terça-feira, 27 de dezembro de 2011

Piora o estado de saúde de Chico Anysio



Foto: ALINE MASSUCA/AGÊNCIA ESTADO

COM PNEUMONIA, ARTISTA VOLTA À UTI E NÃO HÁ PREVISÃO DE ALTA; AOS 80 ANOS, CHICO, CRIADOR DE TIPOS MEMORÁVEIS E INESQUECÍVEIS, LUTA PELA VIDA INCANSAVELMENTE

Por Agência Estado
27 de Dezembro de 2011 às 13:50Agência Estado
O estado de saúde do humorista Chico Anysio, de 80 anos, piorou na noite de ontem (26), e ele foi transferido novamente para unidade de terapia intensiva do Hospital Samaritano, em Botafogo zona sul do Rio, onde está internado desde o dia 22 de dezembro.
Segundo boletim do hospital, durante a noite foi diagnosticada uma pneumonia e Anysio está respirando com ajuda de aparelhos. Seu estado de saúde continua inspirando cuidados. Não há previsão de alta. Chico Anysio foi internado por conta de uma hemorragia digestiva.
Leia, abaixo, reportagem do 247 sobre aquele que consideramos ser o maior artista brasileiro de todos os tempos:
Leonardo Attuch_247 – Nos últimos anos, mantive alguns encontros com Francisco Anysio de Paula Filho, o maior artista que o Brasil já produziu, e, como milhões de fãs e admiradores, eu tenho acompanhado com atenção seu estado de saúde. Numa de nossas conversas, falamos sobre um dos últimos trabalhos de Chico, que foi o recital de poemas do genial escritor pernambucano Ascenso Ferreira para uma série de CDs chamada “Poesia Cantada”. “De tudo o que eu fiz até hoje, nada se compara isso; é meu melhor trabalho”, disse-me o artista multifacetado, que muitos conhecem apenas como Chico Anysio, o criador de tipos inesquecíveis que ainda hoje nos fazem rir.
Chico, tal qual se diz num poema de Ascenso Ferreira, é “madeira que cupim não rói”. Sua obra é eterna. E seu desejo de viver – e de criar – ainda poderá lhe dar muitos anos de vida e muitas alegrias a todos que o cercam. Acabo de ler um livro raro, passado às minhas mãos pela ex-mulher de Chico, Zélia Cardoso de Mello. Chama-se “Sou Francisco” e suas edições já estão esgotadas. Foi publicado em 1992, quando ele previa ter mais 25 anos de vida, chegando, portanto a 2017. “A vida é linda demais e demasiadamente curta para que a tornemos insuportável”, escreveu o artista.
Quando o entrevistei, para a revista Istoé, pela primeira vez ele falou em morte. Chico tinha apenas 4% da capacidade pulmonar e vinha se tratando em São Paulo. Tratava o cigarro como seu único arrependimento. Isso aconteceu há uns três ou quatro anos. Depois disso, a Globo o chamou, ele voltou a gravar quadros e entrevistas em diversos programas da emissora e fez até cinema. O trabalho renovou sua saúde, como o desejo de criar continua lhe dando forças no hospital do Rio, onde ele agora se encontra, recebendo a torcida e a corrente de orações de milhões de fãs que ele espalhou pelo Brasil.
Eis aqui como se define o gênio na biografia "Sou Francisco":
“Fora isso, sou o que sou: palmeirense, vascaíno, ariano, cearense, maranguapense, tímido, razoável pintor, bom ator, mau perdedor, humorista, poeta, letrista, contista, romancista, bom contador de histórias, bom filho, bom pai, irmão regular, bom sujeito, peemedebista, cardíaco, trabalhador, ótimo profissional, péssimo amigo, telespectador assíduo, amante de todos os esportes, comentarista da Rádio Tupi, reconhecido aos muitos que me ajudaram, sem rancor, melhor ex-marido do que marido, enfim... sou Francisco.”

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