terça-feira, 24 de agosto de 2010

"Aloprados" Capturam Aliança PT/PMDB Em Minas.

Do Novo Jornal.




Desde 1994, no segundo turno da campanha do candidato Eduardo Azeredo (PSDB) ao governo de Minas, uma enorme ala do PT apoiou o candidato tucano, mais tarde o grupo que introduziu no partido diversas práticas pouco ortodoxas, denominadas de Caixa Dois e Mensalão, eram os famosos “ Petistas de resultados”.



Inclusive foi um membro deste grupo, deputado Virgílio Guimarães (PT-MG), que apresentou o conhecido Marcos Valério ao PT. O que aconteceu após com um partido conhecido e respeitado por sua ética, transformou-se em história recente. Todos sabem.



Com a vitória em 1994 de Azeredo sobre Hélio Costa, ouve a primeira captura do Estado por este grupo. Privatizações imorais e práticas administrativa e contábeis lesivas ao erário público foram executadas impunemente. O pior, as apurações das irregularidades ocorridas em governos anteriores foram varridas para debaixo do tapete.



Deste esquema nascia um maior ainda, capaz de eleger Lula em 2002. Figuras conhecidas como os “bruxos” da comunicação passaram a ser disputados a peso de ouro pelos diversos candidatos.



Florescia a indústria de candidaturas desassociadas de um projeto político. Os candidatos transformaram-se em produtos, como Coca Cola e Bom Bril. Capitaneadas pelo mais cortejado guru, Duda Mendonça, as campanhas passaram a custar verdadeiras fortunas. Algo bem superior da possibilidade de arrecadação lícita.



Para cumprir este papel, a figura do “caixa de campanha” foi criada. As receitas vinham de diversas fontes. Na maioria ilícita, que não poderiam ser descritas ou relacionadas em lista pública, denominada popularmente de Caixa Dois.



Grupos criminosos nacionais e internacionais passaram a apostar suas fixas neste esquema. Até mesmo empresas lícitas, como construtoras transportadoras e outras, passaram a participar do mercado ilícito, pois a “contra partida” era gigantescamente maior. Os investidores ganhavam em troca licitações irregulares, obras superfaturadas e tolerância diante de práticas criminosas, etc.



Porém, após a arrecadação, era necessário lavar o dinheiro arrecadado. Desta forma, tinham que recorrer a “empresas” que tinham outros clientes. Dentre eles, o narcotráfico contrabando, sonegadores, financiadores de guerrilhas, comércio de armas e munições e empresas de jogos ilícitos, enfim, o esquema ilícito político acabou misturando-se com outras atividades igualmente ilícitas.



As regras introduzidas eram rígidas, basta citar o exemplo do prefeito de Santo André.



O Novojornal teve acesso à gravação da reunião do ex-ministro da Casa Civil, José Dirceu (PT-SP), ocorrida em Belo Horizonte.





Batizado de "Café com Dirceu", o encontro partidário foi fechado a sete chaves e não estava previsto na agenda pública de campanha do candidato da coligação "Todos juntos por Minas", senador Hélio Costa (PMDB).



José Dirceu chegou acompanhado pelo presidente do PT-MG, Reginaldo Lopes, a um hotel de luxo na capital, onde participava de um encontro com prefeitos, deputados, candidatos e lideranças do PT e PMDB.



Perguntado qual papel vai assumir na campanha para o governo de Minas Gerais, respondeu: "Não vou participar da campanha", disse inicialmente.



"Estou fazendo uma atividade política partidária. Vamos discutir a situação eleitoral, o momento político que estamos vivendo e os desdobramentos disso. Desde fevereiro do ano passado que eu viajo pelo Brasil ajudando a mobilizar o PT", completou na mesma reposta.



Entretanto, a verdade é outra. Representando os “Aloprados”, José Dirceu ouviu a promessa de participação de seu grupo no possível governo de Hélio Costa (PMDB).



Presidência e diretorias das estatais Copasa Cemig e Codemig foram negociadas. Até mesmo a pendência do PT com o Banco Rural e BMG foram tratadas.



A impressão que se tem é que este grupo capturou o governo. Principais lideranças do partido foram convocadas a arrecadar dinheiro para a campanha nacional.

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