terça-feira, 15 de junho de 2010

Deputado do PT do Maranhão Faz Greve de Fome.

Lula não deveria achar que está acima do bem e do mal. É compreensível que sua experiência pessoal de haver perdido inúmeras eleições das quais participou, o tenha levado a reavaliar conceitos ao tempo que intuiu que jamais ganharia uma eleição para presidente a menos que formasse uma aliança partidária ampla e buscasse apôio fora do espectro a que estava delimitado o consórcio partidário de esquerda que sempre esteve ao seu lado. Isto se tornou ainda mais imprescindível depois que passou a totalidade de seu governo sob intenso fogo cruzado da mídia nativa que em momento algum  lhe faltou como oposição partidária feroz e intensa, especialmente no episódio do "mensalão" e dos "aloprados" que ruminavam aos arredores de seu governo. Cedo percebeu que teria que abrir  mão de alguns postulados éticos-morais para garantir uma base de sustentação política no congresso que lhe assegurasse a governabilidade. O pragmatismo da real politik que implementou, veio a ser a causa da sobrevivência de seu governo. Como Lula racionaliza os métodos usadados para alcançar os fins obtidos, pode-se  depreender da frase que pronunciou acerca do arco de alianças que teve que formar quando disse que "para governar o  Brasil até Jesus teria de fazer aliança com Judas". Em torno desta tese se encontram de mãos dadas com Lula, os ex-presidentes Collor, Sarney. O senador Renan Calheiros, o Deputado Jáder Barbalho, as velhas raposas da política nacional, o supra-sumo do pior que na política pode existir. Há quem repugna, como há quem aceita. O fato é que sem esta aliança Lula não teria sobrevivido aos arrufos  da elite de São Paulo, irmã siamesa da mídia golpista. Com o governo bem avaliado e com índices de popularidade jamais alcançado por outro presidente, Lula parte com unhas e dentes para atingir a meta de conseguir eleger seu sucessor. Como ele mesmo disse é uma questão de honra e fará mais pela sua candidata do que fez por ele mesmo. O abjeto deste processo é o que vem acontecendo no Maranhão. A oligarquia dos Sarney que tem como mérito haver transformado aquele Estado, nos quarenta e cinco anos de domínio, como o mais miserável do país, e de ter apeado do poder, com as bençãos do TSE, o governador Jackson Lago do PDT, em uma decisão vergonhosa daquela côrte de justiça, consegue por meio de pressões escusas e com o apôio da executiva nacional do PT e do presidente Lula, anular uma convenção legítima do PT do Maranhão que escolheu o deputado Flávio Dino do PC do B como candidato das oposições, influindo em um processo de escolha de antigos aliados que sempre estiveram ao lado do presidente nas mais difíceis batalhas. Lula deixa a ver návios valorosos companheiros de partido que sempre estiveram na linha de frente combatendo o clã Sarney desde a fundação do PT naquele Estado. Não é a primeira vez que em nome desta malsinada governabilidade Lula cede os dedos a Sarney para salvar os anéis. Durante o governo de Reinaldo Azevedo foi terminantemente proibido de pisar no Maranhão. O velho companheiro Jackson Lago, jamais teve o prazer de inaugurar uma obra na companhia do presidente. Só foi lá quando Roseana conseguiu tomar posse, depois de ter usurpado o governo de Lagos na justiça. O deputado federal Domingos Dutra, fundador do PT do maranhão,  faz greve de fome na câmara federal contra esta decisão abusiva da executiva nacional do PT. O absurdo maior da intervenção da executiva nacional do PT é que em outros Estados, Dilma terá dois ou mais palanques como no caso da Bahia. No Maranhão não. Está proibido. O que vale "pra zé", não "vale pra mané". Até onde, em nome de uma aliança de sustentação de poder, vale o sacrifício de tratorar antigos companheiros de luta?

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