quinta-feira, 29 de maio de 2014

Por que Renan Calheiros foi o escolhido de Barbosa?


Joaquim Barbosa quando comunicou a Renan Calheiros (PMDB-AL) sua aposentadoria do STF em junho.
Joaquim Barbosa comunicou também a Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN).

O presidente do STF, Joaquim Barbosa, visitou a presidenta Dilma e depois os presidentes do Senado, Renam Calheiros (PMDB-AL) e da Câmara, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN) para se despedir, dizendo que se aposentará do STF no próximo mês.

Na prática, Barbosa escolheu o senador Renan Calheiros, presidente do Senado, para comunicar à imprensa seu gesto.

A presidenta Dilma, como de praxe, não comenta assuntos falados em audiência que não sejam de sua alçada.

Já o senador Renan Calheiros, com certeza, foi autorizado por Barbosa a anunciar a decisão. Aliás, o presidente do STF não fez segredo. Falou na frente de outros senadores que estavam presentes e posou para fotos todo sorridente.

Se quisesse segredo, teria comunicado a sós, em sinal de deferência à outros poderes, mas pediria sigilo até ele próprio anunciar a decisão, seja em entrevista, seja no STF, seja em comunicado à imprensa.

O gesto de Barbosa foi político. De maior aproximação com a bancada do PMDB do Senado. A pergunta é: Por quê?

Convenhamos que, para um pretenso paladino da moralidade, a imagem de Renan, inclusive a propagada pela própria mídia, não seria a melhor escolha no momento.

Uma pista é que todos os partidos que disputam eleição com o PT, mesmo aliados de hoje, tem uma dívida política de gratidão com Barbosa, por terem em seus quadros muito mais casos de corrupção, e nunca houve de Barbosa a determinação punitiva que ele dedicou ao PT. Basta ver o mensalão tucano. Relatado por Barbosa, terminou em pizza no STF, sendo enviando para a primeira instância. O mesmo aconteceu com denúncias contra quadros do PMDB, do DEM e de quase todos os outros partidos.

A atuação de Barbosa no STF só desgastou o PT. Foi um samba de uma nota só, ou melhor, de um partido só. Contribuiu para a campanha de descrédito na política, perpetrada pela imprensa demotucana, voltada para dar um golpe hondurenho ou, pelo menos, para anular parte dos votos de opinião que iriam para o PT e PCdoB, impedindo os partidos mais transformadores de crescerem mais.

O resultado disso favorece a reeleição de deputados e senadores das oligarquias políticas em seus estados, em vez de favorecer a renovação na política.

Outra pista é que o sucessor de Barbosa no STF passa pelo Senado. A presidenta Dilma indicará um nome, mas até para indicar precisa sondar se a maioria do Senado aprovará. Ultimamente, sem apoio do PMDB do Senado, dificilmente algum nome conseguiria ser emplacado para o STF.

Uma terceira pista, que hoje ainda são boatos, seria um suposto interesse de Barbosa em vir a ocupar algum cargo público no exterior, como na embaixada de Paris, consulado em Miami, ou em órgãos como a Unesco das Nações Unidas. Se Aécio fosse presidente, muito provavelmente o despacharia, como gratidão pelos danos causados ao PT e pela pizza no mensalão tucano. Como as chances eleitorais não andam boas para Aécio, um apoio peemedebista viria a calhar, inclusive com o argumento de que Barbosa teria aberto caminho para retomar a normalidade no STF, encerrando o período de caça às bruxas do PT, com sua aposentadoria precoce.

Há quem diga que não é outra coisa. Barbosa apenas estaria ingressando na política e já articulando sias futuras alianças. Ele não pode disputar a eleição de 2014, pois teria que ter saído do STF em abril para isso.

As outras pistas, aguardemos as cenas dos próximos capítulos
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