domingo, 17 de janeiro de 2016

Por que a Lava Jato é um fracasso. Por Paulo Nogueira

Lava Jato: atua contra um lado só

Lava Jato: atua contra um lado só

A Lava Jato fracassou. Ponto. Exclamação.

Para que isso não ocorresse, ela teria que ser percebida, consensualmente, como uma operação apartidária, isenta politicamente e, numa palavra, justa.

Não é o que aconteceu.

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A atuação da Lava Jato fez, não por acaso, o juiz Sérgio Moro se tornar ídolo de radicais que vão às ruas pedir o impeachment ou mesmo a intervenção militar.

É comum ver faixas pró-Moro nos protestos.

Também não por acaso, Moro ganhou instantaneamente o apoio empolgado da mídia. A direita protege os seus. Podemos dizer assim: Moro é tão isento e apartidário quanto à imprensa.
No campo oposto, os progressistas detestam Moro. Mais uma vez, como sempre, não por acaso – mas pelo conjunto de atitudes.

Num país dramaticamente polarizado, Moro é mais um fator de divisão e discórdia.

Entre os progressistas não estão apenas os petistas, é importante dizer. Boa parte dos advogados que nesta semana deram marretadas na Lava Jato – “neoinquisição” foi apenas uma delas – não tem vínculo com o PT.

Muitas coisas contribuíram para que Moro fosse visto como um juiz com lado. Jamais se soube de um só ato seu para investigar e punir vazamentos sempre enviesados, alguns dos quais simplesmente criminosos.
O pior vazamento veio na véspera das eleições, e contribuiu fortemente para a causa de Aécio. Segundo o vazamento, desmentido mais tarde pela realidade crua dos fatos, um delator disse que Lula e Dilma sabiam de tudo do Petrolão.

Isso foi para a capa da Veja, e serviu em São Paulo, maior colégio eleitoral do país, como peça de propaganda para Aécio e, mais ainda, como um instrumento para tirar votos de Dilma.

O depoimento de Youssef, quando conhecido, mostrou que ele jamais dissera aquilo. Mas a eleição já passara, e esse crime, no qual se associaram vazadores da Lava Jato e a Veja, ficou impune.

Com o correr dos dias, Moro deixou de guardar até as aparências. Aceitou o inaceitável: um prêmio da mídia, especificamente da Globo.

Justiça e imprensa devem manter rigorosa distância para se autofiscalizar, mas Moro simplesmente ignorou isso.

Mais recentemente, aceitou outro convite inaceitável, este da Abril, para ser a estrela de um encontro das editoras de revistas.

Deu um passo além: compareceu a um evento organizado por João Dória, um dos líderes do PSDB em São Paulo. Posou sorridente, sem cerimônia, ao lado de Dória.

Do ponto de vista da simbologia, tudo isso não poderia ser pior. Moro se caracterizou como um soldado não apenas do PSDB mas, mais que isso, da plutocracia.

Em nenhuma sociedade avançada você vê cenas como estas, em que um juiz com tamanho poder confraterniza com a mídia e com um partido em situação tão dramática.

Moro, e com ele a Lava Jato, deixou também a sensação de que fala alto com aqueles que a mídia quer ver triturados e baixo com quem tem poder.

Eduardo Cunha é um caso. Nada aconteceu com ele e a mulher depois que a Suíça forneceu, já há meses, provas espetaculares contra o casal. (Cunha tem privilégios legais indecentes por ser deputado, mas ela não.)

A Lava Jato acabou se caracterizando não como uma operação universalmente contra a corrupção. Mas como uma ação específica contra determinado grupo.

Por isso fracassou. Agisse de forma imparcial, poderia ser respeitada e até admirada.
Mas não foi isso que aconteceu.

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Paulo Nogueira
Sobre o Autor
O jornalista Paulo Nogueira é fundador e diretor editorial do site de notícias e análises Diário do Centro do Mundo.
 
http://www.diariodocentrodomundo.com.br/por-que-a-lava-jato-e-um-fracasso-por-paulo-nogueira/

PiG imita gangsterismo de Chatô

          Morais: é um acinte usar a tevê e o rádio para defender interesses empresariais
 
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Chatô (em pé) mandaria o Fernando Henrique pagar a folha de salários do jornal
Em CartaCapital:

Chatô e os chatôzinhos

Ele fundou um estilo de jornalismo. O de hoje imita seu gangsterismo. Não sua inteligência
por Nirlando Beirão


Enquanto o escritor e jornalista Fernando Morais, 69 anos, dava esta entrevista a CartaCapital, chegou à casa dele um reparte da novíssima edição de Chatô, a biografia do magnata das comunicações Francisco de Assis Chateaubriand Bandeira de Mello (1892-1968). “É por causa do filme”, comentou.

O Chatô de Morais, publicado em 1994 pela Companhia das Letras, inspirou o filme dirigido por Guilherme Fontes – mais do que isso uma atormentada saga cinematográfica que se prolongou por 20 anos até seu recente lançamento. Aqui, Fernando Morais traça um revelador retrato da mídia nativa, a de antes e a de hoje.

Carta Capital: O que mudou na imprensa desde os tempos de Assis Chateaubriand?

Fernando Morais: Na essência, não mudou nada. A mídia – e, para não ficar repetindo isso o tempo todo, ressalvo as exceções que nós conhecemos – continua sendo um instrumento exclusivamente dos interesses econômicos e políticos do dono.

O que não seria muito grave no caso de jornal e revista, porque são propriedade privada – e aí seria outra discussão. Mas é um acinte que isso aconteça em veículos eletrônicos, o rádio e a televisão, que são concessão pública.

Qual é a diferença que a gente vê entre os impérios midiáticos de hoje e o do Chatô? A personalidade do Chateaubriand. O caráter diabólico que ele tinha. Ao mesmo tempo que era capaz do pior gangsterismo, ele deixou o legado do melhor museu de arte do Hemisfério Sul, o Masp.

CC: Gangsterismo? Por exemplo.

FM: Mandou capar a tiros um sujeito com quem ele tinha uma dívida. Era Oscar Flues, grande importador de máquinas de São Paulo. Oscar vendeu a dívida para o Getúlio (Vargas) quando Chatô estava preso, por ter aderido à Revolução de 1932.

Getúlio comprou a dívida e tomou um jornal de Chateaubriand. Tão logo foi solto, Chatô despachou o Amâncio para São Paulo, com o retratinho do Flues na mão, e, bom capanga dos anos 30, o Amâncio ficou de tocaia, chapéu enfiado na cabeça. O Oscar morava no casarão que é hoje a sede do Iate Clube de Santos, em Higienópolis.

Parou o carro, o filho desceu para abrir os portões, o Amâncio abriu a porta, enfiou o revólver entre as pernas do Oscar, atirou duas vezes e foi embora. Uma barbaridade. Não havia nenhuma razão nobre ou política para aquilo.

CC: Então, Chateaubriand estava do lado dos paulistas em 1932. Tinha aquele discurso de defesa da democracia?

FM: Em parte por isso, mas o que pesava mesmo era a relação freudiana com o Getúlio. Do dia em que se conheceram até a hora em que ficou sabendo que Getúlio tinha dado um tiro no coração, a relação foi de amor e ódio, amor e ódio, o tempo todo. Eram personalidades vibrantes, magnéticas, como não existem mais.

Insisto: o sujeito que mandava capar um credor montou o maior museu do Hemisfério Sul. Que é propriedade pública, não é dos filhos do Chatô. Não é do Gilberto, não é da Terezoca e dos filhos da Terezoca. É meu, é seu. Sua empregada, o porteiro do prédio podem ir lá ver um raro Rembrandt. Nenhum magnata da mídia atual é capaz de oferecer ao País uma coisa da importância do Masp, sem falar dos aeroclubes que Chateaubriand espalhou pelo Brasil.

Obrigava os milionários a doar aviões. Porque achava que um país deste tamanho você só iria conquistar pelo ar, não adiantava construir estrada de ferro ou rodovia que fosse de São Paulo para Manaus. Mas não era um santo.

CC: Interessante esse tema: herança. O que a gente vê por aí, nos veículos da grande imprensa, é o que Mino Carta chama de sucessão por direito divino. Famílias da oligarquia que vão ficando no comando. Quase sempre depredando o patrimônio que herdaram.

FM: É o que a gente está vendo aí. O Chateaubriand inventou uma coisa maluca, deixou todos os veículos que tinha para um condomínio de empregados. Todos eram funcionários. Mas a diferença principal do Chateaubriand para os atuais donos de jornais me veio à cabeça com a leitura deste livro do Fernando Henrique Cardoso, Diários da Presidência.

Nele, Fernando Henrique conta, não sem certa empáfia, que dois jornalistas da Folha escreveram no jornal – não dá para entender se artigo ou reportagem – textos que o deixaram indignado. Passou a mão no telefone e ligou para o senhor Frias (Octávio Frias). Reclamou, disse que era inadmissível. O senhor Frias respondeu: “Não se preocupe, presidente. Pode dormir em paz que eu vou obrigar os dois a engolir os artigos”. No dia seguinte, os dois tiveram de escrever um mea-culpa, “desculpa, não foi bem assim”.

CC: E com o Chatô, como era?

FM: Esse tipo de ameaça o Chateaubriand sofreu várias e várias vezes. Por parte do presidente da República, de ministros, de militares. Respondia sempre da mesma maneira: para poder mandar aqui dentro dos meus jornais, de minhas revistas, tem de se responsabilizar pela folha de pagamento no final do mês.

Se o senhor quiser assumir a folha de pagamento, pode demitir repórter, contratar, mudar texto. E o que valia para fora valia para dentro também. Lembro o caso do David Nasser, que era o monstro sagrado de O Cruzeiro, revista que vendia 700 mil exemplares quando o Brasil tinha 30 milhões de habitantes e 50% de analfabetos, e não havia assinatura, você tinha de ir à banca. Um dia, o David fez um artigo contra o Juscelino, então presidente.

O Chatô estava se arrumando para uma festa, tirando alfinete de uma camisa de smoking novinha em folha – a cena é muito engraçada, aconteceu no escritório dele no O Jornal. Chega o David e o Chatô diz: “Que merda é essa, David, de falar mal do Juscelino na sua coluna?” O David respondeu: “Mas, doutor Assis, é minha coluna, tem meu nome lá em cima, é minha opinião”. Chateaubriand respondeu: “Se quiser ter opinião, monta um jornal só para você; na minha revista você defende a minha opinião”.

CC: É a noção que a mídia hegemônica ainda tem hoje de liberdade de imprensa, não é?

FM: Essa clareza, essa sinceridade do Chateaubriand não existe mais. Se o presidente da República reclamava, como fez o Fernando Henrique, ele dizia: “Se quiser mexer nos meus editoriais, tem de pagar a conta no fim do mês”. O mesmo valia para a redação. Rubem Braga trabalhava em Belo Horizonte para o Estado de Minas e escrevia crônicas semanais.

Numa delas desceu o cacete na Igreja da Espanha, que estava apoiando Francisco Franco. Estamos falando, portanto, de 1936, 1937, durante a Guerra Civil. Aí, dom Antonio dos Santos Cabral, o rígido arcebispo de Belo Horizonte, fez uma homília, a ser distribuída em todas as suas paróquias, dizendo que os Diários Associados eram inimigos da família católica e que as pessoas não tinham mais que assinar o Estado de Minas. Imagina a força da Igreja em Minas Gerais 80 anos atrás.

Chatô soube disso, passou a mão no telefone, ligou para o Gegê (Geraldo Teixeira da Costa, diretor do jornal). Disse: “Senhor Gegê, descobri que dom Cabral, quando moço, estuprou a irmã várias vezes. Quero uma reportagem enorme sobre isso”. Passa um dia, dois, cinco, uma semana, duas semanas depois. Chatô, furioso, ligou cobrando a matéria.

Gegê, constrangido, argumentou: “Doutor Assis, botei o melhor repórter, mas tem aí um problema. Descobrimos que dom Cabral é filho único, não tem irmã”. Resposta do Chateaubriand: “Isso não é problema meu nem seu, senhor Gegê. Isso é um problema do dom Cabral. Ele que explique depois”.

CC: Se a verdade atrapalhar o que se quer dizer, esqueça-se a verdade. Ainda se pratica muito isso.

FM: Muito, muito. E com mais hipocrisia. É o avesso do que deveria ser o jornalismo. Tenho 50 casos como este, a propósito do Chatô. Acho que, se o livro fez sucesso e o filme faz sucesso, é porque o Guilherme (Fontes, o diretor) soube ler o personagem.

Que na verdade não é só um, são vários. Dá para fazer Chatô II, Chatô III, Chatô, a Volta. Não tinha limites no usufruto do poder. Mas não buscava enriquecer. Não tinha muito dinheiro. Uma casa boa em São Paulo, outra na Rio – só. Achava que dinheiro era coisa de pobre.

CC: Nos anos 30, 40, havia mais debate na imprensa, não havia? Não era essa tirania do pensamento único.

FM: Pelo menos não era monolítico. Em todos os estados havia jornais locais que não eram tão grandes quanto os jornalões, mas que faziam oposição, crítica, deboche. E havia também muita imprensa operária, de sindicato. Não existe mais, ou pelo menos a gente não tem acesso.

O direito de emitir opiniões estava à disposição de quem quer que seja. Mas aí começam os grandes impérios da mídia, e o do Chateaubriand é o primeiro. Era tão maquiavélico que em cada lugar tinha um jornal sério e um jornal de escândalo, de polícia. Em São Paulo, Diário de S. Paulo e Diário da Noite. No Rio, O Jornal e Diário da Noite. Em Minas, Estado de Minas e Diário da Tarde.

Um jornal de sangue e um jornalão de opinião. Tinha uma revista nacional, O Cruzeiro, que, proporcionalmente, tinha uma tiragem dez vezes maior do que qualquer uma hoje. Tinha rádio bombando, a televisão começando.

CC: Era um homem inteligente, não é? Faz contraste gritante com os chatôzinhos de hoje.

FM: Diabolicamente inteligente. Falava mal quatro idiomas, o único que falava bem era o alemão, cantava Noite Feliz em alemão no dia do Natal. Um sujeito sofisticado, você vê pelos 11 mil artigos que escreveu ao longo da vida. Um personagem 100% brasileiro, com fumaças de genialidade, esse lado dele incontrolável, sedutor, sua paixão pelo poder.

Antes da eleição do Dutra (general Eurico Gaspar), em 1945, Adhemar de Barros foi ao escritório de Chatô, no Rio, querendo convencê-lo a ser candidato à Presidência. Ele respondeu: “Não tem a menor graça, o bom não é ser presidente, o bom é que, para o cara ser presidente, ele tem de bater naquela porta, pedir para entrar, tirar o chapéu, sentar aqui e perguntar se pode ser candidato à Presidência”.

CC: A porta a bater mudou de endereço, mas continua existindo, não é?

FM: É, nisso ele deixou uma herança ruim para nós. Boa parte desses maus costumes da nossa mídia vem de lá. Depois de assistir ao filme de Guilherme Fontes, um crítico afirmou: “Isso não é sobre o Chateaubriand, o Brasil dos anos 50, é o Brasil de hoje”. Você apenas troca as figuras, o enredo é o mesmo.

CC: Um nordestino que teve a ousadia de peitar a plutocracia paulista.

FM: Peitou, não – humilhou. Você pode imaginar o doutor Julinho Mesquita botando um chapéu de cangaceiro por imposição do Chatô?

CC: A tal Ordem do Jagunço, que ele inventou...

FM: É, se botou no Churchill, por que é que não iria botar num Mesquita? Os Ermírio de Moraes penaram na mão dele. Certa vez, Chatô entrou no estúdio e invadiu uma novela – não tinha videotape, era ao vivo – para ameaçar: “O senhor Ermírio de Moraes, eu preciso educar esse sujeito com surras de rabo-de-tatu”. Fazia o diabo. O que fez com o conde Chiquinho Matarazzo...

CC: Em 1964, a mídia, inclusive o Chateaubriand, se juntou e entrou no golpe, com a solitária exceção da Última Hora do Samuel Wainer. Hoje, ela continua flertando com o golpe. Mas tem o mesmo poder dos anos 60?

FM: Toda ela aderiu ao golpe. Em relação aos dias de hoje, tenho uma opinião um pouco herege para uma pessoa de minha idade e de minha formação. Sou um jornalista do papel, meu mundo era o Jornal da Tarde – sonho de todo grande jornalista, assim como foi a Realidade e, antes, o Jornal do Brasil.

Estou convencido de que jornal e revista no formato de hoje acabaram. Televisão volta a ser um eletrodoméstico, uma tela, o conteúdo vai estar no seu celular. Veja o Jornal Nacional, a audiência da Globo – está desabando. O Boni disse um dia desses: “Esses caras perderam o juízo”. Não vejo em que o jornalismo que se faz no Brasil possa seduzir as novas gerações.

Se tivesse de escolher uma epígrafe para esta entrevista, seria um versinho profético do Gilberto Gil, de 1967, na música chamada Domingou: O jornal de manhã chega cedo/ mas não traz o que eu quero saber/ As notícias que leio/ já sabia mesmo antes de ler.

http://www.conversaafiada.com.br/pig/pig-imita-gangsterismo-de-chato

Acordo histórico com Irã foi semeado por Lula

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O primeiro líder global a defender que o Irã pudesse usar a energia nuclear para fins pacíficos foi o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que também argumentou que a diplomacia deveria ser usada para colocar fim às sanções no Oriente Médio; à época, Lula foi chamado de ingênuo e criticado no Brasil por supostamente se meter onde não deveria; neste domingo, ao exaltar o acordo que considerou "histórico", o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, também exaltou a vitória da diplomacia; o líder iraniano, Hassan Rohani, afirmou que seu país preserva sua dignidade e abre um novo capítulo nas relações com o mundo; nesta conquista, o crédito também é de Lula.

247 – Em 2010, o Itamaraty costurou um acordo diplomático com o Irã e a Turquia, que impunha estrita vigilância sobre o programa nuclear iraniano. O acordo previa que o Irã enviasse à Turquia 1,2 mil kg de urânio de baixo enriquecimento para que fosse substituído por urânio enriquecido a 20% para ser usado em pesquisas médicas. Pelo acordo, haveria supervisão de inspetores turcos e iranianos. À época, Lula classificou o entendimento como "uma vitória da diplomacia", num momento em que países ocidentais, influenciados por Israel, ameaçavam bombardear o Irã.

"Foi uma resposta de que é possível, com diálogo, a gente construir a paz, construir o desenvolvimento", disse Lula. "Há um milhão de razões para a gente ter argumento para construir a paz e não há nenhuma razão para a gente construir a guerra. O Brasil acreditou que era possível fazer o acordo. Mas o que é importante é que nós estabelecemos uma relação de confiança. E não é possível fazer política sem ter uma relação de confiança", disse.

Aquele acordo, no entanto, não foi implementado por ter sido sabotado por países ocidentais. Alegava-se que o Irã não iria cumpri-lo e que o Brasil, além de ingênuo, estaria se metendo num território proibido, para o qual não havia sido chamado.

No entanto, pouco depois disso, o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, que havia chamado Lula de "o cara" com um certa ponta de inveja tratou de costurar seu próprio acordo com o Irã – segundo muitos observadores, inferior ao que havia sido desenhado por Lula e Celso Amorim.

Neste domingo, com o fim das sanções ao Irã, Obama classificou seu acordo como histórico e garantiu que o Irã não usará a tecnologia nuclear para buscar a bomba atômica. "Este é um bom dia porque mais uma vez estamos vendo o que é possível por meio de uma forte diplomacia norte-americana", disse Obama na Casa Branca. "Estas coisas são um lembrete sobre o que nós podemos alcançar quando nós lideramos com força e sabedoria".

Em Teerã, o acordo também foi saudado.  "O Irã abriu um novo e feliz capítulo em suas relações com o mundo ao fim das sanções por seu programa nuclear, com sua dignidade intacta e com o caminho aberto para reintegrar-se na economia global", declarou o presidente da nação iraniana, Hassan Rohani, neste domingo.

Esta conquista, que contribui para a paz mundial, começou a ser semeada pelo ex-presidente Lula.      

http://www.brasil247.com/pt/247/mundo/213624/Acordo-hist%C3%B3rico-com-Ir%C3%A3-foi-semeado-por-Lula.htm

Janio e a Carta: o que farão Teori e Lewandowski?

                                              Moro sabe dos excessos e os ignorou

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(De GeoPolítico Blog, no C Af)

O Conversa Afiada reproduz trecho do artigo de Janio de Freitas na Fel-lha, sede de torpes vazamentos, todos os dias:

http://www1.folha.uol.com.br/colunas/janiodefreitas/2016/01/1730289-mais-do-que-uma-carta.shtml
(...)

Mais que à própria Lava Jato, porém, a mensagem (a Carta dos Advogados ) importa para o Conselho Nacional de Justiça, em particular ao seu presidente, Ricardo Lewandowski, e ao ministro Teori Zavascki, relator no Supremo Tribunal Federal das denúncias e delações premiadas procedentes da Lava Jato. Sergio Moro e os demais ativistas do caso já receberam numerosas observações sobre excessos seus e, com o evidente e até declarado sentimento de messianismo, desprezaram-nas. Lewandowski e Zavascki são, no caso, os guardiães do Estado de Direito, das normas que a todos nos protegem das arbitrariedades e prepotências dadas como extintas com o fim da ditadura.

Aos dois, sobretudo, diz respeito a carta aberta dos 104. A ambos cabe verificar, estudar, auscultar –e deter as impropriedades que acaso identifiquem. Antes que comecem a expandir-se.

(...)
 
http://www.conversaafiada.com.br/brasil/janio-e-a-carta-o-que-farao-teori-e-lewandowski
                                                                         É um lixo

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(De de Jonas Vaquer)
De Vera Magalhães, na Fel-lha:

Falação premiada

Informação de depoimento oficial é bem diferente de conversas vagas destinadas a atrair acordo de delação

1. Domingo (10): "Ex-deputado que negocia delação cita Wagner e Aécio enunciava a principal reportagem de "Poder". O texto relatava que o ex-deputado Pedro Corrêa adiantara informações capazes de comprometer cerca de cem políticos –entre eles o senador Aécio Neves e os ministros Aldo Rebelo (Defesa) e Jaques Wagner (Casa Civil).

"Não há nenhuma informação consistente sobre o contexto, tão somente se destacam nomes supostamente mencionados, sem nenhuma prova, indício ou suspeita", reclamou, com razão, a assessoria do ministro da Defesa (leia abaixo, nota ao fim deste texto).

A inconsistência já havia sido apontada na crítica interna: a afirmação não foi feita em depoimento oficial, mas em negociação na qual o ex-deputado tenta há seis meses, sem sucesso, fechar um acordo de delação premiada. A razão, segundo a reportagem: "Investigadores disseram que Pedro Corrêa até agora não entregou provas convincentes para boa parte dos episódios relatados. A defesa sabe que, para o acordo vingar, os termos precisam ser taxativos e concretos".

Carece perguntar então: se assim é, por que o jornal deu tanto espaço e destaque à narrativa? Por que os nomes dos políticos foram parar no título e no subtítulo, enquanto a ressalva sobre a confiabilidade da história foi relegada ao fim do texto?

(...)

3. Sexta (15): "Lobista reconhece assessor de Palocci que teria recebido R$ 2 mi, tasca a Folha em título interno. O lobista em questão é Fernando Baiano, que, em acareação, identificou Charles Capella como "o interlocutor" que estava em uma casa de Brasília onde ele se reuniu para acertar a doação ao caixa dois da campanha de Dilma (2010). No parágrafo seguinte, porém, Baiano diz que Capella não participou da reunião –ou seja, não "interlocutou" coisíssima alguma.

Em outra acareação no mesmo dia, Alberto Youssef não reconheceu Capella como o recebedor da propina –que, por sinal, foi o próprio doleiro que entregou. Como o jornal pode ignorar isso e escrever em título que Capella teria recebido o dinheiro? "Não acho que uma versão invalide a outra, e as duas estão registradas", responde Fábio Zanini. Meu ponto não são versões conflitantes, mas a conclusão indevida: o título uniu o que a acareação separou.

(...)

http://www.conversaafiada.com.br/pig/nem-a-ombudsman-da-fel-lha-aguenta-o-odor-de-seus-vazamentos

Damous: PF sempre pergunta - e o Lula?

                         Ele explica por que indicou Nilo Batista ao Lula: pela Democracia

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(De Dona Mancha)
Saiu no Globo, sede dos vazamentos mais torpes, entrevista de Fernanda Krakovics com Wadih Damous, deputado federal pelo PT do Rio:
http://oglobo.globo.com/brasil/seria-ousadia-das-ousadias-criminalizar-lula-diz-wadih-damous-18490693

O senhor sugeriu ao ex-presidente Lula a contratação do criminalista Nilo Batista. Por quê?

Por conta dessa criminalização geral da política, o presidente Lula tem sido alvo de atenções persecutórias e, nesse sentido, tem que estar muito bem assistido juridicamente. É, na verdade, uma defesa da democracia. Foi assim que conversamos com o Nilo e foi assim que ele se posicionou: "Eu estou aqui em defesa da democracia, mais do que na defesa de uma pessoa física".

O senhor considera que há risco de o ex-presidente ser preso?

Não acredito nisso, mas como a Operação Lava-Jato tem muitos elementos de um Estado de exceção, de desrespeito à ordem jurídica, qualquer atitude preventiva é salutar, embora não haja nada contra o presidente Lula. E, sinceramente, seria a ousadia das ousadias criminalizar um ex-presidente da República com base em delações de delinquentes. Aliás, nem esses delinquentes têm feito qualquer tipo de acusação frontal contra o presidente Lula. Mas, já que há um cenário de criminalização ampla, geral e irrestrita da política, é importante que alguém da estatura do presidente Lula tenha uma assessoria jurídica à altura.

O ex-diretor da Petrobras Nestor Cerveró disse que foi indicado para a BR Distribuidora pelo ex-presidente por gratidão.

O relato de advogados de defesa é que sempre se pergunta acerca do Lula, como se houvesse um direcionamento. Isso é um lixo jurídico. E por que a palavra desse delinquente de nome Cerveró vale mais do que a palavra do presidente, que já disse que isso não é verdade?

Dizem que a maior preocupação do ex-presidente é com o filho Luís Cláudio na Operação Zelotes.

A nossa preocupação é com o desvio que a Zelotes tomou. Ela foi instaurada para investigar grandes sonegadores, parou de investigar grandes sonegadores e enveredou para a esfera política, como tem se tornado praxe no Brasil. De repente, a Zelotes se torna uma operação para investigar parentes do presidente Lula, o que é um absurdo.

Mas, se a Zelotes esbarra em algo considerado suspeito, não tem que investigar?

Ninguém está acima da lei. Nem o juiz Sérgio Moro, nem os procuradores da Lava-Jato, nem a Polícia Federal podem se considerar acima da lei. Tem que investigar qualquer indício de irregularidade. Agora, a Operação Zelotes parece que está se resumindo a isso.

O senhor tem sido um crítico da Lava-Jato e agora da Zelotes.

É um absurdo a instrumentalização e a transformação de órgãos de Estado, como o Ministério Público e a Polícia Federal, em órgãos de exceção, em polícia política, fora os vazamentos seletivos. Quando se trata de alguém ligado ao governo ou ao PT, a escandalização é imediata. Quando se trata de outras personalidades, como (o ex-presidente) Fernando Henrique Cardoso e (o senador) Aécio Neves (PSDB), é nota de rodapé, as investigações não vão à frente.
 
http://www.conversaafiada.com.br/politica/damous-pf-sempre-pergunta-e-o-lula

Bláblárina é uma malandrina ...

                                              Quer o Golpe na Dilma, mas só pra ela...


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(De Fábio Sexugi)
A Bláblárina se acha esperta.

Seus patrocinadores ( Itaúúúú e Natuuuura) são tão espertos que ela pensa que esperteza se dá por proximidade.

 Ou por financiamento privado de campanha.

 A Rede Sustentabilidade defende o Golpe contra a Dilma.

A Blábá é outra que não aceita o resultado da eleição.

Mas, ela é malandrina...

Ela não apoia o impítim do Ministro (PSDB-MT), nem do Pauzinho do Dantas, nem do Eduardo Cunha da Marta, nem o do Aecím de Furnas.

O Golpe dela é malandrino.

Ela quer o Golpe no TSE: "a melhor forma de dar encaminhamento (ao Golpe e a sua posse na Presidência da República) é o processo no TSE. Dilma e Temer são faces da mesma moeda", disse ela ao Estadão.

(Ato falho - liderada do Itaúúú a falar em moeda com duas faces ...)

O que significa a mandrinhagem ?

Primeiro ela conta com o Ministro (PSDB-MT) que, nesse mesmo TSE, contra a Ministra Carmen Lúcia, tentou legitimar a Rede quanto ela não tinha meia dúzia de gatos pingados.

Segundo, se a Dilma e o Temer forem enforcados pelo TSE do Gilmar, haverá nova eleição.

E aí ela acha que derrota o Aecim.

O Aecim e todos os outros parvos que se candidatariam nessa hipotética - e improvável eleição.

Depois que o Brasil e a Ministra do Meio Ambiente Izabela Teixeira enfiaram os verdes locais numa poça de xisto betuminoso, na COP-21, em Paris, a Blablárina ficou sem verde para respirar.

A Blablárina não passa de uma malandrina.

PHA

http://www.conversaafiada.com.br/politica/blablarina-e-uma-malandrina

Está na hora de processar os vazadores

Moro é o "Teologo da Vazação" ! Ele não está acima da Lei !

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(Imagem: Roberto, no C Af)
Chega !

A Carta Aberta dos Advogados foi o documento que mudou o ambiente político de forma irreversível.

Chega de contemporizar com os vazamentos e o “sistema Moro” instalado em Curitiba.

O Governo tem a responsabilidade de investigar os vazamentos.

Descoberto o vazador, processá-lo pelo crime cometido !

É preciso perseguir o crime dos vazamentos como se persegue um crime de pedofilia, de terrorismo, um sequestrador !

Os vazamentos em curso são criminosos !

Como um sequestro !

Quem vaza esses documento comete um crime !

Como um sequestrador !

Que tem que ser punido !

Até hoje, a Polícia Federal, a sede da sedição, não descobriu a origem de nenhum vazamento.

Assim como não descobriu quem grampeia mictório de preso, nem quem vendeu delaçao a banqueiro.

Quem é o “japa bonzinho” do Delcídio ?

Como não descobriu o dono do jatinho ...

Porque é preciso passar detergente na PF, da cabeça aos pés.

Destituir o diretor-geral, o Daiello, que tentou impedir o corajoso Juiz De Sanctis de deflagrar a Operação Satiagraha.

Trocar o todos os diretores regionais.

A começar pela “força tarefa tucana” da PF instalada em Curitiba.

Como fazer isso com o da Justiça ?

Impossível.

Ele é refém da PF.

Além de inepto.

Tirar o zé da Justiça é a preliminar desse processo que se exige, mais do que nunca.

Especialmente depois das denuncias feitas  pelos advogados, em sua Carta.

O zé afronta a Carta.

A investigação e punição dos vazamentos permitirá chegar ao “Teólogo da Vazação”, o Juiz Moro, de Guantánamo.

Porque é ele quem prega a suposta “transparência” como instrumento da Justiça.

A “transparência” seletiva, entregue na bandeja do PiG, para que o PiG faça, a seu modo, a seleçao da seleção.

É a “transparência” do Não Vem ao Caso !

Moro não está acima da Lei !

Paulo Henrique Amorim

http://www.conversaafiada.com.br/brasil/esta-na-hora-de-processar-os-vazadores