terça-feira, 7 de dezembro de 2010

Jobim, o X-9?

O mega vazamento de informações ultra secretas do governo dos E.U.A, pelo site wikileaks, põe em cheque a diplomacia norte americana e sua forma de se relacionar com as demais nações do planeta. Em um mundo unipolar, onde a hegemonia dos E.U.A se faz sentir em quase todos os aspectos da vida cotidiana de milhões de pessoas, não há como justificar a orientação da secretária Hilary a seus embaixadores, estrategicamente usados como espiões, coletando informações sobre os mais triviais aspectos da política interna de vários governos, quebrando a confiança mútua que deveria prevalecer nos diversos setores da diplomacia dos paises aliados.



Mesmo se autodeclarando em guerra contra o terror, nenhuma informação clandestina deveria ser produzida pelas embaixadas americanas em solo estrangeiro, a revelia da cooperação que deveria existir reciprocamente entre os países. Principalmente agora quando não há mais a guerra fria que colocou o mundo em estado de permanente tensão e o comunismo varrido do mapa. O ínimigo oculto, o terror, só será eficientemente combatido por meio de ações colaborativas que importam em tarefas conjuntas, construidas de comum acordo, baseadas na confiança mútuas em parceria com os governos mundiais.



As inconfidências do ministro falastrão da defesa Nelson Jobim, ou ”Jhonbim”, como Paulo Henrique Amorim a ele se refere, em face dos convescotes que frequentemente mantinha com o embaixador americano, revelando informações cruciais do governo brasileiro, em nítida violação dos interesses nacionais, expostas, graças aos vazamentos do wikileaks, impõem uma reavaliação da presidente Dilma no tocante a mantê-lo na pasta que atualmente ocupa. Por algo semelhante, um ministro alemão foi demitido do cargo. De um cargo de menor relevância. (http://www.conversaafiada.com.br/mundo/2010/12/05/governo-alemao-demite-o-johnbim-deles/)



Aqui não houve reação de maior contundência à falação de Jobim, nem do governo Lula, nem da imprensa nacional que trata o caso como se fosse uma conversa de botequim e não como a quebra de protocolo que expõe a posição do ministro pró E.U.A e contra a política externa do Itamaraty que segue a diretriz do não alinhamento automático, do firmar-se com independência, como potência regional, e de buscar fóruns alternativos de discussão que preservem os interesses nacionais, ao lado de outros países que com o Brasil fazem o contraponto, nos BRICS e no G-20.



A política exterior brasileira tem sido aplaudida mundo afora, exatamente porque se conduziu com independência, conquistando espaço no cenário internacional que antes sequer imaginava um dia obter. Contra esta política o ministro da defesa solertemente se insurge, quando faz inconfidências ao embaixador americano Clifford Sobel, ao dizer-lhe que o embaixador Samuel Pinheiro Guimarães é anti-americano.





A atitude do senhor Jobim pode ser corretamente qualificada como um ato de deslealdade não só ao governo a que serve, como de resto, ao país a quem precipuamente deve lealdade. A gravidade das ações do ministro não podem receber outro tratamento que não seja o de traição. O presidente erra ao contemporizar com os atos de seu ministro ao rebaixar os encontros secretos de Jobim com o embaixador americano a mera condição de fato corriqueiro alimentado pela curiosidade do governo dos E.U.A



O wikileaks expôs as víceras da política exterior americana, calcada na espionagem e na escolha de pessoas ligadas a governos nacionais que abandonaram a liturgia dos cargos que lhes foram confiados para fazer as vezes de informantes do império, em desacordo com os interesses dos países aos quais teriam a obrigação cívica de prestar aboluta fidelidade.



Agora imaginemos, por um momento, o ministro da defesa dos E.U.A sentar-se com o embaixador brasileiro na missão diplomática de nosso país em solo americano para contar-lhe das estratégias comerciais, políticas e bélicas do governo Yank. Para dizer-lhe dos planos dos E.U.A em relação ao Brasil, sem o conhecimento do presidente dos E.U.A



Imaginemos, outrossim, que tais encontros viessem a vazar. A imprensa americana ia querer sangue e o mínimo que o ministro faria era pedir desculpas ao povo dos E.U.A bem como entregar sua carta de demissão ao presidente para seguir no ostracismo, na humilhação de haver falhado com o país a que jurou lealdade. O povo americano não o perdoaria. Jobim, no entanto, segue a cavaleiro no ministério da defesa e trata a revelação de suas inconfidências como um caso de somenos importância.



Segundo o wikileaks, as informações até agora reveladas sobre o Brasil é apenas a ponta do iceberg. Há mais de 2.500 documentos que ainda não se tornaram de domínio público.

Julian Assange que no momento se encontra preso na Inglaterra e teve o pedido de pagamento de fiança negado pela justiça britânica informou que as revelações que ainda estão por vir causarão um terremoto no Brasil e no mundo. Eu estou ansioso para saber se tem algo entre a imprensa do Brasil e suas relações promíscua com os E.U.A, especialmente em relação a campanha presidencial de 2010.



Sobre as conversas de Jobim com o embaixador Clifford Sobel, a respeito de Samuel Pinheiro, não se sabe que utilidade e uso fará o governo americano . O que sabemos com certeza é que se fosse anti-brasileiro o embaixador Samuel Pinheiro Guimarães não poderia permanecer nos quadros do Itamaraty.

 Jobim permanecerá ministro da defesa no governo Dilma por obra e graças do presidente Lula que o tem como fiador da tranquilidade do governo que se inicia junto à caserna. É para não melindrar os milicos que ele continuará ministro. Este boquirrôto confessou que incluiu clandestinamente na constituição brasileira uma alínea que não foi votada pelos constituintes, na maior fraude que já existiu no mundo jurídico.



A alínea autoriza o pagamento de juros da dívida mesmo que não tenha previsão orçamentária, em claro benefício dos credores externos à epóca da constituinte, demonstranto seu caráter anti-patriota.

Art 166,§ 3º – As emendas ao projeto de lei do orçamento anual ou aos projetos que o modifiquem somente podem ser aprovadas caso:

II – indiquem os recursos necessários, admitidos apenas os provenientes de anulação de despesa, excluídas as que incidam sobre: b) serviço da dívida;(http://extra.novojornal.com/fraude-a-constituicao-federal-jobim.pdf)



Foi também o responsável direto pela demissão do ínclito delegado Paulo Lacerda da Abin, no episódio de triste lembrança que marcará o governo Lula, na farsa do grampo sem audío do ministro Gilmar Mendes, patrocinado pela sujíssima veja, no dizer do decano jornalista Hélio Fernandes, quando apresentou ao presidente a informação de que a Abin havia adquirido um equipamento eletrônico do exército com alcance de fazer escutas ambientais sem a devida autorização da justiça, fato este peremptoriamente desmentido pelo exército. Assim como agora, o presidente carneiramente fez vista grossa e deixou que este senhor continuasse a usufruir do status de ministro.



Sem falar da indelicadeza de ter passado um pito em Waldir Pires, um dos gigantes morais da política brasileira, em cerimônia pública que cumpria o ritual de passagem de cargo que constrangeu aqueles que naquele evento se faziam presentes. Jobim nem de longe pode comparar-se a Waldir Pires como homem público. Nem nesta, nem em mil encarnações que vier a ter.



Não há um só motivo que justifique a continuidade de Jobim à frente do ministério da defesa do governo Dilma. Só o espírito de contemporização do presidente, que não é um homem de confronto, o leva a ter temôres de que as forças armadas ainda teriam condições de tentar um golpe de Estado contra o governo da presidente eleita.

 Por mais que as evidências mostrem o contrário, o presidente receia de que uma grave crise com a imprensa tomando a dianteira poderia levar um levante dos generais da ativa e de pijama. A julgar pela atenção dada pela mídia aos encontros de Serra com os milicos durante a campanha no clube militar, não é de todo desarrazoado considerar a validade desta hipótese.

 Neste caso Jobim seria o fiador da estabilidade institucional do governo Dilma. Uma grande temeridade se olharmos o passado do ministro e suas recentes atitudes reveladas nos documentos que foram publicados pelo wikileaks.

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