terça-feira, 3 de abril de 2012

PT oferece senador para analisar caso Demóstenes em conselho



GABRIELA GUERREIRO
DE BRASÍLIA

O PT ofereceu o nome do senador Wellington Dias (PI) para presidir o Conselho de Ética do Senado, numa tentativa de acelerar o processo contra o senador Demóstenes Torres (DEM-GO).

O cargo de presidente está vago desde o ano passado, quando o senador João Alberto (PMDB-MA) se licenciou do Senado.

O nome de Dias ainda vai ser avaliado pela bancada do PMDB no Senado, uma vez que o partido é o titular da vaga. O líder do PMDB, senador Renan Calheiros (AL), também vai consultar o presidente do Senado, José Sarney (PMDB-MA) - que está no Maranhão e só retorna ao Senado na semana que vem.

O PT decidiu agir depois que Renan admitiu que nenhum dos integrantes da bancada do PMDB está disposto a ocupar a presidência do conselho.

"Para dar contribuição aqui dentro como cobramos lá fora, apresentamos o nome do senador Wellington Dias para que o PMDB possa avaliar. O objetivo é contribuir no sentido da apuração das denúncias", afirmou o líder do PT no Senado, Walter Pinheiro (BA).

O vice-presidente do conselho, Jayme Campos (DEM-MT), se declarou na semana passada impedido para exercer a presidência por ser do mesmo partido de Demóstenes --que hoje pediu a desfiliação do DEM. Cabe ao presidente do colegiado decidir se aceita a representação do PSOL contra Demóstenes por quebra de decoro parlamentar.

O senador é acusado de beneficiar a ação do empresário Carlos Cachoeira, suspeito de exploração de jogos ilegais no país.

A reunião do Conselho de Ética está marcada para o dia 10 de abril, quando os seus integrantes vão eleger o novo presidente. O senador Randolfe Rodrigues (PSOL-AP) protocolou pedido para antecipar a reunião para esta semana, mas como Renan ainda quer ouvir a bancada do PMDB, a eleição do novo presidente deve ser mantida para depois da Páscoa.

Na opinião de Pinheiro, há elementos suficientes para o Senado cassar o mandato de Demóstenes. "O senador já cometeu a quebra do decoro com a atitude que já foi desconfigurada. O caso não se encerra com o seu desligamento do partido, nem com a cassação, mas com o processo judicial", disse o petista.

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