Foto: VALTER PONTES/AGÊNCIA ESTADO
MINISTRO DAS CIDADES FEZ DIVERSOS ELOGIOS A AÉCIO NEVES, A QUEM CHAMOU DE "AMIGO" E, APONTADO COMO "VÍTIMA" PREFERENCIAL DA REFORMA MINISTERIAL DE DILMA, DISSE QUE FICARÁ NO GOVERNO ENQUANTO ESTIVER "CONFORTÁVEL"
O ministro das Cidades, Mário Negromonte, fez hoje diversos elogios ao senador Aécio Neves (PSDB-MG), a quem chamou de "amigo", e a seu sucessor no governo de Minas Gerais, o também tucano Antonio Anastasia. O ministro participou de assinatura de termo de adesão do Estado à segunda etapa do programa Minha Casa Minha Vida e recebeu de Anastasia afagos na mesma proporção. Em discurso para dezenas de prefeitos ao lado do governador mineiro Negromonte declarou ter "admiração muito grande" por Aécio, de quem foi "companheiro no Congresso Nacional".
O ministro afirmou ainda que a gestão tucana no Estado "dá um show de administração", classificada por ele como "moderna e competente". Aécio tenta viabilizar sua candidatura à Presidência pelo PSDB em 2014 e, apesar de o PP, partido de Negromonte, integrar a base do governo federal, o tucano contou com o apoio da legenda em seus oito anos à frente do governo mineiro. Atualmente, o progressista Alberto Pinto Coelho, presidente da Assembleia Legislativa no fim do mandato de Aécio no Executivo, ocupa o cargo de vice-governador.
"É isso que a sociedade quer. O País só pode crescer se tiver um bom presidente da República. E os Estados, se tiverem bons governadores", declarou o ministro. Negromonte ainda pediu uma salva de palmas para o governador tucano e disse que seu Ministério e o governo federal são "parceiros" do Executivo mineiro porque "reconhece o dinamismo e a competência" da administração tucana. Anastasia respondeu também com elogios à "cooperação" do governo federal "independentemente de cores partidárias". "Partidos de oposição como o meu publicamente agradecem a postura republicana da presidente Dilma", salientou o tucano.
Envolvido em denúncia de irregularidade com projeto para a Copa de 2014 em Cuiabá, o ministro evitou o assunto durante a solenidade, mas depois afirmou que "não tem agonia" em relação às explicações que dará na Comissão de Meio Ambiente, Defesa do Consumidor e Fiscalização e Controle do Senado no dia 8. O jornal O Estado de S. Paulo revelou que uma fraude em um parecer técnico permitiu a alteração de um projeto de implantação de uma linha rápida de ônibus (BRT) pela construção de um Veículo Leve sobre Trilhos (VLT) em Mato Grosso para a Copa do Mundo de 2014, mudança que encareceu a obra em R$ 700 milhões.
Hoje, o ministro disse ser "natural" a alteração de projetos, como ocorreu em Mato Grosso. "Ministros do Supremo divergem de opinião, quanto mais técnicos", afirmou, referindo-se à diferença nos pareceres. "A questão de mudança de modal é natural. O programa está sendo implantado agora, vai ser licitado ainda. Não tem agonia. Quem estiver preocupado com o Mato Grosso que vá para lá acompanhar a licitação", disparou.
Apesar de apontado como "vítima" preferencial da reforma ministerial que a presidente fará, Negromonte garantiu ter o apoio de seu partido e disse que ficará no Ministério enquanto estiver "confortável". E evitou atritos com o PT, que tem interesse em assumir a pasta, ao dizer que não sabe se o partido de Dilma trabalha contra ele. "Esse é um Ministério muito cobiçado, porque tem diversos programas. É natural que os partidos desejem. (Mas) não sou pitonisa para adivinhar", salientou, evocando as sacerdotisas ligadas ao deus grego da adivinhação, Apolo (ou Pítio). "No momento certo que a presidente me chamar eu vou conversar com ela. Se eu me sentir confortável em continuar, continuo. Se não sentir, a gente vai discutir esse assunto", acrescentou.
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