sexta-feira, 6 de julho de 2012

Ex-secretário de Pernambuco diz que “chegou ao limite”



Ex-secretário de Pernambuco diz que “chegou ao limite”Foto: Társio Alves/Divulgação

MAURÍCIO RANDS AFIRMA QUE EPISÓDIO DA “IMPOSIÇÃO” DE HUMBERTO COSTA COMO CANDIDATO DO PT AO RECIFE FOI A “GOTA D’ÁGUA” PARA A DECISÃO DE SE RETIRAR DA POLÍTICA

06 de Julho de 2012 às 16:48
Raphael Coutinho _PE247 - Durante entrevista à Rádio Jornal nesta sexta-feira (6), Maurício Rands utilizou o espaço para reforçar as justificativas que o levaram a abandonar da carreira política, com a saída do PT e a entrega do mandato de deputado federal. Mais uma vez, o advogado lembrou que o episódio da “imposição” da candidatura do senador Humberto Costa, pela Direção Nacional do PT, à Prefeitura do Recife serviu para refletir sobre os rumos que deveria tomar. Para ele, a decisão de indicar Humberto já estava planejada há tempos. “Vou continuar sempre sendo a pessoa que acha que a política é um instrumento de transformação, de emancipação, mas, para mim, chegou ao limite“.
“Esse episódio da escolha da candidatura do PT para mim foi a gota d’água. A decisão tomada lá em São Paulo, por burocratas do meu partido, de modo autoritário, sem conversar com a militância e procurar saber qual é o sentimento do Recife e da base partidária, eles já tinham tomado antes do resultado das prévias. Cheguei a essa conclusão depois que parei para reflexão, não foi algo que ficou claro logo após a imposição deles. (...) Impuseram, de São Paulo, uma candidatura. Seja o mérito que tem, o Recife não é cidade para receber posição de burocrata autoritariamente de São Paulo. Recife tem a história da Guerra dos Mascates, das revoluções de 1817, de 1824, da Frente do Recife, da bancada que o PCB elegeu em plena Guerra Fria”, lembrou
Rands também fez um retrospecto de sua atuação política, principalmente nos dez anos que ocupou o mandato de deputado federal. “Nesses dez anos de mandato, as pessoas que votaram em mim puderam testemunhar. Exerci o mandato com dignidade. Não fiz qualquer gesto que deslustrasse o mandato e a política, as condescendências. Não me acovardei nos momentos difíceis, como aqueles que os conservadores, de modo até golpista, queriam derrubar o presidente Lula, queriam interromper um projeto de inclusão social, que estava mudando a vida das pessoas. Foi um mandato respeitado e também agradeço a contribuição dada pelas pessoas que integram a equipe e nos fortaleceram”, avaliou
Por fim, revelou que voltará a advocacia, onde teve muito sucesso antes de ser eleito deputado. “Ganhei muito dinheiro na advocacia antes de entrar no mandato de deputado federal e gastei uma parte muito grande daquele patrimônio que havia adquirido. Patrimônio todo regularizado, com os impostos pagos. Gastei muito desse patrimônio, diminuiu muito. Na última eleição, investi em alguns imóveis para que a tentativa no pleito não levasse o que sobrou, mas saio hoje com o patrimônio consideravelmente menor do aquele que tinha na advocacia. Basta ver que abandonei o escritório de advocacia. Não sou mais sócio do escritório e os meus ex-sócios tem patrimônios oito, dez vezes maiores que o meu. Mas não me arrependo”, finalizou.

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