Foto: DIVULGAÇÃO
REVISTA COMUNICA FORMALMENTE O AFASTAMENTO DE MARIO SABINO; DIRETOR EURÍPEDES ALCÂNTARA SE FORTALECE
247 – No editorial de sua última edição de 2011, a revista Veja dá um belo presente de fim de ano a seus leitores. O carro-chefe da editora Abril comunica oficialmente o afastamento de Mario Sabino do cargo de redator-chefe, qualificando-o como profissional de “enorme valor”, “raro talento” e “inexcedível dedicação”. Noblesse oblige, diriam os franceses.
Enquanto comandou a revista Veja, Sabino esteve à frente de reportagens polêmicas, como a das propinas que eram pagas em espécie na Casa Civil, publicada às vésperas da eleição presidencial de 2010, a da invasão do quarto de um hotel em Brasília onde se hospedava José Dirceu, neste ano, e também as entrevistas de páginas amarelas com Roberto Podval, advogado do próprio Sabino.
Assim que Fabio Barbosa, ex-CEO do Santander, foi indicado como presidente do grupo Abril, o Brasil 247 foi o primeiro veículo de comunicação do País a prever a queda de Mario Sabino. Acertamos na mosca, uma vez que a biografia de um (Barbosa) seria incompatível com o estilo de outro (Sabino).
Poder assegurado
Agora, aparentemente, Sabino poderá se dedicar ao ostracismo literário e à atividade de assessor de imprensa. Consta que ele poderá vir a ser vice-presidente da CDN, de João Rodarte, mas há dúvidas no mercado. Um bom assessor de imprensa necessita de boas amizades e bons relacionamentos no mundo editorial – o que talvez não seja o caso de Sabino.
Enquanto isso, em Veja, o diretor de redação, Eurípedes Alcântara, assegurou o seu poder. O mercado dava como certa a vinda de André Petry, atual correspondente em Nova York, para o cargo de redator-chefe.
Petry, naturalmente, seria uma sombra também para Alcântara. Mas o atual diretor, que se move bem politicamente e tem boas relações até com a presidente Dilma Rousseff, assegurou seu espaço de poder na disputa interna da Abril.
Em vez de um, Veja agora tem quatro redatores-chefe. São eles: Thais Oyama e Fábio Altman, em São Paulo, Lauro Jardim, no Rio de Janeiro, e Policarpo Júnior, em Brasília. Todos nomes que já faziam parte do time de Veja.
E quem tem quatro redatores-chefe, na prática, não tem nenhum.
Fiel aos ensinamentos de Maquiavel, Eurípedes Alcântara soube dividir para reinar.
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