quarta-feira, 4 de janeiro de 2012

EDITORIAL I: TROFÉUS E PERSONALIDADES


Geraldo Elísio escreve no "Novojornal". Prêmio Esso Regional de jornalismo, passado e presente embasam as suas análises

Por Geraldo Elísio

“(...) Glória, a todas as lutas inglórias / que através da nossa história / não esquecemos jamais (...)” – O Almirante Negro – João Bosco e Aldir Blanc

Disparado, o presidente do Senado, José Sarney está tendo a preferência dos “eleitores” como candidato a ganhador do troféu “Algemas de Ouro”, destinado a premiar o mérito de quantos se destacam no cenário nacional no exercício da bandidagem institucionalizada.

Acho justo, embora considere que haja algemas e haja ouro para “premiar” tantos quantos se destacam no Brasil no exercício de tais “funções”, deixando complexadas “personalidades” do porte de Fernandinho “Beira Mar”, “Marcola” e “Nem”. 

Um só exemplo: o secretário de Governo de Minas Gerais, Danilo de Castro, será injustiçado?

E Fernando Henrique Cardoso, o outro Fernando, o Pimentel, Aécio Neves, o banqueiro-condenado Daniel Dantas, José Serra, Zé Dirceu, os ministros expurgados pela presidenta Dilma Rousseff, a turma da Lista de Furnas, todos os mensaleiros de todos os gêneros, gente de outros Poderes, Marcos Valério, como ficarão?

Prata ou bronze em alguns casos podem até remediar – visto existirem os pés de chinelo – mas mesmo assim haja prata e haja bronze.

Entretanto, seguindo uma velha mania de ter preferência por heróis em princípio derrotados a exemplo de Spartacus, o escravo que desafiou o poder de Roma, Mahatma Gandhi, Zumbi de Palmares, João Cândido, o Almirante Negro “que tem por monumento as pedras pisadas do cais”, segundo João Bosco e Aldyr Blanc, Felipe dos Santos, Joaquim José da Silva Xavier, o “Tiradentes”, advogo que sejam consideradas personalidades do ano de 2010 recém passado, num empate técnico difícil de ser resolvido a ministra Eliana Calmon, do Conselho Nacional de Justiça, o delegado da Polícia Federal, Protógenes Queiroz, hoje deputado federal por São Paulo, o ministro Joaquim Barbosa, do STF, e o juiz Fausto De Sanctis.

Sei que nenhum deles ostenta vaidades e seus comportamentos derivam de caracteres irrepreensíveis que deveriam ser clonados e distribuídos gratuitamente pelo governo federal a todos os brasileiros que sonham em ter além de um País, uma Pátria da qual todos nós os brasileiros possamos nos orgulhar. E sendo assim, fica facilitada a questão do “empate técnico”, pois a divisão do galardão não os incomodará, porque é certo saberem que muito mais que eles ganhará o povo do Brasil, o que lhes trará felicidade e a certeza do dever cumprido.

Claro, muitos pensarão que o “Troféu Limão” deverá ser conferido a esse repórter, o que democraticamente é valido. Não importa! Aceitarei a condecoração. Comprarei com dinheiro honesto obtido a custa de muito trabalho um pouco de açúcar e farei uma limonada refrescante, porque combater corruptos e analfabetos políticos (obrigado Mayakovsky) no Brasil de vez em quando exige um refresco para que a gente possa continuar a seguir em frente.

Este espaço é permanentemente aberto ao democrático direito de resposta a todas as pessoas e instituições aqui citadas.


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