Equipada para guerra, embarcação brasileira chega ao Líbano para patrulhar área de conflito que também envolve Israel e Síria
Adriana NicacioA tarefa não será fácil. Todo o ambiente é inóspito e novo para a Marinha brasileira. O Líbano tem seu território cercado por Israel e Síria, adversários históricos que ainda hoje disputam a demarcação das fronteiras entre si. Por isso, apesar de não ser uma das exigências da ONU, a fragata União (F-45) estará equipada para guerra. Militares brasileiros lembram que, na região, em 8 de junho de 1967, dois esquadrões de caças israelenses bombardearam um navio americano de coleta de dados. Mais recentemente, em 31 de maio de 2010, Israel atirou contra um comboio de navios em missão humanitária que iam para Gaza, na Palestina.
A Marinha acredita que a fragata brasileira está bem preparada e foi modernizada antes de partir para o Oriente Médio. Quatro novos sistemas de comunicação foram instalados. Cada borda da ponte de comando recebeu um tripé fixo para sustentar um sistema LRAD, arma acústica de grande potência. E todas as metralhadoras foram testadas.
Ao atracar em Beirute, na segunda-feira, os tripulantes ficarão baseados dentro do navio até que um grupo reduzido verifique o nível de segurança. E, sempre que forem ao continente, vestirão uniforme camuflado em vez da tradicional farda cinza. O macacão operacional será antichamas, o primeiro na história da Marinha. Na sexta-feira 18, quatro dias após a chegada da fragata União, desembarcam no Líbano o vice-presidente, Michel Temer, e o ministro da Defesa, Celso Amorim.
Desde o início de suas operações em 15 de outubro de 2006, a Maritime Task Force abordou mais de 35 mil navios e encaminhou cerca de 900 embarcações suspeitas às autoridades libanesas para novas inspeções. À fragata União caberá realizar patrulhas mais longas fora das 12 milhas marítimas do mar territorial do Líbano.
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