quinta-feira, 18 de agosto de 2011

Folha nega influência de José Serra em sua pauta


Folha nega influência de José Serra em sua pauta
 
Foto: DIVULGAÇÃO

 

Ex-ministro da Agricultura disse que “só um político brasileiro tem capacidade para pautar Veja e Folha”; sabe-se, é claro, que ele se referiu a José Serra; mas Serra tem mesmo esse poder sobre duas das principais redações do País?; 247 foi perguntar


18 de Agosto de 2011 às 15:48
247 – Em sua carta de demissão, o ex-ministro Wagner Rossi cutucou não uma, mas duas onças da mídia com as próprias mãos. “Sei de onde partiu a campanha contra mim”, escreveu ele. “Só um político brasileiro tem capacidade de pautar Veja e Folha (...) para que reiterem e requentem mentiras e matérias que não se sustentam por tantos dias”.

A referência velada é, ninguém duvida, a José Serra, político com diálogo direto com diferentes jornalistas do País, preferencialmente entre os que possuem posição de mando em redações. Mas daí a dizer que ele “tem capacidade de pautar Veja e Folha” é ir bem além.

247 levou o tema aos comandos das redações de Veja e Folha para checar, afinal, se Serra, mesmo sem ser um assalariado nessas publicações, tem mesmo a capacidade de ditar assuntos a serem abordados (pauta). Procuramos saber, além disso, se Serra também tem poderes para manter os assuntos “por tantos dias” nas páginas dos dois veículos, como Rossi apontou.
O editor-executivo do jornal Folha de S. Paulo, Sérgio Dávila, rechaçou a afirmaçã
o do ex-ministro.
“A Folha não é, nunca foi nem considerada a situação de ser pautada por um político”, registrou Dávila por e-mail ao 247. “O jornal é pautado por notícia e pela defesa do interesse do leitor, sempre seguindo os princípios editoriais de apartidarismo, independência e pluralidade”, completou.
No Senado, um dos melhores amigos de Serra, o senador tucano por São Paulo Aloysio Nunes Ferreira, não gostou nada dos termos da carta de Rossi. “É uma absurdo querer jogar a culpa pra cima da imprensa”, disse. “Não foram apenas a Folha e a Veja que trataram desse assunto”. O senador lembrou que também em Ribeirão Preto, onde ele tem seu berço político, assim como o ex-ministro Rossi, a imprensa noticiou os escândalos no Ministério da Agricultura. “A Tribuna de Ribeirão, a Gazeta de Ribeirão, a Folha de Potirendabe, O Globo, o Estadão, o Correio Braziliense, todos foram atrás desse assunto”, elencou.

A direção da revista Veja está sendo procurada para também se manifestar.

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