quinta-feira, 19 de janeiro de 2012

'Tô fora'



'Tô fora'Foto: ELZA FIUZA/AGÊNCIABRASIL

JOSÉ SERRA ESVAZIA PRESSÃO DOS TUCANOS E INFORMA, EM TOM SOLENE, A GRUPO DE ALIADOS MAIS PRÓXIMOS, QUE NÃO CONCORRERÁ À ELEIÇÃO MUNICIPAL; "PARA MIM, ESSE ASSUNTO ESTÁ LIQUIDADO", DISSE EX-GOVERNADOR ALBERTO GOLDMAN; ALCKIN INFORMADO; DECISÃO, A PREVALECER -- COM SERRA, NUNCA SE SABE --, EMPURRA TUCANOS PARA CANDIDATO DO PREFEITO GILBERTO KASSAB, VICE-GOVERNADOR AFIF

19 de Janeiro de 2012 às 07:10
247 – Bem que o PSDB e o prefeito Gilberto Kassab tentataram, mas o ex-governador de São Paulo foi categórico em sua decisão. José Serra informou aos seus principais colaboradores no domingo passado, na casa do ex-presidente municipal do PSDB, José Henrique Reis Lobo, e na presença do ex-governador Alberto Goldman, do senador Aloysio Nunes Ferreira e do deputado Jutahy Júnior (BA) que não será candidato na eleição municipal deste ano, mesmo que isso represente uma aliança do PSD com o PT.
O PSDB, sem Serra, fica sob pressão e cada vez mais instado a apoiar o candidato de Kassab, Guilherme Afif, para não correr o risco de terminar isolado. Talvez o movimento do Kassab de oferecer apoio ao PT e a desistência de Serra tenham sido lances combinados - um golpe de mestre para emplacar seu candidato.
A decisão de Serra foi levada a Alckmin, que também contava com a possibilidade de ele reavaliar sua posição. O ex-governador é considerado o nome mais forte do PSDB na disputa, e a entrada dele no páreo libertaria Alckmin de ter de "carregar", segundo expressão usada por tucanos, um novato na campanha. "Estou convicto de que ele não será candidato. Para mim, esse assunto está liquidado", afirmou Goldman. "Ele manifestou no encontro que, a partir de agora, se focará ainda mais nas questões nacionais porque o seu projeto é nacional", declarou outro participante da reunião.
De acordo com aliados, o ex-governador acha que, se entrar na disputa, passará a campanha dizendo que não renunciará para alcançar outro cargo - ele deixou a Prefeitura em 2006 para concorrer ao governo estadual e, depois, em 2010 saiu do Bandeirantes e se lançou à Presidência.
A candidatura a prefeito também vai contra seu projeto político: Serra pretende disputar a Presidência da República em 2014. Também disse a interlocutores que a alta rejeição apresentada nas últimas pesquisas de intenção de voto mostra que a população considera que ele não quer ser prefeito, o que aumentaria o risco de ele perder a eleição.
A decisão de Serra de não concorrer torna as prévias para escolher o candidato tucano, marcadas para março, praticamente incontornáveis. O grupo do ex-governador, no entanto, gostaria de prorrogar o prazo da disputa, o que Alckmin não aceita. Sem o ex-governador na disputa, seus aliados vão insistir nos bastidores para viabilizar o plano Afif: o apoio do PSDB à candidatura do vice-governador Guilherme Afif Domingos, ligado a Kassab, em troca da indicação do vice.
Essa saída, porém, conta a resistência dos aliados do governador - o próprio Alckmin já deu entrevistas descartando a possibilidade de o PSDB não ter um candidato na cabeça de chapa.
Ontem o governador afirmou que ainda trabalha para ter o PSD na aliança, mas, segundo interlocutores, a real preocupação de Alckmin é com o DEM, que tem tempo de TV e ameaça migrar para a campanha do PMDB. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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