domingo, 23 de outubro de 2011

Folha de São Paulo faz autópsia em corpo de Gaddafi e conclui que não houve execução




Na Líbia, militares rebeldes revelam nova versão sobre morte de Gaddafi

O comandante das forças do governo de transição da Líbia que capturou Muammar Gaddafi revelou neste sábado (22) à BBC detalhes sobre a morte do ditador na quinta-feira (20).
Em entrevista à rede britânica, Omran el Oweib disse que o ex-ditador líbio foi arrastado para fora do duto onde se escondia, deu dez passos e caiu no chão.

Então, um tiroteio teria ocorrido entre forças rebeldes e soldados pró-Gaddafi. Por isso, El Oweib disse que era impossível dizer quem deu o tiro fatal no ditador.

Ele também afirmou que tentou salvar Gaddafi, mas que ele teria morrido na ambulância a caminho do hospital, nos arredores de Sirte.

Apesar da nova versão dos fatos, as circunstâncias da morte de Gaddafi continuam cercadas de controvérsias.

Médicos-legistas ouvidos pela Folha dizem que as fotos de seu corpo sugerem que ele não levou tiros à queima-roupa, ou seja, a menos de 50 cm de distância.

O ferimento que mais chama a atenção é um orifício de entrada de projétil do lado esquerdo da cabeça do ditador, segundo o legista Augusto Aurélio de Carvalho, secretário-geral da Associação Brasileira de Medicina Legal.

Segundo ele, a imagem indica que o disparo não foi feito à queima-roupa --mas a uma distância superior a 50 cm. Um tiro à queima-roupa deixaria uma marca característica na pele.

"No assassinato sumário, a arma geralmente é encostada na cabeça da pessoa, e o ferimento não sugere isso." Para outra legista, que pediu para não ter o nome revelado, uma suposta queimadura sugere que o tiro não teria sido à queima-roupa, mas acontecido a curta distância.

Ambos concordam que uma marca, no abdome de Gaddafi, pode ter sido causada por outro tiro ou estilhaço.

Levantam a hipótese de um terceiro tiro -que teria entrado na parte de trás de sua cabeça e saído pela testa. E também acreditam que a coloração dos hematomas atesta que Gaddafi foi espancado vivo.

A versão oficial do CNT (Conselho Nacional de Transição) é que o ditador levou um tiro na cabeça e outro no peito em um tiroteio. Mas imagens de cinegrafistas amadores mostraram Gaddafi com vida após a captura. Organismos internacionais cobram mais transparência do governo interino.

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