Foto: Thyago Arruda/247
DEPUTADOS ALIADOS IMPEDEM CONVOCAÇÃO DE SECRETÁRIOS DE GOVERNO E DA SAÚDE E DO POLICIAL JOÃO DIAS PARA EXPLICAR DENÚNCIAS NO MINISTÉRIO DO ESPORTE
Noelle Oliveira e Luísa Medeiros_ Brasília 247 – Apesar do recente clima acalorado na Câmara Legislativa por causa das denúncias de desvio de recursos pelo governador Agnelo Queiroz –, nesta quarta (9), pela manhã, o assunto voltou a esfriar na Casa. Como as acusações envolvem o período em que Agnelo era ministro do Esporte, os distritais jogam a responsabilidade pelas investigações para a Câmara dos Deputados. O que pode voltar a esquentar os ânimos é a promessa de entrega de dois pedidos de impeachment contra o governador, que PSDB e DEM pretendem protocolar nesta tarde (9).
A apreciação do pedido do Psol para que se analise as supostas irregularidades envolvendo Agnelo foi adiada pela segunda vez pela Mesa Diretora, que não fez previsão de nova data. Já o requerimento da deputada Liliane Roriz (PSD) para ouvir Paulo Tadeu, secretário de Governo, Rafael Barbosa, secretário de Saúde e o policial militar João Dias sobre o envolvimento dos três nas denúncias relativas ao programa Segundo Tempo, do Ministério do Esporte – não foi aprovado na manhã desta quarta pela Comissão de Assuntos Sociais (CAS).
Com exceção de Chico Vigilante e de Wasny de Roure, ambos do PT, os distritais da base de apoio ao governador não têm se manifestado publicamente em defesa de Agnelo, a não ser notas escritas. Nos bastidores, no entanto, os parlamentares aliados vêm fazendo seu papel, barrando o assunto que entre eles tem sido tratado como "caixa de marimbondos". A mesma situação se repetiu, anteriormente, com relação ao pedido de instauração de Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) apresentado pela deputada Celina Leão (PSD) o qual, por falta de três assinaturas das oito necessárias, não foi para frente.
"O assunto afeta muito a área do governo federal e não é de competência da Câmara Legislativa fazer esse tipo de análise", considerou o deputado Benício Tavares (PMDB). Ele foi um dos que votaram contra a aprovação do requerimento protocolado na CAS. Seu voto foi acompanhado por Evandro Garla (PRB) e Luzia de Paula (PPS). "Fui contra porque essa investigação não é competência da CAS, de acordo com o regimento interno da Câmara", disse Garla.
A deputada Luzia de Paula, por sua vez, considerou também que a Câmara dos Deputados é quem deve se responsabilizar por esse tipo de investigação. "São denúncias requentadas, da época de campanha e sem elementos suficientes", disse. O único voto favorável a ouvir os secretários e o delator João Dias foi o da deputada Liliane Roriz. "Sou da seguinte teoria: quem não deve não teme e está nítido que o governo temeu", justificou. O quinto integrante da comissão, Washington Mesquita (PSD) não participou da votação.
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