domingo, 30 de outubro de 2011

"Faxina" de Aldo esbarra em "paredão" comunista



Foto: Antônio Cruz/Agência Brasil

NOVO MINISTRO RECEBEU DE DILMA A ORDEM PARA ACABAR COM O APADRINHAMENTO, MAS NÃO É ASSIM QUE PENSA O SEU PARTIDO

Por Agência Estado
30 de Outubro de 2011 às 14:27Agência Estado
A "faxina" exigida pela presidente Dilma Rousseff no Ministério do Esporte obriga o novo titular da pasta, Aldo Rebelo, a mexer num "paredão" de comunistas, boa parte composta por ex-dirigentes da União Nacional dos Estudantes (UNE), alocados em áreas estratégicas e suspeitos de desvio de recursos públicos. Aldo vive um dilema. Recebeu a ordem da presidente para mudar o comando da pasta, mas sabe que as trocas em meio a um escândalo de corrupção respingam nas pretensões eleitorais do PC do B em 2012.
A tropa do partido dentro do ministério não é técnica, mas política e com objetivos concretos na disputa municipal do ano que vem. São dirigentes regionais e nacionais da legenda, homens de comando do PC do B nos Estados, que agora temem a exposição pública. Temem ainda ser demitidos a partir de amanhã, quando Aldo Rebelo toma posse, numa "faxina" semelhante à que ocorreu no Ministério dos Transportes em julho.
Por enquanto, Aldo Rebelo só confirmou a saída do secretário executivo, Waldemar Souza, do PC do B do Rio - uma espécie de número dois da pasta. Há pelo menos mais sete pessoas que podem entrar na forca após a queda de Orlando Silva: Wadson Ribeiro, Ricardo Capelli, Ricardo Gomyde, Alcino Reis Rocha, Fábio Hansen Vicente José de Lima Neto e Antonio Fernando Máximo.
Desses, apenas um tem o respaldo do Palácio do Planalto para continuar: Alcino Rocha, secretário nacional de Futebol, que tem atribuições ligadas à Copa de 2014. Para o governo, Alcino está desvinculado do esquema montado no ministério e Aldo Rebelo já foi avisado que, se quiser, poderá mantê-lo. Alcino foi quem assinou um convênio de R$ 6,2 milhões, em dezembro de 2010, com um sindicato de cartolas para um projeto de cadastramento de torcedores que não sai do lugar. O Estado publicou reportagem, em agosto, em que o presidente do Sindicato das Associações de Futebol (Sindafebol), Mustafá Contursi, admitia que a entidade não tinha estrutura para tocar o convênio.

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