quarta-feira, 4 de maio de 2011

Bin Laden não planejou o 11/09 Bush e Cheney sabiam disso.



Por Pepe Escobar

Traduzido pelo pessoal da Vila Vudu


Bin Laden foi produto quintessencial da política exterior dos EUA para a Guerra Fria, da aliança nada-santa entre Washington, Paquistão e Arábia Saudita. Bin Laden jamais foi acusado pelo FBI de participação no 11/9. Nunca houve nenhuma prova que o aproximasse daqueles feitos. Até o hiper-super-neoconservador Dick Cheney, ex-vice-presidente, com o tempo, passou a admitir em on em off que Bin Laden nada teve a ver com o 11/9.



E o que dizer sobre a “inteligência” em campo?! Washington demorou nada menos que 3.519 dias, desde o 11/9, para encontrar Bin Laden “vivo ou morto”, como John Wayne Bush prometeu que faria, e a apenas 240 quilômetros a leste das montanhas de Tora Bora, seu último endereço confirmado em dezembro de 2001. Bin Laden teria de ser realmente entidade do outro mundo para, sofrendo de doença renal grave, diabético, com problemas de hipotensão e dependente de diálises regulares, conseguir sobreviver numa caverna infecta, por quase dez anos.



Abbottabad, a duas horas de distância, de carro, ao norte de Islamabad, na província Khyber Pakhtunkhwa, está localizada num vale entre montanhas, muito próxima da Azad (“Livre”) Caxemira. É uma espécie de mini-Colorado Springs, com um cinema (o Taj) e, o que é muito mais importante, com o equivalente paquistanês de West Point. Ali não há cavernas e, crucialmente importante, ali não há tribos iradas – entre as quais os aviões-robôs da CIA espalham número crescente de “danos colaterais” sob o pretexto de combater “a al-Qaeda”.



Bin Laden já poderia ter sido capturado em agosto de 2001. Naquele momento, recém retornado do Afeganistão, ouvi em Peshawar que um comando dos EUA estava pronto para invadir o Afeganistão e sequestrar Bin Laden de seu palacete-bunker em Kandahar. Bush muito pediu e falou e prometeu para conseguir entrar, mas o então presidente Pervez Musharraf vetou a operação, dizendo que não queria ser responsável por uma guerra civil no Paquistão.




Então, depois do 11/9, Washington praticamente ordenou que o Talibã entregasse Bin Laden. Como o embaixador dos Talibã em Islamabad contou-nos naquela época, Mullah Omar exigiu provas da culpa de Bin Laden. Bush recusou – afinal de contas, como o FBI sabia, não havia prova alguma. Vídeos posteriores, em que Bin Laden aparecia “aceitando” a responsabilidade pelo 11/9, logo foram desacreditados como falsificações.


Os Talibã chegaram a concordar com entregar Bin Laden à Arábia Saudita – um dos três patrocinadores dos Talibã, além de Paquistão e dos Emirados Árabes Unidos. O rei Abdullah não quis. Só Khalid Sheikh Muhammad – preso pela inteligência paquistanesa, e que passará o resto da vida em Guantánamo – assumiu integral responsabilidade pelo 11/9; e jamais acusou Bin Laden de coisa alguma.

foto de Khalid Sheikh Muhammad o arquiteto do 11/09




Nenhum comentário: