quarta-feira, 20 de julho de 2011

Ministro diz ter autonomia e chama exonerações de 'ajustes'

FÁBIO GUIBU
DE RECIFE

O ministro dos Transportes, Paulo Sérgio Passos, disse nesta quarta-feira (20), em Recife (PE), que possui "autonomia" para trabalhar e que, no cargo, adota as decisões que entende serem necessárias.

"Eu tenho autonomia e a confiança da presidente [Dilma Rousseff]. Vou tomar as decisões que eu entendo que deva adotar. E quando necessário submeter qualquer tipo de assunto à sua consideração, eu o farei", disse Passos.

Ele classificou de "ajustes" as demissões que estão ocorrendo no ministério desde o surgimento de denúncias de corrupção envolvendo a cúpula da pasta, então controlada pelo PR, partido ao qual também está filiado, porém, sem o apoio dos principais dirigentes da legenda.

"Eu assumi o Ministério dos Transportes e, ao fazê-lo, entendo que são necessários ajustes", declarou Passos, que atuava como secretário-executivo na pasta antes de assumir o cargo. "E esses ajustes começaram a ser feitos", disse.

"Eu tenho sempre mantido a senhora presidente da República inteiramente a par das minhas decisões e, naturalmente, na medida em que haja necessidade para compatibilizar o ajustamento da máquina com aquilo que seja necessário, com aquilo que eu entenda ser indispensável, fundamental para o bom desempenho das atividades do ministério, eu farei", afirmou Passos.

O ministro, que veio a Pernambuco para verificar a situação das rodovias após as chuvas do fim de semana, disse também que não possui "nenhum tipo de preocupação" em relação à sua conduta à frente do mesmo ministério, quando ocupou o cargo no governo Luiz Inácio Lula da Silva.

Ele disse que os aditivos firmados à época, no valor de R$ 700 milhões, segundo a oposição, "foram celebrados pelo órgão executor como um procedimento normal na condução dos diversos projetos que estão sob a responsabilidade do Dnit".

"Entendo que os aditivos que foram celebrados foram feitos dentro da legalidade, dentro daquilo que prevê a Lei das Licitações, não há nenhuma transgressão do ponto de vista legal", disse. "E digo isso de uma maneira geral, porque não cabe ao ministro de Estado ficar examinando projeto a projeto, nem tampouco aprovando nem assinando aditivos", reiterou.

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