quinta-feira, 29 de março de 2012

STF autoriza quebra de sigilo de Demóstenes



STF autoriza quebra de sigilo de Demóstenes Foto: Divulgação

MINISTRO RICARDO LEWANDOWSKI AUTORIZA QUEBRA DE SIGILO BANCÁRIO DE SENADOR DO DEM; DEMÓSTENES É CITADO EM CONVERSAS GRAVADAS PELA PF NAS QUAIS CARLINHOS CACHOEIRA MENCIONA CIFRAS MILIONÁRIAS DIRECIONADAS AO POLÍTICO; PARTIDO SE REÚNE TERÇA PARA ABRIR INVESTIGAÇÃO QUE PODE EXPULSÁ-LO; A CASA CAIU!

29 de Março de 2012 às 20:01
Fernando Porfírio _247 - O ministro Ricardo Lewandowski, do STF, determinou a quebra do sigilo bancário do senador Demóstenes Torres (DEM-GO). Lewandowiski autorizou a devassa financeira no período em que o senador foi flagrado em ligações telefônicas gravadas pela Polícia Federal com o empresário do ramo de jogos de azar Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira.
Cachoeira está preso preventivamente desde o 29 de fevereiro, quando da Operação Monte Carlo, da Polícia Federal, que desmontou uma quadrilha que explorava máquinas caça-níqueis.
Lewandowiski também expedido ofício ao presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), para que ele remeta ao STF a relação de emendas ao orçamento apresentadas por Demóstenes Torres. Ainda por determinação do ministro, a Polícia Federal deverá degravar 19 diálogos telefônicos e órgãos públicos deverão prestar informações a respeito de contratos celebrados com empresas investigadas.
O senador do DEM aparece em conversas telefônicas, interceptadas com autorização judicial, com Cachoeira. Demóstenes admite que recebeu do empresário um telefone especial para conversas entre os dois. A investigação policial gravou cerca de 300 diálogos entre o senador e o empresário de jogos por pelo menos oito meses.
As informações sobre o inquérito foram passadas pelo próprio Lewandowski. O ministro disse que não poderia prestar informações detalhadas sobre o caso, pois trata-se de investigação protegida pelo segredo de Justiça, com dados sigilosos de conversas telefônicas.
Ao requisitar a lista das emendas apresentadas por Demóstenes, o procurador-geral da República, Roberto Gurgel, indica que uma de suas linhas de investigação será analisar se o senador utilizou prerrogativas de seu cargo para favorecer Cachoeira.
Lewandowiski, no entanto, negou pedido de Gurgel para que o Ministério Público Federal tivesse acesso automático aos dados financeiros complementares de Demóstenes Torres, por considerar que o acolhimento do pedido resultaria no afastamento do sigilo bancário de forma generalizada, sem passar pelo crivo judicial.
O pedido feito por Gurgel para que o senador fosse ouvido nos próximos dias também foi negado pelo ministro Lewandowski, que considerou a medida prematura. O ministro também indeferiu pleitos do DEM e de empresas jornalísticas para ter acesso às informações contidas no inquérito.
O relator deferiu o pedido apresentado pela defesa do senador Demóstenes Torres para ter acesso aos autos, nos termos da Súmula Vinculante 14 do STF, e requisitou esclarecimentos à PGR acerca do pedido de desmembramento dos autos.

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