terça-feira, 13 de março de 2012

Dilma vai à guerra contra caciques do PMDB



Dilma vai à guerra contra caciques do PMDBFoto: JOSÉ CRUZ/AGÊNCIA BRASIL _ DIDA SAMPAIO/AGÊNCIA ESTADO

PRESIDENTE APOSTA NA DIVISÃO DO PARTIDO AO SUBSTITUIR ROMERO JUCÁ POR EDUARDO BRAGA NA LIDERANÇA DO GOVERNO NO SENADO À REVELIA DE RENAN CALHEIROS. BRAGA ESTÁ ENTRE OS SENADORES QUE OPTARAM POR NÃO SE SUBMETER À CÚPULA DO PARTIDO, LIDERADA POR JOSÉ SARNEY, NA REBELIÃO CONTRA A GESTÃO PETISTA

13 de Março de 2012 às 09:44
247 – A presidente Dilma Rousseff resolveu arregaçar as mangas para separar, sozinha, o ‘joio do trigo’ no PMDB. A presidente decidiu substituir Romero Jucá (RR) por Eduardo Braga (AM), na liderança do governo, mesmo à revelia dos principais aliados no Senado, José Sarney (AP) e Renan Calheiros (AL). Braga está entre os senadores que optaram por não se submeter à cúpula do partido na ação contra o governo e entre os que são contra a liderança de Calheiros no PMDB. A rebelião peemedebista levou o governo a sua primeira derrota na semana passada, ao vetar a permanência de Bernardo Figueiredo no comando da ANTT.
Depois da humilhação de receber um manifesto do PMDB assinado por 52 membros (de um total de 76), que reclamavam da primazia do PT na gestão do governo, e de ter de aguentar um Sarney de cara amarrada por dias, Dilma foi à guerra contra os caciques do partido. A tomada de poder de Braga independente da vontade do próprio partido causaria uma divisão no PMDB. O senador Renan Calheiros foi informado da mudança na segunda-feira por Dilma, em conversa de 1h40 de duração, segundo informações do colunista Claudio Humberto. Braga já tinha sido convidado desde 9h30 da manhã de sexta, por intermédio da ministra Ideli Salvati. Já Jucá e José Saney foram surpreendidos pela notícia por uma conversa de corredor. Há alguns dias, Sarney interrompeu o entendimento com o governo, em represália a uma piada feita pela ministra Relações Institucionais.
As mudanças de Dilma não devem parar por ai. Ela deve trocar também o líder na Câmara. Segundo fontes do governo e ligadas ao Palácio do Planalto, Cândido Vaccarezza (PT-SP) deixará o posto e pode ser substituído pelo deputado Paulo Teixeira (PT-SP).
E como Vaccarezza tem bom trânsito com o PMDB, isso significa que o partido de Sarney, Renan e Jucá ficará cada vez mais isolado.
Dilma foi à guerra. E um bom teste de como os peemedebistas irão se comportar é a sessão da Comissão de Assuntos Econômicos, que recebe o ministro Guido Mantega.

Nenhum comentário: