quarta-feira, 17 de agosto de 2011

“General de pijama” volta baterias contra Amorim

“General de pijama” volta baterias contra AmorimFoto: DIVULGAÇÃO

GENERAL LUIZ GONZAGA LESSA, O EX-COMANDANTE NA AMAZÔNICA QUE CRITICOU EM CARTA O EX-MINISTRO JOBIM, DIZ AO 247 QUE O ATUAL “TEM VISÃO ANTAGÔNICA” À DOS MILITARES SOBRE PAPEL DAS FORÇAS ARMADAS

17 de Agosto de 2011 às 15:12
Marco Damiani_247 – General de pijama? Ex-comandante militar na Amazônia, ex-presidente do Clube Militar e general de exército da reserva, Luiz Gonzaga Schroeder Lessa dá de ombros para a surrada expressão.
“Para os militares da ativa, é complicado falar, há toda a questão da disciplina, mas para a reserva não tem esse negócio, não. Eu tenho todo o direito de falar e me pronunciar sobre qualquer assunto. A reserva não apenas pode como deve falar mesmo, para mostrar ao País que nós estamos acompanhando as coisas”, disse ele ao 247, de seu escritório no Rio de Janeiro.
O general Lessa é autor de uma carta abertura dirigida ao ex-ministro da Defesa, Nelson Jobim, na qual, entre outros ataques, disse que ele “já foi tarde”. Pelo texto, Lessa passou os últimos dois dias recebendo telefonemas e e-mails, tanto de cumprimentos, a grande maioria, como de críticas. “Fique certo que muita gente da ativa concorda com as minhas colocações. Jobim agiu o tempo todo com uma prepotência desnecessária, se achando o comandante das Forças Armadas. Não é isso o que diz a Constituição. Comandante é a presidente, ele foi apenas um funcionário”.
Agora, o general Lessa vira suas baterias para o novo ministro Celso Amorim. “O primeiro diplomata que tivemos na Defesa foi um fracasso”, avalia, referindo-se a Francisco Viegas, que teve uma passagem conturbada pelo cargo, entre 2003 e 2004. “Amorim tem um passado altamente controverso, para dizer o menos”, completa. “Sob a gestão dele no Itamaraty, o Brasil capitaneou o processo de ratificação da resolução da ONU sobre terras indígenas, altamente atentatória aos interesses do Brasil. Essa resolução pode balcanizar o nosso país, com 216 chamadas nações indígenas obtendo o direito de ter autonomia dentro do nosso território”. O general que conhece a fundo a questão da froteira amazônica considera esse posicionamento de alta gravidade. “O papel das Forças Armadas é defender o território brasileiro, mas o ministro já demonstrou ter uma visão antagônica. Há um grande risco de que, com ele, o Ministério da Defesa não alcance seus objetivos”.

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