sábado, 25 de junho de 2011

http://colunas.epoca.globo.com/falamundo/#post-1735


Michelle Obama e o ex-presidente sul-africano Nelson Mandela. "Não sinto pressão por ser a primeira primeira-dama negra"
Quando a primeira-dama americana Michelle Obama foi questionada na Cidade do Cabo se sentia algum tipo de pressão por ser negra, hesitou por algum tempo. A pergunta foi feita por uma aluna da Universidade da Cidade do Cabo, na África do Sul, país que a primeira-dama visitou esta semana. “Não sei se sinto pressão. Mas sinto um grande senso de responsabilidade. Acho que, portanto, há a pressão, uma vez que não quero desapontar ninguém”, respondeu Michelle.
Nesta semana, a mulher do presidente Barack Obama realiza sua primeira viagem sozinha pelo continente africano. A simbologia da viagem não está presente apenas no fato de ela ser feita sem o marido, ou para uma região majoritariamente de negros, mas também pela forma como a primeira-dama enxerga a questão racial.
Apesar da cor de sua pele, a última coisa sobre a qual Michelle Obama fala é sobre raça. O fato de ser negra e esposa do presidente mais poderoso do mundo – também negro – pesa, mas Michelle quer mostrar que seu marido foi eleito não pela cor de sua pele, mas por suas qualidades como político, pela sua capacidade como gestor. Durante seu tempo na África – ela ainda visita Botsuana -, a primeira-dama preferiu falar sobre questões como a epidemia de aids e saúde pública do que sobre sua descendência.
Na terça, por exemplo, Michelle se reuniu com o ex-presidente sul-africano Nelson Mandela, considerado como o político que pôs fim ao apartheid – a divisão social entre a minoria branca, que controlava o país politicamente, e a maioria negra, que era deixada de lado. Com ele, Michelle Obama falou sobre a superação da segregação racial, e lembrou como seu próprio país, os Estados Unidos, conseguiu superar o preconceito e eleger um presidente negro por suas promessas de campanha, independente de sua cor.
Não havia como a primeira-dama fugir, porém, das perguntas sobre sua raça. Por toda a África do Sul e Botsuana, a curiosidade das pessoas e até mesmo a emoção em falar com a primeira negra a ocupar o cargo ao lado de um dos políticos mais importantes do mundo foi algo natural. “A senhora sente alguma ligação especial com a África?” perguntaram. “Se sinto ligação? Claro que sim”, respondeu Michelle. “O amor, o calor, a conexão e a excitação (do povo africano) representam minha família também. E é isso que quero que meus filhos entendam: nossa família é a avó em Kisumu (no Quênia), e os primos irlandeses. Essa é a nossa história. Essa é a história dos Estados Unidos”, afirmou.
A primeira-dama Michelle Obama reconforta uma mulher emocionada com sua presença em Gaborone, Botsuana.
Nesta sexta-feira (24), a primeira-dama cumpre agenda no Botsuana, país em que deve se reunir com o presidente Seretse Khama Ian Khama. Já em sua chegada, Michelle foi recebida por um grupo de mulheres emocionadas com sua presença. Por mais que ela evite o assunto de sua raça e queira exaltar outros feitos seus e do marido Barack Obama, na África os dois continuam sendo exemplo a ser seguido.

Nenhum comentário: