sábado, 12 de novembro de 2011

A cartada de Alckmin



Ciente da dificuldade de lançar Serra à disputa paulistana, governador pode recorrer a tucano que ameaçou deixar o partido

Pedro Marcondes de Moura

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SOLUÇÃO
Alckmin acredita na capacidade de Feldman para unificar o PSDB
Uma carta na manga do governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, pode mudar os rumos do jogo eleitoral paulistano. A 9.486 quilômetros da capital paulista, o secretário municipal da Articulação de Grandes Eventos, Walter Feldman, já se prepara para deixar o apartamento alugado em que vive há seis meses no bairro de Chelsea, em Londres. Oficialmente, sua missão de observador dos preparativos para os Jogos Olímpicos de 2012 chegou ao fim. Seu retorno, no entanto, já é visto por alguns líderes tucanos como uma solução para o labirinto em que se meteu o partido na sucessão municipal paulistana. No partido, Alckmin nunca escondeu o desejo de empurrar o ex-governador José Serra para a disputa da prefeitura. Mas, diante da notória dificuldade, Feldman é visto como uma espécie de plano B. Por ser ligado à velha guarda do partido, ele é um dos poucos nomes do PSDB em condições de pacificar a legenda e ser ungido candidato. “Não há dúvidas de que, se alguém conseguir unir Serra e Alckmin, todos os pré-candidatos saem do páreo”, analisa um deputado estadual do PSDB. Atualmente, a legenda tem quatro inscritos para disputar as prévias, ainda sem data marcada.

O maior obstáculo para a candidatura de Feldman pelo PSDB foi removido. O secretário municipal, para a maioria dos políticos, havia abandonado as fileiras tucanas antes de embarcar para Londres. O próprio chegou a anunciar a decisão há cerca de dois meses. Porém, segundo apurou ISTOÉ, mesmo sendo aliado de primeira hora do prefeito Gilberto Kassab, Feldman permanece filiado ao PSDB, partido do qual foi fundador. Na última semana, emissários de Alckmin sondaram o interesse do secretário, que ficou de analisar o convite. Em público, os envolvidos negam qualquer tratativa. Mas a articulação está em pleno curso. A jogada atenderia a diversos interesses. Com o apoio a Feldman, homem de confiança da dupla Kassab e Serra, Alckmin mantém o partido no comando da coligação municipal, aproxima-se do PSD e ainda agrada aos tucanos históricos. Para o prefeito de São Paulo, que viajará pela Europa ao lado de Feldman no fim do mês, a candidatura do secretário seria a alternativa mais viável para deixar um sucessor de sua confiança à frente da administração municipal.

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