quinta-feira, 13 de outubro de 2011

Meirelles espanta tucanos



Meirelles espanta tucanosFoto: SÉRGIO NEVES/AGÊNCIA ESTADO

PROVÁVEL CANDIDATURA DO EX-PRESIDENTE DO BANCO CENTRAL, HENRIQUE MEIRELLES, A PREFEITO DE SÃO PAULO PELO PSD ROMPE ALIANÇA TRADICIONAL ENTRE O PSDB E O PREFEITO GILBERTO KASSAB; “NÃO TEM SENTIDO A OPOSIÇÃO APOIAR UM EX-INTEGRANTE DO GOVERNO LULA”, DIZ UM LÍDER TUCANO; É MEDO?

13 de Outubro de 2011 às 20:17
247 - Os tucanos acusaram o golpe. A entrada do ex-presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, no tabuleiro da eleição para a Prefeitura de São Paulo, no próximo ano, alterou os humores dos chefes do PSDB. “Não faz sentido um partido de oposição apoiar um ex-membro do governo federal”, resumiu à Agência Estado um político próximo ao governador Geraldo Alckmin. Em outras palavras, está descartada qualquer possibilidade de haver uma aliança entre os tucanos e o PSD se Meirelles, como quer o prefeito Gilberto Kassab, concorrer como cabeça de chapa.
Com receio do verdadeiro estrago que Meirelles possa vir a fazer, pelo PSD, em suas bases de classe média, os tucanos estão mais que assustados. Enquanto José Serra diz não querer e o senador Aloysio Nunes foi, na prática, barrado pela pressão contrária de Alckmin, o certo é que o PSDB está sem um nome forte para concorrer ao cargo de prefeito da maior cidade do País. As alternativas, neste momento, vão de um arco que contempla os secretários Andrea Matarazzo, José Aníbal e Bruno Covas, nenhum deles com densidade eleitoral. Além disso, há um verdadeiro pavor entre os tucanos frente a capacidade de arrecadação de recursos que Meirelles poderá demonstrar. Afinal, ele desenvolveu no BC uma política que promoveu desenvolvimento entre empresas e instituições financeiras, e que poderá ser motivo de retribuição durante a campanha. Existe, ainda, a paúra diante do próprio perfil de Meirelles, que veste o figurino tucano de ponderação e equilíbrio, mas que, pelos petistas, pode ser chamado de companheiro, uma vez que cumpriu oito anos à frente do Banco Central na administração de Luiz Inácio Lula da Silva. Eleitoralmente, Meirelles tem potencial para captar votos tanto nas bases do PSDB como ser aceito por amplos setores, mais moderados, do PT.
Para efeito de versão pública, o comando tucano divulga que, apesar de ter tido uma atuação elogiosa à frente do Banco Central e contribuído para a manutenção da estabilidade econômica e financeira, Meirelles seria um nome ainda pouco conhecido pela população paulistana. Para esses dirigentes tucanos, ouvidos pela AE, sem nunca ter participado de uma disputa para um cargo majoritário, o ex-presidente do BC não conseguiria aglutinar capital político para disputar a sucessão da maior prefeitura do País, a de São Paulo. Na verdade, porém, o que mais os tucanos temem é serem varridos do mapa municipal por um fenômeno eleitoral em torno do ex-presidente do BC.

Nenhum comentário: