Foto: ANDRE DUSEK/AGÊNCIA ESTADO
PMDB pode apresentar nome alternativo; dias de Nelson Jobim no governo parecem contados
Figura proeminente do PMDB, Temer não estaria disposto a se esconder no Ministério da Defesa, como fez José Alencar por Lula quando José Viegas deixou o cargo, em 2004. A situação dos dois é bem diferente. Como fiador de Lula no meio industrial, Alencar não tinha qualquer importância no trato político diário da Esplanada dos Ministérios, bem diferente de Temer, que desempenha papel fundamental nos entendimentos do Palácio do Planalto com o Congresso Nacional. Algo que a presidente Dilma não parece ter muita paciência para fazer.
A favor da permanência de Jobim está o prestígio que o ministro angariou nos meios militares ao comprar brigas em nome das Forças Armadas, como no caso da instalação da Comissão da Verdade. Além disso, o ministro mantém sua atuação a favor dos franceses da Dassault no caso da renovação da frota da Força Aérea Brasileira (FAB), e os altos interesses envolvidos na compra dos caças podem contribuir para mantê-lo à frente do Ministério da Defesa até que a questão finalmente se resolva – algo que só deve acontecer depois do início de 2012.
Em entrevista ao programa Roda Viva, da TV Cultura, que foi ao ar na noite desta segunda-feira, Jobim disse que pretende permanecer no cargo, mas, sempre sem medir as palavras, acrescentou que não está à frente do Ministério da Defesa como cota do PMDB – algo que, segundo o próprio Jobim, não ocorre desde o governo Fernando Henrique Cardoso, quando ele atuou como ministro da Justiça. Enquanto mantém Jobim no cargo, Dilma se preserva de arrumar problemas com os militares, mas as declarações do ministro da Defesa permanecem desgastando o governo com seus aliados.
Se não é da cota do PMDB, se nunca foi do PT e se votou em Serra, como disse, Jobim talvez estivesse melhor no PSDB, tem todo o direito de estar pensando a presidente Dilma.
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