Rifado do Ministério dos Transportes e submetido a um racionamento de cargos, o extremista PR, partido extremamente fisiológico, adotou uma medida extrema: ateou fogo às vestes governistas. Antes de riscar o fósforo, cuidou de tirar a roupa. Nua, a legenda continuou dando seus votos a Dilma Rousseff. Mas ameaça ir pra oposição.
Simulando preocupação, Dilma orientou a ministra Ideli Salvatti, a coordenadora do balcão, a abrir as portas de seu gabinete aos sem roupa. Foram ao Planalto, nesta terça (14), dois grão-peérres: Lincoln Portela (MG), líder na Câmara (foto); e Blairo Magi (MT), novo líder no Senado.
Afável a mais não poder, Ideli disse aos interlocutores que o governo tem apreço pelo PR e não deseja que abandone o condomínio. Lincoln e Blairo vinham de uma reunião da Executiva da legenda. Nesse encontro, o PR concluiu que Dilma precisa dar uma prova do seu amor.
O PR quer de volta a pasta dos Transportes. Se atendido, compromete-se a marcar hora no alfaiate. Vai encomendar duas peças: um terno para a posse de Luciano Castro (PR-RR), o deputado que quer ver na Esplanada, e uma túnica vermelha para entrar na festa de Fernando Haddad, o candidato de Lula à prefeitura de São Paulo.
Por ora, Dilma não esboça intenção de atender à reivindicação do PR. Acha que, sem vocação para se opor, o partido não tem muitas opções: ou veste o uniforme governista ou fica no sereno. Sem cargos e verbas, arrisca-se a pegar uma gripe. Que pode evoluir pra pneumonia. A corda continua esticada.
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