quinta-feira, 10 de maio de 2012

Defesa de investigados acompanha sessão secreta de CPI




JOSÉ ERNESTO CREDENDIO
ANDREZA MATAIS
RUBENS VALENTE
DE BRASÍLIA

A defesa do empresario Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, do senador Demóstenes Torres (sem partido-GO) e de Claudio Abreu, ex-diretor da empresa Delta no Centro Oeste acompanha o depoimento sigiloso do delegado Matheus Mela Rodrigues à CPI do Cachoeira.

O delegado cuidou da Operação Monte Carlo, deflagrada em novembro de 2010 e que resultou na prisão de Carlinhos Cachoeira e membros de seu grupo em fevereiro deste ano.
Um dos argumentos para que a sessão fosse reservada era justamente evitar que a defesa dos envolvidos conhecesse as novas linhas da investigação.

A presença foi autorizada pelo presidente da CPI, senador Vital do Rêgo (PMDB-PB), sem consulta aos demais parlamentares e provocou um bate-boca na CPI após ter sido descoberta por parlamentares.

Cobrado, Rêgo pediu desculpas aos congressistas por não ter comunicado aos parlamentares sobre a presença do advogado. "A rigor, se fosse uma sessão absolutamente secreta só poderia estar presentes os parlamentares", afirmou o deputado Candido Vaccarezza (PT-SP), em apoio ao presidente.

O presidente da CPI justificou que o STF (Supremo Tribunal Federal) autoriza que os advogados acompanhem as sessões da CPI mesmo em sessão secreta.

O senador Cassio Cunha Lima (PSDB-PB) disse que nenhum membro da comissão sabia da presença dos advogados. "Ao invés de termos de fato uma sessão secreta, temos a presença privilegiada dos advogados dos principais acusados", disse.

Segundo ele, em outras sessões, eram lidos os nomes de todas as pessoas que estavam na comissão. O tucano afirmou que desconhecia se o presidente da comissão tinha poderes regimentais para autorizar a ida dos advogados à sessão, mas questinou o motivo de os membros não terem sido informados.

"Eu também não sei se eu quero que os advogados saibam o que nós perguntamos aqui para preparar os seus clientes. Eu estou me sentindo agredida. Acho que isso não poderia ter ocorrido. E um detalhe grave: eles estavam aqui ontem e o delegado disse que não teria nos dito o que disse se a sessão fosse aberta", afirmou a senadora Katia Abreu (PSD-TO).
Após a interrupção do depoimento, houve bate-boca e troca de ofensas entre os parlamentares e gritaria.

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