sexta-feira, 4 de abril de 2014

AGNELO DESAFIA BARBOSA: TEM QUE PROVAR ACUSAÇÕES

Ministro Gilmar pede vistas e julgamento que impediria que empresas privadas financiassem campanhas eleitorais é adiado



Para os milhares senão milhões de coxinhas que saem às ruas empunhando cartazes em protesto a corrupção que campeia, especialmente a corrupção no sistema político que está totalmente comprometido pelo financiamento privado que enche as arcas dos partidos de todos espectros ideológicos, provocando a degenerescência moral da vida pública, a baixa qualidade dos "representantes do povo" que no congresso agem em nome dos mais sórdidos interesses, uma derivação da interpretação leniente das leis que desemboca na impunidade cujo símbolo maior é este judiciário aristocrático e desconectado da realidade, razão maior dos mensalões que atingiram os principais partidos causando perplexidade e desalento com a política, ontem no STF, o ministro Gilmar Mendes deu um enorme passo para que esse sistema corrupto de financiamento privado do sistema político continue em voga com as empreiteiras despejando rios de dinheiro para financiar as principais candidaturas presidenciais, de governadores, senadores e deputados, nos impondo um enorme custo em obras superfaturadas, de péssima qualidade, trazendo um imenso transtorno a população na questão da mobilidade urbana entre outras, ao pedir vistas durante o julgamento de uma ação impetrada pela OAB que visava por fim a doação de recursos de empresas privadas para campanhas eleitorais, uma medida saneadora que mudaria e muito os péssimos costumes políticos já quando o placar apontava para um escore de 6 X 1 a favor da tese da OAB e o voto de Gilmar em nada impedirá que as mudanças sejam implementadas.

Gilmar é a favor de que o atual modelo de financiamento permaneça e a proibição prevista pelos votos majoritários do plenário não entre em vigência nas próximas eleições mesmo esse modelo esgotado seja o maior responsável por toda a corrupção do sistema. Daí se percebe um falso moralismo quando esse mesmo ministro vai aos holofotes criticar o PT por ter lançado mão de uma prática corriqueira entre todos os partidos e que agora poderia ser rechaçada se ele não tivesse pedido vistas do julgamento, sem prazo de entrega de seu voto, protelando uma decisão vital para que se mude o atual modelo de financiamento de campanha. Não se vê contudo, nenhuma reação mais enérgica em face da estratégia do ministro que muito se assemelha a uma chicana, termo popularizado pelo ministro Barbosa em meio aos tristes eventos do julgamento da AP 470 quando acusou um de seus pares de agir para para frear o curso do julgamento.

Aqueles que vão as ruas em protesto as  velhas práticas políticas deveriam a elas voltarem, de preferência em frente ao STF exigindo que Gilmar traga seu voto que em nada influenciará no resultado que já está tomado apenas para que a decisão vitoriosa do plenário do STF tenha efeitos imediatos já para as atuais eleições e as próximas campanhas não se tornem esse emaranhado de promiscuidade, com vários acordos espúrios sendo montados em cima do financiamento privado que é um dos maiores fatores de definição dos resultados das urnas e cuja fatura é apresentada depois ao eleito em prejuízo do bolso do contribuinte.