Por Eliomar Coelho
Em recente entrevista, o engenheiro responsável pela reforma do Maracanã, Ícaro Moreno Jr., tenta justificar a reforma do estádio. Seus argumentos, porém, não convencem. Ele defende abertamente que é necessário “jogar o jogo da Fifa”. Pois é aí, justamente, que mora o perigo.
Para realizar a Copa do Mundo é necessário um investimento enorme para atender as exigências do caderno de encargos da Fifa. A cada Copa que passa, as exigências vêm aumentando. E os elefantes brancos, herdados pelas cidades que gastam fortunas para construir estádios, também. A África do Sul, palco do último encontro mundial das seleções, que o diga.
O Brasil, infelizmente, está no mesmo caminho. Vejam o exemplo de Manaus. Lá, os times locais sequer disputam a Segunda Divisão do Campeonato Brasileiro e os seus jogos não mobilizam mais do que uma dezena de milhares de espectadores. Muito pouco, se compararmos a um estádio de, no mínimo, 45.000 lugares, que a Fifa exige para sediar um dos grupos da competição. No entanto, Manaus foi escolhida e está gastando muito dinheiro para construir um estádio novinho em folha. Vale a pena? Qual a utilização que será dada ao estádio após a realização da Copa?
Uma coisa é certa. Só a Fifa lucra com o megaevento. Na última Copa, os ganhos com a venda de transmissão dos jogos e receitas de marketing ultrapassaram os 4 bilhões de dólares. A Fifa não gasta, recolhe. Quem põe a mão no bolso para pagar obras que atendam aos parâmetros estabelecidos pelos cartolas da entidade é o erário. E haja dinheiro. Isto sim é que é “jogar o jogo da Fifa”.
A farsa – ou farra? – começou há dois anos. Por ocasião da escolha do Brasil como país-sede, o presidente da CBF, Ricardo Teixeira, afirmou, para justificar o alto investimento exigido pela Fifa, que a Copa seria viabilizada com grana da iniciativa privada. Onde está esse dinheiro? Alguém viu algum empresário se mexer? Até agora, no entanto, o que se vê é a iniciativa privada ganhar muito dinheiro público para tocar as obras.
Esta é a lógica que move os megaeventos: apropriação, pelo grande capital, dos espaços e recursos públicos. E a coisa vai piorar, conforme as datas dos eventos se aproximem e as obras, para variar, continuem atrasando. Pronto, está criada a desculpa para novo aporte de recursos estatal. Este filme é velho – já o vimos no Pan de 2007 – e está sendo reprisado por conta da Copa de 2014 a as Olimpíadas de 2016. A reforma criminosa e milionária do Maracanã é um dos mais perversos exemplos.
A Fifa, entidade secular, tem sido envolvida em vários escândalos. O último foi por conta de supostas compras de votos de alguns de seus dirigentes para a escolha das sedes das próximas Copas. Alguma coisa foi apurada? Nada.
E por quê? Porque a velha senhora dona Fifa não reconhece qualquer ação movida na justiça comum que diga respeito a seus assuntos internos. Por exemplo, o time que ousar recorrer à justiça dos mortais para defender seus direitos é ameaçado de banimento de todas as competições. Nem a ONU tem tanta autonomia e poder.
Pois é esta entidade que vai “governar” nosso país durante a realização da Copa. A cessão temporária da soberania nacional à Fifa, que poderá exercer as funções de governo interventor no período, é uma das exigências dos encargos da Copa.
Ou seja, em última instância, os estados que abrigarem os jogos da Copa serão comandados pelo Sr. Josepp Blatter, presidente reeleito da entidade máxima do futebol. Aqui, cabe o velho ditado: se correr o bicho pega, se ficar o bicho come.
Para realizar a Copa do Mundo é necessário um investimento enorme para atender as exigências do caderno de encargos da Fifa. A cada Copa que passa, as exigências vêm aumentando. E os elefantes brancos, herdados pelas cidades que gastam fortunas para construir estádios, também. A África do Sul, palco do último encontro mundial das seleções, que o diga.
O Brasil, infelizmente, está no mesmo caminho. Vejam o exemplo de Manaus. Lá, os times locais sequer disputam a Segunda Divisão do Campeonato Brasileiro e os seus jogos não mobilizam mais do que uma dezena de milhares de espectadores. Muito pouco, se compararmos a um estádio de, no mínimo, 45.000 lugares, que a Fifa exige para sediar um dos grupos da competição. No entanto, Manaus foi escolhida e está gastando muito dinheiro para construir um estádio novinho em folha. Vale a pena? Qual a utilização que será dada ao estádio após a realização da Copa?
Uma coisa é certa. Só a Fifa lucra com o megaevento. Na última Copa, os ganhos com a venda de transmissão dos jogos e receitas de marketing ultrapassaram os 4 bilhões de dólares. A Fifa não gasta, recolhe. Quem põe a mão no bolso para pagar obras que atendam aos parâmetros estabelecidos pelos cartolas da entidade é o erário. E haja dinheiro. Isto sim é que é “jogar o jogo da Fifa”.
A farsa – ou farra? – começou há dois anos. Por ocasião da escolha do Brasil como país-sede, o presidente da CBF, Ricardo Teixeira, afirmou, para justificar o alto investimento exigido pela Fifa, que a Copa seria viabilizada com grana da iniciativa privada. Onde está esse dinheiro? Alguém viu algum empresário se mexer? Até agora, no entanto, o que se vê é a iniciativa privada ganhar muito dinheiro público para tocar as obras.
Esta é a lógica que move os megaeventos: apropriação, pelo grande capital, dos espaços e recursos públicos. E a coisa vai piorar, conforme as datas dos eventos se aproximem e as obras, para variar, continuem atrasando. Pronto, está criada a desculpa para novo aporte de recursos estatal. Este filme é velho – já o vimos no Pan de 2007 – e está sendo reprisado por conta da Copa de 2014 a as Olimpíadas de 2016. A reforma criminosa e milionária do Maracanã é um dos mais perversos exemplos.
A Fifa, entidade secular, tem sido envolvida em vários escândalos. O último foi por conta de supostas compras de votos de alguns de seus dirigentes para a escolha das sedes das próximas Copas. Alguma coisa foi apurada? Nada.
E por quê? Porque a velha senhora dona Fifa não reconhece qualquer ação movida na justiça comum que diga respeito a seus assuntos internos. Por exemplo, o time que ousar recorrer à justiça dos mortais para defender seus direitos é ameaçado de banimento de todas as competições. Nem a ONU tem tanta autonomia e poder.
Pois é esta entidade que vai “governar” nosso país durante a realização da Copa. A cessão temporária da soberania nacional à Fifa, que poderá exercer as funções de governo interventor no período, é uma das exigências dos encargos da Copa.
Ou seja, em última instância, os estados que abrigarem os jogos da Copa serão comandados pelo Sr. Josepp Blatter, presidente reeleito da entidade máxima do futebol. Aqui, cabe o velho ditado: se correr o bicho pega, se ficar o bicho come.
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