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Rodolfo Borges _247 – Os parlamentares brasileiros costumam ser encarados como cidadãos privilegiados, acima do bem e do mal e rodeados de benefícios. Mas, nesta sexta-feira, um deles optou por abrir mão de suas prerrogativas enquanto deputado para acionar a presidente da República na Justiça como qualquer cidadão. E, por incrível que pareça, o tucano Fernando Francischini acredita que é mais fácil conseguir a exoneração do ministro Carlos Lupi enquanto cidadão brasileiro do que enquanto parlamentar.
Francischini entrou com ação na 5ª Vara Cível da 4ª Região da Justiça Federal, do Paraná, contra Dilma, Lupi e a União, solicitando o afastamento de Lupi do Ministério do Trabalho e a devolução do valor que o ministro acumulou enquanto assessor-fantasma de gabinete na Câmara dos Vereadores do Rio de Janeiro. Segundo o deputado tucano, a presidente teve todos os indicativos necessários para decidir pela demissão do ministro, mas não o fez. “Agora estou apelando para quem deve ser o órgão imparcial”, disse Francischini ao 247.
O parlamentar baseou a ação, principalmente, na recomendação da Comissão de Ética da Presidência da República para que a presidente exonerasse o ministro. “O conselho pede e a presidente não atende. É tão absurda a situação do ministro Lupi que resolvi apelar para a Justiça. Abri mão de minhas prerrogativas como parlamentar e resolvi agir como cidadão comum”, justifica.
A presidente Dilma decidiu resolver o caso Lupi depois de retornar de viagem de três dias à Venezuela, iniciada nesta sexta-feira. Dilma não gostou de ficar sabendo da recomendação da comissão por meio da imprensa, mas a falta de uma ação mais rápida da presidente causou estranhamento. “Enquanto parlamentares, já fizemos tudo que podia fazer para investigar e mostrar para ela (Dilma) que o ministro mentiu, que não prestou os esclarecimentos necessários”, diz Francischini.
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