sexta-feira, 24 de janeiro de 2014

Reportagenzinha sem vergonha

Compare esta reportagem que saiu na Istoé dessa semana com outra abaixo cujo personagem principal é Leonardo Attuch que na época dos fatos narrados era jornalista com emprego na Istoé. Se Carone é chamado de pseudojornalista acusado pela boca de um promotor que não apresenta provas do que afirma e nem permite que os advogados do acusado tenham acesso ao teor do inquérito policial para que faça sua defesa, Attuch e a Istoé são o quê? Registre-se que a Carone não foi dado pelo repórter Mário Simas o direito ao contraditório, de apresentar sua versão dos fatos, diferentemente do Correio do Brasil que deu voz a Attuch e foi auscultá-lo sobre sua versão dos fatos. Nessa régua de Simas se Carone é pseudojornalista, membro de uma organização criminosa, porta voz de bandido, Policarpo Jr é o quê? A Veja é o quê, já que teve como informante contumaz de suas matérias Carlos Cachoeira bandido condenado pela justiça. No caso Policarpo/Cachoeira a mídia deu AO PRIMEIRO ampla proteção, cobertura total, invocando seu trabalho "jornalístico" NEGANDO-SE inclusive a aceitar que Policarpo comparecesse a uma CPI sob a legação de que isto feria a liberdade de imprensa, tese acampada pelos pseudosjornalistas tipo Mário Simas e outros. No Caso Carone estão todos a linchá-lo, a execrá-lo como se bandido mesmo fosse embora as acusações ainda não tenham sido provadas e estejam em sede de investigações.

 

Um achacador na cadeia

Justiça de Minas enfrenta quadrilha de falsários, determina a prisão de empresário que usava site para extorsões e polícia encontra documentos que podem ligá-lo a atentado contra um promotor

 

 

Mário Simas Filho
 

A Justiça de Minas Gerais deu um importante passo para pôr fim a uma quadrilha especializada em falsificar documentos, extorquir políticos e empresários e ameaçar delegados, promotores, juizes e desembargadores. Na segunda-feira 20, por determinação da juíza Maria Isabel Fleck, da 2ª Vara Criminal de Belo Horizonte, o empresário Marco Aurélio Carone foi para a cadeia. Ele é proprietário do site Novo Jornal, que, segundo o Ministério Público, é usado para achacar os alvos do grupo e denegrir a imagem daqueles que se opõem ao esquema criminoso. “Esse grupo de delinquentes vem agindo há algum tempo. Eles têm como líder o falsário Nilton Monteiro e como relações públicas o indivíduo que se passa por jornalista virtual de nome Marco Aurélio Flores Carone, responsável pelo site Novo Jornal, que nada mais é senão um balcão para os negócios do bando”, diz o promotor André Garcia de Pinho, um dos responsáveis pelas investigações e pelo pedido da prisão de Carone.


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SENTENÇA
A juíza Maria Isabel Fleck está convencida de que o empresário Carone
é uma ameaça à sociedade e usa o site Novo Jornal para extorquir


Nilton Monteiro é um velho conhecido da Polícia Federal e da Procuradoria da República. Ele é acusado de falsificar a lista de Furnas – uma relação com o nome de diversos políticos mineiros que teriam recebido recursos irregulares para suas campanhas – e está preso na Penitenciária Nelson Hungria, em Contagem. Agora foi a vez de Carone ir para a prisão. Segundo a juíza, está “evidenciado que Carone utiliza seu jornal para ameaçar qualquer cidadão que esteja cumprindo os seus deveres”. Maria Isabel Fleck determinou a prisão do empresário por entender que, em liberdade, ele representa uma “ameaça à sociedade” e intimida as testemunhas. Entre as vítimas dos ataques feitos pelo Novo Jornal estão, segundo a juíza, o desembargador José do Carmo Veiga, o ex-procurador geral de Justiça Jarbas Soares Júnior, o juiz de direito atualmente em Nova Serrana, Christiano de Oliveira Cesarino, e o delegado chefe do Departamento de Investigações, Márcio Nabak. Todos eles com alguma participação nas investigações de crimes atribuídos à quadrilha liderada por Nilton Monteiro.


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A prisão de Carone não encerra as investigações promovidas pelo Ministério Público, mas os documentos apreendidos com o empresário e pseudo-jornalista na segunda-feira 20 poderão ajudar a responder a duas perguntas que vêm há algum tempo desafiando os promotores especializados em combater o crime organizado em Minas Gerais. A primeira é saber qual é a origem dos recursos usados por Carone para manter o Novo Jornal no ar. O Ministério Público já descobriu que o site não tem receita publicitária e que umas poucas propagandas que chegou a veicular eram frias. Agora, em posse de parte da papelada apreendida na segunda-feira, inclusive extratos de contabilidade, os promotores esperam encontrar alguma pista que leve ao financiador do grupo. “Esse grupo evidentemente recebe algum financiamento clandestino e isso nós vamos descobrir”, diz um dos delegados que participaram da apreensão dos documentos. “Quem financia atividade criminosa também comete crime.”


A segunda pergunta feita pelo Ministério Público diz respeito a um atentado sofrido pelo promotor André Garcia de Pinho no fim do ano passado. Pinho é um dos responsáveis pelas investigações contra Nilton Monteiro e também contra o Novo Jornal. No meio do ano passado, o promotor recebeu alguns recados ameaçadores. E, por fim, em dezembro de 2013, um dos carros de Pinho foi incendiado. Na ocasião, o promotor afirmou que tanto as ameaças quanto o atentado poderiam ter relação com as investigações que conduzia contra um líder de uma quadrilha “que está preso na Penitenciária Nelson ­Hungria”. O promotor, é claro, se referia ao grupo de Monteiro. Com os documentos apreendidos com Carone, essas suspeitas se reforçam. Isso porque na agenda do empresário foram encontrados manuscritos contendo o endereço do promotor e as placas dos carros usados por ele. Segundo o delegado Guilherme da Costa, da 4ª Delegacia de Investigação de Falsificação, Sonegação Fiscal e Crimes Contra o Patrimônio Público, o Ministério Público apontou que as anotações na agenda pessoal de Carone são indícios de que o atentado contra o promotor teria a autoria da quadrilha de Nilton Monteiro. “O que nos foi passado pelo Ministério Público é que nos manuscritos da agenda estavam as placas dos carros e o endereço do
promotor atacado no ano passado”, disse o delegado.


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"O site Novo Jornal nada mais é senão um
balcão de negócios para o bando"

André Garcia Pinho, promotor


Em sua defesa, Carone alega que exerce o papel de jornalista e que, portanto, tem direito à liberdade de expressão. Em março do ano passado, porém, a Associação Brasileira de Imprensa (ABI) emitiu uma nota oficial na qual manifesta “repúdio em preocupação com o material divulgado pelo site Novo Jornal”. O site, de acordo com a nota, “produz reportagens com falso conteúdo que se prestam a finalidades criminosas”. Na avaliação do promotor Pinho, a tese da liberdade de expressão usada por Carone é tão absurda quanto um traficante preso transportando drogas alegar que está sendo ofendido no direito constitucional de ir e vir.
Foto: Samuel Aguiar/O Tempo/Folhapress

http://istoe.com.br/reportagens/344813_UM+ACHACADOR+NA+CADEIA 


Guerra na blogosfera levanta denúncias contra Daniel Dantas e a comunicação do Planalto

24/11/2013 18:42
Por Gilberto de Souza - do Rio de Janeiro 



Attuch edita o site Brasil 247
Attuch edita o site de notícias Brasil 24/7


A falta de transparência na aplicação dos recursos bilionários da Secretaria de Comunicação (Secom) da Presidência da República e o pesado jogo econômico nos bastidores das empresas de mídia e telecomunicações no Brasil deflagraram, nas últimas horas, uma guerra de grandes proporções entre segmentos do conjunto de informativos existentes na internet brasileira, conhecido como ‘blogosfera’. Alvo das multidões durante os últimos protestos contra a corrupção no Brasil, que tomaram as ruas do país, a Rede Globo ganha, neste episódio, a companhia tanto de novos quanto dos já tradicionais meios de comunicação, nas suspeitas de negociações transversas com o dinheiro público.


Após denúncias publicadas na página do jornalista Paulo Henrique Amorim (PHA), editor do blog Conversa Afiada, contra o também jornalista Leonardo Attuch, editor do site Brasil 24/7, veículos de comunicação como a revista semanal de ultradireita Veja e os diários conservadores paulistano Folha de S. Paulo e carioca O Globo passaram a ser apontados como vetores de campanhas voltadas aos interesses de grandes conglomerados econômicos nacionais e do exterior. Seria o poder da mídia por detrás de um jogo de interesses políticos e econômicos, inconfessáveis à Opinião Pública e à Justiça, patrocinado com recursos da Secom da Presidência da República, ocupada atualmente pela jornalista Helena Chagas.


Em meio a uma série de acusações, Amorim divulga, em sua página, a escuta telefônica realizada pela Polícia Federal (PF), com autorização da Justiça, de um telefonema entre Attuch e o empresário Naji Nahas que, junto com o banqueiro Daniel Dantas, estão envolvidos em volumosos processos por crimes contra a ordem financeira do país, entre outros. Segundo denuncia Amorim, Attuch seria “ou é funcionário” do dono do banco Opportunity, em “um site na internet que se esconde com a identificação ‘247“, especialista em “reproduzir textos não autorizados e (que), como Dantas, dissimula a origem das informações que publica”. Seria uma “versão ‘esquerdista’ de Dantas”, acrescenta Amorim. O blog Conversa Afiada, por sua vez, é chancelado por anúncios da Caixa Econômica Federal (CEF) e do Banco do Brasil (BB), entre outras empresas públicas.


Ainda segundo PHA, Attuch seria responsável por “publicar textos de esquerdistas, trabalhistas, nessa nova versão pink de Dantas” e lembra que o banqueiro teria sido dono de “uma publicação, No Mínimo, onde pagava salários incompatíveis com o mercado brasileiro: era a publicação mais cara das Américas”, diz o blogueiro, em uma tentativa de “controlar a imprensa”.


“A ponto de, num interrogatório na PF, o Delegado Protógenes (Queiróz, deputado federal do Partido Comunista do Brasil por São Paulo) sugerir que, quando saísse da cadeia, deixasse de ser banqueiro para ser dono de jornal”, acrescentou.

Leia, adiante, o que diz Amorim sobre Attuch:


“De certa forma, ele conseguiu realizar o sonho de Protógenes – Dantas conta com 100% de blindagem no Partido da Imprensa Golpista (PiG, que reuniria a imprensa conservadora) e em outros falsos retratos do Brasil. Alguém no Palácio do Planalto – ou ali perto – convenceu a presidenta a dar essa suposta entrevista. O que comprova que a presidenta entende tanto de ‘imprensa’ quanto o ansioso blogueiro de Taxa Interna de Retorno.


“O editor do Conversa Afiada Murilo Silva reuniu um material sobre essas personalidades que engrandecem o jornalismo brasileiro: Dantas e seu ‘jornalista’.


“Em tempo: o ansioso blogueiro já tentou diversas vezes entrevistar a presidenta. Não conseguiu. Provavelmente porque não tem as credenciais do Attuch. Talvez, se tivesse o apoio do Dr. Kalil, do Ministro Mercadante ou do ex-Ministro Palocci isso teria sido possível. Nesse caso, porém o ansioso blogueiro prefere não fazer a entrevista que jamais faria.


“Em tempo 2: de resto, a entrevista ao ‘braço do Dantas’ resultou inútil. Não teve e menor repercussão. É daquelas entrevistas que beneficiam o entrevistador – em prejuízo do entrevistado e do leitor/espectador, que não leva nada para casa.


(…)


“Leonardo Attuch foi o homem de Daniel Dantas na mídia durante os momentos conturbados da vida do banqueiro, na ‘maior disputa comercial da história do capitalismo brasileiro’ e pouco antes das duas prisões no âmbito da Operação Satiagraha (que o presidente Barbosa, breve, legitimará).
“Trata-se da disputa acionária pelo controle da Brasil Telecom, que se consumou na fusão da Brasil Telecom a Oi, a BrOi, uma patranha – com o dinheiro do FAT, sob a guarda do BNDES e que rendeu US$ 2 bilhões a Dantas.


“Em interceptação telefônica feita pela Polícia Federal, na Operação Chacal, Attuch aparece com o megainvestidor Naji Nahas – encarcerado com Dantas na Satiagraha –, que, então, costurava um acordo entre Daniel Dantas e a Telecom Itália.


“Na conversa, Attuch aconselha Naji a processar jornalistas – a quem chama de f… da p … – que ‘incomodavam’ o grupo, entre eles Mino Carta e Paulo Henrique Amorim”.


“Attuch liga:


“Naji: Alô.


“Attuch: Naji? É o Leonardo (Attuch), dá para falar um pouquinho?


“Naji: Dá.


“Attuch: Só pra te falar, você tá vendo essas notícias lá da Itália?


“Naji: É loucura o Daniel me colocar nesse negócio porra, não são eles que estão lá na Itália? Ele e o Diglesias (?) e tal fazendo essa campanha?


“Attuch: Não, não. Não é o Daniel, não. Isso é coisa de Paolo Dal Pino (Presidente da Telecom Itália no Brasil), aquela turma lá. (…)


“Naji: Ahn.


“Attuch: O que tá acontecendo é o seguinte: a mídia não tem como voltar atrás e admitir que errou nessa coisa de Telecom Itália e àquela coisa toda.


“Naji: Mas tão dizendo que eu corrompi a Comissão de Ciência (Ciência e Tecnologia da Câmara – em pró da BrT)… Eu nunca corrompi ninguém rapaz.


“Attuch: É loucura, eu acho que… (interrompido)


“Naji: Esse Mino Carta, eu vou mandar processar ele já, hoje.


“Attuch: Você deveria fazer isso, deveria fazer isso com urgência. Pelo seguinte, esses caras querem fazer a bomba cair no teu colo, e não tem nada a ver.


“Quem corrompeu foi a turma do Carmelo (Carmelo Furci, vice-presidente da Telecom Itália para AL), que fez o trabalho sujo, que você sabe muito bem como funcionava a coisa ali.


“Então, honestamente, eles que contrataram o Demarco, o Paulo (inaudível), esse pessoal todo. Agora, eu acho que você deveria se mexer aí.


“Naji: O que você quer se eles dizem que eu corrompi, eles tem que provar que eu corrompi, p..
“Attuch: Pois é, mas como toda essa turma… A Veja tá comprometida nessa história, a Folha (de S. Paulo) tá comprometida. Inclusive, hoje, a Elvira Lobato lá da Folha, ligou para o Opportunity, ligou lá para o Daniel querendo… Não sei, se ela queria falar com ele.


“Naji: Ela ligou e ele não atendeu.


“Attuch: Isso, ele não atendeu. Mas ela veio com uma conversinha mole, de querer entender o que está acontecendo. Quer dizer, qualquer pessoa com dois neurônios entende que se (inaudível) foi preso, é porque, p…, veio pra cá e montou a Operação Chacal.


“Naji: Sei.


“Attuch: Agora, acho que a própria Folha quer entrar nesse conto da carochinha…
“Naji: É, mas o que que tem a ver? Eu sempre trabalhei para fazer o acordo entre os dois.
“Attuch: Eu sei, eu sei. Mas como eles não podem dizer que a Operação Chacal foi comprada, porque deixaria toda a imprensa mal na história, eles vão tentar distorcer e colocar no seu colo, entendeu?


“Naji: Por no meu colo é o que eles tentam, mas eles vão ver o que vai acontecer.
“Attuch: Pois é, mas você tem que fazer isso rápido.


“Naji: Mas o que você quer que eu faça?


“Attuch: Não, eu acho que você tem que começar a se mexer com essa turma de Mino Carta, de Paulo Henrique Amorim, esse bando de fdp (…)


“Naji: Vou processar, vou processar todos! É a única coisa que eu posso fazer…


“Attuch: Pois é… Porque realmente o negócio está esquisito. Você andou conversando por lá? Chegou a ver essas coisas?


“Naji: Não, não hoje que eu falei com ele. Ele tá achando um absurdo esse negócio. Mas tudo bem, vamo lá.


“Attuch: Esse negócio é uma loucura. Eu vou levantar informação desse negócio e eu te mando.
“Naji: Tá, me manda.


“Fim da ligação.


Ouça, aqui, a conversa gravada entre Attuch e Nahas:


“Contudo, o papel de Attuch nessa história antecede as negociações de paz entre Telecom Itália e Daniel Dantas.


“Trechos do inquérito da Operação Chacal, realizada em 2004, comprovam que as relações entre Attuch e o grupo de Daniel Dantas eram próximas, e que o jornalista (?) se prestou a ser instrumento do grupo na disputa comercial bilionária que se travava.


“A Chacal investigou como a ‘quadrilha’ de Daniel Dantas (assim qualificada pela Polícia Federal) promovia espionagem industrial contra seus sócios: a Telecom Itália e Fundos de Pensão.


“O grupo de Dantas monitorou inclusive autoridades do Governo Federal, destacadamente, o ministro Luiz Gushiken.


“Numa dessas tentativas de grampear Gushiken, Dantas grampeou Paulo Henrique Amorim, sua ex-mulher e sua filha.


“Para isso, o Grupo de Dantas contou com os serviços da Kroll Associates, contratada da Brasil Telecom – operadora de telefonia, então, administrada pelo Grupo Opportunity, de Daniel Dantas – e, não, pelo Dantas pessoalmente.


“Ou seja, os sócios – fundos de pensão e Citibank – pagavam a Kroll para trabalhar para Dantas.
(PHA cita, em reproduções de trechos de investigações federais, entre elas a Operação Chacal, realizada em 2004 “como o espião português da Kroll, Thiago Verdial, explica à mãe como usava Attuch para publicar matérias de interesse da organização na revista Isto É Dinheiro”.


“As relações entre o ‘jornalista’ Leonardo Attuch e a cúpula da Brasil Telecom, então sob a batuta de Daniel Dantas, eram tão próximas que motivaram a CEO da companhia, Carla Cicco – indiciada pela Polícia Federal na Operação Chacal e condenada na Comissão de Valores Mobiliários (CVM) – a indicar os serviços do ‘jornalista’ à Kroll Associates. Multinacional americana da ‘área de inteligência’, a Kroll sofreu uma devassa total na ocasião, feita pela Polícia Federal. Computadores foram apreendidos e funcionários da companhia presos (2004).


Em outro fac-símile divulgado, em inglês, PHA segue com a tradução de uma mensagem eletrônica, assinada por lcgcfc@yahoo.com.br: “Como eu lhe disse durante a nossa teleconferência de hoje, durante a sua estadia no Rio, você deve atender a um jornalista. Seu nome é Leonardo Attuch, e seu número de contato é (+55-11-36184289 e celular. +55-11-8224-4402).

Eu acho que seria melhor se você chamá-lo diretamente para confirmar a reunião na sexta-feira, no Rio (ele em de São Paulo, mas ele vai para o Rio) e para encontrá-lo para fora do lado Brasil Telecom Office. Eu acho que você vai entender porquê. Durante nossa reunião na manhã de sexta-feira eu vou lhe dizer o que e quanto a dizer! Obrigado, até breve”.


Em novas reproduções, PHA revela que “o e-mail lcgcfc@ era de Carla Cicco, presidente da Brasil Telecom, segundo a PF. Charles Carr era o chefão da Kroll na Itália. Em maio, ele responde enviando uma espécie de currículo de Attuch (resume), que , como se percebe, é um dos repórteres ‘investigativos’ em atividade no Brasil”.


Attuch responde


Daniel Dantas


Dantas, personagem contumaz no governo de FHC, volta à cena no governo da presidenta Dilma Rousseff


Na página do site Brasil 24/7, sempre na terceira pessoa, o jornalista Leonardo Attuch responde ao editor do blog Conversa Afiada:


“O jornalista Paulo Henrique Amorim, responsável pelo site Conversa Afiada, demonstra, neste sábado, sua imensa dor de cotovelo e a pequenez de seu espírito. Ao comentar a entrevista exclusiva concedida pela presidente Dilma Rousseff ao 247, afirma que ‘jogaram a presidenta nos braços do Dantas’, referindo-se ao empresário Daniel Dantas.


“Em determinado trecho, age como uma criança mimada que não conseguiu seu doce. ‘Em tempo: o ansioso blogueiro já tentou diversas vezes entrevistar a Presidenta. Não conseguiu. Provavelmente porque não tem as credenciais do Attuch’, diz ele, referindo-se ao jornalista Leonardo Attuch, responsável pelo 247.


“Em outro, minimiza o impacto do depoimento da presidente, na véspera do leilão dos aeroportos de Galeão e Confins, onde ela previu – com acerto – que haveria forte competição pelos dois terminais. ‘Em tempo 2: de resto, a entrevista ao ‘braço do Dantas’ resultou inútil. Não teve e menor repercussão. É daquelas entrevistas que beneficiam o entrevistador – em prejuízo do entrevistado e do leitor/espectador, que não leva nada para casa’, diz ele.


“Paulo Henrique Amorim tem razão quando faz o seu primeiro ‘em tempo’. De fato, ele não tem as credenciais do 247. A ele, faltam trabalho, seriedade e, sobretudo, caráter.


“No que diz respeito ao segundo ‘em tempo’, ele está redondamente enganado. Além da repercussão no próprio 247 e nas redes sociais, onde, segundo o Facebook, a entrevista foi vista por mais de 598,5 mil pessoas, ela mereceu destaque nos jornais Valor Econômico (Dilma reafirma compromisso com meta fiscal), Estado de S. Paulo (2014 não terá ‘gastança’, diz Dilma) e em jornais parceiros do 247, como o Diário da Costa do Sol, de Macaé, no Rio de Janeiro (‘Quem torce contra, perde’, afirma a presidenta Dilma Rousseff em entrevista exclusiva’). No grupo Estado, a entrevista foi também distribuída pela Agência Estado, a maior do país, o que fez com que chegasse a centenas de jornais e sites espalhados pelo país.


“Paulo Henrique Amorim, no seu ‘chororô’, também insiste em outra mentira. Afirma que Leonardo foi ou é empregado de Daniel Dantas, dono do grupo Opportunity. Antes do 247, Attuch trabalhou nas redações de Veja, Exame, Correio Braziliense, Istoé e Istoé Dinheiro. Na cobertura da chamada “guerra das teles”, denunciou ilegalidades das operações Chacal e Satiagraha – já confirmadas pela Justiça – e foi duramente atacado por personagens como Amorim.


“Naquele tempo, o blogueiro do Conversa Afiada exaltava a figura de Joaquim Barbosa e dizia que Dantas ainda teria um encontro marcado com ele. Barbosa já demonstrava seu estilo, quando batia boca com Gilmar Mendes, em pleno Supremo Tribunal Federal, e o incitava a “sair às ruas’. Reinaldo Azevedo, por sua vez, batia firme em Barbosa e o condenava por defender o ‘direito achado na rua’. Hoje, as posições se inverteram. Amorim condena Barbosa, Reinaldo o defende – e as convicções dos editores do 247 são as mesmas de antes. Sobretudo, a de que nenhum tipo de arbítrio, contra quem quer que seja, deve ser tolerado.


“Em relação ao 247, a empresa pertence exclusivamente ao jornalista Leonardo Attuch e todos os documentos societários são públicos. Estão arquivados na Junta Comercial de São Paulo e podem ser consultados por qualquer pessoa.


“Em tempo: um inquérito no Supremo Tribunal Federal, sob responsabilidade do ministro Dias Toffoli, investiga se houve patrocínio privado para campanhas de difamação na imprensa movidas por jornalistas como Paulo Henrique Amorim”, afirmou.


Comprometimento


Secom


Helena Chagas, secretária de Comunicação Social da Presidência da República


Na tarde deste domingo, o Correio do Brasil perguntou ao jornalista Leonardo Attuch a que nível de comprometimento da Veja e da Folha nos fatos ele, especificamente, referia-se na ligação grampeada pela PF. Folha de S. Paulo e Veja, segundo Attuch, moviam-se sob motivações alheias ao interesse jornalístico:


“A Veja, no meu entendimento, também tinha um engajamento estranho na história. E havia vários grupos de interesse, que eu resumiria assim:


1) fundos de pensão, que queriam retomar o controle da telefonia privatizada,


2) (Daniel) Dantas, que pretendia continuar com a Brasil Telecom,


3) Telecom Italia, que pretendia assumir o controle da Brasil Telecom, no lugar de Dantas e


4) sócios privados da Telemar (Andrade Gutierrez e [o senador do PSDB Tarso] Jereissati) que pretendiam assumir o comando do barco.


“Os fundos de pensão e a Telecom Italia moveram uma guerra intensa, mas, no fim, quem venceu foram os sócios privados da Telemar. E a tal supertele acabou entregue aos portugueses da Portugal Telecom (donos do diário popular carioca O Dia e do diário especializado Brasil Econômico), recentemente.


“Lembrando que, à época, o jornalista Ricardo Boechat foi demitido após denúncia de um suposto envolvimento com o Daniel Dantas, O Globo estaria, de alguma forma, comprometido? Se sim, para qualquer dos casos, o que significaria esse comprometimento?”, perguntou o CdB.


“O Boechat foi demitido por outra razão: era um ‘grampo’ em que ele aparecia falando com Paulo Marinho, que trabalhava para o Nelson Tanure (proprietário do Jornal do Brasil), contra Dantas”, respondeu Attuch. Procurado, o jornalista Ricardo Boechat também não foi imediatamente localizado para responder à reportagem.


Por telefone, também na tarde deste domingo, a jornalista aposentada Elvira Lobato, da Folha, negou que tivesse algum tipo de comprometimento com qualquer dos lados na disputa empresarial, que girava em torno das ações de companhias telefônicas no país.


– Se alguém tem que explicar isso é ele (Attuch) ou a Folha de S. Paulo. Eu era repórter e estava fazendo o meu trabalho – disse Lobato. Da Folha, Veja e O Globo, após várias tentativas da reportagem do CdB, não houve retorno às ligações.


Attuch afirmou, ainda, ao jornalista Renato Rovai, editor da revista Fórum, ao negar qualquer envolvimento com o banqueiro Daniel Dantas, que também apenas fazia seu trabalho como jornalista:


“Paulo Henrique apresenta uma série de documentos e uma gravação vinculando você ao Dantas, qual a sua relação com Daniel Dantas no passado e atualmente?”, pergunta Rovai, por mensagem em uma rede social. E Attuch responde:


“Caro Rovai, (…) no passado, como editor da Istoé Dinheiro, fiz a cobertura da disputa na telefonia, onde ele era um dos protagonistas, a quem entrevistei em diversas ocasiões. Hoje, nenhuma”.
“Por que na ligação para Naji Nahas você tenta convencê-lo a processar jornalistas como Mino Carta e Paulo Henrique Amorim e os chama de ‘bando de f… da p…’? Você falava em nome de Dantas naquele telefonema?”, questiona.


“Qualquer conversa, ouvida fora de contexto, pode dar margem a várias interpretações. Conheço Naji Nahas há vários anos e também o entrevistei para a Istoé Dinheiro. Ele se sentia perseguido pelos dois jornalistas e tinha o direito de processá-los. Claro que não falava em nome de Dantas. Aliás, naquele caso da telefonia, ele o Naji não atuavam de forma alinhada. Pelo contrário”, respondeu.


“Qual a sua relação com a Carla Cicco para ela indicar você à Kroll e por que a reunião entre você e o representante da Kroll tinha de ser realizada fora da Brasil Telecom?”


“A Carla Cicco era outra personagem daquela disputa. Entrevistei algumas pessoas da Kroll naquele episódio, porque achei que eram boas fontes. Inclusive o fundador da Kroll, Jules Kroll”.


“Você diz que há um inquérito sob responsabilidade do ministro Tofolli de que Paulo Henrique teria participado de campanhas de difamação com patrocínio privado, ao que você se refere? Pode explicar melhor o caso?”


“Depois da Satiagraha, o juiz Ali Mazloum levantou indícios de abusos cometidos naquela operação. Entre eles, o de que a Telecom Itália teria patrocinado a ação da Polícia Federal, promovendo, inclusive, uma campanha difamatória nos meios de comunicação. Este caso subiu para o Supremo Tribunal Federal e está sob a responsabilidade do ministro Dias Toffoli, conforme já foi noticiado por outros meios de comunicação”.


Procurados pela reportagem do CdB, os jornalistas PHA e Mino Carta não retornaram. A ministra Helena Chagas, a quem o Correio do Brasil também procurou em busca de uma entrevista exclusiva com a presidenta Dilma Rousseff, não respondeu à solicitação até o fechamento desta matéria.

http://correiodobrasil.com.br/noticias/politica/guerra-blogosfera-levanta-denuncias-contra-daniel-dantas-comunicacao-planalto/664852/

Síndrome de Greta Garbo


Como vivem Ana Paula Arósio e Lídia Brondi, as estrelas que abandonaram a carreira artística no auge da fama e optaram por uma rotina de reclusão

 
 
Rodrigo Cardoso e Camila Brandalise
 
 

Sei que é inevitável falarem de mim, tanto por causa da minha carreira na televisão quanto por ser casada com um ator, mas essa exposição compromete o meu trabalho como psicóloga. É ruim para mim, um assunto que ficou para trás.” Foi em frente ao seu consultório, na zona sul de São Paulo, que a ex-atriz Lídia Brondi reforçou a sua posição a favor do anonimato para a ISTOÉ. Aos 53 anos, casada há 23 com o ator Cássio Gabus Mendes, Lídia preserva o mesmo sorriso de três décadas atrás, quando figurava no seleto grupo das maiores e mais belas estrelas da televisão brasileira. As suas ligações com o passado param por aí. Em 1990, aos 30 anos, ela colocou um ponto final na carreira marcada por sucessos como “Dancin’ Days” (1978), “Roque Santeiro” (1985) e “Vale Tudo” (1988), só para citar três novelas da Rede Globo. Saiu de cena no auge, quando seu rosto estampava a capa de inúmeras revistas – masculinas, inclusive –, para o espanto da classe artística e do público que a enxergava como uma espécie de nova namoradinha do Brasil. Sua última novela foi “Meu Bem, Meu Mal” (1990). “As pessoas ainda me procuram para falar sobre o meu trabalho na televisão e têm curiosidade sobre a minha vida, mas já faz 20 anos. Isso me surpreende”, diz Lídia. A ex-atriz e, hoje, psicóloga viveu o que no meio artístico passou a ser conhecido como síndrome de Greta Garbo, em referência à artista sueca que trocou o status de estrela de Hollywood dos anos 1920 e 1930 para viver reclusa em sua terra natal (leia quadro). Lídia, porém, não é a única brasileira nesse panteão das deusas reclusas. Em 2010, aos 35 anos, a atriz Ana Paula Arósio surpreendeu ao pedir demissão da Globo, após conquistar, em 11 anos de casa, prêmios, fama e idolatria por meio de trabalhos como “Hilda Furacão” (1998) e “Terra Nostra” (1999). Desde então, a sua ocupação passou a ser os afazeres do Haras São Carlos, em Santa Rita do Passa Quatro, cidade de 26 mil habitantes no interior de São Paulo. Trilhar uma carreira de sucesso no mundo dos artistas é tido por muitos como uma espécie de bilhete de loteria premiado, a concretização de um sonho. O que explicaria, então, o movimento contrário das celebridades que trocam o pedestal ocupado por uma minoria por uma vida comum à maioria?


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RECLUSÃO
Ana Paula Arósio cavalga em sua fazenda, em Santa Rita
do Passa Quatro (SP), e, em 1997, na novela "Ossos do Barão"


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“Há uma fantasia que habita a cabeça dos famosos. Muitos, em algum momento, pensam: ‘Uma hora eu desapareço’”, diz o psicanalista Jacob Pinheiro Goldberg, autor do livro “Sentido e Existência”, que trata da relação do ser humano com a sua imagem. Psiquiatra e psicanalista carioca, Luiz Alberto Py argumenta que não é tão raro pessoas nessas condições não desejarem mais ser quem eram. “Ainda mais quem começou em um caminho muito cedo e não teve uma escolha própria amadurecida sobre o que fazer na vida”, afirma. Lídia Brondi e Ana Paula Arósio iniciaram precocemente no meio artístico, aos 14 e 12 anos, respectivamente. Tiveram de encarar pressões e responsabilidades para as quais muitos não estão preparados nem deveriam ser expostos nessa idade. Mais tarde, com maior discernimento e donas do próprio nariz, tornaram-se sensíveis às agruras da exposição e decidiram sair da vitrine, como se isso fosse possível. Há vários apelos para que elas voltem. Em novembro, por exemplo, o diretor de núcleo Wolf Maya rasgou elogios a Ana Paula e afirmou: “Faço aqui um apelo público, nós não podemos perder Ana Paula Arósio.” E fãs de Lídia Brondi criaram blogs para cultuar momentos marcantes da carreira da estrela.


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A opção de sumir do mapa acaba se revelando um jeito eficiente de continuar aparecendo. É o que ocorre com Ana Paula, 38 anos. Em Santa Rita do Passa Quatro, poucos são os habitantes que desfrutam de sua confiança. Muitos, porém, têm uma história sobre ela para contar. As lendas em torno do seu estilo de vida proliferam como resultado da sua opção por não circular e não interagir. Assim, ela se tornou um mito cercado por um pequeno séquito. “Não posso falar sobre a nossa relação, fui proibida por ela”, diz Claudete Aparecida Arósio, mãe da ex-atriz. Ana Paula, dizem comerciantes locais, já foi vista em bares da cidade – em um deles, cujo dono é um de seus funcionários no haras, teria até arriscado algumas tacadas em uma mesa de bilhar – e bebendo cerveja acompanhada de amigos em lojas de conveniência de postos de gasolina. Conta-se, inclusive, que ela teria a mania de dar cerveja a seus cavalos. Funcionários da prefeitura também afirmam já tê-la visto entrando no banco, circulando como uma transeunte, de bota, calça de administradora rural suja de terra, cabelo preso e óculos escuros para esconder o farol que a tira do anonimato no ato – os hipnotizantes olhos azuis. “Ela veio uma vez aqui, num sábado à tarde. Encostou sua caminhonete preta e desceu para beber três cervejas e comer panceta frita acompanhada de um homem”, diz Roberto Correia, proprietário do Boteco do Roberto. A ex-atriz escolheu viver com o marido, o bioarquiteto e cavaleiro Henrique Pinheiro, 35 anos, em uma zona rural afastada do centro da cidade. Para chegar à porteira da sua propriedade de 40 alqueires (o equivalente a 48 campos de futebol), é preciso encarar cinco quilômetros de uma estreita estrada de terra. ISTOÉ tentou ali, sem sucesso, um contato com a protagonista de “Hilda Furacão”.


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EXPEDIENTE
Fachada do prédio onde fica o consultório de Lídia Brondi,
na zona sul de São Paulo: a ex-atriz passou na faculdade de
psicologia, em 2002, dez anos depois de se afastar da tevê


O fato de se tornar uma figura pública, conhecida por muita gente e assediada continuamente deixa o indivíduo sufocado, afirma o psicanalista Goldberg. Além disso, ele é submetido a juízos o tempo todo e surge o medo da desaprovação. A vulnerabilidade do olhar alheio implica sensação de crítica. “E tem a questão da fantasia, da destruição da identidade por causa do personagem. Vários fatores podem levar a uma fragilidade psicológica”, afirma. Ana Paula tem aversão não só à imprensa, mas ao público. Convidada recentemente para assistir a uma prova de tambor, que consiste em contornar três tambores montados em um cavalo no menor tempo possível, teria assim reagido, segundo uma pessoa próxima: “Ah, mas o pessoal vai ficar em cima, me enchendo o saco.”


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Quando Lídia Brondi decidiu abandonar a vida artística, rumores davam conta de que uma síndrome do pânico teria sido o motivo, fato negado pela atriz. “A maioria dos famosos, em um determinado momento, tem pelo menos alguns sintomas de síndrome do pânico, mas claro que não divulgam publicamente”, diz Goldberg. Pai de Lídia, o pastor Jonas Rezende conta que tentou dissuadir a filha de desistir de seu contrato com a Globo, argumentando a importância do trabalho dela. “Eu disse que tevê é um veículo de entretenimento e diverte milhões de pessoas. Mas ela tinha tomado uma decisão que vinha sendo amadurecida havia algum tempo. Era uma fase de sua vida que se esgotou”, afirma Rezende.


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Dez anos depois de deixar a tevê, aproximadamente, Lídia foi aprovada na faculdade de psicologia da Pontifícia Universidade Católica (PUC), de São Paulo. Graduada, hoje ela intercala atendimentos em seu consultório e em um ambulatório da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp). Seu nome consta da equipe do Programa de Atendimento e Pesquisa em Violência (Prove). A psicóloga vai a pé de um local a outro sem receio de ser reconhecida, o que, segundo ela, acontece com mais frequência do que ela imaginaria. Dedicada, chega a cancelar viagens para não deixar de atender seus pacientes. Começa cedo no consultório e, dependendo da agenda, encerra o expediente por volta das 21 horas. A ex-atriz, mãe de Isadora, 28 anos, da união de cinco anos com o diretor da Globo Ricardo Waddington, não cogita retornar à antiga profissão.


Hoje em dia, Ana Paula Arósio faz as vezes de administradora rural em seu haras, enquanto o marido se encarrega de fazer supermercado, ir ao correio e cuidar das tarefas bancárias. Outro dia, a ex-atriz se embrenhou no meio do lago para instalar um vaso no local e, em 2012, foi até a delegacia de Santa Rita do Passa Quatro para registrar um boletim de ocorrência contra o proprietário do sítio vizinho, que, curiosamente, é pai de um ex-namorado. Ela o acusa de ser o responsável por um incêndio criminoso que consumiu uma quadra da sua plantação de cana-de-açúcar. “Ela e o ex-sogro vivem às turras, uma história mal aparada desde que ela terminou o namoro com o filho dele”, diz um parente do ex-sogro de Ana Paula.


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Além de cana-de-açúcar, Ana Paula e o marido produzem feno, que é vendido para sítios e fazendas da região por R$ 7 o fardo. Os dois possuem um campo de produção de cerca de cinco alqueires no haras. Recentemente, também, adquiriram um trailer para transportar os cavalos – têm cerca de 30 –, a paixão de Ana Paula. Quatorze anos atrás, a atriz já dava sinais – mesmo desfrutando das benesses de protagonista da novela do horário nobre da Globo (“Terra Nostra”) – do papel que gostaria de desempenhar na vida real. Lá atrás, em uma entrevista, contou que seu avô, bem-sucedido morando em uma fazenda, decidira sair do fim de mundo em que se encontrava para viver na cidade grande. Dera ouvido ao que diziam seus amigos sobre as boas oportunidades oferecidas na metrópole – mas não foi bem-sucedido. A conclusão de Ana Paula, à época com 24 anos: “É por isso que até hoje eu sinto necessidade de estar no campo, de trabalhar com a terra.” A duras penas, sob críticas de diretores que contavam com a sua presença em gravações de novela e eventos de lançamento, ela jogou tudo para o alto, desceu do pedestal e calçou as botas surradas de um anonimato que ainda não se concretizou.


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MISTERIOSA
Acima, Greta Garbo caracterizada como Marguerite para o
filme "Dama das Camélias", de 1936; abaixo,
a atriz caminha por Paris, em 1958


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Fotos: Leonardo Marinho/Contigo; Gustavo Lourenção/Folha Imagem; Nelson Di Rago/TV GLOBO; Agency Brayan Celebrity

http://istoe.com.br/reportagens/344818_SINDROME+DE+GRETA+GARBO

Equador: Revolução Cidadã completa sete anos

O Equador paga hoje o salário mínimo mais elevado de toda a América Latina. Além disso, a Unesco reconheceu o país como território livre de analfabetismo.


por Beto Almeida Arquivo

Muito ocupada com o exercício de um oposicionismo crescentemente virulento neste ano eleitoral, a mídia brasileira praticamente não registrou a passagem do sétimo ano da Revolução Cidadã, no Equador, ocorrido na semana passada. Nem por isto, o processo dirigido pelo jovem presidente e economista Rafael Correa, processo também conhecido como “o socialismo do bom viver”, com amplo e expansivo apoio popular, tem menos importância, e deveria ser objeto de estudos, debates por parte de governos, partidos progressistas, sindicatos, movimentos sociais e intelectuais. E de muito mais informação. Neste tema, a exceção tem sido a TV Brasil.

O processo de transformações equatoriano completou mais um aniversário anunciando ao mundo mais uma conquista, que , injustificadamente, aqui praticamente não foi divulgada pelo noticiário político e econômico: o Equador paga hoje o salário mínimo mais elevado de toda a América Latina. A isto se junta o fato do Equador ter sido reconhecido, pela Unesco, como Território Livre do Analfabetismo, o que deveria ser objeto de severa reflexão pelas autoridades educacionais brasileiras, especialmente por sermos a pátria de Anísio Teixeira, Darcy Ribeiro e Paulo Freire. Aqui, ainda não temos uma meta segura para a erradicação do analfabetismo...

Vale lembrar que tal conquista do povo equatoriano foi alcançada contando com a cooperação fundamental de Cuba, com seus professores, seu método e sua solidariedade, o que também poderia ser uma alternativa a ser aplicada pelo governo brasileiro, a exemplo do que faz, com sucesso, no Mais Médicos. Aliás, quando veio à posse de Lula, em 2003, Fidel Castro fez questão de comparecer, também, à posse do então ministro da educação, talvez sinalizando assim, claramente, uma disposição prioritária para a cooperação nesta área.

Auditoria da Dívida

O Equador conseguiu revisar, nestes sete anos de câmbios de era, suas relações com o sistema financeiro internacional e local. O que antes era uma deprimente trajetória de submissão e dependência, chegando ao ponto do país ter perdido até sua própria moeda na era neoliberal que desorganizou e rapinou boa parte das riquezas nacionais, hoje está totalmente transfigurado.

O presidente Rafael Correa convocou a uma auditoria da dívida pública, externa e interna, um trabalho corajoso que , com o apoio popular e de especialistas locais e de outros países, levou à constatação de que praticamente mais da metade da dívida era fraudulenta. Não tinha que ser paga. O que existia era um verdadeiro sistema de sucção das finanças públicas, num processo muito similar ao que constatou o presidente Getúlio Vargas, que também realizou uma auditoria da dívida externa, recuperando para o Tesouro Nacional mais da metade dos recursos que eram rapinados pela banca internacional.

Como resultado da auditoria e outras medidas, muito mais recursos puderam ser destinados para os programas sociais da Revolução Cidadã, mesmo que ainda não tenha sido alcançada, por enquanto, uma total desdolarização da economia local. Ainda assim, há recursos disponíveis para sustentar, por exemplo, o pagamento da Renda Cidadã, destinada à inclusão dos setores sociais mais fragilizados pela miséria sistêmica que o país sempre experimentou, historicamente.

Recuperação da soberania

A recuperação da soberania sobre as riquezas nacionais, sobre as finanças, sobre as políticas de defesa - a retomada total do controle da Base Militar de Manta, antes utilizada pelos EUA, também se inscreve neste esforço - encontra no campo energético, provavelmente , a sua expressão mais decidida e relevante. Até a chegada ao poder do processo da Revolução Cidadã, as petroleiras transnacionais que atuavam no país chegavam a abocanhar praticamente 99 por cento da receita da exploração, ficando o país com apenas 1 por cento da receita.

Atualmente, duas empresas estatais de petróleo controlam, soberanamente, toda a política de petróleo do país, com as receitas hoje destinadas em 99 por cento para a economia nacional, sustentando os programas sociais e obras de infra-estrutura. Há empresas transnacionais de petróleo atuando no Equador, mas agora operam apenas na modalidade de alguns contratos, para a prestação de serviços.

As mãos sujas da Chevron
Os sete anos de Revolução Cidadã conduziram, também, à formatação de uma política externa soberana, valente, determinada. Campeão mundial de abrigo a asilados e refugiados políticos, - entre eles o diretor do Wikilikes, Julien Assange, protegido das garras imperiais na embaixada equatoriana em Londres - o Equador está travando uma emblemática batalha com a petroleira Chevron, conhecida por apoiar golpes de estado, guerras contra governos e países independentes e, também, por suas contaminações ambientais em vários cantos do planeta, inclusive aqui no Brasil, onde foi multada.

A Chevron é responsável pela contaminação criminosa de mais de 2 milhões de hectares na Amazônia Equatoriana onde explorou petróleo por anos e anos. Por uma irresponsabilidade criminosa, por deliberada opção de não usar as técnicas adequadas para a proteção do meio ambiente, a petroleira dos EUA despejou todos os detritos químicos nos mananciais, ou em cerca de 30 mil piscinas sem proteção, sem isolamento técnico, o que levou a uma contaminação generalizada de solo, igarapés e mananciais, de tal sorte que as comunidades locais começaram a registrar entre seus membros, pelo uso doméstico desta água, o surgimento de graves enfermidades, entre elas câncer de pele e de intestino. Já há registro de mortes nas comunidades afetadas.

Organizados, os moradores processaram a Chevron na justiça equatoriana e tiveram uma sentença vitoriosa, sendo a petroleira obrigada a pagar uma indenização de mais de 19 milhões de dólares. Com a arrogância peculiar dos imperialistas, a empresa se recusa a pagar a multa e tenta fugir da responsabilidade, inclusive, buscando jogar sobre o estado equatoriano a culpa pelos danos causados pelo empreendimento petrolífero. Toda exploração petrolífera começou em 1964, pelas mãos da Texaco, posteriormente comprada e absorvida pela Chevron.

Se é verdade que os governos equatorianos anteriores foram coniventes com este verdadeiro crime ambiental e social de gigantescas proporções, o governo da Revolução Cidadã adota outra linha. Ele denuncia mundialmente “as mãos sujas da Chevron” e defende os moradores afetados pela contaminação, sem se acovardar ante o poderio desta petroleira. Muito pelo contrário, está revelando todas as suas vergonhosas manobras jurídicas para escapar da responsabilidade. Ocorre que o Equador hoje é outro e isto está sendo dito ao mundo, em alto e bom som. A mídia brasileira demonstra incapacidade para refletir as mudanças ali em curso. Prefere sonegar informação.

Democratização da comunicação
Para estruturar esta política externa valente, o governo equatoriano conta com o respaldo crescente de apoio popular. Em sete anos, Rafael Correa já foi vitorioso, por meio do voto, em nove eleições ou plebiscitos. E para que este apoio popular seja determinante, consciente, foi decisiva a realização de um processo de democratização da mídia, com uma nova legislação sendo aprovada no parlamento.

Pelas novas regras, o poder público tem o controle de 34 por cento da comunicação; o setor privado passa a ter 33 por cento, passando os restantes 33 por cento ao controle de instituições sociais sem fins de lucro, o que garante uma informação com pluralidade e diversidade, sem oligopólios a darem ordens e imporem suas pautas empresariais à nação, bem ao contrário do que ocorre, por exemplo, aqui no Brasil, onde praticamente não há informação isenta das restrições do mercado e, muito menos, sobre estas importantes mudanças em curso ali no país andino.

O Equador que recém lançou sobre primeiro satélite, que está realizando um conjunto de obras de infra-estrutura - algumas com financiamento estatal do BNDES brasileiro - está também promovendo iniciativas econômicas, comerciais, monetárias, políticas, para reforçar o processo de integração latino-americano, devendo, em breve, passar a fazer parte do Mercosul, além de ser já protagonista importante da Unasur e da Celac.

Não admira, portanto, que os sete anos da Revolução Cidadã equatoriana - que merece a solidariedade internacional - não tenham recebido espaços adequados na mídia brasileira. Certamente porque esta percebe haver tantos exemplos nobres e importantes lançados ao mundo pelo pequenino gigante andino, sobre o qual temos muito que refletir e aprender. Não são apenas flores que recebemos de lá....

O que se revela, pela lógica sonegação informativa, é que a mídia brasileira estaria bem mais concentrada e interessada no seu oposicionismo eleitoral sistemático assumido, com o intuito confesso de travar o curso de mudanças que também ocorre no Brasil. Com o que, espera obstaculizar o avanço do Brasil na cooperação com estas importantes experiências latino-americanas, uma cooperação que pode ser bem mais robusta. E para avançar, os obstáculos internos que apregoam a desintegração precisam ser vencidos, especialmente quando o que mais se necessita, historicamente, é um curso de cooperação e solidariedade entre os povos. Para viabilizar este objetivo, é urgente fortalecer todas as iniciativas para um jornalismo de integração regional latino-americana.

(*) Beto Almeida é membro do Diretório da Telesur 

http://www.cartamaior.com.br/?/Editoria/Internacional/Equador-Revolucao-Cidada-completa-sete-anos/6/30079

AGORA ESTÁ EXPLICADO A ARMAÇÃO DO SUPOSTO USO DE CELULAR POR ZÉ DIRCEU: JUSTIÇA SUSPENDE ANÁLISE DE TRABALHO EXTERNO DE DIRCEU

Vara de Execuções Penais (VEP) do Distrito Federal, do juiz Bruno Ribeiro, determinou a suspensão por 30 dias da análise de eventuais benefícios ao ex-ministro, entre eles, o de trabalho externo; motivo é a investigação sobre o suposto uso do celular, por José Dirceu, dentro da Papuda; tanto o ex-ministro quanto o secretário da Bahia James Correia, com quem Dirceu teria conversado, negaram o ocorrido; e o próprio diretor do presídio informou que arquivou o caso por considerá-lo "inverídico"; juiz indicado por Joaquim Barbosa, filho de um ex-dirigente do PSDB, determinou, porém, que a apuração seja concluída.

24 DE JANEIRO DE 2014

André Richter - Repórter da Agência Brasil

A Vara de Execuções Penais (VEP) do Distrito Federal determinou a suspensão por 30 dias da análise do pedido de trabalho externo do ex-ministro da Casa Civil José Dirceu, condenado a sete anos e 11 meses de prisão na Ação Penal 470, o processo do mensalão. A VEP entendeu que o pedido não pode ser concedido até que o término da investigação interna sobre o suposto uso do celular dentro do Presídio da Papuda, no Distrito Federal, pelo ex-ministro.

Segundo reportagem publicada no jornal Folha de S.Paulo, no dia 17 de janeiro, Dirceu conversou por telefone celular com James Correia, secretário da Indústria, Comércio e Mineração do governo da Bahia. Segundo a matéria, a conversa ocorreu por intermédio de uma terceira pessoa que visitou Dirceu. Na ocasião, a defesa do ex-ministro negou que a conversa tenha ocorrido, e a Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal abriu processo administrativo para investigar o caso.

No entanto, em ofício enviado à VEP, o Centro de Internamento e Reeducação (CIR), onde Dirceu está preso, informou que arquivou o caso porque não havia necessidade de apuração da suposta falta grave cometida. O diretor da unidade prisional concluiu que o fato era "inverídico". Ao tomar conhecimento da medida, a Justiça determinou que a investigação seja concluída e que os depoimentos do ex-ministro e dos agentes penitenciários sejam tomados.

The Law of Gerson: como Martin Scorsese redimiu um escroque real com “O Lobo de Wall Street”





“O Lobo de Wall Street” é um Martin Scorsese menor. Não só porque podia ter meia hora a menos. Ainda assim, continuaria pior que “Os Bons Companheiros” ou “Os Infiltrados”. Tem todos os elementos de seu cinema: um grupo de homens se comportando mal; drogas (provavelmente se cheira ali o equivalente a toda a cocaína do helicóptero dos Perrellas); muito sexo; boas atuações; bons diálogos; boa trilha sonora.

Qual o problema, então?

O problema é a glorificação total e irrestrita de um tremendo picareta. Uma história contada pela metade, cheia de som e fúria. “O Lobo” foi apontado por muitos críticos como uma grande peça de propaganda de um pilantra chamado Jordan Belfort.

O filme é baseado em seu livro de memórias. Belfort prosperou com fraudes financeiras. Começou a carreira vencendo ações baratas de companhias pequenas (penny stocks) para investidores com poucos recursos. Vendedor brilhante, não demora muito para montar uma corretora com os amigos em Wall Street. Entre 1989 e 1997, obteve lucros absurdos, mesmo para os padrões de Wall Street. Definia-se como um “animal movido a ambição”.

Fez sua fortuna enganando seus clientes — completamente ausentes do filme. Só vemos Belfort (Leonardo DiCaprio) e seus sócios se divertindo como uma banda de rock em seu caminho para a fama. É impossível não se deixar seduzir por DiCaprio, carismático até quando enche a cara de Quaalude, um calmante retirado de circulação por seus efeitos estupefacientes, e se arrasta babando até sua Lamborghini.

Ele se casa com uma loira belzebu, compra uma mansão e um iate e dribla o FBI até o limite. Uma hora era inevitável que a casa caísse.

Levou muita gente à bancarrota, antes de ele mesmo quebrar. Oficialmente, 1500 almas que tomaram chapéu. Muitas delas estão dando as caras. Alfred Vitt, de 81 anos, contou como a coisa funcionava para o jornal inglês The Telegraph: ”Começou com um telefonema deles me oferecendo ações boas, e então depois que eu estava viciado em investir eles passaram a me vender nada, só um monte de vento”. Vitt perdeu, em suas contas, 250 mil dólares.

“É hora de parar de glorificar os pilantras de Wall Street”, afirma Diane Nygaard, advogada de vítimas de Belfot. “Eu acho que o filme deveria se chamar ‘Minhas Aventuras com o Dinheiro dos Outros’. Você pode roubar mais com uma caneta do que com uma arma”.

O Belfort verdadeiro está dando palestras motivacionais sobre sua “superação”.  O sucesso de “O Lobo de Wall Street” lhe trouxe uma batelada de novos convites. Faz sentido. É quase um anúncio de seus serviços.

O próprio DiCaprio chegou a gravar um vídeo promovendo as palestras de Belfort, no qual declara que ele é “um exemplo reluzente das qualidades transformadoras da ambição e do trabalho duro”.
Scorsese conta uma fábula amoral pela metade. Oliver Stone, com os dois “Wall Street”, especialmente o primeiro, falou da desgraça que gente como Belfort causa. Seu Gordon Gekko (Michael Douglas) se vestia de maneira impecável, tinha bom gosto, era bonito, andava de limusine — mas você não tinha dúvida de que se tratava de um canalha (embora Douglas tenha, ainda hoje, de explicar isso para alguns fãs mais tontos).

Jordan Belfort ainda deve milhões de dólares ao Fisco e aos incautos. Ele chegou a prometer que vai pagar o débito com o que arrecadar com as vendas de seu livro, os direitos do longa e as conferências. Acredita quem quiser. Nos últimos quatro anos, segundo a Justiça americana, quitou apenas 243 mil dólares do papagaio, apesar de ter recebido 1,7 milhão pelos livros e pelo filme.

Os admiradores doentes de Martin Scorsese dirão que “O Lobo de Wall Street” é uma obra-prima. Nem Scorsese concordaria, mas é a vida. O gorducho Jonah Hill, que concorre ao Oscar de coadjuvante, está ótimo como o doidão de sexualidade duvidosa Donnie Azoff (o tipo é baseado em Danny Porush, um escroque que também puxou cana por lavagem de dinheiro, entre outros crimes).
Em alguns trechos, o diretor tenta explicar um pouco da complicada matemática que levou seu protagonista a se tornar um milionário em cima de golpes. Não funciona. O que resta é mais um retrato clichê de um sujeito que saiu do nada para o topo do mundo. Ele enfrenta um vilão poderoso — o governo americano. As pessoas em quem deu aplique, e que no final são responsáveis por sua fortuna, ficam invisiveis.

Jordan Belfort, o lobo real, foi redimido por Scorsese. Está negociando para ter seu reality show. Os trouxas, agora, o verão pela TV.

O verdadeiro Belfort
O verdadeiro Belfort 

http://www.diariodocentrodomundo.com.br/como-martin-scorsese-redimiu-um-canalha-real-com-o-lobo-de-wall-street/

Por que o número de investigações do MP está batendo recordes no governo Haddad?

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Em 2005, o ministério público do Estado de São Paulo enviou à prefeitura 147 requerimentos de informação, em média 12 a cada mês. De janeiro a setembro do ano passado – nove meses, portanto –, os promotores do Estado trabalharam bem mais nos assuntos relacionados à prefeitura paulistana. Foram 658 requerimentos, média mensal de 73 ofícios.
Uma diferença de 608%.

Em 2005, o prefeito era José Serra, do PSDB. Em 2013, Fernando Haddad, do PT.
O levantamento foi realizado pela secretaria de governo da prefeitura, o órgão que tem entre suas atribuições responder aos requerimentos do MP.

A explosão de requerimentos no governo Haddad pode ser coincidência, mas vale a pena examinar alguns fatos recentes.

A denúncia de que o governo do Estado de São Paulo recebeu propina de empresas que têm contrato com o Metrô, a CPTM e a CESP é antiga. Tem pelo menos seis anos. Mas ficou esquecida nos escaninhos do MP até que a Justiça da Suíça condenasse o ex-diretor de uma estatal paulista, e o caso ganhasse repercussão internacional.

Outro exemplo é o das enchentes. A chuva em São Paulo é um problema de séculos. Em 2003, no governo de Marta Suplicy, o ministério público abriu inquérito para apurar responsabilidades.
A investigação ficou parada até esta semana, quando a promotoria de habitação e urbanismo decidiu ir à Justiça para cobrar indenização.

Segundo o levantamento da prefeitura, o ímpeto investigativo do MP tem aumentado à medida que a administração se descola da órbita do governo do Estado.

Em 2006, quando assumiu no lugar de José Serra, que se candidatou a governador, Gilberto Kassab era um satélite do PSDB e foi pouco incomodado pelo Ministério Público do Estado de São Paulo.
Kassab teve de responder a apenas 177 requerimentos de informação, em média 14 por mês. Em 2007, 2008 e 2009, a média mensal oscilou entre 15 e 19 requerimentos.

Em 2010, quando Kassab já se aproximava do governo federal, a média aumentou para 25.
Em 2011, a média foi de 34 e, em 2012, 42.

Com Haddad, o número de requerimentos explodiu. Quase dobrou. Foi a 73 requerimentos por mês.
Para efeito de comparação, a secretaria de governo levantou o número de requerimentos apresentados por outros órgãos de investigação.

No caso do ministério público federal, o número de requerimentos se mantém na média de 10 por ano.

O ministério público do trabalho também investiga a prefeitura, mas o número de ações mudou pouco entre 2005 e 2013.

http://www.diariodocentrodomundo.com.br/investigacoes-do-mp-batem-recorde-no-governo-haddad/