Unisinos e traduzido pelo Cepat. Reproduzido na Carta Maior.

PT e Farc: até os EUA duvidaram de denúncia da Veja



"Reportagem" não convenceu nem a embaixada americana

Wikileaks: Para EUA, Veja fabricou proximidade do PT com as FARC por objetivos políticos
Por Thaís Romanelli, do Opera Mundi

No dia 16 de março de 2005, a revista semanal Veja publicou a matéria “Os Tentáculos das FARC no Brasil”, em que detalhava uma possível relação entre membros do PT (Partido dos Trabalhadores) com a guerrilha colombiana. O caso, porém, foi relatado pela embaixada dos Estados Unidos em Brasília como um exagero, além de uma tentativa de “manobra política”. O documento da embaixada com o relato foi divulgado pelo Wikileaks.

Segundo a matéria, candidatos petistas teriam recebido 5 milhões de dólares da guerrilha durante uma reunião no ano de 2002, em uma fazenda próxima a Brasília. Na ocasião, membros do PT teriam se encontrado com o representante da organização colombiana no país, Francisco Antonio Cadenas, e acertado os detalhes. O objetivo seria financiar a campanha de reeleição do ex-presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva (2003-2010).

O partido, porém, negou as acusações e a Veja não conseguiu provas documentais sobre a transferência de dinheiro.

Para embaixada norte-americana, a revista “exagerou o real nível das relações entre as FARC (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia) e o PT”, segundo o documento datado de março de 2005. Isso porque, após as acusações, membros da Abin (Agência Brasileira de Inteligência) em Brasília, que de acordo com a revista, estavam infiltrados no encontro, não obtiveram provas concretas sobre o recebimento de dinheiro.

Citado pela embaixada norte-americana, o general Jorge Armando Felix, ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional da Abin e que acompanhou a investigação, afirmou que os documentos internos da agência citados pela Veja como provas foram “forjados”, já que não estavam nas formatações da agência.

“O que foi publicado é uma mistura de meias verdades e meias mentiras. Nós não temos qualquer documento oficial que prove que o encontro ocorreu”, afirmou o delegado e chefe da Abin, Mauro Marcelo, também citado no despacho.

No documento, fica explícito o estranhamento do embaixador norte-americano em relação a demora de três anos para divulgação do possível financiamento. “A história mais parece uma manobra política. O que é incontestável é que os membros do PT e representantes das FARC estiveram juntos em um encontro, mas não há provas de colaboração financeira”, disse.

Para ele, o que deveria ser uma denúncia importante tornou-se uma ferramenta arquitetada pela Veja para minar a candidatura de Lula ao segundo mandato. “Enquanto os opositores e a outros veículos de comunicação estão notavelmente desinteressados em prosseguir com as acusações e investigações, parece que a Veja está exagerando os fatos”, conclui o embaixador.

Gurgel recebe denúncia

Pereira: só falta o Gurgel brindeirar
Saiu no UOL:

Futuro de Ricardo Teixeira será decidido na Procuradoria Geral da República


Roberto Pereira de Souza

Em São Paulo


O Procurador Geral da República, Roberto Gurgel, tem uma importante missão pela frente: ler e analisar uma representação criminal contra o presidente da CBF, Ricardo Teixeira, que também preside o Comitê Organizador da Copa-2014. O pedido de investigação foi assinado por Marcos Pereira, dirigente do Partido Republicano Brasileiro (PRB) e professor de Direito Penal. Se a investigação for aberta, o processo por corrupção na Fifa que cita João Havelange e Ricardo Teixeira pode ser enviado ao Brasil, para ajudar nas apurações.


Faz mais de 40 dias que o pedido foi protocolado com número 004689/11 na PGR, do Distrito Federal. Gurgel decidirá se as alegações de Marcos Pereira são consistentes e, em caso positivo, deverá encaminhar a investigação para o Ministério Público do Rio de Janeiro, sede da CBF e da residência de Teixeira.


Fontes ligadas à PGR argumentam que o caso deve ser encaminhado ao Rio de Janeiro e os procuradores regionais decidiriam pela abertura de uma investigação ou pelo arquivamento. “Tudo depende da solidez da denúncia e das provas juntadas”, explicou um assistente da PGR.


O pior dilema para Teixeira, que vive uma espécie de inferno astral nesses três anos que restam até a Copa-2014, é a possibilidade de o Ministério Público Federal pedir à Justiça Suíça documentos que comprovariam o recebimento de suborno tanto do presidente da CBF quanto de seu ex-sogro e fonte inspiradora, João Havelange.


Essa documentação que trata de corrupção no futebol mundial colocou a Fifa nas páginas policiais e gerou um documentário produzido pelo escritor e jornalista Andrew Jennings, para a rede BBC, de Londres. O material de Jennings foi republicado no Brasil e a rede Record acabou produzindo uma série com todas as denúncias contra Ricardo Teixeira e suas empresas.


No ultimo dia 13, o Jornal Nacional também levou ao ar uma reportagem sobre mais uma investigação policial contra Teixeira. Trata-se de um pagamento efetuado a uma empresa recém-formada por serviços prestados ao Governo de Brasília, antes de o governador José Roberto Arruda ser cassado. O serviço seria o apoio à seleção brasileia em um amistoso contra Portugal, em 2008. A empresa recebeu R$ 9 milhões e o caso levou policiais de Brasília ao Rio de Janeiro para uma operação de busca e apreensão na sede da suposta empresa de marketing, a Ailian to Marketing.


Diante de tudo isso, Marcos Pereira, presidente do PRB, pede que o MPF investigue Teixeira a partir de informações divulgadas pela imprensa.


A principal denúncia contra o presidente da Confederação Brasileira de Futebol está sendo julgada pela Justiça da Suíça. Em seu recente documentário levado ao ar pela BBC, o jornalista e escritor Andrew Jennings menciona textualmente os nomes de Ricardo Teixeira e de João Havelange como sendo de dois dos réus em corrupção e suborno em operações da Fifa, na negociação de direitos de transmissão de jogos e acertos comerciais com patrocinadores de Copas de Mundo.


Segundo Jennings, Ricardo Teixeira e Havelange teriam feito um acordo com a Justiça Suíça para devolver cerca de US$ 9 milhões, dinheiro recebido em operações ilegais.


Denúncias históricas


Entre as empresas operadas por Teixeira, aparece a Sanud, com sede no paraíso fiscal Principado de Liechtenstein. Com letras invertidas, o nome também significa Dunas. Esta empresa aparece na lista de propinas divulgada pela Justiça da Suíça. A lista de empresas beneficiadas por suborno e caixa 2 trazem nomes como Beleza, Wando e Sicuretta. Suspeita-se que os operadores dessas contas bancárias sejam brasileiros, devido à grafia em Português e Italiano.


A suspeita sobre movimentação financeira da Sanud tem mais de uma década. O Senado brasileiro rastreou cuidadosamente as operações bancárias dessa empresa de Ricardo Teixeira no final da década de 90, durante a CPI do Futebol.


Para trazer dinheiro na forma de empréstimo, a Sanud (ou Dunas) entrou como sócia da empresa brasileira R.L.J Participações formada pelos seguintes sócios: Lúcia Havelange Teixeira, com 24,99%; Ricardo Teixeira (representante legal) aparecia com 25,01% e a Sanud tinha 50,0% das cotas.


As suspeitas sobre os contratos entre a CBF e a Fifa também são antigas. Entre 98 e 2000, por exemplo, a CBF contraiu empréstimos no Exterior no valor de US$ 36 milhões para “resolver problemas de caixa”, segundo explicou Ricardo Teixeira, em depoimento à CPI do Futebol, no Senado.


Os empréstimos foram contraídos junto ao Delta National Bank, criado no Exterior por banqueiros brasileiros bastante conhecidos. Outros grupos financeiros também emprestaram dinheiro à CBF, tendo Teixeira como avalista: o Trust Company de Nova York e Trust Company Grand Cayman, do paraíso fiscal de Ilhas Cayman.


“A CPI pôde fazer uma análise das contas da CBF de 1995 a 2000; dessa investigação resultou a conclusão de que a CBF vem sendo administrada de forma, no mínimo negligente”, afirmou o senador Geraldo Althoff, relator da comissão. Ricardo Teixeira fez de tudo para explicar que sua contabilidade era confiável.


Para se defender, Teixeira contou como tudo aconteceu:


“A CBF tinha conta no Banco Real e a diretores do banco me ajudaram com esse empréstimo no Exterior, usando o banco que eles tinham montado, o Delta”, revelou o cartola em seu depoimento.


O volume 2 da CPI mostra as operações em detalhes. O relator do documento ficou impressionado com dois fatos envolvendo os empréstimos: 1) a taxa de juros contra a CBF foi de 53% ao ano, quando o mercado operava com taxas nunca superiores a 7%/ano; 2) o avalista de todos os empréstimo era o próprio Ricardo Teixeira.


Em dois anos e meio, a CBF pagou cerca de US$ 11 milhões de juros de empréstimos (a 53% ao ano) , multas e desvalorização cambial. “Fatos como esses estão comprometendo seriamente a estrutura operacional da CBF para os anos seguintes”, escreveu o senador Geraldo Althoff.


Quando pressionado pelos membros da CPI do Futebol, sobre o volume de empréstimos contraídos no Exterior, Ricardo Teixeira foi bastante simples: “faço a mesma coisa que o Dr. Havelange fazia quando estava à frente da Confederação Brasileira de Desportos (CBD), sendo avalista de empréstimos em nome da entidade”, disse.


Havelange e Teixeira jamais se pronunciaram sobre o processo na Justiça da Suíça. Se a Procuradoria da República abrir uma investigação contra Teixeira, a papelada será pedida judicialmente pelos procuradores brasileiros à corte europeia. “Seria um procedimento normal, nesse tipo de apuração”, explicou um procurador da República, sob a condição de anonimato.

Carta Maior – Política – Uma decisão do STF que trocou seis por meia dúzia

 


 

O Supremo Tribunal Federal conseguiu provar, com sua decisão sobre a fidelidade partidária, que a história política não se constrói por decretos. O STF segurou as migrações partidárias nos últimos quatro anos, mas foi incapaz de resolver um problema estrutural da direita brasileira: com poucos vínculos ideológicos com o eleitor e sustentada em políticas de clientela, esse segmento ideológico não tem fôlego para sobreviver na oposição por muito tempo. A ilustrada decisão não mudou em nada o quadro: os partidos de esquerda mantêm uma lealdade relativa de seus eleitos; os de direita acumulam defecções. O artigo é de Maria Inês Nassif.


Maria Inês Nassif


Impregnado da ideia conservadora de que o mercado deve ser regulado o mínimo, porque é movido pela racionalidade do lucro, e de que a política, destituída de racionalidade e de bons propósitos, precisa de intervenções constantes que inibam a ação de interesses individuais e malfeitos coletivos, o senso comum brasileiro tende a apoiar as interferências constantes da Justiça nas regras eleitorais e a clamar por mais restrições legais à vida partidária.


A história da democracia recente do país, todavia, é a prova cabal de que são no mínimo discutíveis os efeitos de uma legislação draconiana, no que se refere a partidos politicos; e que o direito divino autoassumido pelo Supremo Tribunal Federal de regular coisas “mundanas e sujas”, como o voto e os políticos, independentemente do que dizem as leis, é incapaz de resolver, por decreto, as limitações de um sistema partidário jovem, porém fundado em práticas tradicionais. Em suma, não existe lei partidária que mude, por si, uma realidade histórica.


Um exemplo de como são estéreis regras rígidas em um quadro partidário pouco maduro é o debate sobre a fidelidade partidária. No julgamento da consulta do antigo PFL (hoje DEM), sobre se o mandato parlamentar pertence ao eleito ou ao partido, o relator, ministro Gilmar Mendes, teceu considerações sobre um sistema que é, no seu entender, intrinsicamente corrupto, e em socorro do qual uma decisão favorável à fidelidade partidária – independente de o instituto estar claramente definido por lei – viria a atuar de forma favorável. A decisão do Supremo segurou as migrações partidárias nos últimos quatro anos, mas foi incapaz de resolver um problema estrutural da direita brasileira: com poucos vínculos ideológicos com o eleitor e sustentada em políticas de clientela, esse segmento ideológico não tem fôlego para sobreviver na oposição por muito tempo. Os dois mandatos do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (2003-2010) foi mais do que quadros do DEM poderiam suportar na oposição.


Em vez de uma migração partidária média de 30% que tradicionalmente ocorria entre a eleição e a posse dos deputados federais desde 1982, segundo cálculo do cientista politico Carlos Ranulfo de Melo (Retirando as cadeiras do lugar: migração partidária, 1985-1998), e que era fracionada entre diversos partidos, a porteira fechada pelo STF em 2007 resultou na formação de um novo partido, o PSD, e no total destroçamento do ex-PFL, aquele que pediu a Gilmar Mendes para colocar grades nas agremiações partidárias. O PSD não vai se beneficiar da média histórica de defecções anterior à decisão do Supremo, mas o prefeito Gilberto Kassab, que inventou a história do novo partido, atirou no que viu e pegou no que não viu.


A legislação partidária prevê como exceções à regra da fidelidade a fusão ou incorporação de um partido a outro (os incomodados com o processo podem tomar o rumo que desejar) ou a formação de um novo partido. A criação de uma legenda é o máximo da liberalidade permitida na lei endurecida pela ação do STF: sai de qualquer partido quem quer participar da fundação do novo. Isso Kassab viu. O que não viu é que o chamado “partido-bonde”, teoricamente constituído para permitir as defecções partidárias, poderia tornar-se, de fato, partido político – não apenas governista, mas com poder de barganha maior do que os pequenos partidos de direita, aliados de primeira hora mas com pouca bancada, e com parlamentares excessivamente despreocupados da repercussão de seus atos como participantes do governo.


O PSD se configura, hoje, como a única porta de saída para políticos marcados para morrer nas próximas eleições, ou por falta de espaço em seus partidos, ou por impossibilidade de manter a fidelidade de eleitores fora do governo. O prefeito Gilberto Kassab, sem querer, conseguiu ser o catalisador das dificuldades políticas impostas aos parlamentares abrigados no DEM e no PPS, que amargam oito anos na oposição, e dos pequenos partidos de direita, que estão no governo mas terão maior poder de barganha se se juntarem ao novo partido. A necessidade vai transformar um “partido-ônibus” numa legenda de fato. O PSD tem potencial para ser a terceira bancada na Câmara e ganha poder de fogo não apenas por apoiar o governo, mas por enfraquecer drasticamente a oposição.


Segundo um integrante do novo partido, o DEM deve perder de 11 a 13 parlamentares de uma bancada de 43 deputados federais (vai ser maior do que um PDT e menor do que um PSB). Ainda na oposição, o PPS, antigo Partidão, perde proporcionalmente mais bancada do que qualquer um para Kassab: 4 deputados em 12, ou seja, um terço dos eleitos em 2010 – uma defecção que não desmente a regra de que os partidos de direita são menos coesos, já que o ex-PC rumou fortemente para o conservadorismo, acompanhando a guinada do grupo tucano de José Serra.


Na bancada governista, perdem massa parlamentar os pequenos partidos com os quais o governo Dilma Rousseff vem acumulando problemas, como o PR e o PP. Por razões estratégicas – até para não inviabilizar coligações nas eleições municipais -, o PSDB foi poupado. O partido kassabista pode ganhar uma bancada federal com dois deputados a mais do que o PSDB e 12 a mais do que a bancada do DEM. Na sua frente, permanecem o PT e o PMDB.


A ilustrada decisão do STF não mudou em nada o quadro: os partidos de esquerda mantêm uma lealdade relativa de seus eleitos; os de direita acumulam defecções. Quando Luiz Inácio Lula da Silva conquistou o seu primeiro mandato de presidente, em 2002, com o apoio apenas de partidos de esquerda e pequenos partidos de direita, as legendas que apoiaram seu adversário tucano, José Serra, perderam deputados como se perde agulhas: entre a eleição e a posse, o PMDB passou de 75 para 69; o PSDB, de 70 para 63 federais; o PFL, de 84 para 75. O PPS, que era da base de apoio de Lula naquela eleição, engordou 6 deputados: sua bancada passou de 15 para 21 parlamentares. O PTB, governista sempre, aumentou sua bancada de 26 para 41 às custas das bancadas dos partidos derrotados no segundo turno das eleições presidenciais.


O Supremo Tribunal Federal (STF) conseguiu provar, com sua decisão sobre a fidelidade partidária, que a história política não se constrói por decretos. Um avanço mais significativo na distribuição de renda pode ser muito mais efetivo para a modernização política do país do que uma canetada da Suprema Corte.

Suplicy, quixotesco, faz carta a Lula: 'sou o melhor'

                           

Suplicy, quixotesco, faz carta a Lula: 'sou o melhor'
 
Foto: José Cruz/ABr/Agência Brasil

 

 

Senador reclamou de ter sido excluído de beija mão ao ex; “quatro candidatos do PT a prefeito foram recebidos por você, mas você está consciente de que há cinco candidatos, inclusive eu"; ele lembrou ser o campeão de votos do PT em São Paulo; abra a porta, Lula, um cavaleiro errante pena sob o sol!



Por Agência Estado


Colocado de escanteio pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o senador Eduardo Suplicy (PT-SP) enviou uma carta para Lula reclamando por não ter sido convidado para a reunião com os pré-candidatos do PT à Prefeitura de São Paulo, na segunda-feira. Na mensagem de duas folhas, disparada por e-mail com o timbre do Senado, Suplicy diz que seus eleitores perguntam por que Lula não quer conversar com ele.


"Na última segunda-feira, quatro dos cinco pré-candidatos do PT a prefeito de São Paulo foram recebidos por você", escreveu o senador, numa referência ao ministro da Educação, Fernando Haddad, à senadora Marta Suplicy - sua ex-mulher - e aos deputados Carlos Zarattini e Jilmar Tatto. Em tom magoado, Suplicy prosseguiu: "Você está consciente que há cinco pré-candidatos, inclusive eu, que fomos convidados a dialogar com todos os filiados (...)."


Padrinho da pré-candidatura de Haddad, Lula chamou para um tête-à-tête os postulantes petistas à cadeira de Gilberto Kassab (PSD), há quatro dias, na tentativa de criar um clima de cordialidade e não parecer que estava impondo um nome. Para afagar Marta, de quem espera a desistência do páreo, o ex-presidente disse que ela era "fundamental" para o governo no Senado.


Em mais de um trecho da carta a Lula, no entanto, Suplicy não escondeu a indignação por não ter chamado para aquele encontro. Lembrou sua história de "colaboração leal" ao PT desde 1980, ano da fundação do partido, e bateu na tecla de que "naturalmente" seus eleitores estranharam a falta do convite. "Por alguma razão não explicada a mim, (você) preferiu não me convidar para dialogar, muito embora saiba que, de todos os nomes do PT ao longo dos nossos 31 anos, o que teve maior proporção de votos, no município de São Paulo, na última eleição para o Senado (...) tenha sido eu, com 51,37% dos votos", insistiu o senador, em alusão à disputa de 2006.


Suplicy enviou o e-mail ao ex-presidente no dia em que fez uma palestra na Universidade de Direito de Buenos Aires sobre seu tema preferido: renda básica de cidadania. Ele reclamou por não conseguir agendar uma visita ao ex-presidente nem mesmo para conversar sobre a experiência do programa de transferência de renda na África.


No último parágrafo, o senador defendeu, mais uma vez, a eleição direta no PT, com voto dos filiados, para a escolha do candidato à Prefeitura. Embora diga publicamente não ver problema nisso, Lula trabalha nos bastidores para evitar a disputa interna, sob o argumento de que esse embate mais atrapalha do que ajuda. Antes de se despedir com um "abraço sempre amigo", Suplicy garantiu, na carta a Lula, que apoiará "com entusiasmo" quem for o candidato do PT à sucessão de Kassab.