quinta-feira, 12 de janeiro de 2012

Diplomatas europeus dizem que Israel se apropria da Cisjordânia



Os chefes da delegação da União Europeia em Ramala e Jerusalém advertiram à sede da entidade, em Bruxelas, que "está fechando uma janela para uma solução" do conflito entre palestinos e israelenses devido à apropriação progressiva da Área C da Cisjordânia pelos judeus.

Em documento interno para cônsules e diplomatas europeus, os representantes sugerem diversos esforços para que o bloco apoie "os esforços de construção de um Estado palestino" nessa região da Cisjordânia. O território, que representa 62% da área de um futuro país palestino, é "progressivamente integrado a Israel", segundo os integrantes da comissão.

O informe, elaborado em julho e apresentado em Bruxelas em dezembro, revela que intervenções urbanas israelenses vão tornar "mais remoto que nunca" o estabelecimento de um Estado palestino com as fronteiras de antes da Guerra dos Seis Dias, em 1967.

VIOLAÇÕES

O texto detalha como Israel comete violações da legislação internacional, entre elas a expulsão dos palestinos a força, a demolição de suas casas e restrições de edificação e acesso a grandes áreas. A ação do Exército judeu também impede a construção das infraestruturas necessárias para o desenvolvimento.

Os militares também impulsionam a construção de colônias na região, que têm moradores cada vez mais fundamentalistas e fazem ataques contra a população local. Para evitar essa atuação, os europeus pedem a requalificação da área, como de território de administração palestina, para evitar o tratamento discriminatório.

ÁREA C

Os representantes propõem uma mudança na política sionista na área C da Cisjordânia, que tem controle administrativo e de segurança de Israel. Entre as propostas, estão o melhor acesso a necessidades básicas, reduzir a vulnerabilidade da terra e da população e o aumento da ajuda humanitária e do incentivo ao desenvolvimento econômico.

A área C é importante para a formação do Estado palestino, pois comunica as outras duas áreas da Cisjordânia, formando um território contínuo. A divisão ocorreu em 1993, quando o acordo de paz de Oslo definiu o controle das áreas.

As regiões A e B, onde moram 96% dos palestinos e concentra 38% da terra, são controladas pelos árabes. Sem a região C, o futuro Estado ficaria dividido e dependeria de Israel para fazer a circulação entre as áreas.

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