terça-feira, 2 de agosto de 2011

Nascimento nega acusações e reclama da falta de apoio do governo

DE SÃO PAULO

O ex-ministro Alfredo Nascimento (Transportes) afirmou nesta terça-feira (2), ao reassumir seu mandato no Senado, que, em momento algum, pediu ou determinou ação de que pudesse se arrepender.

"Venho aqui com a consciência tranquila. Nos mais de seis anos em que fui ministro, jamais houve um momento em que minha honra e minha lisura tenham sido questionadas. Em momento algum pedi ou determinei ação de que pudesse me envergonhar", disse.


"Como é possível agora ser submetido a julgamento desprovido de provas e de forma tão sumária?", questionou.

Nascimento disse ainda que renunciou ao cargo por não ter recebido apoio do governo. "Diante dos ataques violentos contra mim desferidos, não recebi do governo o apoio que me havia sido prometido pela presidente. Deixei o ministério para que aqui no Senado pudesse esclarecer os fatos e colocar o debate no devido lugar."

Ele afirmou que, quando assumiu o Ministério dos Transportes, a pasta não tinha credibilidade e destacou ter promovido a retomada dos investimentos.

O ex-ministro disse ainda sentir "profundo pesar" ao ver o nome de seu filho envolvido nas denúncias. Segundo ele, o crescimento da empresa de seu filho, que saltou de um capital inicial de R$ 50 mil para mais de R$ 50 milhões no ano seguinte, ocorreu foi decorrente da captação de recursos junto a terceiros.

"O meu filho não é ladrão, eu vou provar porque tenho toda a documentação, vou buscar a correção dessa injustiça que cometeram com meu filho."

Nascimento destacou ainda que os fatos colocados sob suspeição pela imprensa se deram no período em que ele não era ministro. "Deixei o comando da pasta em março de 2010, para lá voltei em janeiro deste ano, para dar continuidade ao trabalho."

"Não gerenciei nem executei o Orçamento de 2010. O ministério que deixei em 2010 é diferente do que encontrei no meu retorno."

MEDIDAS

Nascimento disse que todas as medidas tomadas por ele, como a suspensão de licitações e os afastamentos de auxiliares, foram combinadas com a presidente.

O ex-ministro destacou que sempre combateu irregularidades. "Jamais deixei de determinar investigações."

Ele ainda saiu em defesa de seu partido. "Eu não sou lixo, o meu partido não é lixo, nossos sete senadores não são lixo. Somos homens honrados e queremos que seja apurada, pelo menos, a minha participação como senador da República no Ministério dos Transportes."

"O Partido da República faz parte do processo de mudança conduzido pelo ex-presidente Lula e agora continuado pela presidente Dilma. Fomos o primeiro partido a apoiar a presidente Dilma. Dilma era a pessoa que reunia e reúne as qualidades necessárias para dar continuidade a esse projeto. Continuamos a apoiá-la, convencidos de que é isso o que esperam os nossos eleitores que nos depositaram seus votos e confiança."

Nascimento também defendeu a indicação de nomes pelos partidos. "É uma prática usual em nosso país, mas a aprovação dos nomes exige a aceitação pela Presidência."

"Em momento algum determinei a prática de atos lesivos aos cofres públicos ou agi em nome de interesses partidários. Peço encarecidamente à vossa excelência que promova as investigações cabíveis inclusive sobre a minha pessoa, para que eu possa me defender e receber do Judiciário o reconhecimento da minha inocência."

Lula Marques/Folhapress
O senador e ex-ministro dos Transportes, Alfredo Nascimento, faz pronunciamento na tribuna do plenário do Senado para explicar denúncias

O senador e ex-ministro dos Transportes, Alfredo Nascimento, faz pronunciamento na tribuna do plenário do Senado para explicar denúncias

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