terça-feira, 17 de janeiro de 2012

De olho em apoio do PSD, tucanos poupam Kassab



De olho em apoio do PSD, tucanos poupam KassabFoto: DIVULGAÇÃO

OS QUATRO PRÉ-CANDIDATOS DO PSDB PEGAM LEVE COM O PREFEITO DE SÃO PAULO EM DEBATE PROMOVIDO PELO PARTIDO; ANDREA MATARAZZO, RICARDO TRIPOLI, BRUNO COVAS E JOSÉ ANÍBAL APROVEITARAM PARA ELOGIAR AÇÃO NA CRACOLÂNDIA E PUSERAM PROBLEMAS NA ÁREA NA CONTA DO GOVERNO FEDERAL E DO PT

Por Agência Estado
17 de Janeiro de 2012 às 00:26Agência Estado
Em uma tentativa para garantir o apoio do PSD na disputa à prefeitura de São Paulo, os quatro pré-candidatos do PSDB evitaram críticas diretas à gestão do atual prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab. Em debate promovido pelo partido nesta noite com militantes, os tucanos propuseram melhorias à atual administração mas, tentaram poupar o prefeito que tem acenado com a possibilidade de trocar o apoio ao PSDB por uma dobradinha com o PT. No debate, o alvo preferencial dos pré-candidatos foi o PT, em especial o pré-candidato da sigla à prefeitura, Fernando Haddad.
Na semana passada, segundo lideranças tucanas, os pré-candidatos foram recomendados pelo comando municipal do PSDB a adotar um tom mais assertivo no debate de hoje, evitando "fustigar" Kassab.
O deputado federal Ricardo Trípoli, um dos pré-candidatos, foi o mais contundente nas críticas, avaliando que os petistas instituíram "uma democratura", ao não promover prévias para a escolha do candidato do partido. "O adversário parece que não tem proposta e acaba se escondendo", criticou. Ele lembrou que o pré-candidato do PT tem cometido gafes, como, confundir os bairros de Itaim Bibi, na zona nobre de São Paulo com Itaim Paulista, na periferia. "As pessoas nem sabem quem é Fernando Haddad", disse.
Tripoli também criticou o fato de Haddad ter condenado a maneira como foi realizada a operação policial na região da Cracolândia, promovida pelos governos estadual e municipal. "Ele agora vem dar palpite na política de São Paulo", afirmou, durante o debate.
Em outro momento do debate, o secretário estadual da Cultura, Andrea Matarazzo, também pré-candidato do PSDB, condenou o que chamou de uma "politicagem" na questão da segurança da Zona Sul, da capital paulista, em uma referência a integrantes da oposição. "Nós precisamos libertar a região Sul de toda essa politicagem", disse. O debate ocorreu no bairro de Santo Amaro, na Zona Sul, com a presença de cerca de 200 militantes, segundo os organizadores.
Os pré-candidatos propuseram melhorias nas áreas de transporte, saúde, educação e segurança pública.
Os quatro pré-candidatos do PSDB à prefeitura de São Paulo saíram em defesa da operação da Polícia Militar na Cracolândia, coordenada pelos governos estadual e municipal. Eles conversaram com a imprensa antes do debate promovido nesta noite pelo PSDB paulistano com militantes da Zona Sul da capital paulista. Os tucanos, que avaliaram a operação policial como correta, criticaram o PT por não ter enfrentado o problema durante a época em que administraram a prefeitura de São Paulo (2001 a 2004) e atacaram o governo federal que, segundo eles, não conseguiu impedir que o crack entrasse pelas fronteiras nacionais. A operação policial foi elogiada também pelo presidente municipal do PSDB, Julio Semeghini, para quem a iniciativa "resgata pessoas que foram abandonadas" no centro da capital paulista.
O pré-candidato e secretário estadual da Cultura, Andrea Matarazzo, capitaneou a defesa à operação de ocupação da Cracolândia, ressaltando que, para os traficantes, é necessário um "tratamento policial". "Há uma questão que é o traficante e outra que é o dependente. São duas coisas diferentes", afirmou. "Para o traficante, o tratamento é policial, impedindo que ele ocupe a área e, ao mesmo tempo, é necessário dar um tratamento adequado aos dependentes químicos", disse. Matarazzo lembrou que a ação policial se tornou polêmica porque há, "oportunistas de plantão", referindo-se à oposição. "Os cavaleiros do apocalipse que gostam de politizar a tragédia alheia", criticou. Segundo ele, a administração do PT frente à prefeitura de São Paulo consolidou o crack na região central da cidade. "Eles hoje vem reclamar de que se está fazendo errado, mas podiam ter feito naquela época."
O deputado federal Ricardo Trípoli afirmou que a gestão do PT à frente do governo federal não fez "absolutamente nada" para evitar o tráfico de entorpecentes. "O crack não é um produto oriundo do Brasil e as nossas fronteiras estão escancaradas", disse. Segundo ele, o que os governos municipal e estadual estão fazendo atualmente é tentar "corrigir" algo que aconteceu há muito tempo. "Não adianta dizer que a culpa é da prefeitura ou do governo, se o governo federal não fez a lição de casa", afirmou Trípoli.
Os secretários estaduais do Meio Ambiente, Bruno Covas, e da Energia, José Aníbal, e também pré-candidatos do PSDB, negaram que a ação policial tenha sido "desastrada", como criticou o pré-candidato do PT, ministro Fernando Haddad. Eles lembraram que o governo federal poderia ajudar os dependentes químicos, ao incluir no Sistema Único de Saúde (SUS) a internação médica para combater a dependência. "Essa ação firme tem ajudado muito a enfrentar o problema e nós queremos a participação do governo federal", disse Covas. "O governo do PT não permite a internação dos dependentes químicos, o que não contribuiu em nada até aqui", reforçou Aníbal.

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