Foto: NILTON FUKUDA/AGÊNCIA ESTADO
PREFEITO DE SÃO PAULO AVALIOU COMO NATURAL UMA ALIANÇA ENTRE PSD E PT À PREFEITURA DE SÃO PAULO E DISSE QUE O EX-GOVERNADOR JOSÉ SERRA LHE GARANTIU QUE NÃO SERÁ CANDIDATO PELO PSDB; PRESIDENTE NACIONAL DO PT, RUI FALCÃO (CENTRO) PREFERE PRECAUÇÃO E DEFENDE BUSCA POR MAIS ALIANÇAS
O prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab (PSD), avaliou hoje como natural uma aliança entre PSD e PT à Prefeitura de São Paulo e ressaltou que o ex-governador de São Paulo José Serra (PSDB) lhe disse que não será candidato pelo PSDB à sucessão municipal. Em evento, na capital paulista, o também presidente nacional da sigla lembrou que PSD e PT estarão juntos em diferentes cidades nas eleições municipais deste ano, mas ponderou que, no caso de São Paulo, uma aliança passa ainda por premissas que devem ser atendidas.
"São premissas no sentido que o PT entenda que seja boa a aliança com o PSD, que o PSD entenda que seja boa a aliança com o PT, que haja uma sinergia favorável à aliança", afirmou. Uma composição entre as duas siglas, que tem como entusiasta o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, ainda encontra resistência entre lideranças municipais e militantes petistas.
O prefeito de São Paulo participou de reunião do Conselho de Desenvolvimento da Região Metropolitana de São Paulo, na capital paulista. Ele ressaltou que cabe ao ex-governador de São Paulo José Serra a decisão de disputar a sucessão municipal, mas lembrou que o cacique tucano já lhe disse que não será candidato. "Eu acho até desrespeitoso da minha parte falar em relação a uma eventual candidatura, porque ele já me afirmou que não será candidato", afirmou.
O prefeito de São Paulo voltou a dizer que uma candidatura, quando é colocada de maneira tardia, pode trazer desvantagens no cenário eleitoral. "Uma candidatura, quando é colocada tardiamente, você leva uma desvantagem em relação a seus adversários, porque campanha precisa de tempo". Indagado, de novo, se a frase era uma referência à postura de Serra, disse: "Eu prefiro não me manifestar em relação ao Serra. Essa é uma decisão que depende dele".
Opções
O PT tem interesse em se aliar ao PSD do prefeito Gilberto Kassab, mas deve buscar opções de coligações para a disputa pela Prefeitura de São Paulo para não ficar à mercê da decisão do ex-governador José Serra (PSDB). Esta é a avaliação do presidente nacional petista, Rui Falcão, para quem o chefe do Executivo paulistano, apesar de demonstrar interesse em fazer um acordo com os petistas, abandonará o projeto caso o tucano confirme sua participação na sucessão municipal.
Falcão é do mesmo grupo político de uma das maiores críticas da aliança com Kassab, a senadora Marta Suplicy (PT-SP), preterida para a disputa pela Prefeitura paulistana pelo partido, que optou pela candidatura de Fernando Haddad. Em jantar em Belo Horizonte na noite de ontem em comemoração pelos 32 anos do PT, o presidente petista defendeu o nome do ex-ministro, "um ótimo candidato, escolhido por unanimidade", para a sucessão.
Mas concorda com a senadora quanto à aliança com o atual chefe do Executivo municipal. "O PSD, por enquanto, tem um candidato, que é o vice-governador Afif Domingos. Nós temos que respeitar sua decisão. E o próprio prefeito Gilberto Kassab disse com muita clareza que se o (José) Serra for candidato, ele vai apoiá-lo", lembrou. "Então, nós temos que procurar os partidos que ainda não têm candidato e que têm uma tradição de aliança conosco", completou Falcão. Um acordo com o prefeito é defendido por outros integrantes do PT, como o presidente do diretório paulista da legenda, o deputado estadual Edinho Silva.
Mas a aliança também não é bem vista pela militância petista, que chegou a vaiar o prefeito quando sua presença foi anunciada na comemoração oficial dos 32 anos da legenda na semana passada, em Brasília. Marta Suplicy não compareceu ao evento. No entanto, apesar de se mostrar contrário a uma aliança com Gilberto Kassab Falcão admitiu que o PT tem interesse em se coligar com a legenda do prefeito e lideranças petistas já mantêm negociações com o PSD para um acordo "sobre a campanha nacional". "Em várias cidades nós temos possibilidade de aliança com eles", disse, sem especificar quais são esses municípios.
Mas, para o presidente petista, a prioridade nas negociações deve ser com "os partidos aliados da base da presidente Dilma", que, neste momento, de acordo com Falcão, oferecem "boas perspectivas". "O encontro municipal do PT vai decidir sobre as coligações, a chapa de vereadores, se haverá coligações proporcionais ou não e quem será o nosso vice. O fato é que temos um ótimo candidato", declarou.
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