terça-feira, 24 de abril de 2012

CPI terá foco nas relações de Cachoeira com políticos, diz relator


MÁRCIO FALCÃO
DE BRASÍLIA

Escolhido para relatar a CPI mista do Cachoeira no Congresso, o deputado Odair Cunha (PT-MG) afirmou nesta terça-feira (24) que "não se trata de uma investigação que necessariamente vá para cima do Planalto ou de qualquer membro do governo".

Segundo ele, as apurações serão centralizadas nas relações do empresário de jogos ilegais Carlos Cachoeira com políticos. Cunha negou que o fato de ser vice-líder do governo na Câmara represente algum impedimento para exercer a relatoria.

"Todos nós aqui temos relações com o governo Dilma. É importante termos clareza que estamos investigando Carlinhos e suas relação. Não se trata de uma investigação que necessariamente vá para cima do Planalto ou de qualquer membro do governo. Queremos investigar o fato determinado que originou a CPI", disse.

E completou: "se no curso das investigações [surgir algum governistas], a partir das investigações, do indicio das provas, vamos produzir investigação doa a quem doer", afirmou.

Um assessor do Planalto, Olavo Noleto, teve contato com um dos principais interlocutores do grupo de Cachoeira. Integrantes da construtora Delta, maior empresa que mais recebeu dinheiro do Executivo federal desde 2007, também são citados nas investigações da Polícia Federal.

Cunha foi confirmado hoje pela bancada de PT para a relatoria. O relator é o principal cargo pois dita o ritmo das investigações.

Ele negou ter ocorrido veto do Planalto ao nome do deputado Cândido Vaccarezza (PT-SP), que, ao lado Paulo Teixeira (SP), também estavam na disputa.

"Desconheço [o veto] até porque Vaccarezza foi líder, tem respeito da bancada. Não é veto. É uma questão de conjuntura e momento", disse.

O relator afirmou ainda que não pode ser considerado mais fiel que os outros colegas petistas. "Não sou nem mais nem menos governista do que qualquer deputado da bancada do PT."

O CASO

A CPI vai investigar a relação do empresário de jogos ilegais com políticos, servidores públicos e empresários.

Cachoeira, foi preso no dia 29 de fevereiro, durante a Operação Monte Carlo, da Polícia Federal, que desarticulou organização que explorava máquinas de caça-níqueis no Estado de Goiás. Escutas realizadas pela PF revelaram o envolvimento de políticos como o senador Demóstenes Torres (sem partido-GO, ex-DEM) e o governador de Goiás Marconi Perillo (PSDB), entre outros.

As gravações revelaram ainda o envolvimento de servidores públicos do Incra e de funcionários dos governos estaduais de Goiás e do Distrito Federal, além de suspeitas de favorecimento à construtora Delta, maior recebedora de recursos doExecutivo federal nos últimos três anos e que teria enviado dinheiro para empresas fantasmas de Cachoeira.

Sérgio Lima - 22.set.2011/Folhapress
Petista Odair Cunha vai relatar CPI do caso Cachoeira
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