sexta-feira, 13 de maio de 2011

À Serra só a vergonha e humilhação.


Dizem que a vingança é um prato que se come frio. Este dito popular melhor não se aplicaria a situação morimbunda do candidato bi-derrotado a presidência da república José Serra. Depois de implodir o PSDB nas eleições municipais passadas, quando tratorou as chances de Alckmin sair vitorioso da disputa que consagrou Kassab prefeito da capital paulista e anteriormente a esse evento ter pessoalmente cuidado de não deixar pedra sobre pedra da adminstração do governador Alckmin a quem sucedeu, indo ao extremo de acabar com todos os projetos do ex-governador, além de promover uma devassa nos contratos que herdou do colega tucano e de fechar os espaços políticos no partido e no governo que esteve à frente aos aliados de Alckmin, tratando-os como se adversários fossem, agora é a vez de Serra sentir na pele o peso da mão poderosa do governador de São Paulo que não faz outra coisa que não seja agir para dá o trôco.

Seguindo a máxima segundo a qual pau que bate em Chico também bate em Francisco, Alckmin fez uma devassa na adminstração Serra, fechou as portas de seu governo para os aliados do ex-governador, deixou que informações comprometedoras da adminstração a que sucedeu vazassem para imprensa e passou o rolo compressor no partido, tanto na capital, quanto no Estado, isolando Zé Serra, não deixando nenhuma outra alternativa que possibilite o ex-governador ressugir na cena pública, a não ser a candidatura a prefeito nas próximas eleições. Um tiro no escuro que pode encerrar definitivamente a carreira política de Serra em termos de pretensões de cargos majoritários no executivo.

Nada disso porém surpreende. É a prova de que fazer política com o fígado, humilhando aliados, passando por cima de adversários, não importando a que preço, reduzindo o debate político aos mais comezinhos princípios que norteiam a busca frenética pelo poder, agindo com deslealdade, tratando aqueles que lhe rodeiam como uma ameça, assumindo atitudes autoritárias, por entender que é o único a ter o monopólio da verdade, só poderia levá-lo ao ostracismo, à rejeição, ao isolamento que o afasta da política partidária e das chances de alcançar o projeto de poder para o qual empenhou uma vida inteira. Assistimos ao réquiem de um político que de tudo fez para que terminasse a carreira política à sombra daqueles que mais desprestigiou, sem voz, nem vez, recolhido a uma condição de pária.

Tudo isso é a demonstração exata de que não devemos levar-nos tão a sério. Um projeto político não depende da vontade pessoal de um única pessoa. Um projeto político é uma junção de forças, de correntes políticas, de um esforço coletivo que delega a alguém a liderança para que o represente. E não pense o senhor Serra que o PSD de Kassab lhe servirá como plano B, de abrigo para ser sua mais expressiva liderança. Não, não pense nisso, porque os que para lá foram o fizeram justamente em razão da desastrosa campanha eleitoral passada que repugnância causou ao povo brasileiro, pelo modo como foram introduzidos nos subterrâneos, os mais caros temas à sociedade, tratados com toda sorte de vilania e preconceitos que foram ofensivos à dignidade humana.

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