quarta-feira, 6 de julho de 2011

Os EUA têm de pôr fim à guerra ilegal contra a Líbia

 



6/7/2011, Dennis Kucinich, Guardian, UK
Traduzido pelo pessoal da Vila Vudu

Dennis Kucinich é deputado pelo Partido Democrata dos EUA, representante do 10º distrito eleitoral de Ohio. Está no oitavo mandato.

Dennis Kucinich
Essa semana, apresento projeto de lei ao Congresso dos EUA, que porá fim ao envolvimento militar dos EUA na Líbia, pelas seguintes razões:

Primeiro, porque a guerra contra a Líbia é ilegal pelos termos da Constituição dos EUA e de nossa lei “War Powers Act”, porque só o Congresso dos EUA tem competência para declarar guerra e o presidente não conseguiu demonstrar que a Líbia representasse qualquer risco iminente aos EUA. O presidente ignorou inclusive a opinião de seus principais conselheiros legais no Pentágono e o Departamento de Justiça, que lhe demonstraram que a aprovação pelo Congresso era indispensável antes de os EUA bombardearem a Líbia.

Segundo, porque a guerra chegou a um impasse. Não é guerra que possa ser vencida, sem que a Líbia seja ocupada por terra por soldados da OTAN, o que configurará invasão da Líbia.

Toda a operação foi terrivelmente mal pensada desde o início. A OTAN apóia uma oposição baseada em Benghazi (cidade localizada no nordeste do país, região rica em petróleo), mas não há nenhuma prova de que aquela oposição tenha o apoio da maioria dos líbios.

O grupo de oposição Frente Nacional para a Salvação da Líbia (e que se suspeita que tenha sido apoiado pela CIA nos anos 1980), jamais teria iniciado uma guerra civil contra um governo líbio que sabia que jamais poderia derrotar, se não contasse com o apoio de massiva campanha aérea da OTAN e, agora, dado que isso não bastou, espera contar soldados da OTAN que invadam o país, por terra.

As ações levianas daquela oposição, encorajadas por interesses políticos, militares e da inteligência ocidentais, criaram a grave crise humanitária que, então, passou a ser usada como justificativa para a campanha de guerra da OTAN, contra a Líbia.

Terceiro, os EUA não têm dinheiro para sustentar aquela guerra. O custo da missão, para os EUA, deverá, em breve, superar a casa do 1 bilhão de dólares – e dentro do país enfrentamos cortes brutais nos serviços públicos devidos aos cidadãos norte-americanos.

Não surpreende que a maioria dos Republicanos, Democratas e independentes dessa Casa tenham a mesma opinião: que os EUA não podem continuar envolvidos na guerra da Líbia.

Essa guerra tem destino trágico. Invadir a Líbia seria completar o desastre. A OTAN já está fora de controle e serve-se de uma Resolução da ONU que visaria a proteger civis, como frágil pretexto para prosseguir em missão não autorizada de derrubada de um governo mediante emprego massivo de violência.

Numa palavra, o comandante da OTAN deve ser responsabilizado por inúmeras violações da lei internacional. Na tentativa injustificável de manter a guerra civil, a França, que é membro da OTAN, e o Qatar, aliado da coalizão, já admitiram que enviaram armas à Líbia – o que configura confessada violação do embargo de armas, que a ONU impôs àquele país.

No final, a principal vítima desse jogo entre nações será a legitimidade da ONU, de suas resoluções e mandados, e a lei internacional. Essa situação é insustentável. A proibição de que se forneçam armas à Líbia tem de ser aplicada, não desrespeitada pelos países membros da OTAN.

O apoio ilegal e contraproducente dos EUA a essas ações militares deve cessar imediatamente.

O Congresso dos EUA tem o dever de cortar todos os fundos que sustentam essa guerra, porque não há solução militar possível na Líbia. É indispensável iniciar negociações sérias em busca de uma solução política que ponha fim à violência e crie ambiente favorável para negociações de paz que visem a apoiar as aspirações legítimas e democráticas do povo. Uma solução política só será viável quando a oposição líbia entender que pôr e tirar governos do poder é privilégio do povo líbio, não da OTAN.

Mais Um

 


A queda do ministro dos transportes revela que não há mais disposição entre os formadores de opinião (tradicionais ou alternativos) de tolerar esta cultura, tão enraizada em nossa sociedade, que faz o ocupante de cargo público achar que tem direito de trabalhar em proveito próprio. O espírito republicano exige que tenhamos com o bem público um compromisso que vai além dos nossos interesses particulares e quase sempre tão vis e mesquinhos.

Quando digo que é algo enraizado, tenho exemplos. No condomínio em que moro, o síndico decidiu deixar o cargo, depois de cinco anos no poder. Ninguém queria assumir a bucha. Um aposentado recém chegado aceitou e foi eleito por aclamação. Aos poucos os problemas começaram. Numa das reuniões ele chegou a ser confrontado, mas os estatutos... Ah os estatutos...

Quando surge uma denúncia contra um servidor público é comum que ele tente desqualificar o acusador. Claro que quem o acusa tem interesses na denúncia. Age quase sempre movido ou por vingança, ou por um sentimento de justiça que de nobre tem apenas a luta partidária pelo poder. A ética, a moral e o interesse público servem apenas para edulcorar o discurso.

Os jornalistas sabem disso tudo, mas raramente relativizam os interesses em jogo. É que aqui o que importa são as ambições profissionais: o furo, a relevância, a projeção pessoal. É claro que as denúncias envolvendo a pasta dos transportes partiram dos que tiveram seus interesses contariados anteriormente. Ora, se antes foi um partidário do PT que caiu, agora, faz todo o sentido que ele seja da base aliada, preferencialmente de uma legenda de aluguel.

Com isso, as crises se sucedem e, ao se sucederem, vão abrindo espaço para que os verdadeiros servidores públicos imponham seus metodos de gestão e controle, o que para nós, apesar da aura de aparente descontrole é muito bom. Cá entre nós, a Dilma tá adorando esse negócio.
 
Extraido do blog de Marco Aurellio Melo
 
http://maureliomello.blogspot.com/2011/07/mais-um.html

Os bastidores da queda do ministro

 

Presidente Dilma Rousseff tomou a decisão de demitir Alfredo Nascimento depois de saber que ISTOÉ traria reportagem mostrando como o dinheiro do Ministério dos Transportes era usado para arregimentar parlamentares para o PR

Da redação

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Na manhã da quarta-feira 6, quando o Palácio do Planalto recebeu a informação de que a revista ISTOÉ estava circulando com uma reportagem de capa mostrando, por intermédio de um vídeo, como o ainda ministro Alfredo Nascimento usava dinheiro do Ministério dos Transportes a fim de arregimentar parlamentares para o PR, a presidente Dilma Rousseff tomou a decisão de demiti-lo. Ainda pela manhã, a redação de ISTOÉ que fechara a edição antecipada na noite da terça-feira 5, recebeu diversos telefonemas do Planalto, da Vice-Presidência e de vários ministérios.

Eram autoridades querendo saber o completo teor da reportagem. O vídeo divulgado pela revista não deixava dúvidas sobre a participação do ministro nas negociatas praticadas no Ministério dos Transportes. Perto do meio dia, a ministra das Relações Institucionais, Ideli Salvatti, foi convocada por Dilma e recebeu a missão de chamar deputados e senadores do PR para negociar a troca de comando no Ministério. A permanência de Nascimento no cargo era insustentável diante da situação.

No Congresso, o conteúdo da reportagem correu feito um rastilho de pólvora. Deputados e senadores da oposição intensificaram a busca de assinaturas para a instalação de um CPI mista que investigue os subterrâneos do Ministério dos Transportes. Uma investigação que de maneira nenhuma interessa ao governo, pois por ali estão inúmeras ações ao Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). Com o fôlego da oposição fortificado, parlamentares da própria base aliada passar a pressionar o Planalto para que o ministro fosse substituído o mais rápido possível.

No PT, as alas mais radicais do partido, que pediam a cabeça de Nascimento ainda no governo Lula, aproveitaram para pressionar a presidente e chegaram a indicar nomes para o cargo. Os setores majoritários do partido, que até a reportagem de ISTOÉ insistiam na preservação do ministro em nome da política de alianças e da folgada maioria no parlamento, ficaram com menos argumentos. Com a confirmação inquestionável de que o ministro negociava obras em troca de filiações partidárias os próprios aliados passaram a defender a queda do ministro. Era preciso demitir Nascimento para preservar a aliança com o PR.

A REPERCUSSÃO DO CASO

Senador Álvaro Dias (PSDB-PR):

“É o fundo do poço, o que revela a reportagem da ISTOÉ. É a conseqüência do modelo de loteamento dos ministérios. O ministro se acha dono do pedaço e se sente mais devedor do partido do que da sociedade. A presidente Dilma não é responsável. Mas o modelo compromete a eficiência da gestão e a probidade”.

Líder do DEM na Câmara, ACM Neto (BA):

"É o quarto ministro desde governo que cai em um mês. Isso mostra que a Dilma não soube montar bem o seu primeiro escalão. E não podemos achar que a queda do ministro resolve o assunto. As denúncias são graves e esperamos que o Ministério Público dê seguimento às representações apresentadas pelo DEM e PSDB no sentido de investigar o caso".
Presidente do PPS, deputado Roberto Freire (SP):

"É uma coisa impressionante a degradação moral no País. E o governo tem seis meses. Quando o mensalão começou a derrubar ministros do Lula, o governo já tinha dois anos. Usando a linguagem de Lula: nunca na história desse país houve tanta bandalheira na República. A começar do governo federal. É raro dia que não tem um escândalo.

E quem manda, quem indica não é a presidência da República, mas o partido. A sociedade brasileira tem que reagir. Se tem gravação de voz, uma denúncia oral ou um testemunho, as pessoas não se indignam tanto quanto antes. Só a imagem choca. E vocês da ISTOÉ trouxeram a imagem. Antes a presidente confiava no ministro. Foi preciso a imagem para clarear os fatos. Vamos ver se essa Casa (Câmara) haja contra o sr. Alfredo, sr. Valdemar e o Davi."

Senador Jarbas Vasconcelos (PMDB-PE):

"Afastar é pouco, tem que demitir - do ministro a qualquer servidor envolvido". O senador Jarbas Vasconcelos pretende ainda cobrar do presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), a justificativa de não ter instalado ainda uma CPI para investigar o DNIT. O pedido foi protocolado no início do ano passado e atende, segundo Jarbas, aos pré-requisitos regimentais. "O Sarney tem que se explicar. Ele tem que dizer por que não abriu a CPI. Aqui no Senado as coisas só andam se o Sarney deixar".

Senador Pedro Simon (PMDB-RS):
"Esse vídeo é um escândalo. É um absurdo que um ministro ofereça algum tipo de vantagem financeira, utilizando a máquina pública, para convencer parlamentares a migrarem para seu partido. A Comissão de Ètica do Senado terá que julgá-lo. O procurador-geral também tem a obrigação de apresentar a denúncia contra ele para que o Supremo possa analisar o caso. E pensar que ele ainda quer influenciar na escolha do sucessor... A Dilma não pode permitir isso. Já basta que Lula impôs esse sujeito à sucessora, mesmo depois de 8 anos fazendo esse tipo de coisa"

IstoÉ antecipa sua edição semanal e revela os bastidores da corrupção no MT

Agência Estado

A revista IstoÉ adiantou para esta quarta-feira, 6, a sua edição semanal e publicou em seu site conteúdo de vídeo que mostra o ministro dos Transportes, Alfredo Nascimento, que deixou o cargo na tarde desta quarta, em uma reunião, em seu gabinete, com o secretário-geral do PR, Valdemar Costa Neto (SP), em junho de 2009, tentando cooptar o deputado Davi Alves da Silva Júnior (MA), então no PDT, a ingressar no partido. Segundo a revista, o deputado teria garantida a liberação de R$ 1,5 milhão para um projeto em sua base eleitoral. O deputado hoje é filiado ao PR, segundo a Câmara.

O diálogo, de acordo com a publicação, revela como dinheiro público era usado para cooptar políticos a ingressarem no PR. A revista destaca ainda que o vídeo comprova a atuação, no Ministério dos Transportes, do secretário-geral do PR, agindo, segundo a publicação, como uma espécie de “ministro de fato”. “E com amplo acesso a um cobiçado orçamento de R$ 21,5 bilhões para 2011″, diz a publicação. “É Costa Neto quem alicia o parlamentar, tem autorização para despachar de dentro do gabinete do ministro e orienta, quase determina, para onde vai e quando a verba será liberada”, afirma um trecho da edição de IstoÉ
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O ministro entregou há pouco carta de demissão à presidente Dilma Rousseff. Uma reportagem publicada pela revista Veja, neste fim de semana, apontou a existência de um suposto esquema de recebimento de propina no Ministério dos Transportes, que envolveria dirigentes do Partido da República (PR). A operação era baseada na cobrança de 4% de empreiteiras e de 5% das empresas de consultoria que elaboram projetos de obras em rodovias e ferrovias.

Após as denúncias, foram afastados do cargo o diretor-geral do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit), Luiz Antônio Pagot, e o chefe de gabinete do Ministério dos Transportes, Mauro Barbosa Silva, além de dois funcionários.

Ministro a serviço de um partido

Vídeo obtido por ISTOÉ mostra como o ministro dos Transportes, Alfredo Nascimento, e o principal dirigente do PR, o deputado Valdemar Costa Neto, engrossam a bancada da sigla no Congresso trocando filiações por milionárias obras públicas

Lúcio Vaz e Sérgio Pardellas

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Assista ao vídeo obtido por ISTOÉ:
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Vídeo obtido por Istoé mostra como o ministro dos Transportes, Alfredo Nascimento, usa dinheiro público para atrair deputados ao PR

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ACERTO
Negociação entre Nascimento e Davi foi fechada no gabinete do
ministro, com a presença de Valdemar Costa Neto, que não aparece no vídeo

Diálogo no gabinete do ministro

Na tarde de 24 de junho de 2009, o ministro Alfredo Nascimento recebeu em seu gabinete o deputado Davi Alves da Silva Júnior, então no PDT, para negociar a liberação de obras na rodovia BR- 010. Embora não tenha sido focalizado pelo cinegrafista, o deputado Valdemar Costa Neto também estava no gabinete e participou de toda a conversa.

O diálogo, no gabinete do ministro, mostra Nascimento discutindo a liberação de obras com o deputado Davi Júnior. No primeiro trecho da conversa, o deputado Valdemar Costa Neto conduz a negociação e admite ter feito um acordo prévio com o ministro para a assinatura do projeto. Durante a conversa, Nascimento deixa claro que Davi poderá obter mais recursos do ministério quando deixar o PDT e migrar para o PR.

Ministro Alfredo Nascimento – Já vou logo copiar aqui o pedido dele... Davi Alves da Silva Júnior, BR- 010, construção da travessia urbana...

Deputado Valdemar Costa Neto – ... de Imperatriz.

Deputado Davi Alves da Silva Júnior – Imperatriz, acesso a Davinópolis.

Costa Neto – Já começou o projeto, não é, Davi?

Davi Júnior – Já.

Costa Neto – Já estão contratando, já está na fase final, viu, Alfredo?... Por isso que ele (deputado Davi Júnior) veio aqui te agradecer.

Nascimento – Ah!... É aquele negócio que tu me pediste?

Costa Neto – É, é...

Nascimento – Pra ele? (referindo-se ao deputado Davi Alves)

Costa Neto – É...

Nascimento – Rapaz, tu não tá nem no partido e já tá conseguindo arrancar as coisas daqui, imagina quando estiver no partido! (diz, dirigindo-se ao deputado Davi) (risos).
Na sequência da conversa, o ministro faz uma rápida leitura no texto que libera R$ 1,5 milhão para a obra e demonstra assinar de qualquer jeito o documento indicado por Costa Neto, sem saber do que se trata, nem mesmo em que lugar do Maranhão o projeto será implantado. Quem dispõe de todas as informações é Costa Neto.
Nascimento – ... (lendo o documento) informo que está sendo liberado nesta data limite adicional para movimentação do empenho, no valor de um milhão e meio de reais...

Costa Neto – Um milhão e meio, você que liberou.

Nascimento – (ainda lendo o documento) ... Ação... estudo de viabilidade e projeto de infra-estrutura de transporte, travessia urbana, na divisa das cidades de Divinópolis e Imperatriz.

Davi Júnior – Davinópolis (corrigindo o nome da cidade maranhanse).

Nascimento – São duas cidades?

Costa Neto – É Davinópolis... “da”...

Davi Júnior – Não, Davinópolis é a entrada, né?... seria a entrada.

Nascimento – São duas cidades?

Davi Júnior – São duas cidades, isso.

Costa Neto – Mas são ligadas?... Não?... não?...é só acesso.

Davi Júnior – É só acesso, é BR e o acesso... tem aquele bairro, que é o conjunto Vitória, onde... acontece mais acidente é ali.

Nascimento – Porque o acesso a gente só pode fazer até cinco quilômetros...

Costa Neto – ... Mas estão fazendo o projeto já... Só pega a parte da BR, não vai entrar na cidade... Isso que você liberou.
No final da conversa, mais uma vez o ministro mostra que não tinha conhecimento sobre a obra que estava aprovando.

Nascimento – É Davi ou Divinópolis?

Davi Júnior – É Davi... Ah, que botaram Divinópolis aqui (olhando para o documento), é Davi... é Davi mesmo.

Nascimento – Porra, você dono da cidade?

Costa Neto – É Davi, por causa do nome dele, por causa do pai dele, o pai dele que fez a cidade, o pai dele era deputado federal, Alfredo.

Nascimento – ... (observando os documentos) Então Davinópolis e Imperatriz... Mas não são as duas, é só uma.

Costa Neto – É só uma.

Davi Júnior – Isso.

Costa Neto – É que pega só acesso...

Nascimento – É travessia urbana de Imperatriz?

Costa Neto – De Imperatriz.

Em Brasília, as paredes não têm ouvidos, mas há muitas câmeras indiscretas e uma delas gravou uma daquelas conversas armadas para ficar em segredo. São diálogos mantidos durante uma reunião registrada em áudio e vídeo em pleno gabinete do ministro dos Transportes, Alfredo Nascimento. O vídeo obtido por ISTOÉ revela como o ministro e presidente do Partido Republicano (PR) usa o dinheiro público para cooptar deputados para a sigla e comprova a atuação do deputado Valdemar Costa Neto – réu no processo do Mensalão acusado de receber R$ 11 milhões do publicitário Marcos Valério – no Ministério dos Transportes, agindo como uma espécie de ministro de fato. E com amplo acesso a um cobiçado orçamento de R$ 21,5 bilhões para 2011.

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SONHO

A recuperação da BR-010 (acima) já teve um sobrepreço de R$ 106 milhões e
está longe de se parecer com a maquete apresentada pelo ministro Nascimento (abaixo)

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Participam do encontro o ministro Nascimento, Costa Neto, o deputado Davi Alves da Silva Júnior, na época filiado ao PDT do Maranhão, e um assessor do parlamentar. A reunião é rápida e as imagens se concentram na mesa da sala de reuniões do gabinete do ministro, onde estão sentados Nascimento e Davi Júnior. Na conversa, o ministro custa a entender o pedido formulado pelo parlamentar para obras na rodovia BR-010, no Maranhão, até que pergunta a Costa Neto: “Ah! É aquele negócio que tu me pediste?” Confirmada a transação, o ministro comenta com Davi: “Rapaz, tu não tá nem no partido e já tá conseguindo arrancar as coisas daqui. Imagina quando estiver no partido!”. Na sequência da declaração nada republicana, Nascimento e Costa Neto soltam uma sonora gargalhada. E, mais tarde, Davi Júnior vai de fato parar nas fileiras do PR e é agraciado com mais liberações milionárias pelo ministro.
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FOCO

Luís Antônio Pagot (acima) foi afastado do DNIT junt o com a cúpula do ministério,
mas o senador Álvaro Dias (abaixo) insiste na criação de uma CPI

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O encontro aconteceu na tarde de 24 de junho de 2009. Na conversa, mantida na mesa de reuniões do gabinete do ministro, ficou acertada a liberação para o deputado de R$ 1,5 milhão para o projeto da travessia urbana de Imperatriz, sua base eleitoral. A obra estava orçada em R$ 86 milhões. Na época, o encontro do deputado com o ministro chegou a ser divulgado, mas nenhuma providência foi tomada e a dupla Nascimento e Costa Neto continuou a agir com o apoio dos cofres do Ministério dos Transportes. Hoje, a obra na BR-010 é estimada pelo próprio deputado Davi Júnior em R$ 192 milhões. Obedecendo ao roteiro traçado por Costa Neto e declarado pelo ministro no vídeo, Davi, menos de dois meses depois de sacramentado o negócio, mais precisamente em 19 de agosto daquele ano, apresentou ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) o pedido de desfiliação do PDT e, em seguida, subscreveu a ficha de ingresso no PR. Levantamento feito por ISTOÉ mostra que a migração partidária trouxe novos e imediatos benefícios ao deputado, como se a transferência de partido tivesse gerado uma fatura a ser paga. Em setembro daquele ano, Davi Júnior conseguiu a liberação de recursos para outra obra vinculada aos Transportes. Dessa vez, com orçamento de R$ 340 milhões.

As cenas que mergulham Nascimento ainda mais no lamaçal da corrupção dos Transportes deixam claro o uso do dinheiro público para angariar correligionários. Mostram ainda que o deputado mensaleiro atua como uma eminência parda, indicando o que o ministro deve assinar para beneficiar seus aliados. É Costa Neto quem alicia o parlamentar, tem autorização para despachar de dentro do gabinete do ministro e orienta, quase determina, para onde vai e quando a verba será liberada. Logo no início do vídeo, Nascimento comenta: “Já vou copiar o pedido. Construção da travessia urbana...” É interrompido por Costa Neto, que não aparece na imagem (a pedido de ISTOÉ, uma perícia confirmou que a voz ouvida ao fundo é de Costa Neto – leia quadro na pág. 41). “...de Imperatriz”, completa, ansioso. Ele avisa, num tom bastante íntimo, que a obra já está sendo contratada. “Está na fase final, viu, Alfredo? Por isso ele (o deputado Davi Júnior) veio aqui te agradecer.” O ministro demonstra que tinha conhecimento prévio do pedido feito pelo chefe do partido ao indagar a Costa Neto se ele se referia “àquele negócio” acertado antes. Diante da confirmação, Nascimento vira-se de volta para o visitante e faz o comentário no qual lembra que o parlamentar vai ser ainda mais bem atendido depois de entrar no partido. No encerramento da conversa informal, diz que Davi Júnior vai receber um comunicado do ministério sobre a liberação.
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PRODÍGIO
Reportagem de ISTOÉ aponta, em 2009, o enriquecimento de Gustavo, filho de
Nascimento. O rapaz é investigado pelo MP do Amazonas

Os interesses de Valdemar e Davi Júnior se cruzaram em 2009, quando os partidos já se preparavam para o embate eleitoral do ano seguinte. Davi, filiado ao PDT, tentava havia dois anos a execução de uma emenda individual de R$ 800 mil para o projeto de uma obra no seu principal reduto eleitoral, a construção da travessia urbana de Imperatriz e Davinópolis. Costa Neto andava atrás de deputados de outros partidos para ampliar a sua bancada até a data-limite para a troca de legenda, no início de outubro. O mensaleiro, ex-presidente e agora secretário-geral do PR, tratou de chamar o deputado trabalhista para o seu ninho. Para atraí-lo, prometeu ajudar na liberação da verba para a obra tão desejada. O orçamento ficaria em torno de R$ 86 milhões. Antes de marcar a audiência no Ministério dos Transportes, adiantou e negociou o pedido com o amigo ministro, Alfredo Nascimento.

Filho do ex-deputado e ex-prefeito de Imperatriz Davi Alves, assassinado em 1998, Davi Júnior deseja seguir o caminho do pai, que deu nome à cidade de Davinópolis. As conquistas do herdeiro político do ex-prefeito são divulgadas com orgulho. Em agosto do ano passado, o seu informativo na internet anunciou: “Tudo pronto para o início das obras de revitalização da BR-010.” O texto explica que se trata da travessia urbana de Imperatriz até Davinópolis. “A obra está orçada em R$ 192 milhões”, informa o boletim, revelando um sobrepreço de R$ 106 milhões em relação ao projeto inicial. Em setembro de 2009, Davi informa que, na reunião em que tratou da travessia urbana de Imperatriz, questionou o ministro sobre o motivo da paralisação do projeto da travessia de Santa Luzia, Buriticupu e Bom Jesus das Selvas pela BR-222. “O ministro convocou o deputado Davi para reunião e confirmou que o projeto seria atualizado imediatamente e licitado pelo DNIT em dois lotes”, diz a nota. Um lote teria início em fevereiro e outro em julho de 2010. O gabinete do deputado informou na última terça-feira 5 que a obra já está em andamento e terá um custo de R$ 340 milhões.

A ação dos dirigentes do PR dentro do Ministério dos Transportes não é inédita e também não se encerra neste episódio. Em março de 2007, reportagem da ISTOÉ revelou um esquema de aliciamento de oito deputados que disseram ter recebido propostas para se filiar ao PR em troca de cargos e obras do Ministério comandado por Alfredo Nascimento. Líderes do PFL, do PSDB e do PPS afirmaram ter ouvido relatos de deputados que foram sondados para se filiar ao partido, por Nascimento ou seus emissários. Quem abordava os deputados era o então líder do PR na Câmara, Luciano Castro (RR). A conversa se iniciava sempre com o argumento de que deputado de Estado pobre não pode ser de oposição porque precisa de recursos federais para as suas regiões ou não se reelege. Aí, era oferecida a possibilidade de indicar cargos e liberar recursos orçamentários nas áreas ligadas ao Ministério dos Transportes. Seis deputados receberam a oferta de ganhar o poder sobre o escritório local do DNIT, órgão responsável pela construção e manutenção das rodovias federais. O deputado Márcio Junqueira (PFL-RR) contou que teve dois encontros com Nascimento. Disse que, nessas conversas, Nascimento lhe prometeu a liberação de emendas de obras rodoviárias. O PR saíra das urnas com 23 deputados em 2006, mas já tinha 38 em março 2007. Agora com maior rigor para o troca-troca partidário, o PR mantém 40 deputados desde as eleições do ano passado.

A lista de denúncias envolvendo o ministro e a sua pasta não para de crescer. O Ministério Público Federal no Amazonas, por exemplo, investiga o suposto enriquecimento ilícito de Gustavo Moraes Pereira, filho do ministro. O rapaz, arquiteto de 27 anos, criou a Forma Construções, com capital social de R$ 60 mil. Dois anos depois, a empresa tem um patrimônio superior a R$ 50 milhões, um crescimento de 86,5 mil por cento. O enriquecimento rápido de Pereira já havia sido denunciado por ISTOÉ em julho de 2009. Então com 25 anos, o jovem declarava um patrimônio de R$ 1,28 milhão, o dobro do que o pai informava possuir à Justiça Eleitoral em 2006. O MP está analisando contratos da empresa do filho do ministro com empresas que prestam serviços ao Ministério dos Transportes. Diante das pressões, Nascimento suspendeu por 30 dias as licitações realizadas pelo DNIT e pela Valec, ligadas ao seu Ministério, e decidiu aceitar a convocação para comparecer ao Congresso e se explicar.

Apesar de ter o apoio do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, seu padrinho no ministério, e presidir um partido importante para a sustentação política do governo, Alfredo Nascimento enfrenta ataques cada vez mais fortes da oposição. Na última semana, PSDB, PPS e DEM iniciaram a coleta de assinaturas para instalar uma CPI a fim de investigar as irregularidades no ministério. “Os desmandos ocorrem há muitos anos e continuam nesse governo”, reclama o senador Álvaro Dias (PSDB-PR). Na verdade, Nascimento nunca gozou de confiança cega da presidente Dilma Rousseff. Por isso, conforme apurou ISTOÉ, Dilma mantinha um olheiro e informante dentro da pasta. Trata-se de Hideraldo Luiz Caron, diretor de infraestrutura rodoviária do DNIT, que ela importou do Rio Grande do Sul. Para não levantar suspeitas, Caron se reunia com a ministra do Planejamento, Miriam Belchior, repassando-lhe informações preciosas sobre o andamento dos processos no DNIT, sobretudo em relação aos superfaturamentos e aditivos feitos de forma irregular. Miriam, por sua vez, contava tudo a Dilma. Quando percebeu que a pasta estava envolta em irregularidades praticamente insanáveis, a presidente afastou a cúpula do ministério, entre eles o diretor-geral do DNIT, Luís Antônio Pagot. A preocupação da presidente com os desmandos no Ministério dos Transportes persiste. E, como comprova o vídeo revelado por ISTOÉ, Dilma tem motivos de sobra para querer ver os caciques do PR longe da pasta.

Na última semana, a pergunta mais ouvida em Brasília era: se Dilma sabia das irregularidades nos Transportes, por que ainda mantém Nascimento no comando do órgão? O que se sabe é que o ministro, além de próximo a Lula, sempre foi um aliado estratégico do PT no Amazonas. Nos últimos dias, o PT do Senado fez forte pressão para que Dilma não tirasse Alfredo Nascimento do cargo. Os petistas têm, na verdade, um argumento corporativo. O ministro é senador licenciado e, se perder o emprego, voltará para o Senado, ocupando a vaga de João Pedro, do PT do Amazonas, o que diminuiria a bancada do partido para 13 senadores, e aumentaria a do PR para seis. As pressões do PT, no entanto, deverão ser inócuas. Nos últimos dias, embora tenha divulgado comunicado afirmando que “o governo manifesta sua confiança no ministro” e que ele é o “responsável pela coordenação” da apuração das irregul=aridades ocorridas no ministério, Dilma disse em reuniões com auxiliares bem próximos que, se houvesse novas denúncias contra o ministro, ele não seria poupado. Diante do novo cenário e com a revelação de que dinheiro público vem sendo usado para cooptar parlamentares para o PR, com a tutela do mensaleiro Costa Neto e o aval de Nascimento, a situação do ministro se complica de vez.
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Como o vídeo foi gravado
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No dia 24 de junho de 2009, o deputado Davi Alves Júnior foi até o gabinete de Alfredo Nascimento levado pelo secretário-geral do PR, Valdemar Costa Neto. Levou junto uma equipe de tevê para gravar entrevistas. O ministro e o deputado visitante sentaram na ponta de uma mesa. Uma câmera foi colocada na outra ponta para gravar apenas imagens e não o som. Os dois deveriam conversar e folhear documentos. As entrevistas seriam feitas depois. Costa Neto não poderia aparecer sequer nas imagens, porque não haveria como explicar a presença do principal dirigente do partido numa audiência oficial do ministro. Por descuido ou imprudência, o operador da câmera deixou o áudio ligado, captando assim as conversas reservadas entre o ministro, o deputado visitante e o dirigente do partido. Situação semelhante ocorreu com o então ministro da Fazenda, Rubens Ricúpero, em 1994. Na época, ele dava uma entrevista à TV Globo e, durante um intervalo, fez inconfidências sobre a política econômica, acreditando que não estava sendo gravado. O vídeo foi divulgado e Rícupero perdeu o cargo de ministro da Fazenda.
Gravação autêntica
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MOLINA
perito confirma que Costa Neto participou do encontro

Na terça-feira 5, o professor Ricardo Molina de Figueiredo concluiu uma perícia realizada a pedido de ISTOÉ no vídeo que registra a reunião do ministro Alfredo Nascimento com os deputados Davi Júnior e Valdemar Costa Neto, em 24 de junho de 2009. Depois de submeter o vídeo a diversos filtros, Molina concluiu que a “gravação não apresenta qualquer indício de manipulação, podendo ser considerada autêntica.” Além do vídeo, a reportagem encaminhou ao perito a gravação de uma entrevista concedida por Costa Neto à TV Câmara. O objetivo era fazer uma comparação de voz para que ficasse comprovado cientificamente que um dos interlocutores, que não aparece na imagem, é mesmo o secretário geral do PR. “A voz questionada é, acima de qualquer dúvida razoável, a voz de Valdemar Costa Neto, de acordo com exaustivos confrontos realizados entre o material questionado e o material padrão”, afirma Molina.

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Paulo Passos é o preferido de Dilma para os Transportes

Dilma tenta convencer PR a aceitar sua indicação para os Transportes

Presidente defende que o secretário executivo da pasta, Paulo Sérgio Passos, seja o substituto de Alfredo Nascimento

 
Denise Madueño, Christiane Samarco e Tânia Monteiro, da Agência Estado

BRASÍLIA - A presidente Dilma Rousseff está tentando convencer a cúpula do PR a aceitar a indicação do ex-ministro Paulo Sérgio Passos, atual secretário executivo da Pasta, para voltar a ocupar a cadeira de Alfredo Nascimento, que deixou o cargo na tarde desta quarta-feira, 6. Além de ser uma solução técnica, seria uma forma de prestigiar o próprio Nascimento que, quando se afastou do ministério para a campanha eleitoral em 2010, deixou Passos em seu lugar.

O argumento que está sendo também utilizado por parlamentares petistas é de que, se Passos serviu para substituir Nascimento por seis meses, não há por que descartá-lo agora. Nesta quarta-feira, 6, à tarde, foram cogitados para o cargo os nomes do ex-senador César Borges (PR-BA), do deputado Luciano Castro (PR-RR), e do próprio Passos.



O líder do PR na Câmara, deputado Lincoln Portela (MG), vai reunir a bancada na Casa para conversar sobre as mudanças. Portela disse que não foi informado pela presidente Dilma sobre a disposição de indicar Passos.
 
Espera. Ao final da reunião da ministra de Relações Institucionais, Ideli Salvatti, com os senadores do PR, o senador Magno Malta (ES) informou que o governo, em um segundo momento, vai chamar o partido para discutir quem será o sucessor de Alfredo Nascimento na pasta dos Transportes.

Segundo Malta, que é líder do PR no senado, a ministra Ideli assegurou ao partido que "não haverá nomeações atabalhoadas, não haverá indicação precipitada". "Vamos aguardar o governo chamar o partido", afirmou Malta. Os senadores do PR se reuniram nesta tarde apenas com a ministra Ideli Salvatti. A presidente não participou do encontro.

Magno Malta entende que o Alfredo Nascimento tomou a decisão certa, "porque quando parte para pessoal não tem jeito". O senador estava aguardando o início da reunião com Ideli quando Alfredo Nascimento lhe telefonou informando que deixaria o cargo "para defender a honra e a família".

O senador disse que o PR não sai desse episódio "magoado com o governo". "O PR é um aliado do governo, tem espaço no governo e a nós não interessa qualquer precipitação", disse Malta.

Pagot diz que tirou férias a mando do planalto

06/07/2011

'Vou aguardar instruções', diz Pagot sobre cargo

Diretor-geral do Dnit, afastado por Dilma, evita falar como demissionário mesmo após saída de ministro e repete que Casa Civil o orientou a tirar férias

Folhapress

O diretor-geral do Dnit, Luiz Pagot, disse na tarde desta quarta-feira ao blog que vai “aguardar instruções” sobre seu futuro no órgão após a demissão do ministro Alfredo Nascimento (Transportes), repetiu que só saiu de férias por aconselhamento da Casa Civil e reiterou que pretende ir ao Congresso para prestar contas de sua atuação no órgão.
Pagot foi afastado por decisão da presidente Dilma Rousseff depois de acusações de favorecimento a empreiteiras e cobrança de comissões na pasta e no Dnit para favorecer o PR, partido ao qual o executivo e o ex-ministro são filiados.

“Fiquei esperando ser convocado para conversar [pelo ministro] e recebi uma notificação da Casa Civil: ’cumpra suas férias e aguarde’. Foi um assessor da ministra e eu confiei na orientação dele. Somos um time. Não precisava a ministra me falar. Entendo que é uma ordem que veio do Palácio”, disse ele ao blog, por telefone.

Ele afirmou que fez um pedido, em novembro, para fracionar as férias em dois períodos. Depois, em junho, pediu uma antecipação das férias para julho, por conta de um tratamento médico. “Estou muito debilitado. Estive dez dias internado no [hospital Albert] Einstein, com diabetes, pressão alta. Tenho de fazer duas horas de fisioterapia por dia, por causa do meu joelho.Não estava conseguindo isso, porque trabalho de forma insana”, afirmou.

Pagot afirmou que se preparava para sair de férias quando o então ministro Alfredo Nascimento lhe telefonou no domingo e disse que iria afastá-lo temporariamente do cargo. “Ele me disse para ir ao Dnit e aguardar.”

O diretor nega que tenha assinado documentos na segunda-feira, o que foi considerado uma afronta à decisão de Dilma. ‘Assinei documentos na sexta-feira, 1º de julho, é só ver a lista de acompanhamento de documentos. O que é remetido depois das 14h é publicado um dia depois”, justificou.

Mesmo após a demissão de Nascimento, Pagot evita falar como ex-diretor do Dnit. “Estamos tocando 1.156 contratos de obras e serviços. Mandei uma série de sugestões sobre como melhorar nosso serviço. Vou aguardar”, afirmou.

Ele nega que tenha havido ingerência política no órgão que comanda desde 2007, e cita os vários mecanismos de controle aos quais o Dnit está vinculado. “Nós trabalhamos sempre com uma pressão danada. O Dnit é muito grande, tem obras em todo o Brasil. Tem 5 mil funcionários, 23 superintendências, 114 unidades locais, 8 administrações rodoviárias, um orçamento previsto superior a R$ 50 bilhões até 2014”, afirmou.

“Este ano mesmo temos, entre restos a pagar e orçamento, mais de R$ 20 bilhões. Pagamos mais de R$ 1 bilhão todo mês. É um negócio muito grande. Temos três tipos de auditorias ordinárias: auditoria interna, auditorias do CGU _que abre no mínimo 300 ordens de serviço no Dnit por ano_ e temos o TCU, que abre 50 a 60 ordens de serviço por ano. São mais de 400 processos auditados por ano”, afirmou.

Diz que, apesar de todos os mecanismos de controle, o órgão está sujeito a desvios, dado seu tamanho. “Quem faz malfeito que pague pelo malfeito. Uma vez que tomo conhecimento do fato vou às últimas consequências”, afirmou.

Ele negou que trate com a cúpula do partido sobre pleitos para aliados políticos e negou o envolvimento em cobrança de propina nas obras do Dnit. “Isso já rechacei. Não trato com a cúpula do partido. Reuniões do partido me lembro de ter ido a uma na Câmara há dois anos, quando o partido lançou algumas bandeiras. O que o partido faz é responsabilidade do partido.”

Atribui as acusações contra ele a supostos interesses contrariados, mas não diz de quem. “Minha sabatina já contrariou muitos interesses. Tinha vários grupos que não queriam que eu entrasse no Dnit. Muita gente não se conformava com a minha administração.”

“Estou confiante de ter feito uma boa administração. Estou trabalhando com os recursos que me deram”, disse o diretor afastado.
Ele nega influência do deputado Valdemar Costa Neto (SP) no Dnit. “Valdemar é um líder do partido. Frequento audiências que eles marcam com interesses específicos. Às vezes traz um prefeito junto, um governador junto. Mas não vai ao Dnit mais do que outros parlamentares, até de outros partidos”, disse.

Sobre o futuro após a saída de Nascimento, Pagot repete: “Vou aguardar instruções”. Ele diz que deve depor em alguma comissão no Congresso na semana que vem.

Escrito por Vera Magalhaes às 18h01

Policial feminina reage a assalto e mata bandido em Brasília


 



Extra Online
Uma policial civil de Brasília, à paisana, surpreendeu dois bandidos ao reagir ao assalto dentro de um açougue no Gama, cidade-satélite que fica a 30 quilômetros da capital federal. Ela fingia tirar a carteira da bolsa e sacou uma arma quando um dos ladrões virou as costas.

Atingido pelos tiros, um dos bandidos, menor de idade, ainda se atracou no chão com a policial, mas não resistiu aos ferimentos e morreu no local.

O outro ladrão conseguiu fugir, mas foi capturado pela polícia.


A policial se atracou com um dos ladrões após ter baleado o rapaz
A policial se atracou com um dos ladrões após ter baleado o rapaz Foto: Reprodução



Por outro ângulo, veja a policial atira contra outro assaltante

O código de ética do povão!



Cabral ofende-se ao ser comparado com Collor durante eleições para prefeito em 1996. Fosse hoje, o  ofendido seria Collor. Com a esparrela do tal código de conduta, Cabral julga erroneamente que o povo é parvo.  Se o senhor não sabe ou finge não saber, o povão tem um código de ética, Cabral, que lhe foi ensinado pela vida!


Reprodução da capa do Extra
Reprodução da capa do Extra

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Dilma decide demitir Alfredo Nascimento do Ministério dos Transportes; governo manda PF investigar denúncias

Gerson Camarotti, Ailton de Freitas, Jorge Bastos Moreno, Maria Lima e Chico de Gois

BRASÍLIA – A presidente Dilma Rousseff já decidiu demitir o ministro dos Transportes, Alfredo Nascimento, informa o colunista Jorge Bastos Moreno pelo Twitter . O comando do PR seguiu para o Planalto para ouvir o anúncio. A revelação sobre o crescimento espetacular no capital da empresa do filho do ministro dos Transportes , publicada nesta quarta-feira pelo GLOBO, tornou insustentável a permanência do representante do PR no cargo. Essa avaliação foi feita reservadamente tanto no Palácio do Planalto como nas bancadas do PR no Congresso. Dilma colocou a ministra das Relações Institucionais, Ideli Salvatti, para discutir com o PR a saída de Nascimento. O nome mais cotado para o cargo é o de Paulo Sérgio Oliveira Passos, atual secretário-executivo do ministério. Fontes reunidas no Palácio do Planalto disseram que neste momento Dilma está isolada, à espera do comando do PR para fazer o anúncio da demissão.


A presidente também pediu ao ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, que coloque a Polícia Federal para investigar as denúncias de corrupção envolvendo a pasta e a cúpula do PR, informou na tarde desta quarta-feira Moreno pelo Twitter. “Dilma havia prometido a Nascimento (ministro dos Transportes) não botar a PF no caso. Mas a PF já está no caso, a mando do Cardozo (ministro da Justiça), que é mandado dela”, postou no microblog.


Diante das novas denúncias de enriquecimento ilícito envolvendo seu filho, o Palácio do Planalto quer a antecipação da ida do ministro dos Transportes , Alfredo Nascimento, ao Congresso para prestar esclarecimentos. Havia pressão para que ele fizesse isso já na quinta-feira.


No partido de Alfredo Nascimento, seus colegas consideraram muito ruim e muito fraca a explicação dada pelo ministro para o crescimento de 86.500% no patrimônio da empresa criada pelo filho dele, em 2005 com capital de R$ 60 mil. Hoje, o capital da empresa é de R$ 52 milhões, o que motivou a investigação do Ministério Público Federal no Amazonas. O ministro nega irregularidades na empresa do filho.


Com a queda de Nascimento e o isolamento do secretário-geral do partido, Valdemar Costa Neto (SP), já começam a surgir nomes para ocupar o cargo. No PR, os dois nomes são o do ex-senador e ex-governador da Bahia César Borges e o do ex-líder do PR na Câmara Luciano Castro (RR).


Durante a formação do governo Dilma, o nome de Luciano Castro para o Ministério dos Transportes foi defendido pelo então coordenador da transição, o ex-ministro Antonio Palocci. Mas o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva acabou emplacando seu ex-ministro para garantir a vaga do suplente João Pedro (PT-AM), no Senado Federal.

Dilma decide demitir Alfredo Nascimento do Ministério dos Transportes; governo manda PF investigar denúncias

Entenda o caso envolvendo o Ministério dos Transportes

O escândalo envolvendo o Ministério dos Transportes veio à tona após uma reportagem da revista "Veja" no último dia 2 informar que representantes do PR, partido que comanda os Transportes, e funcionários da pasta e de órgãos vinculados ao ministério montaram um esquema de superfaturamento de obras e recebimento de propina por empreiteiras.

Entre os citados estão o próprio chefe de gabinete do ministro, Mauro Barbosa, o assessor do ministério, Luiz Titto Bonvini, o diretor-geral do Dnit (Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes), Luiz Antonio Pagot, e o presidente da estatal Valec (Engenharia, Construções e Ferrovias), José Francisco, o Juquinha.

Segundo a reportagem, empreiteiros e consultorias de engenharia pagavam de 4% a 5% de "pedágio político" sobre o valor das obras do governo federal feitas com verbas do ministério.

A maior parte da verba, conforme a revista, é destinada ao PR. De acordo com a reportagem, que chama o caso de "mensalão do PR", o deputado Valdemar Costa Neto, secretário-geral do PR, escolhe as empresas que vão realizar projetos e obras de transporte do governo.

A revista afirma que Bonvini é o emissário do ministro, e Valdemar leva os pagamentos das comissões ao PR. O chefe de gabinete do ministro seria o responsável por liberar as verbas. Os diretores do Dnit e da Valec também são citados como membros do esquema.

Após a reportagem, a presidente Dilma Rousseff determinou que o ministro Alfredo Nascimento (Transportes) afastasse imediatamente todos os envolvidos no suposto esquema.

Em nota, Nascimento rechaçou, "com veemência, qualquer ilação ou relato de que tenha autorizado, endossado ou sido conivente com a prática de quaisquer atos político-partidário envolvendo ações e projetos do Ministério dos Transportes". E informou a abertura de uma sindicância interna e o "desligamento temporário" dos servidores para o "pleno andamento da apuração".

Em um primeiro momento, Dilma decidiu manter Nascimento no comando dos Transportes e pediu que ele conduzisse as investigações. A CGU (Controladoria-Geral da União) também foi acionada pela presidente e pelo ministério para uma "análise aprofundada e específica em todas as licitações, contratos e execução de obras que deram origem às denúncias recentes sobre irregularidades no âmbito do Ministério dos Transportes e órgãos a ele vinculados".

Enquanto isso, a oposição começou a cogitar uma CPI no Congresso para investigar o caso e pressionar pela demissão do ministro. Além disso, pediu ao Ministério Público Federal para apurar as denúncias de superfaturamento de contratos firmados pelo Ministério dos Transportes e órgãos afins.

Ontem, no entanto, as acusações ganharam força depois que a Folha divulgou que o ministério aumentou neste ano os valores de pelo menos 11 contratos de obras em estradas e ferrovias que tiveram irregularidades apontadas pelo TCU (Tribunal Contas de União).

Em dois casos, o órgão de controle recomendou a paralisação dos trabalhos. A verba extra para as obras sob suspeita soma R$ 113,5 milhões. O dinheiro foi destinado a empreiteiras e consultorias técnicas por meio de termos aditivos, que são acréscimos ao valor original dos contratos.

No mesmo dia, Nascimento determinou a suspensão por 30 dias de novas licitações e aditivos de impacto financeiro a contratos em curso no Dnit e na Valec. A ordem foi dada aos dois novos diretores das empresas: José Sadok de Sá, do Dnit, e Antônio Felipe Sanchez Costa, da Valec. Na prática, significa que não pode haver novos contratos nos órgãos e que os contratos que estão em vigência não podem ser majorados. Segundo a nota do ministério, a suspensão é cautelar.

Hoje, a Folha revelou que a Valec destinou no último dia 20 mais R$ 14,5 milhões para trocar bueiros nas obras da ferrovia Oeste-Leste (BA).

O contrato foi reajustado quatro meses após o início dos trabalhos. Com isso, a estatal ultrapassou o teto de gastos definido por ela mesma.

A situação de Nascimento ficou insustentável após o jornal "O Globo" revelar que o patrimônio de seu filho teria tido um aumento de 86.500% em cinco anos.

As suspeitas sobre a Forma Construções --empresa de Pereira--começaram por causa de um repasse de R$ 450 mil da Socorro Carvalho Transportes, que presta serviços ao Ministério dos Transportes, para a Forma.

O jornal mencionou ainda que o Fundo da Marinha Mercante, administrado pelo Ministério dos Transportes, teria repassado R$ 3 milhões à Socorro Carvalho. O ministério afirma que a empresa --que também trabalha com navegação-- recebeu ressarcimento por serviços prestados na região amazônica.

Segundo nota da pasta, Nascimento afirma que nem ele nem seus familiares mantêm vínculos comerciais ou empresariais com a Socorro Carvalho. O ministro disse que está à disposição do Ministério Público para prestar qualquer esclarecimento. Ele disse que o valor transferido para a empresa de seu filho foi referente à venda de um imóvel.

Ministro nega vínculo com empresa que deu dinheiro a seu filho


CAROLINA SARRES
DE BRASÍLIA

O ministro dos Transportes, Afredo Nascimento, afirmou em nota que não foi informado sobre investigações do Ministério Público Federal sobre seu filho, o arquiteto Gustavo Morais Pereira.
De acordo com o jornal "O Globo", o patrimônio do filho de Nascimento teria tido um aumento de 86.500% em cinco anos. O ministro disse que está à disposição do Ministério Público para prestar qualquer esclarecimento.

As suspeitas sobre a Forma Construções --empresa de Pereira--começaram por causa de um repasse de R$ 450 mil da Socorro Carvalho Transportes, que presta serviços ao Ministério dos Transportes, para a Forma.

Segundo nota do ministério, Nascimento afirma que nem ele nem seus familiares mantêm vínculos comerciais ou empresariais com a Socorro Carvalho.

O ministro disse que o valor transferido para a empresa de seu filho foi referente à venda de um imóvel.

O jornal mencionou ainda que o Fundo da Marinha Mercante, administrado pelo Ministério dos Transportes, teria repassado R$ 3 milhões à Socorro Carvalho. O ministério afirma que a empresa --que também trabalha com navegação-- recebeu ressarcimento por serviços prestados na região amazônica.

Cai ministro dos transportes

Alfredo Nascimento deixa o Ministério dos Transportes
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CAROLINA SARRES
DE BRASÍLIA

O ministro Alfredo Nascimento (Transportes) não resistiu às acusações de superfaturamento de obras e recebimento de propina envolvendo servidores e órgãos ligados à pasta e pediu demissão do cargo nesta quarta-feira.

A crise se intensificou com a acusação de que seu filho, Gustavo Morais Pereira, teria aumentado seu patrimônio de forma ilícita.

Marcelo Camargo-31.jan.2011/Folhapress
Alfredo Nascimento deixa o Ministério dos Transportes após acusações
Alfredo Nascimento deixa o Ministério dos Transportes após acusações

As suspeitas de corrupção no Ministério dos Transportes começaram após reportagem da revista "Veja" afirmando haver participação da cúpula do ministério em irregularidades. O caso ganhou repercussão e a presidente Dilma pediu que o CGU (Controladoria-Geral da União) investigasse as acusações.

Hoje, Nascimento afirmou em nota que não foi informado sobre as investigações do Ministério Público Federal sobre seu filho. A empresa de Pereira teria tido crescimento de 86.500% em dois anos, de acordo com o jornal "O Globo". O ministro disse que está à disposição do Ministério Público para prestar qualquer esclarecimento.

Leia a íntegra da nota do ministério:

"O ministro de Estado dos Transportes, senador Alfredo Nascimento, decidiu deixar o governo. Há pouco, ele encaminhou à presidenta Dilma Rousseff seu pedido de demissão em caráter irrevogável.

Com a determinação de colaborar espontaneamente para o esclarecimento cabal das suspeitas levantadas em torno da atuação do Ministério dos Transportes, Alfredo Nascimento também decidiu encaminhar requerimento à Procuradoria-Geral da República pedindo a abertura de investigação e autorizando a quebra dos seus sigilos bancário e fiscal. O senador está à disposição da PGR para prestar a colaboração que for necessária à elucidação dos fatos.

Alfredo Nascimento reassumirá sua cadeira no Senado Federal e a presidência nacional do Partido da República (PR) coloca-se à disposição de seus pares para participar ativa e pessoalmente de quaisquer procedimentos investigativos que venham a ser deflagrados naquela Casa para elucidar os fatos em tela."

Servidor afastado dos Transportes constrói casa de 1.300 m² no DF

Rosa Costa, de O Estado de S. Paulo

BRASÍLIA - Afastado pela presidente Dilma Rousseff como um dos envolvidos no suposto esquema de cobrança de propina do Ministério dos Transportes, o servidor público Mauro Barbosa da Silva está construindo uma casa de 1.300 metros quadrados na privilegiada área do Lago Sul, na capital do País. Pelo tamanho e pela proximidade do imóvel do Lago do Paranoá, corretores avaliam que a construção custará cerca de R$ 4 milhões.

Barbosa era até a semana passada o chefe de gabinete do ministro dos Transportes, Alfredo Nascimento. De acordo com reportagem da revista 'Veja' que motivou seu afastamento e de mais três integrantes da cúpula do ministério, ele seria "o dono da chave do cofre". Mauro Barbosa é sobrinho de José Francisco das Neves, o Juquinha, afastado da direção da Valec também por determinação da presidente Dilma.

A obra está em ritmo acelerado, a ponto de o engenheiro responsável, Rodrigo Gabriel da Silva, prever que estará pronta em seis meses. Menos otimista, Barbosa acredita que a previsão só se confirmará "se tudo correr bem, conforme Deus queira".

Certidão do cartório de imóveis mostra que ele e sua mulher, Gloraci Barbosa, compraram o terreno em novembro de 2009 por R$ 600 mil, quando a avaliação na época superava R$ 1 milhão. O mesmo documento mostra que o casal fez um empréstimo de R$ 400 mil na Caixa Econômica Federal (CEF).

Mauro Barbosa credita a esse financiamento, a outro empréstimo que diz ter feito no Banco do Brasil, sem revelar o valor, e à venda por R$ 1,5 milhão de um apartamento no ano passado, o dinheiro aplicado na construção da casa. Ele informa que tem outro apartamento no Plano Piloto, alugado para "pagar a prestação" e que mora de graça na casa de uma amiga da família, depois de ter continuado residindo no apartamento que vendeu, graças à gentileza da compradora, "uma servidora da Caixa".

Servidor de carreira da Controladoria Geral da União (CGU), ele afirma que a sua obra, por ter ele próprio como encarregado, ficará em torno de R$ 2,1 milhões. "É a gente mesmo que está fazendo, sou engenheiro civil, é uma obra sem muita coisa, não tem telhado, as aberturas são muito grandes, eu vou colocar vidro", justifica. Pelas suas contas, se estivesse nas mãos de uma empreiteira aí, sim, o valor dobraria "porque tem o lucro, tem taxas, comissões". "Você mesmo fazendo é outra Coisa".
Dilma cita segundo mandato pela primeira vez

KÁTIA BRASILENVIADA ESPECIAL A PORTO VELHO (RO)

Há pouco mais de seis meses no cargo, a presidente Dilma Rousseff fez menção na terça-feira (5), pela primeira vez, a um eventual segundo mandato. A declaração ocorreu em sua chegada ao aeroporto de Porto Velho, quando foi questionada por um repórter de uma rádio local.

O jornalista perguntou à presidente se a população local poderia sonhar com um trecho de ferrovia projetado para ligar Porto Velho à cidade de Vilhena, também em Rondônia. A obra está incluída no PAC (Programa de Aceleração do Crescimento), um dos principais programas do governo federal.



Dilma respondeu: "Você pode sonhar. Agora, eu não vou ser demagógica de te dizer que sai amanhã. Não sai, porque nós ainda..." O repórter de rádio a interrompeu e disse: "Segundo mandato...".

"... Estamos fazendo [a primeira parte do trecho da ferrovia, que vai de] Uruaçu [a Lucas do Rio Verde]... se tiver segundo mandato... [No momento], nós estamos fazendo Uruaçu-Lucas do Rio Verde", continuou a presidente.

Durante a campanha presidencial, em 2010, a oposição ao governo chegou a insinuar que a então candidata Dilma exerceria apenas um mandato. A intenção seria abrir caminho para o retorno do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que se lançaria candidato para um terceiro mandato presidencial.

Durante a visita a Rondônia, a presidente voltou a defender a construção de hidrelétricas no país. Ela participou de cerimônia que marcou o início do desvio do rio Madeira, etapa para construção da usina hidrelétrica de Santo Antônio.

No evento, a presidente disse que o ex-presidente Lula "merecia" estar presente.

"O presidente Lula, de fato, lutou diariamente para ver a volta dos investimentos em energia hidrelétrica no Brasil, para ver o aproveitamento do rio Madeira nas usinas de Santo Antônio e Jirau", declarou.

De acordo com Dilma, a ausência do ex-presidente "é guardada no coração" e, por isso, "ele está também muito presente".

Em outro evento, a presidente assinou decreto para transferir servidores do antigo território federal de Rondônia --que virou Estado apenas em 1982-- para os quadros da União.

Roberto Stuckert Filho/PR
Em Rondônia, Dilma defendeu a construção de hidrelétricas e falou sobre um segundo mandato pela primeira vez
Em Rondônia, Dilma defendeu a construção de hidrelétricas e falou sobre um segundo mandato pela primeira vez

Absolvição de mãe acusada de matar filha gera comoção nos EUA

A absolvição da americana Casey Anthony, de 25 anos, da acusação de assassinar a filha Caylee, de 2, provocou uma verdadeira comoção nos Estados Unidos, expressa em programas de TV e em redes sociais na internet.

Hans Deryk/Reuters
Local onde o corpo de Caylee foi encontrado virou santuário
Local onde o corpo de Caylee foi encontrado virou santuário

O julgamento foi acompanhado passo a passo pelos americanos ao longo das últimas seis semanas, em um dos casos policiais de maior repercussão no país nos últimos anos.

Muitos analistas chegaram a comparar o júri que inocentou Anthony ao do caso do jogador de futebol americano O.J. Simpson, absolvido da acusação de matar a mulher em 1995.

Em vários programas de TV, apresentadores discutiram o veredicto do caso Anthony. Uma apresentadora de um programa popular da TV a cabo afirmou que respeitava a decisão do júri, mas que achava que "o diabo está comemorando". Dois apresentadores da rede CBS choraram no ar.

Vários termos ligados ao julgamento de Anthony estiveram ao longo desta semana entre os principais tópicos de mensagens postadas no Twitter. No Facebook, grupos discutiam o veredicto.

FILAS NO TRIBUNAL

Durante o julgamento, longas filas se formavam diariamente em frente ao tribunal em Orlando por pessoas que disputavam ferozmente os ingressos para assistir aos depoimentos.

Após o anúncio do veredicto, os advogados de defesa de Casey Anthony criticaram duramente a cobertura do caso pela imprensa americana, afirmando que ela havia condenado sua cliente antes mesmo da decisão judicial.

Anthony foi inocentada por um júri popular na Flórida da acusação de ter sufocado Caylee em 2008 com fita adesiva sobre sua boca e seu nariz. Ela também era acusada de ter jogado o seu corpo em decomposição em um bosque perto de sua casa, em Orlando, após circular por vários dias com ele no bagageiro de seu carro.

A mãe somente comunicou o desaparecimento da filha à polícia após um mês. Primeiro, alegou que a criança tinha sido sequestrada pela babá; depois, durante o julgamento, disse que a menina tinha se afogado acidentalmente em uma piscina.

FESTAS E TATUAGEM

Os promotores também alegaram que, durante o período em que Caylee já estava desaparecida, o comportamento de Anthony foi incompatível com o de uma mãe preocupada com a filha - ela teria frequentado festas e feito uma tatuagem com os dizeres "Bella Vita" (vida bela).

A tese da defesa era de que Caylee teria morrido afogada por acidente na piscina da casa dos avós e que Casey Anthony e seu pai, George Anthony, teriam entrado em pânico e escondido o corpo por medo da polícia. O avô da menina negou essa versão.

A autópsia do corpo de Caylee não conseguiu chegar a uma conclusão sobre as causas de sua morte. Este seria, segundo analistas, um dos principais motivos para a absolvição.

Se Anthony fosse considerada culpada de assassinato, poderia ser condenada à pena de morte. Ela acabou sendo considerada culpada apenas de mentir à polícia durante as investigações. A sentença deverá ser anunciada na quinta-feira, mas Anthony possivelmente será libertada por já ter passado quase três anos presa.

'NOVELA'

O julgamento de Anthony Casey também levou especialistas a discutirem por que o caso ganhou tanta atenção do público americano.

Para Robert Thompson, professor de cultura popular da Universidade Syracuse, de Nova York, o fato não é surpreendente. "Você tem essa história incrivelmente trágica de uma criança morta, que não poderia ser mais dramática", disse ele à BBC.

Ele comenta ainda que alguns detalhes tornaram o caso ainda mais incomum, como os 31 dias que se passaram até que Anthony relatasse o desaparecimento da filha e personagens fictícios que ela criou durante seus depoimentos, como a suposta babá e um namorado rico que seria o pai da filha.

"Havia essa mulher bonita contando histórias que pareciam não se encaixar. Se alguém estivesse escrevendo o caso como uma história de crime de ficção, ninguém acreditaria", comentou Thompson.

Para ele, coberturas de casos como esse criam um efeito dominó. "Quanto mais detalhes as pessoas recebem, mais elas querem. Os espectadores são atraídos como em uma novela de TV", disse.

O jornalista Eric Deggans, do jornal "St Petersburg Times", da Flórida, tem uma visão parecida. "É uma novela da vida real, tem todos os ingredientes que você poderia esperar de um episódio de L.A. Law ou de Law and Order acontecendo na vida real", disse.

MÃE E FILHA

Para Robin Simon, professora de sociologia da Universidade Wake Forest, na Carolina do Norte, uma das razões para o interesse na história é o fato de ela contrariar a noção que a sociedade tem sobre a ligação que uma mãe deve ter com seus filhos.

"A atenção que foi gerada com a mídia não seria tão significativa se fosse um pai assassinando seu filho", disse.
Para ela, o caso é um triste reflexo da sociedade americana moderna. "Um jornalista estava entrevistando as pessoas na fila para o tribunal. Uma mulher disse: 'Não posso esperar para ver. É o melhor reality show'", contou.

"A mulher então riu. Ela nem percebeu que era um caso real com pessoas reais. É nojento", disse.
Para Thompson, por maior que tenha sido o interesse sobre o caso nas últimas semanas, ele vai logo se dissipar.
"O interesse vai embora e esperamos pelo próximo caso. Os noticiários diários na TV a cabo precisam desse tipo de coisas, então, podemos esperar pelo próximo julgamento do século daqui a 13 meses", diz.

Passeio "sui generis" nas ruas de PARIS

( achei estupidez, mas eu não conheço Paris - Raul Longo)

Em agosto de 1978, o cineasta francês Claude Lelouch adaptou uma câmera estabilizada com giroscópio, na frente de uma Ferrari 275 GTB e convidou um amigo piloto profissional de Fórmula 1, para fazer um trajeto no coração de Paris na maior velocidade que ele pudesse.

A hora seria logo que o dia clareasse. O filme só dava para 10 minutos e o trajeto seria de Porte Dauphine, através da Av. Foch e do Louvre até a Basílica de SacreCoeur. Lelouch não conseguiu permissão para interditar nenhuma rua no perigoso trajeto a ser percorrido.

O piloto completou o circuito em menos de 9 minutos, chegando a 324 km por hora em certos momentos.

O filme mostra-o furando sinais vermelhos, quase atropelando pedestres, espantando pombos e entrando em ruas de sentido único. O sol nem havia saído ainda.

O piloto teria sido René Arnoux ou Jean-Pierre Jarier.

Quando mostrou o filme em público pela primeira vez, Claude Lelouch foi preso.

Ele nunca revelou o nome do piloto de Fórmula 1 que pilotou a máquina e o filme foi proibido, passando a circular só no underground.

Se você não viu ainda o clássico, prenda a respiração e clique no link abaixo. Se você já viu veja de novo. Vale a pena curtir a emoção de passear em Paris como se estivesse a bordo de uma Ferrari 275 GTB.


Comentário tenebrosoO som e' da Ferrari (mal montado) o carro e' uma Mercedes. Não atingiu nada 324 Km/h, mesmo o 275 GTB so' atingia os 280 Km/h. Ve-se perfeitamente que a Mercedes não vai assim tão rapida comparando com os outros carros. Façam as contas: a Avenida dos Campos Eliseos tem 1900 metros e ele demora 65 segundos... regra de tres simples = media de 105 Km/h...

Comentário cauteloso: Tanto o Lelouch quanto o piloto são dois malucos. Vale apenas por ver imagens de Paris que nos trazem caras lembranças... embora tão rapidamente que mal podemos apreciá-las.

Comentário saudosista: Como tenho Simca`s 1301 e Peugeot`s 504, foi agradável vê-los em abundância e… com luzes amarelas como tanto gosto! Quanto ao vídeo… perdoável para a época? Agora não é!

Comentário babaca: Completamente idiota! Caso a mulher ou filha deste idiota fosse desta para melhor ao ser atropelado por um idiota do mesmo gênero, gostaria de ver se ele iria mostrar compreensão e compaixão.

Enviado por Raul Longo