quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

Bastou um livro para desnudar a simbiose da velha mídia com os esquemas do PSDB




Editorial do blog


Lançado com estardalhaço na blogosfera e chamada de capa na revista carta capital, o livro a Privataria Tucana, mereceu o silêncio cúmplice da velha mídia aliada dos governos tucanos, sobre os quais ergue uma redoma para não falar da corrupção que eles também praticam e não discutir um passivo que até hoje permanece guardado como esqueleto no armário, herança maldita de um governo que espoliou as riquezas da nação, num processo eivado de vícios e falcatruas, agora trazido a público pela dedicação e esforço pessoal do jornalista Amaury Ribeiro Jr ao tema.

A importância do livro não se resume à discussão do processo de privatização em si, haja visto que formalmente pode se dizer, transcorreu dentro de um arcabouço legal, com aprovação no congresso nacional da lei que instituiu o Programa Nacional de Desestatização, com emendas à constituição permitindo a quebra do monopólio estatal. O que realmente interessa no livro é a riqueza de detalhes apresentada pelo autor, por meio de uma farta documentação, demonstrando o modo pelo qual foi arquitetado o maior esquema de corrupção jamais visto no Brasil para saquear os cofres públicos e enriquecer aqueles que a planejaram se utilizando da estrutura do Estado e de recursos públicos para financiarem um esquema que beneficiou um grupo seleto de empresários que passaram a explorar empresas estatais estratégicas nas áreas de comunicação, energia, transportes e minérios.

O erro da velha mídia foi achar que ignorando o livro, ficaria encalhado na editora. Ainda seguiam de perto a máxima: "Só é notícia aquilo que publicamos". Não contavam com um exército de guerrilheiros virtuais que bombardearam a rede mundial de computadores com a divulgação do livro, denunciando o caráter faccioso da velha mídia que desmascarada pelo modus operandi de só denunciar a corrupção dos governos petistas e fazer vistas grossas para a bandalheira dos governos tucanos ficou numa grande saia justa de ignorar o livro e ter que colocá-lo em suas listas de mais vendidos, sem ter feito uma resenha ou campanha publicitária de pré lançamento, praxe para os livros que costumam causar grandes controvérsias.

Assim, A Privataria Tucana aparecia na livraria da Folha, em primeiro lugar em vendas, na lista dos mais vendidos de Veja, sem sequer ser anunciado nestes veículos. Emparedados pela cobrança de seus próprios leitores, perceberam que não poderiam mais encobrir um dos maiores fenômenos editoriais de todos os tempos no Brasil  passaram então a escalar um séquito de jagunços de reputação, travestidos de jornalistas, para os ataques sórdidos, para a desqualificação do autor, comparando a obra ao dossiê Cayman e a lista de Furnas reforçando o indiciamento de Amaury Ribeiro pela PF por crimes que o jornalista nega e que sequer é objeto de apreciação na justiça posto que não foi ainda oferecida denúncia pelo MPF.

A emenda tornou-se pior do que o soneto. Logo as listas de discussão na internet cuidaram de desmascarar mais esta farsa. Amaury é jornalista de escol, laureado com os principais prêmios do jornalismo brasileiro. Três Essos e Quatro Vladimir Herzog de jornalismo, as maiores láureas que um jornalista pode almejar. Merval Pereira que vive a desqualificar Amaury depois que o livro A Privataria foi publicado, é um dos tais que conhece a índole do jornalista, tanto que em seu discurso de posse na ABL cuidou de recordar de uma passagem que segundo o próprio lhe traz grande orgulho e tem haver com uma reportagem feita por Amaury que resultou na consecução de um prêmio Esso quando Merval era diretor de redação de o Globo e Amaury seu subordinado. Dai abatrai-se que Amaury não pode ter se tornado um crápula da noite para o dia, até porque passou também pela Istoé, o estado de São Paulo e outras grandes redações, hoje trabalhando na Rede Record de Televisão. 

Fica provado que para ser jornalista de um grande meio de comunicação nos dias sombrios que correm é preciso vender a alma, meter as mãos na sujeira, ter estômago para fazer o necessário: trabalhar diuturnamente com o fim de tirar esses "petralhas do poder". Se marchar em direção contrária, cairá na desgraça e o passado de glória será rapidamente enviado às calendas.

Comparar o livro de Amaury ao dossiê Cayman ou a lista de Furnas é querer dá um tratamento de idiota a quem ocupa seu precioso tempo informando-se através desses veículos partidarizados que há muito deixaram de praticar jornalismo para fazer militância política. O dossiê Cayman era um amontoado de papéis falsificados, grosseiramente para incriminar o tucanato de alta plumagem com base em documentação que não tinha a menor veracidade e não poderia resistir a uma perícia superficial para comprovar sua autenticidade, tanto que foi oferecida ao PT e imediatamente recusada. A lista de Furnas porém foi periciada e sua autenticidade atestada por um perito da policia federal. A controvérsia rola nos tribunais. A revista de esgoto saiu-se com reportagem dias antes do lançamento do livro de Amaury para desviar a atenção, fazendo afirmações injuriosas a autenticidade da lista escudada em escuta telefônicas vazadas pela ala tucana da PF. No livro do Amaury há mais de cem páginas com documentos públicos oriundos de cartórios, juntas comerciais, processos judiciais e da CPI do banestado. Se falsos fossem já teriam sido desmascarados.

Afirmar que o material investigado por Amaury não tem valor porque ele foi indiciado pela polícia federal é mais uma leviandade que faz a velha mídia cair no ridículo. Se assim é, então o que dizer das denúncias escandalosas de Rubnei Quícoli um meliante condenado que emergiu do submundo para as páginas de Veja durante as eleições passadas acusando a ministra chefe da casa civil Erenice de haver praticado tráfico de influência com a conivência da então candidata Dilma num esforço claro de turbinar a candidatura natimorta de Serra? Ou o PM João Dias preso na operação Shaolim por desvio de recursos do Ministério do Esporte que a semelhança de Quícoli apareceu na capa de Veja acusando o ministro Orlando Silva? Acusações de indiciados só servem para incriminar aqueles que estão no governo do PT? Quando incrimina o outro lado é imprestável? Qualquer rábula sabe que indiciamento não é condenação, de fato nem coloca o indiciado na condição de réu, já que isto se dá depois de uma análise minuciosa do inquérito policial por parte do Ministério Público que pode pedir mais investigação, arquivar ou oferecer a denúncia. Só depois de aceita a denúncia é que o indiciado passa a ser réu, o que ainda não é o caso de Amaury, mas é o de verônica Serra, filha de Serra que é réu em processo por quebra de sigilo fiscal e bancário de mais de 60.000,000 de brasileiros, fato este cuidadosamente escondido pela velha mídia do seu público alienado.

De sorte que a rede mundial de computadores quebrou um paradigma: Pela primeira vez na história desse país um livro alcança uma tiragem de 120.000,00 exemplares vendidos, em menos de 15 dias, sem merecer um rascunho nas páginas da velha mídia. Pela primeira vez uma CPI já protocolizada na presidência da câmara pelo deputado Protógenes Queiroz, com as assinaturas todas checadas e conferidas com perspectiva de ser instalada em fevereiro, sem ter saído de uma denúncia da velha mídia. O mundo virtual transpôs um enorme obstáculo. A informação agora pertence a todos e não mais a um monopólio que faz militância política e não trata a informação como bem público que pertence a sociedade. A partidarização da velha mídia inverteu uma máxima da publicidade, um dogma sagrado desse segmento de mercado, a propaganda é a alma do negócio. Não, a contrapropaganda é que foi a alma do negócio para deleite de Amaury e a editora que publicou seu livro, vendendo a rodo.

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