quinta-feira, 26 de janeiro de 2012

PMDB ameaça Dilma



PMDB ameaça DilmaFoto: Divulgação

GOVERNO NÃO VAI COMPRAR BRIGA COM 'MAIOR PARTIDO DO BRASIL', DESAFIOU O DEPUTADO HENRIQUE ALVES. A SIGLA ESTÁ IRRITADA COM A POSSÍVEL DEMISSÃO DE APADRINHADO QUE COMANDA ÓRGÃO FEDERAL DE COMBATE À SECA

26 de Janeiro de 2012 às 04:28
247 - O PMDB desafiou ontem o Planalto a demitir o apadrinhado da legenda que comanda órgão federal de combate à seca, Elias Fernandes Neto. O recado foi dado pelo líder da bancada de deputados federais do PMDB, Henrique Eduardo Alves (RN), que é o candidato oficial da base governista a comandar a Câmara a partir de 2013.
"O governo vai brigar com metade da República, com o maior partido do Brasil? Que tem o vice-presidente da República, 80 deputados, 20 senadores? Vai brigar por causa disso? Por que faria isso?", questionou Alves, responsável pela indicação sob ameaça de exoneração.
No centro da crise está o diretor-geral do Dnocs (Departamento Nacional de Obras Contra a Seca), Elias Fernandes, filiado ao PMDB.
O governo cogita tirá-lo depois que a CGU (Controladoria-Geral da União) apontou desvios de R$ 312 milhões na estatal e o favorecimento no repasse de verbas ao estado de Elias Fernandes Neto, o Rio Grande do Norte. O Departamento Nacional de Obras contra as Secas (Dnocs) também pagou R$ 9,3 milhões por serviços de uma consultoria de engenharia, que, de acordo com a CGU, teria apenas repetido informações que a autarquia já dispunha. Os pagamentos à Hydras Engenharia e Planejamento Ltda, com sede em Salvador, foram feitos entre 2008 e 2010 e, segundo a diretoria do Dnocs, R$ 800 mil estão retidos por suspeitas de irregularidades. Em documento oficial, a diretoria-geral do Dnocs afirma que a direção de infraestrutura hídrica, comandada até 2011 por Cristina Peleteiro, uma engenheira indicada pelo ex-ministro Geddel Vieira Lima (PMDB-BA), pressionava pela efetivação dos pagamentos e teria se negado a calcular o tamanho do prejuízo.
O Dnocs é vinculado ao ministro Fernando Bezerra (Integração), do PSB, que confirma a informação de que haverá mudanças no órgão. "Se fosse assim, o Fernando Bezerra tinha sido demitido; o Fernando Pimentel [Desenvolvimento] tinha sido demitido; o Paulo Bernardo [Comunicações] tinha sido demitido. Mas não. Apresentaram suas explicações, convenceram, com nosso apoio inclusive, e ficaram", disse Alves, que exige o mesmo tratamento.
O PMDB é o principal aliado do PT na coalizão de Dilma Rousseff e foi um dos fiadores do governo em votações polêmicas de 2011, como a do Código Florestal.
O próximo foco de conflito com a legenda será a Petrobras. Segundo peemedebistas, o ministro das Minas e Energia, Edison Lobão (PMDB), já foi informado da exoneração do presidente da Transpetro, o ex-senador Sérgio Machado, indicado por Renan Calheiros (AL), líder do PMDB no Senado. (Com informações da Folha)

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