Evangélicos apoiam Serra e complicam Haddad ainda mais
MAIOR GRUPO DA ASSEMBLEIA DE DEUS, IGREJA EVANGÉLICA PENTECOSTAL COM 8,7 MILHÕES DE FIÉIS NO PAÍS, DECLARA APOIO AO CANDIDATO TUCANO EM SÃO PAULO; COM LULA MENOS ATUANTE NA CAMPANHA, O PETISTA TEM GRANDE DESAFIO PARA SAIR DOS 3% REGISTRADOS PELO DATAFOLHA
247 – O cenário político acaba de ficar ainda mais difícil para o pré-candidato petista à Prefeitura de São Paulo, Fernando Haddad. A Convenção Geral da Assembleia de Deus no Brasil, maior braço da igreja evangélica no País, declarou apoio à candidatura do tucano José Serra nesta segunda-feira 16. A igreja é a maior denominação evangélica pentecostal brasileira e, segundo o Censo de 2000, possui 8,7 milhões de fiéis. Em 2010, quando foi candidato à presidência da República, José Serra também recebeu apoios dos pastores José Wellington Bezerra da Costa, presidente nacional da convenção, e Silas Malafaia, que já tinha declarado apoio ao PV de Marina Silva naquele ano, mas mudou de opinião quando o partido colocou em debate a liberação do aborto e da maconha.
Com esse apoio de peso ao tucano, os organizadores da campanha de Haddad precisam se esforçar ainda mais para que o petista, acusado por adversários de ser inseguro nos discursos e de não conhecer com propriedade a capital paulista, angarie mais votos. Atualmente, o ex-ministro da Educação possui 3% das intenções de voto segundo a última pesquisa realizada pelo Instituto Datafolha e, para piorar, imagens ruins dos problemas enfrentados no período em que foi ministro. Entre eles, a fraude e má organização do Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) e o quase lançamento do “kit gay”, que não chegou a ir para as escolas, mas serve de prato cheio como crítica da comunidade evangélica.
Já o pré-candidato do PMDB, Gabriel Chalita, possui o apoio dos católicos – ele é parceiro dos padres Marcelo Rossi e Fábio de Melo em lançamentos de livros – e dos evangélicos – já conseguiu os apoios formais do Partido Trabalhista Cristão (PTC) e do Partido Social Cristão (PSC). Além de ter os votos dos eleitores que não simpatizam nem com o PT nem com o PSDB. Com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva menos atuante na campanha deste ano por conta do tratamento que fez contra um câncer na laringe, Haddad parece ter pela frente um teste de fogo.
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