Segunda indicação de Dilma Rousseff para o Tribunal, Rosa Weber tem perfil que pode virar o jogo a favor da ala considerada mais progressista do Supremo
Octávio CostaMUDANÇA DE LINHA
Rosa diz que todo juiz deve pensar nos efeitos sociais de sua decisão sobre a sociedade
Não se trata de uma mudança rotineira. A chegada de Rosa Weber ao STF altera o equilíbrio da balança na mais alta corte da Justiça brasileira. Ellen Gracie costumava se aliar à ala “legalista” do tribunal, como são chamados os ministros que definem seus votos estritamente pela letra fria da lei. Com Ellen, o lado de perfil mais conservador geralmente prevalecia nos julgamentos, somando seis votos contra cinco dos juízes qualificados como “humanistas” – aqueles que preferem interpretar as leis levando em conta as demandas sociais do País. Com a aposentadoria de Ellen Gracie, os empates vinham sendo comuns nos julgamentos do STF. Por esta razão, inclusive, o presidente do STF, Cezar Peluso, pressionava para que a presidente Dilma Rousseff definisse logo a nomeação de um novo ministro. Rosa Weber, reconhecida entre seus pares como uma juíza mais progressista, não vai apenas desempatar as votações, mas tende a virar o jogo em favor dos “humanistas”. A posse da nova ministra, prevista para fevereiro, poderá representar uma guinada expressiva no STF.
Formada pela UFRGS em 1971, Rosa deu seus primeiros passos na carreira como inspetora do Ministério do Trabalho. Em 1976, passou em concurso para juíza trabalhista e, dez anos depois, chegou a desembargadora por merecimento. Em fevereiro de 2006, foi nomeada para o TST pelo então presidente Lula. Mãe de dois filhos, Rosa defendeu a estabilidade da gestante no emprego, mesmo quando a gravidez for revelada durante o aviso prévio. E é favorável à licença de cinco meses após o parto. Também votou contra a submissão de trabalhadores a exames toxicológicos por parte das empresas, sem o devido consentimento.
Nenhum comentário:
Postar um comentário