quinta-feira, 8 de maio de 2014

O lado popular do jantar de Dilma com jornalistas mulheres, e uma delas que contou a verdade.




Na noite de terça-feira (6), a presidenta Dilma Rousseff jantou no Palácio da Alvorada com um grupo de jornalistas mulheres. Muita gente boa criticou dizendo que as manchetes dos jornalões foram todas anti-Dilma no dia seguinte. Obviamente que pinçaram a frase que soava mais desgastante. Exemplos:

Globo: Inflação está sob controle, mas não está bem, diz Dilma
Veja: Em jantar, Dilma admite que ‘não está tudo bem’ com a inflação
Estadão: Dilma: ‘Inflação está sob controle, mas não bem’
Folha: ‘Não está tudo bem’ com inflação no país, admite Dilma a jornalistas

Agora eu pergunto: Com ou sem jantar, as manchetes nestes jornalões seriam melhores? É claro que não. Aposto que nas redações destes jornalões deve ter todo dia um estoque de saco de maldades com pelo menos meia dúzia de manchetes negativas para escolher qual a pior a estampar com espalhafato na capa.

Quanto a isto não adianta o governo querer treinar o que dizer meticulosamente para evitar ser atacado, porque sempre vão escolher algum lado negativo para atacar, até inventando se for preciso.

O governo tem que fazer o que acha certo e visar atingir seu público alvo, que é o popular, e quem é esclarecido. O leitor destes jornalões, salvo exceções, só de assinar essas porcarias é porque são praticamente casos perdidos mesmo. Já compram esses lixos informativos porque sentem prazer de ver o governo Dilma ser atacado com baixarias travestidas de jornalismo sério (as vezes nem disfarçam a falta de seriedade). Mesmo que seja com mentiras e deturpações, se sentem saciados por serem reacionários.

Por outro lado, a cobertura televisiva sobre este encontro, que tem muito mais efeito do que nos jornais impressos, acabou sendo favorável. Olhe esses 9 minutos em um programa popular da tarde na TV Bandeirantes no vídeo acima. É claro que esse programa focou mais na frivolidade do que nas grandes questões políticas, mas o clima da reportagem foi bem mais simpático do que o que vemos no nosso "querido" PIG (Partido da Imprensa Golpista).

Até a global Zileide Silva (*), do telejornal Bom Dia Brasil, que esteve no encontro, fez uma reportagem serena para os padrões da Globo que estamos acostumados a ver. Sinal de que Dilma mandou bem. Se ela tivesse falado alguma coisa que desse para detoná-la, todo mundo teria publicado.

As próprias manchetes dos jornalões não são tão danosas, na prática. Dilma admitir que "não está tudo bem" é até sinal de honestidade intelectual. Quem dera os jornalões admitissem, pelo menos, que não está tudo mal. E o povo, tirando os fanáticos demotucanos, vê isso, quando há excessos.

Eu também e todo mundo que eu conheço admite que há muito a ser feito para que fique tudo bem, mas o que importa hoje é que desde 2002 estamos no caminho da superação de nossos males e a cada ano subimos um degrau mais alto. Se no passado até fome era problema para ser resolvido, hoje já estamos falando em resolver saúde e educação de qualidade para todos. É uma mudança de patamar. No passado tinha que pedir socorro ao FMI para honrar as dívidas. Hoje se pinçam detalhes nas contas públicas para criticar, porque no conjunto das contas o Brasil vai bem, é avaliado como "grau de investimento", coisa que nunca foi no governo tucano. E isso mesmo atravessando a tempestade da crise internacional.

Às vezes tão errado quando elogiar a comunicação governamental quando ela está falha e omissa, também é errado nos pautarmos apenas pelas manchetes da oposição "piguenta".

No fundo a guerra midiática é pela pauta. Se todo mundo, inclusive nós nas redes sociais, e o próprio governo, for arrastado apenas para ficar respondendo a pauta da oposição, aí sim estaremos perdidos. É para onde a oposição quer nos arrastar. Em 2006, queriam que Lula só falasse de mensalão. Ele falou de Bolsa Família, de ganho real do Salário Mínimo, de ProUni, de empregos, de Fundeb, de Farmácia Popular, de ter se livrado do FMI, de ter recuperado o respeito internacional, até da autoestima do brasileiro, etc, etc. Ganhou a eleição, fez um governo melhor, e fez Dilma sua sucessora, que também tem muito resultado robusto para mostrar.

Dilma e seus ministros também não tem que ficar presos na agenda da oposição. Tem que brigar para impor a pauta positiva do governo. Os assessores de comunicação dos ministérios e departamento jurídico da Petrobras é que tem que responder, desmentir e exigir direito de resposta quando são agredidos indevidamente. Mas além e mais do que isso, a comunicação governamental tem que fazer chegar ao povo as realizações, tem ganhar pelo menos algumas batalhas na guerra das pautas com a oposição, pelo menos nas redes sociais e em nichos da TV.

Há um espetáculo do crescimento sim, mas é em mais escolaridade, mais empregos, mais pequenos empreendedores, mais agricultura familiar, mais renda, mais moradia, mais creches, mais classe média, mais gente viajando de avião, mais internautas, mais qualidade de vida, mais cidadania, mais médicos, mais saúde sim, mais petróleo do pré-sal e toda uma indústria que gira em torno dele. O governo Dilma tem alguns números espetaculares em algumas áreas, melhores do que no governo Lula, inclusive porque deu o passo adiante aos passos anteriores dados. A vida das classe mais baixas, que não tinham muita coisa e passaram a ter, tem um crescimento diferente das classes mais altas, que já tinham tudo e reclamam de políticas que priorizam o emprego, a educação e a erradicação da pobreza.

O tanto que aumentou de universitários, estudantes de nível técnico, de trabalhador com melhor qualificação profissional, tem valor econômico que não aparece no PIB instantâneo de um ano em um momento de crise internacional, mas aparecerá de forma robusta ao longo de um ciclo de alguns anos. É difícil encontrar no Brasil uma família de classe média baixa ou pobre que não tenha prosperado. Os jovens estão ficando melhor posicionados para o mercado de trabalho do que as gerações anteriores. Basta um vento favorável na crise internacional que a economia bomba, porque teremos coisas que não tínhamos, como mão de obra mais qualificada.

Falta essas coisas chegar aos olhos das pessoas. E nós, ativistas das redes sociais, não podemos deixar a pauta negativa do PIG nos dominar.

Em tempo: é curioso que Miriam Leitão não foi convidada. Da Globo até que a jornalista Zileide Silva é a melhorzinha. O que atrapalha é o canal onde ela trabalha.

Uma jornalista presente que fez uma boa narrativa do que foi falado no jantar com Dilma é Denise Rothenbug, Eis seu relato:

"O Brasil não vai explodir em 2015. Vai Bombar!", diz Dilma a jornalistas no Alvorada

De CPI da Petrobras, “não temo nada”, a inflação “está sob controle, mas não está tudo bem”, e cenários otimistas de “o Brasil vai bombar em 2015”, a presidente Dilma Rousseff falou de tudo um pouco ontem à noite, quando reuniu dez jornalistas mulheres para jantar no Palácio da Alvorada, no qual fui como convidada representando os Diários Associados.

Foram pelo menos quatro horas de conversa com direito a um tour por todo o andar térreo do Palácio e uma visita à capela, parada que Dilma incluiu no roteiro para mostrar a restauração. “Eu gosto da capela. Antes da reforma, tinha cheiro de mofo. Não dava para ficar”, comentou a presidente, devota de Nossa Senhora, a única imagem no interior da capela.

Ainda dentro da capela, alguém solta: “É bom estar com a capela restaurada nesse momento difícil, presidente?” Eis que Dilma, já caminhando para voltar ao Palácio, em meio a perguntas complementares sobre como se sentia em relação a essa baixa nas pesquisas, responde: “Saiba você que a única pessoa que te derrota é você mesma. Em qualquer circunstância. Eu não me deixo abater”, afirma.

Feitas as fotos na sala de reuniões ao lado da Biblioteca __ muitos selfies e conversas a respeito de amenidades, maquiagens, perfumes e tinturas de cabelo __, o cerimonial avisa que o jantar estava servido. Entre as colegas, a preocupação, “pronto, agora vamos comer e ela vai nos mandar embora sem notícia”. Que nada. A noite estava apenas começando.

Na sala de banquetes, com todos à mesa __ além das jornalistas estavam ainda a senadora Gleisi Hoffmann (ex-ministra da Casa Civil) e o ministro da Secretaria de Imprensa e Divulgação da Presidência da República, Thomas Trauman __ alguém saca o caderninho de anotações e os temas polêmicos se sucedem. Dilma só se recusa a falar de campanha: “Estou na fase pré-candidata e falar sobre campanha agora é crime eleitoral”, e de troca de ministro: “ (Alexandre) Tombini (presidente do Banco Central) na Fazenda?”, quis saber uma das convidadas. “Não cogito nada”, disse. Ela, no entanto, ao longo da conversa, deixou exposta uma divergência com o ministro Guido Mantega que esta semana mencionou a perspectiva de aumento de imposto: “Não terá aumento de imposto”, afirmou. “Não sei em que contexto ele falou sobre isso”.

A CPI e a “tolice meridiana”

Os demais temas espinhosos são respondidos de forma firme, inclusive a CPI da Petrobras. “Não temo nada de CPI. Não devo nada. Não tenho temor nenhum. O governo é de absoluta transparência. Não tenho dúvida de que tem um componente político nessa CPI”, disse ela, que considerou normal a troca que fez de Sérgio Gabrielli por Graça Foster no comando da empresa. “Troquei até ministro, não é loura?”, comentou, virando-se para Gleisi. Diante das insistentes pergunta sobre se CPI atingiria Lula ou ela, Dilma não titubeia: “Sou eu, é? Então, o Gabrieli era do governo Lula e eu não? Eu sou governo Lula. Eu representava o controlador”, diz ela, referindo-se ao período em que se decidiu pela compra da refinaria de Pasadena.

A presidente deixa exposta, entretanto sua divergência em relação ao ex-diretor Nestor Cerveró, um dos responsáveis pela compra de Pasadena e chama de “tolice meridiana”, dizer que as cláusulas Put Option (a chamada cláusula de saída) são padrões, como mencionou Cerveró: “A Put Option é como se fosse um casamento. Cada um tem o seu, alguns tem clausulas de saída do casamento, outros não e nem todos são iguais”, explica. “Até onde eu sei não houve má fé, pode ter havido um equívoco”, diz ela, concluindo que fria tudo de novo, em relação à nota que soltou reclamando da ausência dessas cláusula no resumo técnico sobre Pasadena.

A inflação e o “também quero fazer política”

Em todas as áreas possíveis, a presidente compara seu governo com o do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso e rebate as críticas feitas pelo tucano Aécio Neves e também pelo socialista, Eduardo Campos. NO quesito inflação, ela foi direta: “Está sob controle, mas não está tudo bem. O efeito inflação não explica o mal estar. Tem uma coisa que explica o mau-humor: a taxa de crescimento de bens e de serviços”, afirma. “NO setor de serviços, não tenho condição de, ao fazer o investimento, resultar em benefício imediato. Quem me critica esqueceu, mas o estoque de serviços (a executar) é um acúmulo do passado”, diz ela, afirmando categoricamente que o governo FHC investiu R$ 1 bilhão em saneamento, enquanto o governo dela aplicou R$ 37,8 bilhões, “e é pouco para o déficit, teria que triplicar para zerar”. “Não estou comparando com FHC para fazer política, mas quero fazer política também”, diz a presidente.

Se os dados de saneamento servem para alfinetar os tucanos, a perspectiva de desemprego para a meta de inflação de 3%, prevista por Eduardo Campos, do PSB, é repisada em comparação com a economia dos Estados Unidos: “Lá, o crescimento foi de 0,025%. NO ano, 0,1%. Se alguém perguntar, dirão que foi de franca recuperação. Ninguém dirá que é o caos e que o mundo caiu. Aqui, n Brasil, se isso acontecer, o céu estará caindo sobre minha cabeça”, comenta, emendando com uma crítica direta à proposta de Campos, de 3% de inflação. “Sabe o que isso significa? Desemprego de 8,2%. Quero ver manter o investimento público em logística. Não segura fazer isso

São Paulo e a “má fé”

A seca que provoca o desabastecimento de água em regiões da Grande São Paulo também não ficou de fora, quando o assunto da conversa vira para a energia elétrica. “A seca este ano é 100 vezes pior do que foi em 2001. E água e energia, só segura se investir. (No caso da água) Não sei quanto São Paulo investiu. Não temos nada a ver com a operação dele (Geraldo Alckmin). A água é tratada pelos estados. Qualquer tentativa de repartir (essa crise d) a água com governo federal é má fé”.

Base aliada e tempestade perfeita

Pouco se falou dos partidos aliados ao governo, mas a presidente deixou claro que não dispensará o contato com eles, a partir de 2015, caso receba mais quatro anos de mandato. “Vocês acreditam que alguém, só por não ser mais candidato à reeleição, pode prescindir das instituições?”, diz, respondendo ainda àqueles que mencionam um conjunto de fatores (tempestade perfeita) que pode agravar os problemas econômicos do Brasil no ano que vem. “Passei seis meses esperando a tempestade perfeita. Ela não veio. Agora, vocês me perguntam se o Brasil vai explodir em 2015. Vocês acreditam em história da Carochinha? Temos uma indústria diversificada, um agronegócio forte, estabilidade”

Ação da oposição contra o pronunciamento do 1º de maio e “meiguíssima”

" O Bolsa Família vão falar que é eleitoreiro, mas melhoramos em vários anos e não íamos deixar de melhorar. O Bolsa Família é visto como eleitoreiro. Quem não tem compromisso com os mais pobres acha uma besteira colocar dinheiro no Bolsa Família. A troco de quê não vou reiterar meus compromissos com aqueles que são a base do governo? Não é possível que eu não possa defender o que eu penso. }A oposição pode falar o que quiser e eu não posso?”, diz. A senhora acha que foi agressiva no pronunciamento?", pergunta alguém. Eis que ela responde: "Meiguíssima!"

Vaias : “Quem falar que gosta de vaia está mentindo, mas isso não vai me impedir de trabalhar”.

Eduardo ou Aécio num segundo turno? “Sem preferências, querida!”

Oposição no PT, o chamado fogo amigo e o “volta Lula”:

“Acho que o PT tem mais vantagens, tem seus méritos e características positivas. Se tem um partido que conviveu com a disputa interna é o PT. E vai conviver pelo resto da vida. (Quanto ao Lula), quem viveu junto, intensamente, todas as horas e dificuldades, tem uma relação política e pessoal que não é passível de ruptura”. Quanto ao ex-presidente e o movimento para fazer ele candidato: “Nunca falamos sobre isso. Respeito muito o Lula. Tenho certeza (do apoio) dele. Ele está acima dessas questões.Tenho certeza de que o Lula me apóia nesse exato instante”.

Imprensa e o “couro de jacaré”

Lá para o final da conversa, em meio às amenidades, a presidente mencionou, respondendo a uma pergunta, que a “a imprensa brasileira é bastante oposicionista” atualmente. “A gente vai ficando um couro grosso de jacaré ou de tartaruga”, afirmou.

A Copa, os holligans, Neymar e a greve da PF

A menos de 40 dias do mundial, obviamente, o tema não ficaria de fora. A presidente contou que seu governo e a Fifa preparam duas ações relativas à segurança e ao combate o racismo. Em relação à segurança, a ordem é evitar o embarque de torcedores violentos para o Brasil. Aqueles que conseguirem, entretanto, escapar a esse filtro, podem ser barrados na entrada. A outra iniciativa, essa e fácil execução,são as falas antirrascistas em todo os jogos da Copa. “E quem senhora escalaria. Presidente? “Neymar. Ele é uma unanimidade. Também gosto do Daniel Alves. Ele respondeu bem”, diz ela. O técnico Felipe Scolari, o FElipão, também é elogiado como alguém que tem ”liderança, caratê e dignidade. É uma pessoa especial”.

Quanto à perspectiva de greve da Policia Federal, a presidente foi direta: “Nunca soube disso. A PF se comportou muito bem na Rio + 20” . Ela também mencionou as manifestações:. Se quiser fazer manifestação é legítimo,mas não vamos permitir que haja qualquer interferência sobre a Copa".
 
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