quarta-feira, 7 de setembro de 2011

IBOPE da Globo desaba de manhã. Sugestões para ela sair da crise

http://www.conversaafiada.com.br/pig/2011/09/06/ibope-da-globo-desaba-de-manha-sugestoes-para-ela-sair-da-crise/


Saiu no Ricardo Feltrin, da bem informada seção Oooooops, do UOL:

Nos primeiros oito meses deste ano, na comparação com 2010, a Globo perdeu 13% de seu Ibope entre 7h e 12h, no Brasil. Os dados, obtidos com exclusividade, integram o chamado PNT (Painel Nacional de Televisão).

NavalhaEste ansioso blogueiro, como sempre, tem algumas sugestões a dar à Globo.

Sugestões desinteressadas, como se sabe.

Por exemplo, em lugar de 2 minutos, o Bom (?) Dia Brasil deveria conceder 20 minutos à Urubóloga Miriam Leitão para explicar a decisão do Copom sobre a Selic, assunto de palpitante interesse.

Recomendo, também, movido por elevado espírito de colaboração, que se traga aquele economista das noites da Globo, aquele que usa gráficos e tabelas, para explicar, todas as manhãs, como a expansão do M1, combinada com a elevação da demanda agregada, vai levar a Dilma ao fracasso.

O edificante programa “Entre Caspas”, hoje na tevê por assinatura (e que este ansioso blogueiro não perde), deveria ser ancorado pelo Ali Kamel, o jornalista mais poderoso do Brasil.

Poderia ser paginado na passagem do Bom (?) Dia para a Ana Maria Braga.

O “Entre Caspas” analisaria, todas as manhãs, antes das omeletes da Ana Maria, como faz mal ao negro entrar na universidade através da cota.

É pior do que a dengue.

Sugiro, também, como forma de contribuir para a reação matinal da Globo, que esta emissão do Kamel do “Entre Caspas” seja dirigida especialmente ao Curuzu, em Salvador e ao Morro do Alemão, no Rio.

Se a Globo quer se popularizar, chegar à galera que ascende à Classe C, o veículo perfeito são as idéias do Kamel.

Ele sintetiza o sonho do brasileiro que quer subir na vida.

Por fim, esse ansioso blogueiro sugere que o Cala a Boca Galvão faça uma dupla diária com o Ricardo Teixeira para analisar a tabela do Brasileirinho.

Qualquer coisa assim como 189 minutos, depois do Boletim sobre Enologia Comparada, do Renato Machado, ao vivo, de Londres.

O pessoal da Record pode até ficar chateado comigo.

Mas, eu não poderia me recusar a assistir um irmão aflito.

Pedido de impeachment de Gilmar Mendes volta à pauta do STF

O plenário do STF (Supremo Tribunal Federal) deve voltar a discutir nesta quinta-feira (8) um pedido do advogado Alberto de Oliveira Piovesan a respeito do impeachment do ministro Gilmar Mendes.

Ele recorreu à Corte contra a decisão do Senado, que arquivou o pedido de impedimento do ministro do Supremo em junho.

Conforme revelou o jornal "O Estado de S. Paulo", Piovesan pede o impeachment de Mendes porque ele teria recebido benesses de advogados, colocando em dúvida sua "isenção". Mendes foi presidente do Supremo entre 2008 e 2010.

O mandado de segurança impetrado pelo advogado teve seguimento negado pelo relator do pedido no STF, ministro Ricardo Lewandowski, mas um agravo regimental questionando a decisão levou o recurso ao plenário.

Na seção do último dia 17, o ministro Marco Aurélio Mello pediu vista do processo e prorrogou um desfecho para o caso.

O pedido está na pauta desta quinta-feira e a discussão deve voltar com o voto de Marco Aurélio.

Drama de Sócrates ressalta males do alcoolismo

Drama de Sócrates ressalta males do alcoolismo

Foto: JF DIORIO/AGÊNCIA ESTADO

 

Em desabafo dramático, mulher de ex-craque do Corinthians e da Seleção admite que ele é alcoólatra; segunda internação no hospital Albert Einstein o mantém na UTI sedado e respirando por aparelhos; estado de saúde é grave; "ele nunca mais vai poder beber nada", diz Kátia Bagnarelli


07 de Setembro de 2011 às 20:06


247 – A mulher do ex-jogador Sócrates - um dos melhores e talvez o mais elegante jogador de futebol do mundo na década de 1980, quando brilhou pelo Corinthians e pela Seleção --, que foi internado pela segunda vez em menos de um mês na UTI do Hospital Albert Einstein, admitiu nesta quarta-feira que o problema de saúde enfrentado pelo ídolo corintiano decorre do consumo de álcool. "Ele sempre foi tímido, às vezes se sentia muito sozinho, e a válvula de escape era a bebida. Ele sabia que isso um dia ia acontecer. Ele nunca mais vai poder beber nada. Ele tem uma doença. Já falei com os médicos e vamos resolver tudo aqui no Brasil mesmo", disse Kátia Bagnarelli.

Kátia disse que pretende, inclusive, dar início a uma campanha de conscientização sobre a bebida. “Depois de tudo isso por que estamos passando aqui, é uma obrigação minha e dele tentar conscientizar as pessoas sobre o problema do alcoolismo. O arrependimento veio agora, me vendo sofrer e pelo sofrimento físico que ele está sentindo”, comentou a mulher do jogador, que informou que Sócrates não consome álcool desde 10 de agosto.

“Ele teve problema com alcoolismo e esse é o principal causador da cirrose. Ele estava sem beber desde o dia 30 de junho. Estivemos em Cuba entre os dias 10 e 16 de agosto e fomos a uma degustação de uma cervejaria. Mas ele tomou só um copo. Em seguida (já no Brasil), teve a crise e acabou internado”, lembrou Kátia, que deu uma curta entrevista coletiva aos repórteres que acompanham a internação do ex-jogador.

Sócrates foi internado pela primeira vez no dia 19 de agosto, por conta de uma hemorragia digestiva alta. Ele recebeu alta no dia 27, mas foi internado novamente na última segunda-feira. Segundo a esposa, o fígado do ex-jogador está comprometido. "Não sei quanto, mas o fígado está comprometido. O procedimento agora é de observação nas próximas 24 horas. Se não houver mudança no quadro, vão começar a reduzir a sedação", disse.

Folha ‘atacou’ Alckmin para simular ‘isenção’



Extraído do blog de Eduardo Guimarães. ( www.eduardoguimaraes.com.br )

Sim, você leu direito: enfim algum grande meio de comunicação publicou uma “denúncia” contra um tucano. Na verdade, o que é mais surpreendente é que a “denúncia” cita familiares do governador Geraldo Alckmin, o que, até então, pensava-se ser regalia exclusiva de petistas. E, para completar, foi parar na primeira página (!?) da Folha de São Paulo.

Corte para a entrevista que o ex-ministro José Dirceu concedeu no último domingo ao programa É Notícia!, da Rede TV, comandado pelo jornalista Kennedy Alencar, que também trabalha na Folha. Lá pelas tantas, travou-se um diálogo entre entrevistador e entrevistado que explicará o súbito surto de “imparcialidade” do jornal paulista.
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(…)
Kennedy Alencar – O PT ajudou a implantar no Brasil um padrão ético muito rigoroso. Cobrava muito dos outros partidos.O senhor mesmo, na CPI do Collor… Mas o PT tem dificuldade de aceitar ser cobrado pelo mesmo padrão que ele cobrava os outros. Aí, como o Jaques Wagner já disse, não é o pecado do pregador? O PT não tem que ser mais cobrado, ministro, porque, justamente, foi o partido que cobrava muito dos outros ética?

José Dirceu – O PT é o único partido cobrado…

Alencar – Não é verdade…

Dirceu – Os escândalos do PSDB…

Alencar – Não é verdade…

Dirceu – Os escândalos do PSDB…

Alencar – O PR, agora…

Dirceu – Não, estou falando da oposição. Os escândalos do PSDB, geralmente…

Alencar – Recentemente teve uma matéria na Folha sobre familiares da mulher do governador de São Paulo.

Dirceu – Mas os grandes escândalos não se transformaram em grandes matérias jornalísticas.

Alencar – Mas o PT não merece ser mais cobrado?
(…)
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Primeiramente, a idéia de Alencar é absurda. Por que o PT merece ser mais cobrado? Porque exigia ética quando estava na oposição? Ora, o PSDB exige ética do PT no governo federal há quase nove anos e nem por isso a mídia cobra os tucanos em São Paulo. O PSDB também merece ser mais cobrado?

Mas o fato principal não é esse. Viram como Alencar aludiu à primeira e única matéria supostamente incômoda para o governador de São Paulo que saiu na primeira página – e, provavelmente, nas páginas internas – neste ano? Então… Foi para isso.

A matéria saiu no dia 30 do mês passado e nunca mais se tocou no assunto. E ela não se espalhou pela mídia paulista, como acontece com as matérias contra o PT. Ficou circunscrita àquela edição isolada da Folha e, de acordo com o que costuma acontecer quando algum veículo publica alguma coisa incômoda para os tucanos, o assunto desaparece logo depois e não volta nunca mais.

Dirceu cometeu um erro, naquele ponto da entrevista. Deixou o dito pelo não dito. Não insistiu no assunto de que, como disse a Alencar, o PT é o único partido de quem a mídia cobra ética. Se explorasse o tema encurralaria o lépido entrevistador, apesar de ter se saído bem na entrevista.

A matéria da Folha é uma piada. Não tem nada que ver com o governador. A empresa de familiares de Lu Alckmin é investigada sob suspeita de ter se beneficiado de uma fraude de R$ 4 milhões contra a Prefeitura de São Paulo. O caso ocorreu entre 1994 e 1999. A fraude apontada teria sido efetuada na gestão do então prefeito Celso Pitta, já morto.

Em 2001, a prefeita Marta Suplicy ( PT) mandou arquivar o caso contra o adversário político. Claro que não foi em frente porque a denúncia não tinha futuro. Por isso a Folha publicou.

Dirceu perdeu a chance de citar todos os escândalos tucanos que a mídia esconde. O do Rodoanel (superfaturamento), o das obras de desassoreamento do rio Tietê (dinheiro foi desviado das obras para publicidade do governo Serra), sem falar em mais de cem pedidos de CPI que dormitam na Assembléia Legislativa paulista por ordem do PSDB, e a imprensa não dá um pio.

Poderia ter sido feito um desafio a Alencar: apurar os últimos doze meses de matérias da Folha, ao menos, e quantificar quantas denúncias o jornal fez contra governos petistas e tucanos. Acabaria com a conversa e desmontaria a estratégia da mídia de publicar alguma denúncia besta contra o PSDB episodicamente para se dizer “isenta”.

O que se pode extrair disso tudo é que esse jornal encenar tal farsa – que Alencar usou descaradamente – revela que a mídia está acusando o golpe. Ou seja: se tenta provar que é isenta é porque se sente incomodada pelos que dizem que não é. Certamente acha – ou sabe – que, apesar de não falarmos tão alto quanto ela, acabamos sendo ouvidos.
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ATUALIZAÇÃO

6 de setembro de 2011 às 14:30 hs

Se a Folha quer mesmo fiscalizar escândalos envolvendo Alckmin, que tal ir onde há fumaça? Abaixo, um foco para o jornalão “isento” fiscalizar.

A filha de Alckmin e o contrabando da Daslu

Altamiro Borges

Talvez por sua formação puritana no Opus Dei, o candidato Geraldo Alckmin gosta de se fingir de casto e imaculado. No debate da TV Bandeirantes, ele fez questão de se mostrar “indignado” com a corrupção e criticou o fato de o presidente Lula repetir que “não sabia” dos desvios de conduta no seu governo. “É só perguntar aos seus amigos de 30 anos”, alfinetou o falso moralista num momento de cólera bem ensaiado.

Mas, para ser conseqüente e manter as aparências, Alckmin deveria ter se desculpado em público por ter cortado a fita de inauguração da Daslu, templo de consumo dos ricaços, hoje processada por contrabando, sonegação fiscal e outras crimes. “Eu não sabia”, deveria ter tido. Também poderia pedir desculpas por sua filha, Sophia Alckmin, ter sido gerente de compras nesta loja de contrabandistas. “Eu não sabia”. E ainda deveria explicar porque os diretores da Daslu, sempre acompanhados de sua filha, reuniram-se com o secretário da Fazenda do seu governo, Eduardo Guardia. “Eu não sabia”. Entre uma pregação do Opus Dei e sua agenda de governador, talvez não tenha tido tempo para acompanhar os negócios de sua filha!

Alckmin chegou de helicóptero

A nova loja da Daslu, um prédio de quatro andares e 20 mil metros quadrados, situada num bairro nobre da capital, foi inaugurada em junho de 2005. A colunista Mônica Bérgamo, do jornal Folha de S.Paulo, descreveu a festança dos ricaços com ares de ironia. “E soam os violinos da Daslu Orchestra, formada por 50 músicos. São 12 horas de sábado. Alckmin, que chegou ao prédio de helicóptero, desfaz a fita. ‘A Daslu é o traço de união entre o bom gosto e muitas oportunidades de trabalho’, diz. Só para a família Alckmin são duas: trabalham lá a filha [diretora de novos negócios da butique] e a cunhada dele, Vera”.

Ainda segundo a picante crônica de Mônica Bérgamo, “Sophia puxa o pai pelo braço: começa o tour pela Daslu. Primeiro piso, importados femininos. Alckmin entra na Chanel, onde um smoking de veludo preto é vendido a R$ 22.600, uma sandália de cetim, gurgurão e pérolas sai por R$ 2.900 e uma bolsa multipocket, por R$ 14.000. As vendedoras informam que há mais de 50 pessoas na fila em São Paulo para comprar o mimo, até baratinho se comparado à bolsa Dior de couro de crocodilo, de R$ 39.980, e à mais cara Louis Vuitton, com pele de mink: R$ 23 mil”.

“Vou colocar um jeans”

“Sophia leva o pai até o segundo pavimento. Mostra um helicóptero pendurado no teto. ‘Que lindas as motos, Sô’, diz Lu Alckmin à filha ao ver, encostada perto da escada, uma moto Harley Davidson (R$ 195 mil). Alckmin entra na Ermenegildo Zegna, passa pela Ralph Lauren, onde uma camiseta pode custar R$ 2.460. ‘É tudo muito colorido aqui’, observa. Os carros chamam a atenção do governador. Estão em exibição um Volvo de R$ 365 mil, lanchas de R$ 7 milhões, TVs de plasma de R$ 300 mil”.
”O governador começa a fazer o caminho de volta. Os repórteres perguntam a Lu Alckmin: A senhora está de bolsa Chanel. E a blusa? ‘É Burberry’, responde Lu. ‘Gosto de peças clássicas’. O governador, que diz comprar só ‘umas camisas’ na Daslu, aperta o passo. Ainda vai a Carapicuíba. E Lu tem que correr para o Palácio dos Bandeirantes. Precisa se trocar, ‘colocar um jeans’, para outro compromisso: um evento na Água Branca em que caminhões de vários bairros entregarão agasalhos doados para as crianças pobres da cidade enfrentarem o inverno que se avizinha”, conclui, sarcástica, Mônica Bérgamo.

“Uma organização criminosa”
Poucos meses depois do ex-governador cortar a fita inaugural da Daslu, um antigo processo judicial contra os donos da butique de luxo finalmente ganhou agilidade. No final de dezembro, a juíza Maria Isabel do Prado, da 2a Vara de Justiça Federal de Guarulhos (SP), recebeu os livros contábeis e fiscais da loja. Para ter acesso a estes documentos, a juíza chegou a ameaçar de prisão a dona da butique, Eliana Tranchesi, o seu irmão Antonio Carlos Piva e os responsáveis pela contabilidade do estabelecimento.

Tais papéis comprovaram a denúncia do Ministério Público Federal de que a Daslu atua em conluio com importadoras para substituir notas fiscais fornecidas por grifes estrangeiras por notas falsas subfaturadas. Com base nos livros fiscais e contábeis, Eliana e seu irmão foram acusados de formação de quadrilha, importação irregular e falsidade ideológica. No caso da influente proprietária, a soma de penas por estes crimes chega a 21 anos de prisão. Segundo Jefferson Dias, procurador da República, a Daslu agia como uma quadrilha. “Trata-se de uma organização criminosa pela hierarquia e a divisão de tarefas que existia”.

Devido aos seus estreitos vínculos com figurões da elite e autoridades do governo estadual, a trambiqueira de luxo sequer tomou os cuidados que outros sonegadores costumam adotar. “A sensação de impunidade fez com que eles se descuidassem e a situação ficou descontrolada”, argumenta Matheus Magnani, outro procurador envolvido na apuração. Eliana Tranchesi participava diretamente do esquema ilícito, chegando a enviar aos fornecedores estrangeiros pedido em inglês para que eles não remetessem faturas verdadeiras dos produtos. A proprietária ainda foi acusada de crime contra a ordem tributária e evasão de divisa.

ACM chorou e Bornhausen esbravejou

Diante destas graves acusações e da tentativa de ocultar provas, em 13 de junho de 2006, a Polícia Federal acionou a Operação Narciso e ocupou a Daslu com 250 agentes e 80 auditores fiscais. A inédita operação foi elogiada pela sociedade, mas os ricaços, a mídia e vários políticos da elite fizeram um baita escândalo. A asquerosa revista Veja chegou a afirmar que a ação da PF era uma jogada do governo Lula para abafar a crise política. O senador Jorge Bornhausen, presidente do PFL, criticou o “revanchismo”. Já o coronel Antônio Carlos Magalhães, assíduo freqüentador da loja, chorou ao falar ao telefone com a contraventora detida por algumas horas. E a poderosa Federação da Indústria de São Paulo convocou um ato de repúdio.

O líder do PSDB, deputado Alberto Goldman, foi quem explicitou a forma de agir da burguesia. Para ele, “essa prisão pode gerar uma crise econômica. O empresário vai dizer: para que vou investir no Brasil se posso ser preso?”. Ou seja: na concepção tucana, só quem pode ser preso no país é o ladrão de galinha! O empresário que sonega imposto, remete ilegalmente dinheiro ao exterior ou comete outros crimes não pode ser tocado e ainda conta com a ajuda de certos políticos – que depois serão recompensados nas suas campanhas. O escândalo da Daslu explicitou que a corrupção é regra no mundo dos negócios capitalistas.

Reuniões na Secretaria da Fazenda

A Operação Narciso também levantou fortes suspeitas sobre a atuação do governador Geraldo Alckmin, que havia inaugurado o mega-loja de luxo na capital paulista. Na ocasião, a mídia destacou o fato da sua filha, Sophia Alckmin, ser uma prestigiada “dasluzete”, responsável pelo setor de novos negócios da loja. No rastro da ação da PF, surgiram denúncias de que esta influente funcionária já havia se reunido com o secretário da Fazenda de São Paulo, Eduardo Guardia. O governo negou e a mídia preferiu o silêncio!

Mas, convocado para depor na Assembléia Legislativa, Guardia admitiu que a filha de Alckmin estivera na sede da secretaria junto com outros chefões da Daslu em, pelo menos, duas vezes no primeiro semestre de 2005. As visitas ocorreram exatamente no período em que loja solicitou autorização da Fazenda para instalar um sistema de vendas com caixa único, algo pouco usado no país e mais vulnerável à sonegação. O secretário negou qualquer “concessão de privilégios”, mas gaguejou ao explicar a visita da “ilustre” filha do governador. Uma auditoria especial do Tribunal de Contas foi solicitada para averiguar o caso.

Para Renato Simões, deputado estadual do PT, não resta dúvida sobre os vínculos do ex-governador com a Daslu. “Os líderes da bancada governista primeiro negaram a presença da filha do Alckmin na Fazenda. O secretário, por sua vez, confirmou a ida. Isso significa que houve uma tentativa de usar o nome da filha do governador para agilizar a tramitação do processo do caixa único”. A tucanagem paulista, que hoje tenta posar de vestal da ética e adora ostentar o luxo desta butique das trambicagens, deve uma explicação à sociedade. A mídia venal, que evita tratar do assunto com o destaque que ele merece, também! Já o presidenciável Geraldo Alckmin, caso seja acuado, poderá dizer: “Eu não sabia”.

Os fins e os meios da cobertura da Veja



Marcelo Semer

De São Paulo

Na semana que passou, um jornalista da revista Veja foi acusado de ter tentado ingressar sem autorização no apartamento do ex-deputado José Dirceu e a própria revista de ter se utilizado de câmaras no hotel onde estava hospedado para flagrar políticos e autoridades que com ele se reuniam.
O hotel chegou a registrar Boletim de Ocorrência e as redes sociais repercutiram intensamente o episódio, mas o assunto foi praticamente ignorado pela grande imprensa.

Em se tratando dos personagens envolvidos, a prudência recomenda mesmo cautela, pois a denúncia partia justamente de quem se veria, nos dias seguintes, acusado de conspiração pela revista semanal. Já cassado e réu de um processo criminal, Dirceu tem todo o interesse em desacreditar quem lhe critica.
Mas o prolongado silêncio sobre o assunto, que chegou aos Trending Topics, insinua uma certa dose de corporativismo, defeito que é diuturnamente cobrado das autoridades pela própria imprensa.

O colunista Fernando de Barros e Silva, da Folha de S. Paulo, tocou no assunto nesta semana: "Não sei em que condições foi produzida a reportagem sobre a romaria de políticos ao quarto de hotel de José Dirceu, em Brasília, mas as imagens são boas e têm óbvio interesse público".

A questão que me intriga é a seguinte: saber "em que condições foi produzida a reportagem" também não é relevante ou será suficiente que ela tenha "óbvio interesse público"?

Seria razoável supor que na imprensa o conteúdo supere a forma, ou em outras palavras, que os fins justifiquem os meios?

A acusação de Dirceu e dos responsáveis pelo hotel provavelmente suportará investigações - quem trabalha com o direito penal sabe que um Boletim de Ocorrência é, muitas vezes, apenas uma versão unilateral do fato. A última coisa que poderia sugerir é uma condenação sem qualquer defesa ou prova.
Mas independente do resultado das apurações, e diante da circunstância do generalizado desprezo pela integridade dos meios, parece ser o caso de discutir a questão de fundo: o interesse público é o único limite para uma reportagem?

Recentes acusações contra um jornal do magnata Rudolph Murdoch, na Inglaterra, mostraram até onde é possível chegar a busca por uma revelação.

Grampos telefônicos de importantes autoridades conversando sobre temas de economia e política poderiam justificar o "interesse público". Mas quem seria capaz de concordar com tais métodos?
No direito, o tema de provas produzidas de forma ilícita, em nome do mesmo interesse público, suscitou muitas polêmicas. Houve até quem entendesse que os crimes do Estado podiam valer a pena, se fossem para apurar delitos graves.

Cada vez mais, no entanto, vem se firmando uma regra basilar: na democracia, tantos os fins quanto os meios devem ser legítimos.

Nossa Constituição, por exemplo, sepultou as dúvidas frisando que são inadmissíveis no processo as provas produzidas de forma ilícita.

O STF, ao interpretar o dispositivo, reconheceu ainda a teoria dos frutos da árvore envenenada, o que nasceu de forma irregular jamais se transforma em legal.

Não tem qualquer valor para o direito a confissão obtida sob tortura. A interceptação telefônica sem autorização judicial ou a violação de domicílio sem mandado também não servem como provas.
O que está por trás dessa ideia é o sentido ético do processo.

O Estado não pode punir criminosos cometendo outros crimes. Surge daí uma recomendação profilática que molda o tipo de agente que a democracia deve formar.

Se nem para processar um criminoso, de nítido interesse público, meios ilícitos são permitidos, porque o seriam para produzir uma reportagem?

A defesa incondicional da liberdade de expressão e a proibição da censura são combustíveis indispensáveis a qualquer democracia que se preze. Não devemos abrir mão delas sob nenhuma hipótese ou usar a perversão como álibi para reduzi-las.

Mas nem de longe o interesse público pode autorizar a violação de direitos fundamentais, seja na polícia seja na imprensa.

Submeter o direito individual ao interesse da sociedade é o que fazem os regimes totalitários. É o fascismo que sobrepõe a nação aos indivíduos, não as democracias.
Nem a busca da verdade pode nos permitir tudo. Também nas reportagens, os fins não justificam os meios.

Marcelo Semer é Juiz de Direito em São Paulo. Foi presidente da Associação Juízes para a Democracia. Coordenador de "Direitos Humanos: essência do Direito do Trabalho" (LTr) e autor de "Crime Impossível" (Malheiros) e do romance "Certas Canções" (7 Letras). Responsável pelo Blog Sem Juízo.

Tráfico não saiu do Complexo do Alemão, diz general



MARCO ANTÔNIO MARTINSDO RIO

O general Cesar Leme, comandante da Força de Pacificação, conversou com a Folha na segunda-feira à noite. Na conversa disse que o tráfico de drogas não deixou as comunidades do Alemão e da Vila Cruzeiro (zona norte do Rio) e as discussões se acirraram após o anúncio de que a Força fica no morro até junho de 2012 e uma operação que fechou quatro depósitos de gás explorados por traficantes.



Leia a entrevista:

*

Folha - O tráfico continua nas favelas do Complexo do Alemão e da Vila Cruzeiro?

General Cesar Leme - Sim. Só que de forma itinerante. É o chamado tráfico formiguinha em que eles levam pequenas quantidades de cocaína para determinados pontos e vende seus produtos lá. Precisamos ficar atentos e trabalhar para impedir que isto aconteça.

O senhor acha que houve exageros e mau preparo dos militares no conflito de domingo com os moradores do Alemão?

É preciso entender que a situação é muito sensível. Todo militar é orientado e sabe dos cuidados que precisa ter na abordagem. A receptividade da população é cada vez maior. A confiança está ligada à permanência frequente da Força de Pacificação. Se a gente sai, as pessoas voltam a ser controladas pelos traficantes. Nosso trabalho é que as pessoas mudem a sua cabeça.

Na semana passada, o Exército reprimiu a venda ilegal de gás. É o novo foco de trabalho da Força nas comunidades?

Nossa missão é reprimir o tráfico de drogas e o de armas. Principalmente, armas. Mas podemos atuar contra o que mantém a venda de cocaína. Como a venda caiu com a nossa presença, eles precisam se sustentar de alguma forma. Quando fechamos quatro depósitos e apreendemos veículos mexemos com o bolso dessas pessoas (ao todo foram apreendidos três caminhões, 10 motos e 300 botijões de gás). Os moradores eram obrigados a comprar o botijão apenas nestes pontos. Isso não pode acontecer com a gente por aqui. Você já imaginou o quanto nossa presença quebrou na quantidade de recursos que circulava ilegalmente na comunidade

A Força pretende atuar sobre outra área?

Agora estamos fazendo um levantamento sobre o gatonet. Apesar da Embratel estar oferecendo um serviço legalizado e com preço mais em conta, o grupo que explorava anteriormente voltou a oferecer serviços aos moradores que acabam aceitando. Eles se sentem coagidos. Sempre se sentiram. Só que agora o Exército está por aqui.

Ou seja, o tráfico ainda tenta dar ordens aos moradores do Alemão e da Vila Cruzeiro?

Não tenha dúvidas. Temos uma aprovação popular de cerca de 96%, mas ainda há a ação de parentes de pessoas vinculadas ao tráfico de drogas que incitam moradores. O caso de domingo não teria crescido naquela proporção se não fosse as últimas coisas que aconteceram na comunidade. De qualquer forma, está aberto um inquérito para se apurar tudo o que aconteceu naquele momento, no domingo à tarde. Ouviremos todos para saber se houve exageros.

Dono da Starbucks diz que sonho americano acabou

 

Em carta dramática, Howard Schulz ataca falta de sintonia entre povo e poder nos EUA; “milhares compartilham comigo a esperança perdida no sonho americano”; ele quer pressão sobre o governo; popularidade de Barack obama declina; amanhã ele promete discurso para criar empregos


Por Agência Estado

Agência Estado
247 – Num gesto dramático e de ampla repercussão, o multimilionário Howard Schulz, dono da rede de cafeterias Starbucks, escreveu e divulgou uma carta aberta, publicada nos principais meios de comunicação dos Estados Unidos, mostrando seu desalento com a situação econômica do país. Ele aponta a falta de sintonia entre a população e os políticos como um fator determinante para a ausência de soluções para a crise que vai se perpetuando. “Estou profundamente despontado com a falha generalizada de liderança em Washington”, registrou ele.

Eis a íntegra da carta:

Caro amigo Starbucks:

Eu amo nosso país. E eu sou um beneficiário da promessa da América. Mas hoje estou muito preocupado, a ponto de , às vezes, eu não reconhecer a América que eu amo.

Como muitos de vocês, estou profundamente desapontado com a falha generalizada de liderança em Washington. E também, como você, eu estou frustrado pela recusa de nossos líderes políticos em reconhecer que, para cada dia eles perpetuam seu conflito partidário e colocam a ideologia sobre o país, a América e os americanos sofrem com os efeitos combinados de paralisia e de incerteza.

Americanos não podem encontrar emprego. Pequenas empresas não podem obter crédito. E fratura de confiança dos consumidores continua.

Nós somos melhor do que isso.

Três semanas atrás, perguntei a meus colegas líderes empresariais se eles se juntariam a mim no sentido de instar o presidente e o Congresso a para pôr fim ao impasse partidário e, em seu lugar, pôr em movimento uma espiral ascendente de confiança. Mais de 100 líderes empresariais que representam empresas americanas - grandes e pequenas - se juntaram a mim na assinatura de um compromisso de duas partes:

Em primeiro lugar, o compromisso de reter as contribuições a campanhas políticas até que um pacote transparente, abrangente e bipartidário, que enfrente a dívida e o défici, seja alcançado. Esse pacote, honestamente e de forma justa, deverá recolocar a América no caminho da saúde a longo prazo e da segurança financeira.

Em segundo lugar, o compromisso seria fazer todo o possível para quebrar o ciclo de incerteza econômica que domina nosso país, comprometendo-se a acelerar o investimento em empregos e contratações.

Nas semanas desde então, tenho sido esmagado pelas histórias do coração dos norte-americanos de todo o país, compartilhando sua angústia por ter perdido a esperança no Sonho Americano. Alguns sentem que não têm voz. Outros acham que não importa mais. E muitos sentem que foram deixados para trás.

Juntem-se a nós outros americanos nessa causa e contribuam para a página "Sem Rótulos", de uma organização apartidária dedicada ao fomento de um governo mais cooperativo e mais eficaz. Para saber mais sobre o fórum e suas promessas, visite www.upwardspiral2011.org

A América está em um momento frágil e crítico da sua história. Devemos restaurar a esperança no sonho americano. E enquanto nossos Pais Fundadores reconheceram o valor construtivo do debate político, temos de enviar a nossa mensagem para funcionários públicos eleitos de hoje. Devemos fazer isso com uma voz civil respeitosa, para ser ouvida e compreendida, de modo a colocar a cidadania à frente do partidarismo. E isso tem de ser feito agora.

A sua é a voz que pode ajudar a inflamar a espiral ascendente e contagiante de confiança de que nosso país necessita desesperadamente.

Com grande respeito, Howard Schulz

Quando sair do hospital, Sócrates quer trabalhar com Hugo Chávez


ADRIANO WILKSON

COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Assim que receber alta e deixar o hospital Albert Einsten, em São Paulo, onde está internado desde a última segunda-feira, Sócrates, 57, pensa em trabalhar com o presidente da Venezuela, Hugo Chávez.
Segundo Kátia Bagnarelli, mulher do ex-jogador, Chávez convidou Sócrates para fazer um trabalho social na Venezuela utilizando o esporte. O convite surgiu após Sócrates ter sido convidado para dirigir a seleção de Cuba.

“O Hugo Chávez pensou: ‘agora que nossos amigos cubanos tiveram coragem de chamar o Sócrates, nós também queremos’”, disse Kátia.

Kátia disse também que Sócrates gostou do convite e já pretendia sentar com o presidente para conversar sobre os projetos –eles não se encontraram durante a visita do ex-jogador a Cuba, em razão do aniversário de Fidel Castro. A ideia de Sócrates é fazer do esporte uma ferramenta educativa importante para a população.

“Ele [Sócrates] diz que ‘com uma bola e com um educador é possível educar 300 crianças’”, falou Kátia.

Sócrates foi internado pela primeira vez no dia 19 de agosto por conta de uma hemorragia digestiva alta devido à hipertensão portal, uma pressão excessiva na veia porta, que leva o sangue do intestino para o fígado. Ele recebeu alta no dia 27, mas na última segunda foi internado novamente.
Formado em medicina, atualmente Sócrates trabalha como comentarista na TV Cultura e é colunista do “Agora São Paulo”, do Grupo Folha, e da “Carta Capital”. Como jogador, ele foi um dos principais nomes da chamada ‘Democracia Corintiana’ no início dos anos 1980 no clube paulista. Jogou ainda pelo Flamengo e pelo Santos, além do Botafogo-SP.

http://www1.folha.uol.com.br/esporte/971703-quando-sair-do-hospital-socrates-quer-trabalhar-com-hugo-chavez.shtml

Jornalismo ou jornalixo?




No sábado, 3 de setembro, foi publicada no Globo Online uma matéria repercutindo o debate sobre a regulação da mídia, um dos temas mais importantes discutidos durante o Congresso do PT.

Motivados pelos recentes acontecimentos no Hotel Naoum, em Brasília, quando repórter da revista Veja tentou invadir o quarto aonde estava hospedado o ex-deputado José Dirceu, a questão da regulação se tornou tema central na agenda dos delegados e militantes do partido.

Pois bem. A referida matéria anunciava a intenção do partido em tratar do assunto e tomava a opinião da ministra da Secretaria de Relações Institucionais, Ideli Salvatti, sobre a postura do governo em relação a esta renovada disposição do PT em colocar a questão em pauta. Entretanto, em momento nenhum, a matéria se referiu à tentativa de invasão do quarto do hotel. Mencionou apenas a “reportagem” publicada pela Veja contra José Dirceu, relacionada às atividades do ex-ministro da Casa Civil no governo Lula. É o que se lê no texto, aqui reproduzido:

"Para Ideli, o momento é oportuno para se reabrir esse debate sobre o marco regulatório da mídia.
- Ainda mais diante de episódios que levantam dúvidas entre a liberdade de imprensa e a espionagem. Não podemos admitir espionagem política - observou a ministra, sem citar diretamente a reportagem da revista "Veja" que denunciou o ex-ministro e deputado cassado José Dirceu de estar tentando desestabilizar o governo de Dilma Rousseff."


Decidi então enviar um e-mail à jornalista autora da matéria, observando que o texto, tal como foi escrito, induz o leitor a pensar que a motivação da ministra e do PT nada mais era que mera retaliação a matéria desfavorável publicada pela Veja. Não havia, na matéria do Globo Online, nenhuma linha que explicasse ao leitor que Ideli, na verdade, estava se referindo à tentativa de invasão do quarto de José Dirceu, no Hotel Naoum, no dia 24 de agosto, pelo repórter Gustavo Ribeiro. Não é pouca coisa. O caso está sendo investigado pela Polícia Civil de Brasília e há suspeitas de que o repórter plantou uma câmera escondida no corredor do hotel.

Solicitei ao Globo, portanto, que o texto fosse revisado e alterado no site para, justamente, incluir os fatos relativos à tentativa de invasão e, assim, dar ao leitor o verdadeiro sentido da declaração da ministra. Em vão. No fim das contas, fui tratado como se, ao invés de um cidadão em busca do meu direito de ser bem informado, como um assessor do PT interessado em brigar com a notícia.

Segue abaixo, o diálogo travado entre mim e a repórter Adriana Vasconcelos, de O Globo, responsável pelo texto:

--- mensagem original ---
De: Dario Achkar
Assunto: Marco Regulatório da Mídia, Veja x Dirceu, Ideli, etc..
Data: 3 de Setembro de 2011
Hora: 18:33:38

Prezada Adriana,
com referencia a matéria publicada hoje no Globo online, http://oglobo.globo.com/pais/mat/2011/09/03/ideli-diz-que-impossivel-governo-nao-participar-do-debate-sobre-marco-regulatorio-da-midia-925282517.asp
a ministra Ideli se referiu a espionagem política não pela matéria da Veja sobre José Dirceu, mas sobre a tentativa do seu repórter de invadir o apartamento do hotel, o que aliás, não é mencionado em parte alguma da sua matéria. Colocado da forma em que está na sua matéria, fica parecendo que é mera retaliação do governo e do PT a matéria desfavorável publicada pela revista.

Alguma chance em corrigir o equívoco?
Att,
Dario

Ao que obtive a seguinte resposta:

De: Adriana Vasconcelos - Redação Suc BSB - O GLOBO
Data: 3 de setembro de 2011 20:56
Para: Dario Achkar

Dario,
Só agora vi sua msg, mas qdo me refiro à reportagem da Veja, penso que está clara a referência do episódio relatado pelo ex-deputado José Dirceu em seu blog.
Um abraço
Adriana

Não satisfeito com a resposta, insisti:

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De: Dario Achkar
Data: 4 de setembro de 2011 12:28
Para: Adriana Vasconcelos - Redação Suc BSB - O GLOBO

Prezada Adriana,

este é o ponto. Não está clara a referência, uma vez que o episódio foi sequer mencionado na matéria, e a grande maioria dos leitores quase não teve acesso a notícia, pois a mesma quase não foi repercutida na grande imprensa. E quando foi, ficou restrita a notas de rodapé. E de fato, colocado como está. fica parecendo mera retaliação do governo a matéria desfavorável a um membro do PT. Não soa estranho que a real motivação do debate não figure na matéria, cabendo ao leitor supor então qual teria sido a real motivação do debate?

att,
Dario

Ao que se seguiram duas titubeantes respostas em sequência:

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De: Adriana Vasconcelos - Redação Suc BSB - O GLOBO
Data: 4 de setembro de 2011 12:56
Para: Dario Achkar

Vou encaminhar seu email para a direção do Online. ok?

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De: Adriana Vasconcelos - Redação Suc BSB - O GLOBO
Data: 4 de setembro de 2011 12:58
Para: Dario Achkar

Mas antes de mandar, gostaria que vc se identificasse. Por acaso é assessor da ministra Ideli? Quais são os seus contatos?

Respondi:
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De: Dario Achkar
Data: 4 de setembro de 2011 13:05
Para: Adriana Vasconcelos - Redação Suc BSB - O GLOBO

Adriana,

Meu nome é Dario Achkar Petrillo, tenho 52 anos, moro na zona rural do DF, sou pequeno produtor rural, não sou filiado a nenhum partido, não tenho cargos no governo, bem como ninguém da minha família. Caso seja necessário outras informações, tais como telefone, CPF ou outras, posso também disponibilizar estas infos.

grato pela atenção,
Dario

Eis que então a brilhante jornalista me sai com esta pérola:

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De: Adriana Vasconcelos - Redação Suc BSB - O GLOBO
Data: 4 de setembro de 2011 13:45
Para: Dario Achkar

Dario,

Se a ministra não reclamou, porque eu teria de alterar o texto? Vc mesmo não teve dúvida sobre o que a ministra se referia, sinceramente acho que os outros leitores tb.
Att.

Ao que obviamente respondi:

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De: Dario Achkar
Data: 4 de setembro de 2011 14:03
Para: Adriana Vasconcelos - Redação Suc BSB - O GLOBO

A ministra, assim como eu, faz parte de uma minoria que tem acompanhado com atenção o desenrolar do imbróglio. A matéria deveria considerar que a grande maioria dos leitores não teve acesso a toda a informação, uma vez que ela mal foi divulgada na grande imprensa. Não é curioso que um fato de tamanha relevância seja sequer mencionado numa matéria aonde a questão da tentativa de invasão era o tema central ao qual a ministra se referia?

Volto a reafirmar, da forma como foi colocado, fica parecendo que a motivação da ministra e dos delegados do partido é mera retaliação a matéria desfavorável, publicada pela revista. Não te parece?

att,
Dario

E assim, fui brindado com sua resposta final:

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De: Adriana Vasconcelos - Redação Suc BSB - O GLOBO
Data: 4 de setembro de 2011 15:02
Para: Dario Achkar

Respeito sua opinião, mas a minha é diferente da sua.

É mole???

Uri Avnery: “Cães de guerra: quando setembro vier”

 



3/9/2011, Uri Avnery, Gush Shalom [Bloco da Paz], Israel
Traduzido pelo Coletivo da Vila Vudu

Não se ouvia falar de cães de guerra mais aterrorizantes, desde O Cão dos Baskervilles.

Foram cevados por um antigo admirador do falecido “rabino” Meir Kahane, que até a Suprema Corte de Israel definiu como fascista. A tarefa deles é proteger os colonos judeus e atacar os palestinos. São cães colonos judeus ou, melhor, colonos judeus cães.

Todos os canais de televisão em Israel os mostraram demoradamente, louvando-lhes a eficácia e o ardor.

Tudo isso, em preparação para “Setembro”.

SETEMBRO não é só nome de mês, o sétimo do antigo calendário romano. Setembro é símbolo de um terrível perigo, de uma inominável ameaça existencial.

Em poucas semanas, os palestinos pedirão à ONU que reconheça o Estado da Palestina. Já têm ampla maioria na Assembleia Geral. Depois, segundo avaliação oficial pelo exército de Israel, abrir-se-ão as portas do inferno. Multidões de palestinos se levantarão, atacarão o muro “de separação”, atacarão as colônias exclusivas para judeus, desafiarão o exército, criarão o caos.

“A Autoridade Palestina está planejando um banho de sangue”, disse Avigdor Lieberman, animadíssimo. E quando Lieberman prevê violência, não é prudente ignorá-lo.

O exército de Israel prepara-se, há meses, para essa eventualidade. Essa semana, anunciou que está treinando os colonos, também, para que conheçam perfeitamente os casos em que estão autorizados a atirar para matar. Isso confirma o que todos já sabemos: não há qualquer diferença clara entre o exército e os colonos que vivem nas colônias exclusivas para judeus – muitos colonos são oficiais do exército, e muitos oficiais vivem nas colônias. A frase oficial é “o exército de Israel defende os israelenses onde estejam”.

Um dos cenários para os quais o exército de Israel está preparado, como disseram, é o caso de os palestinos atirarem contra militares e colonos “de dentro das manifestações públicas”. É declaração terrível. Participei de centenas de manifestações e jamais vi ninguém atirar em ninguém “de dentro” de alguma manifestação. Esse atirador teria de ser louco, porque quem atira “de dentro” de uma manifestação de massa expõe todos os que estão à volta à retaliação. Mas foi o pretexto que Israel encontrou para atirar contra manifestantes em manifestações não-violentas.

Soa tão assustador e horrendo, porque já aconteceu no passado. Depois da primeira intifada, uma história de sucesso dos palestinos (e levou ao acordo de Oslo), o exército israelense preparou-se diligentemente para a segunda. A arma escolhida foram “atiradores de elite”.

A segunda (“al-Aqsa”) intifada começou depois do fim da conferência de Camp David em 2000 e da “visita” de deliberada provocação, de Ariel Sharon, ao Templo do Monte. Os palestinos faziam manifestações de massa, não violentas. O exército de Israel respondeu com “assassinatos seletivos”. Duplas de um atirador “de elite” e um oficial do exército tomavam posição em diferentes pontos do percurso por onde passariam os manifestantes; o oficial do exército selecionava os alvos – manifestantes que lhe parecessem “animadores”. Foram assassinados.

A tática foi considerada altamente efetiva. Em pouco tempo, as manifestações não violentas acabaram, substituídas por ações muito violentas, ditas “terroristas”. E, assim, o exército de Israel voltou à brutalidade que conhece bem, terreno familiar.

No total, na segunda intifada, foram assassinados 4.546 palestinos, 882 dos quais crianças; e 1.044 israelenses, 716 dos quais civis, 124 crianças.

Temo que as preparações para a terceira intifada, prevista para começar no próximo mês, seguem as mesmas linhas. Mas as circunstâncias serão bem diferentes. Depois dos eventos no Egito e Síria, os manifestantes palestinos podem reagir de outro modo, e o “banho de sangue” pode ser muito maior. E também será maior a reação internacional e dos árabes. Imagino cartazes e faixas contra Binyamin al-Assad e Bashar Netanyahu.

Mas a maioria dos israelenses não estão preocupados. Acreditam que todo o cenário é resultado de maquinações de Netanyahu, como truque para pôr fim aos enormes protestos sociais que agitam Israel. “Os jovens que protestam querem justiça social e estado de bem-estar, como crianças que querem sorvete, enquanto o desastre espreita na próxima esquina” – nas palavras de um dos coronéis (aposentado).

Os colonos judeus e seus cães mal podem esperar.

Até faz sentido, porque os colonos judeus desempenham papel central no conflito. São eles que impedem que se faça qualquer tipo de acordo de paz. Não admitem, sequer, qualquer tipo de negociações de paz significativas.

É até bem simples: qualquer tipo de paz entre Israel e o povo palestino terá de basear-se em devolver a Cisjordânia, Jerusalém Leste e a Faixa de Gaza ao futuro Estado da Palestina. Já há, sobre isso, amplo consenso mundial. A única questão é saber exatamente por onde passarão as fronteiras, uma vez que também há consenso sobre algumas pequenas trocas de território.

Isso implica que a paz, necessariamente, implicará remoção de grande número de colônias hoje ocupadas por judeus e a evacuação de todos os colonos das colônias exclusivas para judeus espalhadas por toda a Cisjordânia.

Os colonos e seus aliados dominam completamente a coalizão que hoje governa Israel. Opõem-se à devolução de qualquer palmo do território que Deus prometeu só aos judeus. (Até os colonos judeus que não acreditam em deus, acreditam que fazem jus à terra que deus prometeu só aos judeus.) Por isso, não há negociações de paz, não tem fim a construção de prédios e mais prédios em territórios ocupados, nem se vê qualquer movimento em direção a qualquer tipo de paz.

Os colonos judeus foram postos onde estão, na Cisjordânia, especificamente para essa finalidade: criar “fatos em campo” que destruíssem qualquer possibilidade de criar-se um Estado Palestino viável. Portanto, nem interessa discutir se são os colonos judeus ocupantes que impedem que os territórios ocupados sejam devolvidos em troca de paz, ou se o governo de Israel usa os colonos como força de ocupação, para o mesmo objetivo. Dá sempre na mesma: os colonos judeus ocupantes boicotam qualquer esforço de paz na região.

Como diriam os norte-americanos: São os colonos judeus ocupantes, estúpido!

Muitos bons judeus israelenses estão fazendo papel de idiotas, ou são idiotas.

Anda “na moda”, em alguns círculos, “abraçar” a causa dos colonos judeus ocupantes, em nome da unidade nacional. Judeus não devem brigar entre eles, dizem, como ensinava a velha sabedoria dos guetos. Colonos judeus ocupantes e armados são como nós.

Destaca-se entre os que dizem isso a deputada Shelly Yachimovitch, candidata, com outros cinco candidatos, à liderança do moribundo Partido Trabalhista (Labor). Durante anos, trabalhou na defesa da justiça social, falava de paz, ocupação, colônias, Palestina e temas afins. Agora, como parte da campanha pela liderança, aparece como defensora apaixonada dos colonos ocupantes. Como ela mesma disse, “É claro que não considero a empreitada dos colonos como pecado ou crime. No início, houve perfeito consenso. O Partido Trabalhista foi quem promoveu a colonização dos territórios [ocupados]. Esse é um fato histórico.”

Há quem acredite que Yachimovitch apenas finge que pensa assim, para conquistar os votos de que precisa para chegar ao comando do partido, e que planeja atrair o que resta do Partido Kadima, para tentar deslocar Tzipi Livni e, talvez, chegar ao posto de primeiro-ministro.

Pode ser. Pessoalmente, acho que ela realmente acredita no que diz – o que, sei, é raro em políticos, homens ou mulheres.

Falando sério: não é possível abraçar, ao mesmo tempo, a causa dos colonos judeus armados e a luta por justiça social em Israel. Não é pensável, não há meio possível, ainda que alguns líderes do movimento de protesto social defendam essa via, como recurso tático.

Não há nem pode haver estado de bem-estar em Israel, enquanto houver guerra. Os incidentes de fronteira, nas duas últimas semanas, mostram como é fácil distrair a opinião pública e silenciar os protestos: basta desfraldar a bandeira da segurança. E como é fácil, para o governo, alimentar e prolongar qualquer tipo de incidente.

Semear o medo de “quando setembro chegar” é outro exemplo.

Mas as razões pelas quais o governo não se interessa por separar justiça social e segurança são mais profundas. Reformas sociais sérias exigem dinheiro, muito dinheiro. Mesmo depois da reforma do sistema de impostos – impostos diretos mais “progressivos”, impostos indiretos menos “regressivos” – e ainda que tivéssemos posto fim aos cartéis dos ‘magnatas’, são necessários dezenas de bilhões de dólares para recuperar as escolas, os hospitais e os serviços sociais em Israel.

Esses bilhões só podem vir do orçamento militar e das colônias. Investem-se somas astronômicas nas colônias – não só na moradia fortemente subsidiada para colonos judeus, salários pagos pelo Estado a muitos colonos (em porcentagem muito superior à que se vê na população em geral), mas, também, em infraestrutura (estradas, fornecimento de água e eletricidade, etc.) e no enorme contingente militar necessário para proteger as colônias. As preparações em curso para “quando setembro vier” mostram outra vez o quanto tudo isso custa.

Mas essa ainda não é toda a história. Por trás de todos esses fatos jaz a principal razão para a deformação de tudo, em Israel: o próprio conflito entre israelenses e palestinos.

Por causa do conflito, é preciso manter gigantesco establishment militar. Cada israelense paga, para manter as forças armadas, mais do que qualquer outro cidadão em qualquer outro país ocidental. Israel, com população de apenas 7,5 milhões de habitantes, mantém o 4º ou 5º maior establishment militar do mundo. A ajuda militar que os EUA paga a Israel cobre apenas pequena parte dos custos.

Assim sendo, o fim da guerra é condição necessária para qualquer esforço que vise a converter Israel em estado de bem-estar com padrões “escandinavos”, com satisfatória justiça social. O conflito não é um fator a mais das dificuldades sociais em Israel: é o principal fator.

Pode-se amar ou odiar os colonos judeus armados, fazer-lhes oposição ou abraçar aquela causa, como cada um entenda. Nada disso altera o fato de que as colônias exclusivas para judeus armados, nos territórios palestinos ocupados, são o principal obstáculo à paz e ao estabelecimento, em Israel, de algum estado de bem-estar. Não só pelo muito que custam em dinheiro; não só por causa dos pogroms que colonos judeus armados fazem, de tempos em tempos; não só pelo modo como hoje controlam o sistema político. Mas, sim, porque existem.

Diferentes do cão dos Baskervilles, no romance de Sherlock Holmes, que era pista importante justamente porque não latiu na noite do crime, os cães das colônias exclusivas para judeus em Israel estão latindo muito alto. É latido de guerra

Cansei II


 



A marcha contra a corrupção foi convocada por, Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) e a Associação Brasileira de Imprensa (ABI) que apoiam a marcha, organizada pelos partidos de oposição. Se o número de participantes se aproximar da previsão de seus organizadores na internet, algo de novo estará acontecendo na política nacional, diz a Associação Brasileira de Imprensa.

Os caras de pau

Ophir Cavalcante o presidente da OAB, parece não estar preocupado com as fraudes no exame da OAB, falta de ética e de respeito

Polícia Federal realizou a Operação Tormenta, encontrou fraudes em três exames da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil), realizados em 2009. Em 2010, a segunda fase do exame já tinha sido anulada por suspeita de vazamento do gabarito da prova.

Exames da OAB sob suspeita de fraude em vários estados do país, o caso estourou em 2007. Em 2009, o Ministério Público investiga 14 mil registros de advogados do Distrito Federal que podem ter a carteira da Ordem cassada.A primeira vez que um exame da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) foi cancelado, por fraude, aconteceu em 2007, em São Paulo.

E que tal uma marcha contra pedofilia?