Cai chefe de segurança da Olimpíada do Rio
FILIPE COUTINHO
DE BRASÍLIA
DE BRASÍLIA
O delegado Luiz Fernando Corrêa vai deixar nesta sexta-feira a diretoria de segurança do Comitê Rio-2016, órgão responsável pela organização dos Jogos Olímpicos no Brasil.
Corrêa é ex-chefe da Polícia Federal é alvo de uma ação de improbidade administrativa por conta de irregularidades no Pan-Americano de 2007, também no Rio.
A diretoria do comitê organizador propôs que ele se afastasse temporariamente até que o caso se resolvesse na Justiça. Corrêa, entretanto, preferiu sair de vez.
Em nota, o comitê disse que Corrêa está "confiante numa decisão a seu favor e pretende buscar na Justiça a reparação de danos".
O delegado, contudo, disse que o caso "pode causar desconforto na rotina de suas atribuições na Diretoria de Segurança, em razão do que deixará o Rio-2016".
Sérgio Lima - 20.out.10/Folhapress | ||
Luiz Fernando Corrêa, em entrevista na superintência da Polícia Federal, em 2010 |
O CASO
Corrêa, o delegado Odécio Rodrigues Carneiro e mais três empresas respondem a uma ação de improbidade administrativa que apura a contratação, sem licitação, do consórcio Integração Pan.
Carneiro, que no dia 11 de janeiro pediu demissão do cargo de diretor de logística da Secretaria de Segurança para Grandes Eventos do Ministério da Justiça, foi coordenador-geral de tecnologia e informação da PF durante os Jogos Pan-Americanos.
Formado por 11 empresas, o consórcio foi criado para fornecer equipamentos de tecnologia à área de segurança do evento carioca.
O Ministério da Justiça pagou ao consórcio R$ 170 milhões pelos equipamentos e abriu sindicância interna para apurar irregularidades nos contratos geridos pelos dois.
Deste total, peritos do Instituto Nacional de Criminalística da Polícia Federal conseguiram rastrear compras no valor de R$ 40 milhões.
Descobriram que foram adquiridos equipamentos por 78% acima do valor estabelecido pelo mercado.
Ou seja, esses produtos poderiam ter sido comprados por R$ 22 milhões.
Os peritos da PF não conseguiram analisar os R$ 130 milhões restantes, já que muitos dos equipamentos utilizados em tecnologia de informação do Pan foram importados, e os preços variaram muito em quatro anos.
De acordo com a lei, mesmo quando há dispensa de licitação, o órgão do governo precisa realizar uma pesquisa para saber se o preço pago não é abusivo.
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