terça-feira, 19 de julho de 2011

A sabatina do meliante ultradireitista

Rupert Murdoch diz que foi enganado em caso de grampos telefônicos



Do UOL Notícias

Em São Paulo





O magnata Rupert Murdoch, dono do grupo de mídia News Corporation, que controlava o tabloide britânico "News of the World", disse, em depoimento ao Comitê de Mídia do Parlamento, que foi enganado no caso dos grampos telefônicos envolvendo seu jornal.



"Está claro que fui enganado. Coisas estavam acontecendo e eu não sabia", afirmou. "O News of the World representa menos de 1% de toda minha empresa e tenho milhares de pssoas abaixou do meu cargo", justificou-se.



No passado, Murdoch negou que os casos de grampos ilegais no "News of the World" teriam ido além do caso que levou um dos repórteres à prisão em 2007.



O magnata australiano e seu filho James, presidente-executivo das operações interancionais da News Corp, estavam visivelmente nervosos diante da sabatina dos políticos britânicos.



Foto 2 de 7 - Frase do magnata Rupert Murdoch durante depoimento no Parlamento inglês nesta terça-feira (19). O magnata e seu filho, número três do grupo familiar News Corp., foram convocados para explicar sobre os grampos praticados nos anos 2000 no Reino Unido por um de seus tabloides, o "News of the World", hoje fechado Arte UOL



No ínicio do depoimento, James pediu desculpas pelos acontecimentos e afirmou que o que o ocorreu "não é próprio de suas empresas". Murdoch chegou a interromper o filho para dizer que aquele era "o dia em que se sentia mais humilde em toda minha vida."



Murdoch reconheceu que não abriu uma investigação interna depois que a aex-presidente-executiva do braço britânico do grupo, Rebekah Brooks, admitiu que o jornal pagou à polícia por informações.



Quem teria sido grampeado pelo tabloide







"A empresa se baseou em três coisas por um tempo: em uma investigação policial em 2007, com condenações contra duas pessoas. A polícia repetiu várias vezes que não havia novas provas para reabrir o caso. A empresa também se baseava em um relatório jurídico independente respaldado pela polícia. Assim, entre 2008 e 2009, não havia razão para acreditar que o assunto não havia sido fechado ", explicou James Murdoch, após ser perguntado pelas razões que o levaram a não reabrir a investigação quando novas evidências vieram à tona.



Murdoch voltou a dizer que não é responsável pelos escândalos de grampos telefônicos e afirmou que, de fato, fechou o jornal por causa das acusações criminais.



"Os ocorridos nos envergonhou muito e, por isso, decidimos fechar o jornal. Havíamos acabado com a confiança dos nossos leitores", justificou Murdoch.



No entanto, o empresário acredita que não há evidências de que vítimas do 11 de setembro tenham sido alvos de seus jornais.



O FBI lançou uma investigação para saber se de fato as famílias das vítimas dos ataques terroristas foram alvo dos grampos telefônicos.



O magnata também disse ter ficado “chocado, estarrecido e envergonhado" quando soube dos grampos ao de Milly Dowler, a garota de 13 anos que desapareceu em 2002. Por causa dos investigadores contratados pelo jornal, a família da menina acreditou que ainda estava viva.



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