quinta-feira, 8 de maio de 2014

O lado popular do jantar de Dilma com jornalistas mulheres, e uma delas que contou a verdade.




Na noite de terça-feira (6), a presidenta Dilma Rousseff jantou no Palácio da Alvorada com um grupo de jornalistas mulheres. Muita gente boa criticou dizendo que as manchetes dos jornalões foram todas anti-Dilma no dia seguinte. Obviamente que pinçaram a frase que soava mais desgastante. Exemplos:

Globo: Inflação está sob controle, mas não está bem, diz Dilma
Veja: Em jantar, Dilma admite que ‘não está tudo bem’ com a inflação
Estadão: Dilma: ‘Inflação está sob controle, mas não bem’
Folha: ‘Não está tudo bem’ com inflação no país, admite Dilma a jornalistas

Agora eu pergunto: Com ou sem jantar, as manchetes nestes jornalões seriam melhores? É claro que não. Aposto que nas redações destes jornalões deve ter todo dia um estoque de saco de maldades com pelo menos meia dúzia de manchetes negativas para escolher qual a pior a estampar com espalhafato na capa.

Quanto a isto não adianta o governo querer treinar o que dizer meticulosamente para evitar ser atacado, porque sempre vão escolher algum lado negativo para atacar, até inventando se for preciso.

O governo tem que fazer o que acha certo e visar atingir seu público alvo, que é o popular, e quem é esclarecido. O leitor destes jornalões, salvo exceções, só de assinar essas porcarias é porque são praticamente casos perdidos mesmo. Já compram esses lixos informativos porque sentem prazer de ver o governo Dilma ser atacado com baixarias travestidas de jornalismo sério (as vezes nem disfarçam a falta de seriedade). Mesmo que seja com mentiras e deturpações, se sentem saciados por serem reacionários.

Por outro lado, a cobertura televisiva sobre este encontro, que tem muito mais efeito do que nos jornais impressos, acabou sendo favorável. Olhe esses 9 minutos em um programa popular da tarde na TV Bandeirantes no vídeo acima. É claro que esse programa focou mais na frivolidade do que nas grandes questões políticas, mas o clima da reportagem foi bem mais simpático do que o que vemos no nosso "querido" PIG (Partido da Imprensa Golpista).

Até a global Zileide Silva (*), do telejornal Bom Dia Brasil, que esteve no encontro, fez uma reportagem serena para os padrões da Globo que estamos acostumados a ver. Sinal de que Dilma mandou bem. Se ela tivesse falado alguma coisa que desse para detoná-la, todo mundo teria publicado.

As próprias manchetes dos jornalões não são tão danosas, na prática. Dilma admitir que "não está tudo bem" é até sinal de honestidade intelectual. Quem dera os jornalões admitissem, pelo menos, que não está tudo mal. E o povo, tirando os fanáticos demotucanos, vê isso, quando há excessos.

Eu também e todo mundo que eu conheço admite que há muito a ser feito para que fique tudo bem, mas o que importa hoje é que desde 2002 estamos no caminho da superação de nossos males e a cada ano subimos um degrau mais alto. Se no passado até fome era problema para ser resolvido, hoje já estamos falando em resolver saúde e educação de qualidade para todos. É uma mudança de patamar. No passado tinha que pedir socorro ao FMI para honrar as dívidas. Hoje se pinçam detalhes nas contas públicas para criticar, porque no conjunto das contas o Brasil vai bem, é avaliado como "grau de investimento", coisa que nunca foi no governo tucano. E isso mesmo atravessando a tempestade da crise internacional.

Às vezes tão errado quando elogiar a comunicação governamental quando ela está falha e omissa, também é errado nos pautarmos apenas pelas manchetes da oposição "piguenta".

No fundo a guerra midiática é pela pauta. Se todo mundo, inclusive nós nas redes sociais, e o próprio governo, for arrastado apenas para ficar respondendo a pauta da oposição, aí sim estaremos perdidos. É para onde a oposição quer nos arrastar. Em 2006, queriam que Lula só falasse de mensalão. Ele falou de Bolsa Família, de ganho real do Salário Mínimo, de ProUni, de empregos, de Fundeb, de Farmácia Popular, de ter se livrado do FMI, de ter recuperado o respeito internacional, até da autoestima do brasileiro, etc, etc. Ganhou a eleição, fez um governo melhor, e fez Dilma sua sucessora, que também tem muito resultado robusto para mostrar.

Dilma e seus ministros também não tem que ficar presos na agenda da oposição. Tem que brigar para impor a pauta positiva do governo. Os assessores de comunicação dos ministérios e departamento jurídico da Petrobras é que tem que responder, desmentir e exigir direito de resposta quando são agredidos indevidamente. Mas além e mais do que isso, a comunicação governamental tem que fazer chegar ao povo as realizações, tem ganhar pelo menos algumas batalhas na guerra das pautas com a oposição, pelo menos nas redes sociais e em nichos da TV.

Há um espetáculo do crescimento sim, mas é em mais escolaridade, mais empregos, mais pequenos empreendedores, mais agricultura familiar, mais renda, mais moradia, mais creches, mais classe média, mais gente viajando de avião, mais internautas, mais qualidade de vida, mais cidadania, mais médicos, mais saúde sim, mais petróleo do pré-sal e toda uma indústria que gira em torno dele. O governo Dilma tem alguns números espetaculares em algumas áreas, melhores do que no governo Lula, inclusive porque deu o passo adiante aos passos anteriores dados. A vida das classe mais baixas, que não tinham muita coisa e passaram a ter, tem um crescimento diferente das classes mais altas, que já tinham tudo e reclamam de políticas que priorizam o emprego, a educação e a erradicação da pobreza.

O tanto que aumentou de universitários, estudantes de nível técnico, de trabalhador com melhor qualificação profissional, tem valor econômico que não aparece no PIB instantâneo de um ano em um momento de crise internacional, mas aparecerá de forma robusta ao longo de um ciclo de alguns anos. É difícil encontrar no Brasil uma família de classe média baixa ou pobre que não tenha prosperado. Os jovens estão ficando melhor posicionados para o mercado de trabalho do que as gerações anteriores. Basta um vento favorável na crise internacional que a economia bomba, porque teremos coisas que não tínhamos, como mão de obra mais qualificada.

Falta essas coisas chegar aos olhos das pessoas. E nós, ativistas das redes sociais, não podemos deixar a pauta negativa do PIG nos dominar.

Em tempo: é curioso que Miriam Leitão não foi convidada. Da Globo até que a jornalista Zileide Silva é a melhorzinha. O que atrapalha é o canal onde ela trabalha.

Uma jornalista presente que fez uma boa narrativa do que foi falado no jantar com Dilma é Denise Rothenbug, Eis seu relato:

"O Brasil não vai explodir em 2015. Vai Bombar!", diz Dilma a jornalistas no Alvorada

De CPI da Petrobras, “não temo nada”, a inflação “está sob controle, mas não está tudo bem”, e cenários otimistas de “o Brasil vai bombar em 2015”, a presidente Dilma Rousseff falou de tudo um pouco ontem à noite, quando reuniu dez jornalistas mulheres para jantar no Palácio da Alvorada, no qual fui como convidada representando os Diários Associados.

Foram pelo menos quatro horas de conversa com direito a um tour por todo o andar térreo do Palácio e uma visita à capela, parada que Dilma incluiu no roteiro para mostrar a restauração. “Eu gosto da capela. Antes da reforma, tinha cheiro de mofo. Não dava para ficar”, comentou a presidente, devota de Nossa Senhora, a única imagem no interior da capela.

Ainda dentro da capela, alguém solta: “É bom estar com a capela restaurada nesse momento difícil, presidente?” Eis que Dilma, já caminhando para voltar ao Palácio, em meio a perguntas complementares sobre como se sentia em relação a essa baixa nas pesquisas, responde: “Saiba você que a única pessoa que te derrota é você mesma. Em qualquer circunstância. Eu não me deixo abater”, afirma.

Feitas as fotos na sala de reuniões ao lado da Biblioteca __ muitos selfies e conversas a respeito de amenidades, maquiagens, perfumes e tinturas de cabelo __, o cerimonial avisa que o jantar estava servido. Entre as colegas, a preocupação, “pronto, agora vamos comer e ela vai nos mandar embora sem notícia”. Que nada. A noite estava apenas começando.

Na sala de banquetes, com todos à mesa __ além das jornalistas estavam ainda a senadora Gleisi Hoffmann (ex-ministra da Casa Civil) e o ministro da Secretaria de Imprensa e Divulgação da Presidência da República, Thomas Trauman __ alguém saca o caderninho de anotações e os temas polêmicos se sucedem. Dilma só se recusa a falar de campanha: “Estou na fase pré-candidata e falar sobre campanha agora é crime eleitoral”, e de troca de ministro: “ (Alexandre) Tombini (presidente do Banco Central) na Fazenda?”, quis saber uma das convidadas. “Não cogito nada”, disse. Ela, no entanto, ao longo da conversa, deixou exposta uma divergência com o ministro Guido Mantega que esta semana mencionou a perspectiva de aumento de imposto: “Não terá aumento de imposto”, afirmou. “Não sei em que contexto ele falou sobre isso”.

A CPI e a “tolice meridiana”

Os demais temas espinhosos são respondidos de forma firme, inclusive a CPI da Petrobras. “Não temo nada de CPI. Não devo nada. Não tenho temor nenhum. O governo é de absoluta transparência. Não tenho dúvida de que tem um componente político nessa CPI”, disse ela, que considerou normal a troca que fez de Sérgio Gabrielli por Graça Foster no comando da empresa. “Troquei até ministro, não é loura?”, comentou, virando-se para Gleisi. Diante das insistentes pergunta sobre se CPI atingiria Lula ou ela, Dilma não titubeia: “Sou eu, é? Então, o Gabrieli era do governo Lula e eu não? Eu sou governo Lula. Eu representava o controlador”, diz ela, referindo-se ao período em que se decidiu pela compra da refinaria de Pasadena.

A presidente deixa exposta, entretanto sua divergência em relação ao ex-diretor Nestor Cerveró, um dos responsáveis pela compra de Pasadena e chama de “tolice meridiana”, dizer que as cláusulas Put Option (a chamada cláusula de saída) são padrões, como mencionou Cerveró: “A Put Option é como se fosse um casamento. Cada um tem o seu, alguns tem clausulas de saída do casamento, outros não e nem todos são iguais”, explica. “Até onde eu sei não houve má fé, pode ter havido um equívoco”, diz ela, concluindo que fria tudo de novo, em relação à nota que soltou reclamando da ausência dessas cláusula no resumo técnico sobre Pasadena.

A inflação e o “também quero fazer política”

Em todas as áreas possíveis, a presidente compara seu governo com o do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso e rebate as críticas feitas pelo tucano Aécio Neves e também pelo socialista, Eduardo Campos. NO quesito inflação, ela foi direta: “Está sob controle, mas não está tudo bem. O efeito inflação não explica o mal estar. Tem uma coisa que explica o mau-humor: a taxa de crescimento de bens e de serviços”, afirma. “NO setor de serviços, não tenho condição de, ao fazer o investimento, resultar em benefício imediato. Quem me critica esqueceu, mas o estoque de serviços (a executar) é um acúmulo do passado”, diz ela, afirmando categoricamente que o governo FHC investiu R$ 1 bilhão em saneamento, enquanto o governo dela aplicou R$ 37,8 bilhões, “e é pouco para o déficit, teria que triplicar para zerar”. “Não estou comparando com FHC para fazer política, mas quero fazer política também”, diz a presidente.

Se os dados de saneamento servem para alfinetar os tucanos, a perspectiva de desemprego para a meta de inflação de 3%, prevista por Eduardo Campos, do PSB, é repisada em comparação com a economia dos Estados Unidos: “Lá, o crescimento foi de 0,025%. NO ano, 0,1%. Se alguém perguntar, dirão que foi de franca recuperação. Ninguém dirá que é o caos e que o mundo caiu. Aqui, n Brasil, se isso acontecer, o céu estará caindo sobre minha cabeça”, comenta, emendando com uma crítica direta à proposta de Campos, de 3% de inflação. “Sabe o que isso significa? Desemprego de 8,2%. Quero ver manter o investimento público em logística. Não segura fazer isso

São Paulo e a “má fé”

A seca que provoca o desabastecimento de água em regiões da Grande São Paulo também não ficou de fora, quando o assunto da conversa vira para a energia elétrica. “A seca este ano é 100 vezes pior do que foi em 2001. E água e energia, só segura se investir. (No caso da água) Não sei quanto São Paulo investiu. Não temos nada a ver com a operação dele (Geraldo Alckmin). A água é tratada pelos estados. Qualquer tentativa de repartir (essa crise d) a água com governo federal é má fé”.

Base aliada e tempestade perfeita

Pouco se falou dos partidos aliados ao governo, mas a presidente deixou claro que não dispensará o contato com eles, a partir de 2015, caso receba mais quatro anos de mandato. “Vocês acreditam que alguém, só por não ser mais candidato à reeleição, pode prescindir das instituições?”, diz, respondendo ainda àqueles que mencionam um conjunto de fatores (tempestade perfeita) que pode agravar os problemas econômicos do Brasil no ano que vem. “Passei seis meses esperando a tempestade perfeita. Ela não veio. Agora, vocês me perguntam se o Brasil vai explodir em 2015. Vocês acreditam em história da Carochinha? Temos uma indústria diversificada, um agronegócio forte, estabilidade”

Ação da oposição contra o pronunciamento do 1º de maio e “meiguíssima”

" O Bolsa Família vão falar que é eleitoreiro, mas melhoramos em vários anos e não íamos deixar de melhorar. O Bolsa Família é visto como eleitoreiro. Quem não tem compromisso com os mais pobres acha uma besteira colocar dinheiro no Bolsa Família. A troco de quê não vou reiterar meus compromissos com aqueles que são a base do governo? Não é possível que eu não possa defender o que eu penso. }A oposição pode falar o que quiser e eu não posso?”, diz. A senhora acha que foi agressiva no pronunciamento?", pergunta alguém. Eis que ela responde: "Meiguíssima!"

Vaias : “Quem falar que gosta de vaia está mentindo, mas isso não vai me impedir de trabalhar”.

Eduardo ou Aécio num segundo turno? “Sem preferências, querida!”

Oposição no PT, o chamado fogo amigo e o “volta Lula”:

“Acho que o PT tem mais vantagens, tem seus méritos e características positivas. Se tem um partido que conviveu com a disputa interna é o PT. E vai conviver pelo resto da vida. (Quanto ao Lula), quem viveu junto, intensamente, todas as horas e dificuldades, tem uma relação política e pessoal que não é passível de ruptura”. Quanto ao ex-presidente e o movimento para fazer ele candidato: “Nunca falamos sobre isso. Respeito muito o Lula. Tenho certeza (do apoio) dele. Ele está acima dessas questões.Tenho certeza de que o Lula me apóia nesse exato instante”.

Imprensa e o “couro de jacaré”

Lá para o final da conversa, em meio às amenidades, a presidente mencionou, respondendo a uma pergunta, que a “a imprensa brasileira é bastante oposicionista” atualmente. “A gente vai ficando um couro grosso de jacaré ou de tartaruga”, afirmou.

A Copa, os holligans, Neymar e a greve da PF

A menos de 40 dias do mundial, obviamente, o tema não ficaria de fora. A presidente contou que seu governo e a Fifa preparam duas ações relativas à segurança e ao combate o racismo. Em relação à segurança, a ordem é evitar o embarque de torcedores violentos para o Brasil. Aqueles que conseguirem, entretanto, escapar a esse filtro, podem ser barrados na entrada. A outra iniciativa, essa e fácil execução,são as falas antirrascistas em todo os jogos da Copa. “E quem senhora escalaria. Presidente? “Neymar. Ele é uma unanimidade. Também gosto do Daniel Alves. Ele respondeu bem”, diz ela. O técnico Felipe Scolari, o FElipão, também é elogiado como alguém que tem ”liderança, caratê e dignidade. É uma pessoa especial”.

Quanto à perspectiva de greve da Policia Federal, a presidente foi direta: “Nunca soube disso. A PF se comportou muito bem na Rio + 20” . Ela também mencionou as manifestações:. Se quiser fazer manifestação é legítimo,mas não vamos permitir que haja qualquer interferência sobre a Copa".
 
http://osamigosdopresidentelula.blogspot.com.br/2014/05/o-lado-popular-do-jantar-de-dilma-com.html?utm_source=feedburner&utm_medium=feed&utm_campaign=Feed:+blogspot/Eemp+%28Os+Amigos+do+Presidente+Lula%29




           Os movimentos da grande mídia, ao longo dos últimos meses, vêm confirmando um fato mais do que previsível: o senador Aécio Neves será, nas próximas eleições presidenciais, a opção preferencial dos banqueiros, dos latifundiários e do alto empresariado em geral, a começar pelas famílias que controlam aquela mesma mídia. As estratégias empregadas para alavancar o desempenho do presidenciável tucano se estenderão às esferas locais e regionais, ao longo da campanha eleitoral de 2014, em benefício dos candidatos do PSDB e de seus aliados aos governos estaduais, ao Senado e à Câmara. 
 
A cúpula do tucanato não desconhece que, decorridos quase doze anos desde seu término, a tendência elitizante das gestões de Fernando Henrique Cardoso, suas privatizações repletas de aspectos escusos, e a compressão salarial acompanhada pela má vontade da Receita Federal em reajustar o limite de isenção do Imposto de Renda, entre outras mazelas, ainda constituem elementos que determinam a impopularidade do partido junto a vastas parcelas do eleitorado. Os apelos de seus marqueteiros ao passado, portanto, tendem a não ir muito além do reforço do mito de que o PSDB eliminou a inflação e de breves aparições televisivas de um FHC posando de estadista em gravações feitas na sala vip de algum instituto liberal. 
 
Restará, como principal recurso de uma campanha que, obrigatoriamente, visará a captura dos segmentos mais conservadores da sociedade, a repetição massiva de mensagens centradas no uso responsável do dinheiro público e no combate à corrupção. Isto já é perceptível nos discursos recentes da maioria dos parlamentares tucanos, que em certos casos podem parecer, ao olhar de incautos que se empolgam demais com palavras, verdadeiras vestais.
 
Desta maneira, nos convém investigar um pouco sobre a correspondência (de existência duvidosa) entre a fachada moralista do tucano médio e a vida real; na verdade, penso que este trabalho seria desnecessário, se removida a enorme complacência dos jornais de maior circulação e das principais emissoras de televisão para com o partido emplumado. Retorno à lista dos senadores em exercício pelo PSDB, que, como assinalei em postagem recente, são onze, incluindo Aécio, cuja administração em Minas Gerais merece matéria à parte. Os nomes de oito de seus companheiros estão ou estiveram associados a graves irregularidades, como se constata, em mais de um episódio, através de notas esporádicas dos próprios veículos da imprensa burguesa. 
 
O empresário Flexa Ribeiro, senador pelo estado do Pará, foi preso pela Polícia Federal na Operação Pororoca, deflagrada em novembro de 2004, sob a acusação de ter participado de licitações fraudulentas. Podemos vê-lo, na primeira imagem abaixo, detido e recorrendo ao ridículo expediente de ocultar as algemas sob uma revista. 
 
O senador Flexa Ribeiro (PSDB-PA) já chegou ao Senado, dia 11 de janeiro último, com a imagem comprometida. Dias antes, no decorrer da chamada Operação Pororoca, ele foi preso pela Polícia Federal com mais 29 políticos, empresários e servidores públicos, acusados de integrar uma quadrilha envolvida em fraudes em licitações públicas.
E sabem quem também foi preso, na condição de dono de uma das empresas que participavam das licitações supostamente fajutas, a Engelplan? O então suplente de senador, e hoje senador pleno pelo PSDB do Pará Flexa Ribeiro. Ele foi algemado, preso e passou 4 dias na cadeia. O inquérito relativo à Operação sumiu no sorvedouro da Justiça.
O PSDB paraense também é representado no Congresso pelo ex-bicheiro Mário Couto. Além de figurar como réu em processos relacionados ao desvio de verbas legislativas, recebeu, em consequência de negócios nebulosos, o caricato apelido de Senador Tapioca. Para arremate da obra, não falta uma evidência de comportamento racista, que chegou à Justiça. 
Couto, recorde-se, quando foi presidente da Alepa teve como auditora geral sua filha, Cilene Lisboa Couto Marques, eleita deputada estadual em 2010. Ela foi substituída no cargo por um irmão, outro dos filhos de Mário Couto, também conhecido como Senador Tapioca. Couto assim ficou conhecido após o escândalo da compra de material elétrico em uma empresa que produzia, unicamente, farinha de tapioca. O escândalo foi cunhado de Tapiocouto.
O Ministério Público do Estado do Pará enviou à Procuradoria Geral da República as provas coletadas contra o senador Mário Couto (PSDB) ao longo de mais de um ano de investigação. Couto é acusado de envolvimento em desvio de dinheiro da Assembleia Legislativa no período em que presidiu a casa. Pelo menos onze processos licitatórios teriam sido fraudados entre os anos de 2004 e 2007. Os desvios somam, segundo cálculos do Ministério Público Estadual, R$ 13 milhões. Também está sob análise na Procuradoria Geral da República a denúncia por racismo e abuso de autoridade feita contra o senador pela assistente-administrativa Edisane Gonçalves de Oliveira, 34 anos. Em depoimento no Pará Edisane acusou o senador de tê-la ofendido chamando-a de “preta”, “safada”, “macaca”,“vagabunda” entre outros palavrões. A assistente-administrativa denunciou Couto e a coligação “Reconstruindo Salinas”, alegando violação do Código Eleitoral ( valer-se o servidor público da sua autoridade para coagir alguém a votar ou não votar em determinado candidato ou partido). A agressão teria ocorrido porque Edisane se recusou a fazer propaganda política do candidato a prefeito apoiado por Couto.
Cícero Lucena Filho, da Paraíba, é outro senador tucano que já frequentou o noticiário policial. Ele foi um dos alvos da Operação Confraria, em julho de 2005.
O secretário de Planejamento e Gestão do governo da Paraíba e ex-prefeito de João Pessoa, Cícero Lucena Filho (PSDB), foi preso ontem na Operação Confraria, da Polícia Federal. Outras seis pessoas foram presas e, até o fechamento desta edição, uma sétima negociava sua entrega à PF. A operação foi desencadeada a partir das conclusões de auditorias da CGU (Controladoria-Geral da União) sobre 13 contratos de obras da Prefeitura de João Pessoa em convênios com a União no total de R$ 50 milhões, que teriam causado prejuízo de R$ 12,4 milhões ao erário.
O sorridente político que abraça Aécio Neves, à nossa esquerda, é o senador Paulo Bauer, do PSDB de Santa Catarina. Encontramos com facilidade relatos desabonadores de sua conduta como parlamentar. 
Uma investigação sigilosa da Câmara apura denúncia de que o secretário de Educação e deputado licenciado, Paulo Bauer (PSDB), teria contratado servidores para o gabinete do suplente Acélio Casagrande (PMDB) e repassado o salário a um colega de partido. Em uma gravação de áudio entregue à Casa por um ex-assessor de Casagrande, Bauer menciona o uso de uma mulher como laranja para repassar o salário ao aliado político Fábio Dalonso, ex-presidente da Câmara de Vereadores de Joinville.
Gravações obtidas pelo Congresso em Foco mostram que o deputado licenciado Paulo Bauer (PSDB-SC), atual secretário de Educação de Santa Catarina, manteve controle sobre seus créditos de passagens aéreas mesmo depois que deixou o mandato, em fevereiro de 2007. Os áudios mostram que o parlamentar tentou “fazer negociação” sua cota, pedindo até uma consulta ao um funcionário da administração da Câmara. Depois do evento, diz o próprio Bauer, ele autorizou seu chefe de gabinete a avaliar o processo de venda dos créditos de passagens.
Moralista indignada, a ponto de assumir posição de proa em campanhas contra a corrupção, a senadora goiana Lúcia Vânia aparentemente é adepta de algum método de esquecimento seletivo. 
A senadora Lúcia Vânia (PSDB-GO) é investigada no inquérito 2099 no Supremo Tribunal Federal (STF) por crime contra a administração pública. O processo teve origem na Justiça Eleitoral e tramita no Supremo desde 2004. 
Seria um Demóstenes de saias? Um inquérito contra a senadora Lúcia Vânia (PSDB-GO) suspeita de peculato, foi protocolado há nove anos. Houve sucessivas ampliações de prazo, autorizadas pelo MPF, para a Polícia Federal realizar diligências. O inquérito aguardava manifestação da procuradoria desde setembro de 2010.
Que dizer, então, do Sr. Cássio Cunha Lima, da Paraíba? Como governador de seu estado, foi cassado por comprar votos, e só conseguiu garantir a posse no Senado ao se valer do princípio da não-retroatividade, aplicado à Lei da Ficha Limpa. Nada disto impede que receba o carinho de Aécio Neves e a solidariedade de José Serra. 
O governador teve o mandato cassado pelo Tribunal Regional Eleitoral da Paraíba (TRE-PB) sob a acusação de ter distribuído 35 mil cheques a cidadãos carentes durante a campanha eleitoral de 2006, por meio de programa assistencial da Fundação Ação Comunitária (FAC), vinculada ao governo estadual. Segundo a denúncia, os cheques totalizam cerca de R$ 4 milhões. Em seu voto, nesta noite, o relator do processo, ministro Eros Grau, negou o recurso de Cunha Lima, sugerindo a cassação do diploma do governador. “Houve marcante descontrole na distribuição de valores financeiros na proximidade do pleito”, disse Eros. “Há exemplos expressivos nos autos. Pagamento de plano de saúde, festival de repentistas, que não configuram assistência a pessoa em carência extrema”, completou o relator. Todos os demais ministros da Corte seguiram o voto do relator. 
O ex-governador da Paraíba, Cássio Cunha Lima (PSDB-PB), tomou posse hoje (9) como senador, após ter sua eleição, em 2010, reconhecida pelo Supremo Tribunal Federal. Cunha Lima teve sua eleição barrada pela Lei da Ficha Limpa, mas diante do entendimento do STF sobre a validade da lei, não atingindo as últimas eleições, foi conduzido ao cargo no lugar de Wilson Santiago (PMDB-PB). Cunha Lima teve uma posse rápida, com a presença de diversos representantes de seu partido, como o ex-governador de São Paulo José Serra.
A respeito de um mestre do moralismo de fachada, o senador Álvaro Dias, eu diria que a amizade com Demóstenes Torres (ver foto) não lhe cai mal. Além da omissão de informações sobre patrimônio que deveriam ser prestadas à Justiça Eleitoral, pesam contra o paranaense antigas ligações com o doleiro Alberto Youssef. 
O senador Alvaro Dias (PSDB-PR) foi pego em um “deslize”. Apesar de ser um dos mais atuantes dentro do Senado, referência na oposição ao governo do presidente Lula e um dos primeiros a cobrar transparência nas ações políticas, Alvaro deixou de informar à Justiça Eleitoral um patrimônio de cerca de R$ 6 milhões, referentes a saldos bancários e investimentos financeiros. O valor é quatro vezes maior que a soma das informações de bens apresentadas antes da eleição de 2006 pelo senador – R$ 1,9 milhão. A notícia foi divulgada nesta semana pela revista Época.
Doleiro Alberto Youssef já havia fretado jatos para o senador Alvaro Dias (PSDB-PR) em 1998; e, pasme, o serviço foi pago com recursos desviados da prefeitura de Maringá, em 1998, uma investigação na prefeitura de Maringá descobriu que recursos do município foram usados para pagar jatos usados pelo senador Alvaro Dias (PSDB-PR) em sua campanha. O responsável pelo fretamento era justamente Youssef o doleiro preso.
Aloysio Nunes Ferreira, senador pelo estado de São Paulo, também aprecia o papo de pé de ouvido com Aécio. Mas a conversa flagrada pelo fotógrafo, provavelmente, não foi a mais comprometedora do tucano ex-quercista. 
O ex-diretor da Siemens Everton Rheinheimer entregou ao Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) um relatório onde mostra “a existência de um forte esquema de corrupção no Estado de São Paulo durante os governos (Mário) Covas, Alckmin e (José) Serra, e que tinha como objetivo principal o abastecimento do caixa 2 do PSDB e do DEM”. Apesar de o relatório ter sido entregue no dia 17 de abril, somente hoje, a informação veio a público, a partir de uma matéria d’O Estado de S. Paulo, dos jornalistas Fernando Gallo, Ricardo Chapola e Fausto Macedo.Rheinheimer diz ter provas e dá nome e sobrenome dos políticos tucanos que receberam propinas das empresas do cartel dos trens. Os “propineiros tucanos” fazem parte da Cúpula do PSDB. E essa é a primeira vez que os políticos são nominalmente citados no esquema de corrupção. O ex-diretor esteve à frente da divisão de Transportes da Siemens até março de 2007, sendo que trabalhou por 22 anos na empresa. Ele é um dos seis denunciantes que topou contar tudo o que sabe em troca de redução de possíveis condenações, no acordo de leniência. O documento trazido por Rheinheimer faz menção ao senador Aloysio Nunes Ferreira (PSDB-SP), os secretários estaduais José Aníbal (Energia), também deputado (PSDB-SP), e Jurandir Fernandes (Transportes Metropolitanos). Todos homens fortes do tucanato. Aloysio Nunes estava sendo cotado para ser vice de Aécio. O senador já foi alvo de denúncias em 2010, por sua ligação com Paulo Preto, o homem de confiança dos tucanos paulistas, acusado de sumir com quatro milhões de reais do “caixa 2″ da campanha de Serra.
O senador Cyro Miranda, tucano de Goiás, não aparece na Internet como pivô de escândalos, salvo a grotesca declaração, proferida em março de 2012, de quetinha pena dos senadores obrigados a viver do salário de dezenove mil reais líquidos. Mas é relevante a circunstância de ter desembarcado em Brasília como suplente de Marconi Perillo (outro amigo de Aécio), eleito para o governo do estado em 2010. 
 
O Jornal Nacional, da Rede Globo, informou na edição de terça, 21, que o governador de Goiás, Marconi Perillo(PSDB) será indiciado pela CPMI do Cachoeirajunto com 45 outros nomes. Segundo a televisão, o relatório do deputado Odair Cunha(PT) o governador goiano teria cometido seis crimes. O documento deve citar "formação de quadrilha" e "corrupção passiva".
 
As investigações da Polícia Federal detectaram dois contatos diretos entre Perillo e Cachoeira. Em um deles, o governador fala com o contraventor pelo telefone para lhe desejar parabéns. Era 3 de maio de 2011, aniversário de Cachoeira. Os grampos da Operação Monte Carlo indicam também que Cachoeira controlava indicações políticas no governo de Goiás, do tucano Marconi Perillo. "A Rosana pode ser um salário de 2 000. A Vanessa é gerência, tá? A Renata é um salário de 2 000, não precisa ser gerência, não. O Édson, cargo de gerência", diz Cachoeira, em um dos grampos, ao ex-vereador Wladimir Garcez. Um relatório mostra que um dos pontos de contato de Cachoeira com o governo era a chefe-de-gabinete de Perillo, Eliane Gonçalves Pinheiro, que teria repassado ao contraventor informações sigilosas sobre investigações policiais. Entre outras questões nebulosas que ligam o governador ao contraventor está a venda de uma casa de Perillo em um condomínio de luxo de Goiânia. Foi nesse imóvel que Cachoeira foi preso em 29 de fevereiro na Operação Monte Carlo, da Polícia Federal.
 
 
 http://ajusticeiradeesquerda.blogspot.com.br/2014/05/mais-sobre-o-psdb-um-partido-blindado-e.html

“A garrafinha de papel” do senador tucano



Autor: Fernando Brito



Muito curiosa a reação da Folha de S. Paulo, querendo atribuir a este rapaz, Rodrigo “Pilha” Grassi, “culpa” pelo completo destempero do senador Aloísio Nunes Ferreira, que o mandou para a “puta que o pariu” e outras ‘cositas más” por perguntas de que não gostou.

Primeiro, a malandragem de chama-lo de blogueiro, quando Rodrigo tem é uma página no Facebook, apenas.

Como é seu direito e seria também o de ter um blog.

Mas é claro que isso é reflexo da “maldade” como recente encontro de Lula com blogueiros.

Ficasse aí a “pegadinha” da Folha, normal.

Mas o jornal também arranjou um “bolinha de papel” travestida em garrafa de água mineral “arremessada” contra o senador, embora fosse este que estivesse correndo para agredir o rapaz, já fora do prédio do Senado.

Qualquer um que já tenha vivido em Brasília na época seca sabe que é normal “portar” uma garrafinha de água.

E que o próprio vídeo “denúncia” obtido com a Polícia do Senado mostra o rapaz todo o tempo numa postura não-reativa, até mesmo levantando os braços. Ele náo arremessa a garrafa contra ninguém, apenas a atira fora para fugir dos valentões.

O Rodrigo Vianna escreveu – muito bem, aliás – que o destempero seria compreensível quando o rapaz pergunta, com o cuidado de acrescentar um “suposto” antes da pergunta, sobre o envolvimento do senador no escândalo de corrupção Siemens-Alston-Metro-CTPM.

Talvez o senador esteja acostumado a um imprensa que não pergunte sobre o que ela própria publica, quando se trata de tucanos.

Porque não foram os blogs ou os petistas que publicaram esta acusação, feita pelo ex-diretor da Siemens Everton Rheinheimer.

Foi o Estadão.

Se pergunta inconveniente fosse motivo para mandar  à “puta que o pariu” e correr atrás para agredir, o que seriam dos comediantes do CQC e do “Pânico” que fazem isso de forma muito mais agressiva e intempestiva ai nos corredores do Congresso?

E se forem perguntar ao Senador porque ele assinou e depois riscou o nome na CPI do Metrô, ele vai também mandar à “puta que o pariu”.

Recomenda-se aos jornalistas que aguentem firme a seca de Brasília e não andem com garrafinhas d’água.

http://tijolaco.com.br/blog/?p=17292

PSDB morre de medo de secar junto com o Cantareira

Autor: Fernando Brito

tucanobebe

Não é intriga a notícia de que o PSDB entrou na Justiça para investigar a pesquisa Datapopular, divulgada ontem, em que 70% dos paulistanos culpam o Governo Geraldo Alckmin e a Sabesp pela crise de abastecimento de água em São Paulo.

Está aqui, no site do PSDB paulista, para ninguém achar que é piada o que é realmente uma piada.
Os tucanos paulistas desconfiam que é uma armação do PT.

Como é que uma pesquisa pode registrar isso, se a mídia está toda preocupada com a “falta de luz” federal?

A Sabesp está com um comercial no ar dizendo que a culpa da falta d´água é da natureza, pobre coitada.

Teve seca na Austrália e até na Califórnia, como é que ia deixar de ter seca em São Paulo, este paraíso da modernidade e da capacidade de “gestão”?
Agora, as dificuldades do sistema elétrico, estas, claro, são da falta de capacidade do Governo Federal, certo?

Essa ganha toda a cobertura da mídia.

Embora nessa “crise” tenha uma tonelada de ganância.

Ontem O Globo deu manchete para asdistribuidoras de eletricidade, coitadas, “exigindo” providências imediatas do Governo Federal.

No mesmo dia , uma das geradoras privadas – ou melhor, privatizadas pelos tucanos -, a AES-Tietê, anunciou uma alta de 92,7% nos seus lucros líquidos do primeiro trimestre deste ano em relação a 2013, subindo de R$ 185,7 milhões para R$ 357,9 milhões.

O ex-ministro Alexandre Padilha que se cuide.

O PSDB ficou em polvorosa quando ele entrou de sola na questão da água.
E os tucanos vão entrar de sola sobre ele.

http://tijolaco.com.br/blog/?p=17306

Sabesp distribui até 60% dos lucros aos acionistas durante governo Alckmin

Jornal GGN – Em 1994, com a justificativa de que assim conseguiria mais dinheiro para investir em abastecimento de água e tratamento de esgoto, a Sabesp (Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo) decidiu se tornar uma empresa de capital misto. Duas décadas depois, 50,3% de seu controle acionário se encontram nas mãos do Estado, enquanto 47,7% das ações são de propriedade de investidores brasileiros (25,5%) e estrangeiros (24,2%).
Embora o estatuto social da Sabesp determine que os acionistas podem receber 25% do lucro líquido anual da empresa (relação que o mercado chama de payout), a concessionária chegou a bater recordes em distribuição de dividendos durante o governo Geraldo Alckmin (PSDB). Em 2003, por exemplo, ano seguinte à vitória do tucano nas urnas, 60,5% do lucro líquido da Sabesp foram parar no caixa de acionistas. Na verdade, desde a sua entrada na bolsa de valores, em 2002, a Sabesp nunca registrou payout inferior a 26,1%.

Estimativas feitas com base nos dados divulgados em março de 2014 pela Diretoria Econômico-Financeira e de Relações com os Investidores apontam que, entre 2003 e 2013, cerca de um terço do lucro líquido total da Sabesp foram repassados aos acionistas. O montante é da ordem de R$ 4,3 bilhões, o dobro do que a Sabesp investe anualmente em saneamento básico.



Negócio rentável

No meio financeiro, comprar ações da Sabesp virou um negócio rentável. Desde que se lançou no mercado de capital, a companhia colocou papéis à venda em duas ocasiões. A primeira em 2002, com prospecto inicial totalizando 3,364 bilhões de ações ordinárias na oferta brasileira, e 1,252 bilhão no exterior, na forma de ADSs (American Depositary Shares).

Naquele ano, cada lote de mil ações ordinárias saiu por R$ 110 aos investidores institucionais e, no caso de desconto da oferta de varejo, R$ 104,50. O preço das ADSs ficou em US$ 11,22 cada – equivalente, na época, a R$ 27,50. A venda dessas ações no mercado rendeu R$ 506,9 milhões. Segundo o prospecto da oferta inicial, os recursos foram encaminhados em sua totalidade aos cofres do governo do Estado.

Em 2004, a Sabesp retornou ao mercado com oferta de 5,273 bilhões de ações ordinárias, equivalente a 18,51% do capital social da empresa, por meio de uma distribuição pública secundária realizada simultaneamente no Brasil e no exterior. Dessa vez, 3,841 milhões de ADSs foram para o exterior. O lote de mil ações ordinárias saiu por R$ 113,47.

A arrecadação naquele ano atingiu R$ 598,2 milhões. O governo do Estado e a Companhia Paulista de Parcerias (CPP) – uma sociedade de capital fechado controlada majoritariamente pelo Estado que tem por objetivo “viabilizar a implementação do Programa de Parcerias Público-Privadas (PPP)” – ficaram com os recursos.

No total, pelo menos R$ 1,11 bilhão foi parar no caixa do governo estadual a partir da venda de ações da Sabesp em 2002 e 2004. A reportagem do GGN questionou a Secretaria de Fazenda do Estado quanto aos investimentos que foram feitos com esses recursos. A pasta remeteu as perguntas à Sabesp que, até o fechamento dessa matéria, não se manifestou.

O gráfico abaixo mostra o desempenho das ações da Sabesp no mercado desde a entrada na Bovespa (Bolsa de Valores de São Paulo). Os picos registrados aconteceram em anos em que o lucro líquido da companhia de saneamento foi bilionário: R$ 1,055 bilhão em 2007, seguido de R$ 1,911 bilhão (2012) e R$ 1,923 bilhão (2013). O crescimento do lucro líquido puxa o aumento dos dividendos, o que torna as ações da Sabesp mais atrativas. Mesmo em 2008, quando a empresa teve lucro líquido de R$ 862,9 milhões, o payout foi de 34,3%.

A evolução das ações da Sabesp:



Dividendos x investimentos

Se comparado ao total de investimentos feitos pela Sabesp nos últimos 10 anos em saneamento básico (aproximadamente R$ 17,3 bilhões), os lucros e dividendos da companhia de capital misto não parecem tão exagerados, segundo avalia Alexandre Montes, analista de investimentos ligado à Sabesp. De acordo com ele, “em 2012, o negócio da Sabesp gerou um caixa de R$ 4,3 bilhões apenas com a venda de serviços de água e tratamento de esgoto. Desse montante, ela investiu na aquisição de intangíveis cerca de R$ 2,8 bilhões”, afirmou.

“Já em 2013, dos R$ 4,5 bilhões gerados, R$ 2,3 bilhões foram investidos. Do ponto de vista analítico-financeiro, a distribuição de rentabilidade para os acionistas está dentro dos padrões. Foram R$ 499 milhões em 2013 e R$ 579 milhões em 2012”, apontou o associado da Lopes Filho Consultores de Investimentos.

Atualmente, cerca de 28 milhões de pessoas no Estado são abrangidas pelos serviços de abastecimento de água da Sabesp. Aproximadamente 73% dos clientes são moradores da Região Metropolitana de São Paulo (RMSP), cinturão abastecido pelo Cantareira, sistema protagonista de uma crise iminente de fornecimento de água, já que opera, desde o início de maio, com menos de 11% de sua capacidade.

O governador e a Sabesp sustentam que o problema de abastecimento na RMSP acontece principalmente por falta de chuva. Na tentativa de evitar uma crise no segundo semestre, Alckmin anunciou algumas medidas emergenciais. Entre elas, a aplicação de multa em quem aumentar o consumo de água (ainda em análise pelos órgãos competentes), o uso das águas das bacias do Guarapiranga, Alto Tietê e, agora, Billings, para suprir a demanda paulista, além de uma obra de R$ 80 milhões para captar o volume morto do Cantareira.

A conta que não fecha

Ao longo de 10 anos da abertura de mercado e negociação de papéis na bolsa de valores americana, a Sabesp valorizou 601%. Na BM&FBovespa, a valorização foi de 427% no mesmo período, 2002 a 2012. Ou seja: em uma década no chamado "mercado futuro", o valor da companhia saltou de R$ 6 bilhões para R$ 17,1 bilhões.

Os investimentos em saneamento básico, por sua vez, subiram de R$ 594 milhões em 2003 para R$ 2,7 bilhões em 2013. Nos últimos cinco anos, a companhia hoje presidida por Dilma Pena investiu R$ 11,9 bilhões em distribuição de água e tratamento de esgoto, e pretende investir mais R$ 12,8 bilhões entre 2014 e 2018.


Para especialistas em gestão de recursos hídricos e saneamento básico ouvidos pelo GGN, a questão que não quer calar é a seguinte: como uma empresa como a Sabesp, com tanta rentabilidade no mercado e com investimentos bilionários em saneamento básico, não reduziu, nos últimos anos, a dependência do Sistema Cantareira? 

O presidente do Sintaema (Sindicato dos Trabalhadores em Água, Esgoto e Meio Ambiente do Estado de São Paulo), Rene Vicente dos Santos, avaliou que a Sabesp tem investido maciçamente no crescimento do número de clientes, com o objetivo de ampliar o lucro com serviços de distribuição de água e tratamento de esgoto, deixando de lado novas tecnologias.

Ele apontou, por exemplo, que a Sabesp mantém tubulações que datam de 30 anos, e que ainda perde 25% da água que produz. Ou seja: a empresa ainda assiste à perda de 25% de receita, apesar dos investimentos feitos para melhorar essa situação.

“A Sabesp tem investido nos últimos anos na ampliação da rede, mas a primeira coisa que faz com o lucro é garantir a rentabilidade dos acionistas. Ela aplica em melhorias, mas prefere direcionar os investimentos para onde consiga mais arrecadação ao final do processo – ampliação e rede, captação e tratamento de esgoto”, ponderou.

Poucas opções para driblar a falta d'água

Já na avaliação de Ricardo de Sousa Moretti, professor da pós-graduação em Planejamento de Gestão de Territórios da Universidade Federal do ABC, “o lucro da Sabesp indica que ela poderia ter feito um investimento muito maior em saneamento básico”, não só em volume de recursos, mas em aproveitamento de estudos e metas elaborados há pelo menos uma década, que apontam ser emergencial a busca por novas fontes de água para São Paulo.
Segundo Moretti, a Sabesp desenvolveu uma política voltada para lucros obtidos com a construção de grandes obras, como estações de tratamento – hoje, são mais de 214 espalhadas pelo Estado – “mas esqueceu que para funcionar, é preciso ter um sistema capilar eficiente, que leve água [da estação de tratamento] até em casa do cliente a partir do sistema arterial, que são as redes coletoras. Essa parte arterial não foi feita. Temos estações prontas, mas o esgoto não chega nelas. Ou seja, a Sabesp criou uma política insana, de grandes obras de engenharias, e não de gestão de águas”, criticou.

A “política insana” da Sabesp, ainda de acordo com Moretti, também implica na condução de águas sujas a mananciais que servem de reservatório para a Grande São Paulo. Caso da Bacia da Billings, que recebe água que lava a região do rio Pinheiros quando há enchentes. O professor destacou que embora a Sabesp retire mais águas do braço Rio Grande para suprir a demanda do Cantareira, a represa situada na região do Grande ABC já trabalha perto de sua capacidade máxima. “O certo seria ter construído mais estações de tratamento no local, mas isso não foi feito”, lembrou.

"Uso da Billings é improviso ao sabor da crise"

O coordenador do Grupo de Trabalho de Meio Ambiente do Consórcio Intermunicipal Grande ABC, João Ricardo Guimarães, classificou o anúncio de Alckmin sobre o uso da Billings como “improviso de soluções”. “Se isso era possível [usar a Billings para diminuir a dependência do Cantareira], por que não foi planejado e preparado há alguns anos? Por que o reservatório da Billings não abastece um número maior de pessoas há mais tempo? Por que fazer isso agora, ao sabor da crise?”, indagou.

Para os especialistas, o governo Alckmin só tem duas alternativas para evitar uma crise no fornecimento de água após a Copa do Mundo. A primeira é rezar para que chova acima do patamar comum aos próximos meses, de modo que os reservatórios do Cantareira ganhem fôlego. A segunda é transferir águas da bacia do Rio Paraíba do Sul, de gestão federal, para contemplar a demanda paulista. Uma tarefa difícil, já que o governo do Rio sinalizou que a iniciativa pode comprometer o abastecimento de 10 milhões de pessoas só na Capital.

http://jornalggn.com.br/noticia/sabesp-distribui-ate-60-dos-lucros-aos-acionistas-durante-governo-alckmin

Metade da região metropolitana já culpa Alckmin pela falta de água

Jornal GGN - A pesquisa "A falta d'água no estado de São Paulo", divulgada nesta quarta-feira (7) pelo Data Popular, foi contestada na Justiça Eleitoral pelo PSDB, partido do governador Geraldo Alckmin. A legenda sustenta que o levantamento feito em meio a uma crise de abastecimento de água tem "natureza eleitoral". Os dados obtidos com a pesquisa são alarmantes. Diante do colapso do Sistema Cantareira, 50% dos entrevistados que moram na Região Metropolitana de São Paulo (RMSP) culpam o governo Alckmin pela falta de água.

Por outro lado, apenas 5% dos entrevistados que moram na RMSP acham que a falta de chuva é a culpada pelo rodízio no abastecimento de água em vários municípios. O Cantareira, essa semana, atingiu uma marca histórica ao operar com menos de 10% de sua capacidade. A Sabesp (Companhia de Sabeamento Básico do Estado de São Paulo) já iniciou uma obra para captar o volume morto do Cantareira.

O longo período de estiagem é a justificativa do governo para o problema na rede que abastece 9 milhões de pessoas. Especialistas dizem que a única solução para a questão Cantareira é Alckmin conseguir convencer o governador do Rio de Janeiro a liberar a transferência de águas do Rio Paraiba do Sul para a capital paulista.

Leia mais: Sabesp distribui até 60% dos lucros aos acionistas durante governo Alckmin
Diante do cenário pouco otimista, 68% dos moradores da RMSP acreditam que até o final deste ano faltará água em casa ou no trabalho. Desse nicho de entrevistados, 35% também afirmam que já tiveram problemas de abastecimento nos últimos três meses.

A pesquisa foi feita por telefone, no último sábado (3), com o total de 18.534 moradores de 70 municípios paulistas. A margem de erro máxima é de 0,7% com intervalo de confiança de 95%. Desse universo de pesquisados, 23% sustentam que tiveram falta de água nos últimos meses, percentual que representa 6 milhões de pessoas.

Mais pobres são duas vezes mais afetados

Os dados socio-econômicos da pesquisa mostram ainda que a falta d’água administrada pelo governo tucano atinge duas vezes mais a população de renda mais baixa (até um salário mínimo) na comparação com a de maior poder aquisitivo (mais de 10 salários).
Para 35% dos entrevistados na RMSP, a Sabesp é a principal culpada pela falta de água, seguida do governo federal (7%).

http://jornalggn.com.br/noticia/metade-da-regiao-metropolitana-ja-culpa-alckmin-pela-falta-de-agua

Polícia vazou conteúdo para Veja, diz blogueiro hostilizado por Aloysio Nunes


Jornal GGN - Rodrigo Grassi, o ex-assessor que foi preso após abordar Aloysio Nunes (PSDB) e perguntar sobre seu envolvimento na formação do cartel dos trens paulista, afirma que a polícia do Senado Federal continua em posse de seu aparelho celular e vazou conteúdo pessoal a um repórter da revista Veja.

Nesta quinta (8), Grassi publicou um novo vídeo em seu canal no Youtube, o Botando Pilha, para "desmentir a reportagem da Folha de S. Paulo". O jornal manchetou que o blogueiro foi preso na terça-feira após lançar uma garrafa de água contra o senador tucano. Imagens de segurança foram disponibilizadas com exclusividade ao veículo. Nelas, Grassi aparece, já depois da confusão nos corredores do Senado, no estacionamento. Ocasião em que aborda Aloysio Nunes novamente.

"Nessa hora, eu disse: senador, o senhor está tão bravo com apenas três perguntas. Imagina a população de São Paulo, que pode ficar sem água. Joguei a garrafa de água no chão e saí correndo com medo de que a polícia fizesse o que tentou fazer depois: me coagir a apagar o vídeo", afirmou Grassi.

No vídeo em questão, Grassi pergunta a Aloysio o que ele pensa a respeito de CPIs. O senador cita o caso da Petrobras e sustenta que é prerrogativa do Legislativo investigar os atos do Executivo. O blogueiro rebate perguntando o que o tucano achava, então, do PSDB em São Paulo ter impedido dezenas de CPIs contra o governador Geraldo Alckmin. E, na sequência, pergunta o que Aloysio tem a dizer sobre sua participação no caso Alstom. O senador reagiu com palavrões e ameaças.

Leia mais: As reações de Aloysio e Genoíno diante de perguntas espinhosas

Grassi revelou que postou o vídeo com a confusão quando já estava dentro da delegacia. Ele disse que deixou em posse da polícia do Senado mais três clipes de três segundos cada, que não foram publicados por serem irrelevantes.

O blogueiro afirma que foi abordado por um jornalista da Veja nesta quarta (7), que teve acesso a um desses vídeos. "Como pode um vídeo eu não publiquei estar no WhatsApp [aplicativo de celular] de um repórter sendo que o meu aparelho está em posse da Polícia do Senado?", indagou.

"Outra coisa série é que, na casa de uma amiga, depois de ter sido solto, eu acessei minhas contas de e-mail. Todas elas tinham um alerta de tentativa de adulteração de senha a partir do dispositivo. Ou seja, já estavam violando o meu celular. Na 'perícia' que a polícia do Senado fazia no meu celular tentaram violar", frisou o blogueiro, que prometeu ainda entrar com todas as "providências cabíveis" contra a polícia.

http://jornalggn.com.br/noticia/policia-vazou-conteudo-para-veja-diz-blogueiro-hostilizado-por-aloysio-nunes

De quem é a culpa pela falta der água em São Paulo?


De quem é a responsabilidade pela crise hídrica? Uma comparação entre a pesquisa do Datafolha e a do Data Popular


Por sergiorgreis

Uma comparação entre os resultados encontrados na pesquisa feita pelo DataFolha, há cerca de um mês, e os publicados hoje pelo Data Popular permitem uma análise interessante sobre as interpretações que são disseminadas a respeito da crise da água (e da tentativa de se associá-la ou compará-la a uma crise elétrica), bem como a respeito do próprio modo de operacionalização dos levantamentos e, por conseguinte, da sensibilidade social efetiva a respeito dos problemas abordados, que pode externar percepções absolutamente distintas sobre o mesmo fenômeno – que pode, no limite, dar ensejo até ao questionamento a respeito da lisura de um ou outro levantamento, dada a diferença encontrada nos resultados.

Tudo bem que a pergunta não é exatamente a mesma, nem o território pesquisado é idêntico. Mas é muito curioso observar a imensa diferença no padrão de respostas encontrado na pesquisa Datafolha, de cerca de um mês atrás, e a realizada agora pela Datapopular e citada na coluna de Monica Bergamo. Naquela, questiona-se se o Governo Federal tem muita, pouca ou nenhuma responsabilidade pela falta d'água, depois o mesmo sobre o "Governo Estadual", as Grandes Empresas e a própria população. As respostas foram dividas por região do país. No Sudeste, 58% dos entrevistados acreditam que o Governo Federal e o Governo Estadual têm muita responsabilidade sobre a crise hídrica. É um contingente bastante expressivo e absolutamente equivalente. Encaixa-se bem no tipo de diagnóstico que a Folha busca passar diariamente ao seu leitor, quando busca colocar no mesmo patamar de gravidade a tragédia do Sistema Cantareira e os níveis da represa de Furnas (que estão, hoje, ainda baixos, mas 4 vezes acima do patamar do apagão de 2001). É, claro, uma estratégia de divisão de ônus pelo que está ocorrendo (a pergunta, inclusive, é feita de modo a misturar a questão do abastecimento de água com a questão elétrica). Os detalhes do questionário podem ser vistos aqui: http://media.folha.uol.com.br/datafolha/2014/04/08/racionamento-agua-e-energia.pdf

Os dados do Instituto Data Popular, abaixo, dimensionam o problema de forma absolutamente distinta, e apontam indícios dos efeitos eleitorais a respeito do racionamento branco implementado por Alckmin. Restrita ao Estado de São Paulo e ao problema hídrico, o levantamento indica não só que 30% dos paulistanos (e 23% dos paulistas) entrevistados ficaram sem água recentemente, mas também que a população identifica a gestão Alckmin como a principal culpada pelo problema, 70% das respostas, ao passo em que o Governo Federal recebe apenas 9% das atribuições nesse sentido. Ainda que as pesquisas sejam razoavelmente diferentes, as discrepâncias dos resultados são muito significativas, e permitem, no mínimo, questionar a abordagem dada pelo instituto da Folha nesse levantamento (cujos resultados ganharam considerável repercussão no momento da publicação, ensejando análises bastante enviesadas pelos colunistas do jornal a respeito ou da culpa do Governo Federal pelo problema apontado, ou da impossibilidade de abordagem eleitoral do tema, considerando-se que a sensibilidade popular culpava igualmente a gestão petista pela crise).

Vale, enfim, rememorar uma bizarra pergunta feita ontem por um jornalista da rádio Jovem Pan ao candidato Alexandre Padilha na sabatina de ontem: "O sr. não acha antiético explorar o problema da falta d'água em pleno ano eleitoral?". Por mais inacreditável que possa parecer a questão, ela guarda um fundamento interessante: a crise hídrica não ocorre, de forma alguma, por leniência, leviandade ou, simplesmente, por falta de planejamento da SABESP. É conspiração divina, ou de São Pedro, contra o pobre governador tucano, de mãos atadas frente a natureza – desde 1995, aparentemente.

"Os dados são de pesquisa do Instituto Data Popular, que ouviu 18.534 pessoas em 70 cidades do Estado. Pelo levantamento, 59% dos paulistas acreditam que sofrerão com falta d'água até o fim do ano. E apontam como principal culpado pelo problema o governo estadual (41%), a Sabesp (29%), o governo federal (9%) e a falta de chuva (7%)."

http://www1.folha.uol.com.br/colunas/monicabergamo/2014/05/1450395-falta...

http://jornalggn.com.br/blog/sergiorgreis/de-quem-e-a-responsabilidade-pela-crise-hidrica-uma-comparacao-entre-a-pesquisa-do-datafolha-e-a-do-data-popul

Outdoor de site de 'acompanhantes' causa polêmica próximo ao Aeroporto de Fortaleza

A denúncia foi feita na manhã da última quarta-feira (7), no plenário da Câmara Municipal de Fortaleza, pelo vereador Capitão Wagner (PR)

Outdoor
 
Outdoor fixado antes do viadulto do Makro deverá ser retirado do local até o final desta quinta-feira

Um outdoor fixado na Avenida do Aeroporto, com fotos de garotas anunciadas como "acompanhantes de luxo", está sendo alvo de críticas por incitar o turismo sexual na Capital. A denúncia foi feita na manhã da última quarta-feira (7), no plenário da Câmara Municipal de Fortaleza, pelo vereador Capitão Wagner (PR).

O cartaz traz o endereço do site onde garotas de Fortaleza e de outros estados podem ser contratadas após se exibirem em um vasto acervo de fotos. A peça publicitária está fixada no local há mais de um mês e tem dividido opiniões entre os moradores do bairro e de pessoas que passam por ali.

O agricultor Clóvis Alves, de 58 anos, se diz contra à fixação do outdoor mas acredita que nada será feito já que, segundo ele, "o Brasil é um pais onde tudo pode né? Então, fazer o que?" Já estudante Gabriel Arruda, tem uma opinião contrária. Ele faz o trajeto onde é possivel ver o outdoor todos os dias e fala que não vê nenhum agravante no anúncio "Não tem foto de mulher pelada ali! Nenhuma criança vai saber do que se trata. Então acho que é normal", esclareceu.

Em pronunciamento na Câmara, Capitão Wagner levou uma foto do outdoor e mostrou-se indignado, já que com a chegada da Copa do Mundo, o anúncio pode insinuar de que em Fortaleza, os turistas que chegassem pelo Aeroporto, logo se deparariam com o cartaz dando ofertas de prostituição e turismo sexual.

Wagner também citou uma campanha veiculada em São Paulo onde mostra uma mulher sentada sobre uma bola, com um mini-short mostrando parte das nádegas e em sua frente, um homem com um calção baixado, dando a ideia da prática de sexo oral.

Lei proíbe

Para o advogado criminalista Ivan Moura, a Prefeitura autoriza o espaço mas não é responsável pelo teor da propaganda. Qualquer publicidade pode ser autorizada, bastando estar em acordo com as leis municipais. O advogado explica que para ser retirada, é preciso que denúncias sejam feitas. "É um crime, não deixa de ser e a prefeitura pode proibir se entender isso", ratifica. "Mas caso não veja como insulto à prostituição, pode permitir e daí, a retirada dos anúncios do tipo só são feitos mediante denúncias", explica Ivan.

O advogado e Procurador Federal na Capital José Erivaldo Bezerra, explica que anúncios a exemplo do outdoor fixado na Avenida Carlos Jereissati, incitam a prostituição, o que se caracteriza como um crime.

Datada de 1998, a lei sobre propaganda e publicidade no município de Fortaleza, proíbe no inciso XXII do capítulo III anúncios que "sejam ofensivos à moral, às pessoas, crenças e instituições".

Seuma tomará providências

Procurada pela nossa reportagem, a Secretaria de Urbanismo e Meio Ambiente (Seuma) disse que uma equipe de fiscais da Célula de Controle da Poluição Visual será enviada ao local para verificar a denúncia de possível ofensa no referido outdoor. Caso confirmada, o responsável será notificado e a placa será removido em até 24 horas.

A reportagem procurou os proprietários do site através de telefones encontrados na internet mas as ligações não foram atendidas.

http://diariodonordeste.verdesmares.com.br/cadernos/cidade/online/outdoor-de-site-de-acompanhantes-causa-polemica-proximo-ao-aeroporto-de-fortaleza-1.1011947

Linchadores por todos os lados

No Altamiro Borges
Por Luciano Martins Costa, no Observatório da Imprensa:
Nas edições de quinta-feira (8/5), os jornais seguem dando repercussão ao linchamento da dona de casa Fabiane Maria de Jesus, trucidada no sábado (3/5) por uma multidão no bairro de Morrinhos, município de Guarujá, litoral paulista. O leitor encontra referências à investigação policial e declarações do criador da página do Facebook que teria espalhado o boato sobre uma suposta sequestradora de crianças, tido como o motivo do crime.
No meio do espanto geral, uma entrevista do marido da vítima ao Globo parece uma voz deslocada dessa algaravia, por sua triste serenidade. O viúvo conta como foi o último dia com Fabiane e fala sobre a rotina da família, o drama dos surtos que ela sofria quando faltavam medicamentos para a depressão. O resto da reportagem descreve como ela foi confundida com a figura mitológica da sequestradora que estaria usando crianças para rituais de magia negra.
O contexto é o da mais absoluta miséria social, aquela que afeta o discernimento das pessoas, descrita no vocabulário marxista clássico como o ambiente do lumpemproletariado.
Dificilmente se irá encontrar essa abordagem na imprensa hegemônica, porque isso significaria penetrar nas contradições do capitalismo e nas dores que uma sociedade sofre no processo de reduzir as diferenças sociais. Por essa razão, o leitor de jornais precisaria buscar algumas fontes primárias para compreender como determinados segmentos da população podem viver na fronteira da civilização com a barbárie, em pleno século 21.
Antes, porém, convém observar que a visão de mundo obscurantista não é característica exclusiva do indivíduo miserável, sem educação formal. Essa espécie de analfabetismo político, que inibe a consciência do papel do indivíduo no contexto social, também se revela nas camadas superiores de renda e de escolaridade.
As manifestações de não-civilidade das classes privilegiadas podem ser observadas na opinião de colunistas da imprensa que estimulam o radicalismo e a intolerância. Trata-se, neste caso, de uma lumpemburguesia, tão pobre de espírito quanto os lumpemproletários.
As dores da democracia
A expressão lumpemburguesia foi criada por Andreas Gunder Frank (1929-2005), sociólogo e economista americano de origem alemã, cujas ideias, curiosamente, têm origem semelhante às que levaram o sociólogo brasileiro Fernando Henrique Cardoso a adaptar a teoria da dependência econômica à América Latina.
Frank elaborou essa derivação da expressão marxista para identificar a presença do analfabetismo político no topo da pirâmide social, ao descrever o perfil reacionário e irracional de certa classe burguesa latino-americana, que repudia sua nacionalidade e age contra os interesses de seu próprio povo.
Por que estamos derivando para esse tema? O que isso tem a ver com o assassinato brutal de Fabiane Maria de Jesus?
Porque a imprensa, objeto de nossa observação, parece justificadamente indignada com o trucidamento da dona de casa, mas não percebe o mal que produz ao tolerar os linchamentos morais que fazem a rotina de suas páginas. Ao despejar seletivamente suas rajadas contra as instituições públicas, a imprensa provoca a demonização dos poderes republicanos, criando no imaginário do lumpemburguês e do lumpemproletário uma aversão ao regime democrático e à legitimidade da ordem social.
É função da imprensa fazer a crítica pública do poder, mas também é sua obrigação fazer a defesa do regime democrático, sem o qual a própria imprensa deixa de existir. O descrédito de instituições como o Congresso Nacional, por exemplo, tem origem no desempenho de parte de seus integrantes, atados em alianças que desfazem o sentido ideológico do sistema político, mas não há como fugir à evidência de que as denúncias espetaculosas, sempre discriminadas em função desta ou daquela sigla, dão ao analfabeto político a convicção de que é tudo a mesma porcaria.
O lumpemproletário se julga dotado de uma razão pura ao promover o que considera “justiçamento”. O lumpemburguês considera justificados seus preconceitos pela visão depreciativa que a imprensa lhe apresenta diariamente de seu próprio país e seu povo.
Entre os dois focos da ignorância, a democracia brasileira sofre as dores do crescimento.
 
http://ajusticeiradeesquerda.blogspot.com.br/2014/05/linchadores-por-todos-os-lados.html

"Pilha é o novo PT que talvez tenha chegado tarde demais para mudar as coisas"


O petista rebelde
O petista rebelde
Não é difícil entender a personalidade histriônica, iconoclasta e combativa do blogueiro Rodrigo Pilha, militante petista.
Pilha vem fazendo o que quase todo petista gostaria de fazer mas não faz por motivos de prudência, cautela ou, simplesmente, medo.
De uma forma geral, o PT se acostumou a apanhar calado desde o Mensalão. Se foi um erro histórico, ou um acerto primoroso, o tempo dirá.
Para jovens idealistas com pouco a perder como Pilha, não reagir é uma provação. Imagine você, jovem, ver, sistematicamente, seu pai ou avô serem insultados.
As duas ações que projetaram Pilha ao centro do noticiário parecem se encaixar neste perfil psicológico.
Que petista não gostaria de dizer certas coisas a Joaquim Barbosa, como Pilha fez numa noite recente em Brasília?
Mas quantos têm a bravura, ou a irresponsabilidade, necessária para fazer o que ele fez? Barbosa teve que dormir com aquelas palavras escarnecedoras, e foi obrigado depois a vê-las reproduzidas nacionalmente na mídia.
Da mesma forma, Pilha realizou a fantasia de muitos petistas ao se acercar do senador Aloysio Nunes e lhe fazer perguntas que repórter nenhum na mídia domesticada ousa fazer.
A primeira e essencial: se Nunes vê tantas virtudes em CPI, por que seu partido sistematicamente as bloqueia em São Paulo, na Assembleia Legislativa?
Depois, Pilha perguntou a Nunes sobre sua alegada participação no escândalo das propinas do metrô.
O senador não foi nada estoico. Mandou Pilha para a puta que o pariu. Provavelmente não imaginasse que o vídeo precário que Pilha estava fazendo seria publicado e ganharia ampla repercussão.
A Era Digital tem dessas coisas.
Os desdobramentos do caso são igualmente fascinantes quanto o caso em si.
O senador alegou – numa versão comprada integralmente pela Folha – que o vídeo postado por Pilha fora editado para não mostrar uma garrafa de água que lhe teria sido atirada.
Mais uma vez, a internet mostrou que as coisas hoje são diferentes.
Pilha postou um vídeo em seu Facebook em que a aparece a tal garrafa da água. Mas não da maneira como Nunes e a Folha disseram.
Claramente, a garrafa é jogada no chão, lentamente, teatralmente. Pilha usa a garrafa para se referir à falta de água em São Paulo.
Mas o senador, com o apoio da Folha, viu ali uma agressão.
Foi uma coisa tão despropositada, como se viu num segundo vídeo postado por Pilha, que logo surgiu a associação com a bolinha de papel que vitimou, aspas, Serra na campanha de 2010.
Em vez da chancela da Folha, daquela vez o apoio ao atentado da bolinha de papel foi dado pela Globo, numa memorável reportagem no Jornal Nacional em que um especialista provava – pausa para rir, de novo – o atentado petista contra Serra.
Pilha é, de alguma forma, uma resposta ao padrão conciliador estabelecido por Lula no começo de seu mandato em duas ocasiões.
A primeira foi quando assinou uma Carta aos Brasileiros nas qual se comprometia, em resumo, a não se esquerda.
A segunda foi quando ele compareceu ao funeral do homem que fez tudo para destruí-lo, Roberto Marinho.
O PT demonstrou, então, que não seguiria o caminho de outras administrações de esquerda, como a de Chávez na Venezuela e, mais recentemente, a de Correa no Equador. Ou mesmo a de Cristina Kirchner, na Argentina.
A conciliação de Lula foi, desde o princípio, encarada como fraqueza. Na mesma medida em que o PT tirou o pé do acelerador, a mídia – que é a voz da oposição – acelerou, e a Veja é apenas o caso mais extremo no abandono do jornalismo por motivações políticas.
Como a história verá tudo isso?
Caso Dilma perca – uma possibilidade remota, mas que não pode ser ignorada –, o PT verá que deixou de promover mudanças essenciais para as quais teve doze anos de poder.
Um exemplo disso é uma lei que determine limites para a mídia, algo que toda sociedade desenvolvida tem. Outro é uma máquina de verbas oficiais que alimentam pouquíssimas empresas e tornam bilionários seus donos – que se batem pela manutenção de privilégios que levaram o Brasil a ser um dos campeões mundiais de desigualdade social.
Caso Aécio se eleja, esqueça uma Lei de Mídia, ou alguma mudança na distribuição de verbas que no final patrocinam Jabor, Sheherazade, Datena, Azevedo etc etc.
Pilha é talvez um novo PT, mais aguerrido – mas que pode ter chegado tarde demais para verdadeiramente mudar as coisas.
Paulo Nogueira
Sobre o Autor
O jornalista Paulo Nogueira é fundador e diretor editorial do site de notícias e análises Diário do Centro do Mundo.

http://www.diariodocentrodomundo.com.br/qual-e-a-de-rodrigo-pilha/