segunda-feira, 5 de setembro de 2011

O "abacaxi" do BMG




Foto: ANDRÉ LESSA/AGÊNCIA ESTADO

COMPRA DO BANCO SCHAHIN PELA INSTITUIÇÃO QUE GANHOU NOTORIEDADE À ÉPOCA DO MENSALÃO PODE GERAR INDENIZAÇÃO MILIONÁRIA

05 de Setembro de 2011 às 17:26
247 – O banqueiro Ricardo Pentagna Guimarães, dono do banco BMG e de uma das maiores fortunas de Minas Gerais, tem uma batata quente nas mãos. No início do ano, ele adquiriu, por pressão do Banco Central, o banco Schahin, de São Paulo, que enfrentava sérias dificuldades financeiras. Na mesma época, o BC decretou intervenção no Banco Morada, mas buscou um comprador para o Schahin, que tem forte influência política e contratos bilionários na Petrobras. Recorreu-se ao BMG, que, desde o primeiro mandato do presidente Lula, tem relações estreitas com o governo petista. Além de ter tido privilégios na concessão de crédito consignado a servidores públicos, o BMG foi um dos dois repassadores de recursos do Mensalão – o outro foi o também mineiro banco Rural.
Ocorre que a compra do Banco Schahin pode gerar uma indenização gigantesca a ser paga pelo BMG. A instituição financeira pertence a um grupo econômico, o Schahin, que protagonizou um desastre ambiental em Rondônia: o rompimento da barragem de Apertadinho, que pertencia à empresa Cebel Centrais Elétricas. O que a Cebel busca é uma indenização pelo erro no projeto de engenharia e na execução da obra, que era também financiada por grandes fundos de pensão estatais. Depois de uma briga judicial de quatro anos, a Cebel conseguiu incluir o Banco Schahin como requerido num procedimento arbitral da Câmara de Arbitragem da Fiesp. O que se discute é uma indenização próxima R$ 300 milhões.

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